Full Moon

Capítulo 12 - Eternidade


Fazia um dia que tudo havia acontecido e Lizzy continuava dormindo e o clima continuava tenso, Carlisle se culpava pelo acontecido além de Jasper ter quase ido embora por ter causado o descontrole dela. Depois de muita conversa conseguiram convence-lo a ficar mesmo que constrangido.

Tive que ficar de repouso um pouco para cicatrizar meus ferimentos no fim de toda a coisa ganhei três costelas quebradas, um tornozelo trincado, um joelho estourado, hematomas por todo o corpo e tórax, ombros, braços e rosto esfolados.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Por mais que meu corpo incomodasse minha mente relembrava o nosso beijo, a sensação de sua boca, a delicadeza de seus toques por minhas costas aquilo anestesiava meu corpo de qualquer dor! Ansiava a hora em que ela acordaria teríamos que conversar muito e quem sabe...

- Acorde Jacob! Seus devaneios estão começando a me irritar. – o irritante leitor de mentes estava resmungando sentado no piano.

- Se não quiser me ouvir vai pra outro lugar Edward! – cuspi as palavras ele estava me devendo! Ela estava daquele jeito por que o idiota insistiu em não me ouvir naquela maldita clareira! Edward veria o que faria quando terminasse de me curar.

- Você queria o que Jacob? Nem Alice poderia ter previsto o que aconteceu! Nessa história ninguém tem culpa o fato apenas aconteceu e por fim estamos todos bem! – respondeu andando em direção da sala.

- Todos menos alguém não é Edward! – sentia meu corpo tremer pela raiva que corria em minhas veias.

Sem motivos aparentes ele parou um pouco surpreso no meio do caminho e meu coração foi preenchido por algo estranho, acho que era o medo e a angústia de Lizzy novamente.

- Ela acordou. – sussurrei olhando para todos que estavam na sala.

Estava com uma enorme dor de cabeça e mesmo os passos silenciosos no andar de baixo incomodavam meus ouvidos essa era uma ressaca e tanto! Onde tinha acontecido a balada para me deixar assim? Perguntei a mim mesma enquanto gemia cobrindo o rosto com o travesseiro, dei um salto da cama quando lembrei o que realmente havia acontecido, rápido demais para minha cabeça fazendo meus joelhos cederem.

Droga! Lembrava apenas de flash do que tinha acontecido, mas aquilo era o suficiente para saber que tinha perdido totalmente o controle a ponto de quase matar a todos! Merda, merda, merda!

De repente ouvi os passos que pareciam mais marteladas em minha cabeça subirem a escada, não queria enfrentá-los agora. Minha angústia, medo e vergonha pelo ocorrido aumentavam a cada segundo em meu peito. Virei para janela e saltei sem olhar para trás mal tinha chegado à vida deles e já estragara tudo! E Carlisle? A dor aumentou ainda mais e senti as lágrimas caírem me fazendo correr ainda mais rápido para longe de tudo aquilo.

Quando dei por mim estava na clareira parei chocada com o que vi tudo estava arruinado, troncos destroçados por todos os lados, a terra remexida mostrando toda a agressão que havia passado, cai de joelhos chorando copiosamente.

- O que foi que eu fiz? – soltei as palavras tão silenciosamente quanto à brisa que passava entre meus cabelos. Passei as mãos no rosto limpando inutilmente o choro incessante. – Não posso ficar mais. – disse com a voz rouca pelo choro decidida que deixa-los seria a melhor maneira de vê-los bem.

Ouvi novamente alguns passos em minha direção pude distinguir Carlisle, Edward e Esme levantei-me preparando para fugir aumentando a dor em meu peito. Corri até o outro lado da clareira destruída, mas pude ver quando Carlisle entrou nela.

- Lizzy não! – ele gritou com dor em sua voz me fazendo chorar ainda mais.

- Vá embora Carlisle antes que você possa ser destruído também! – disse de volta assumindo a máscara da indiferença no lugar do meu rosto.

- Está tudo bem filha... isso... isso foi apenas um acidente. – Esme tentava manter a calma, mas em sua voz aparecia o chiado característico do choro dos vampiros.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Não! Voltem para casa antes que precise fazer algo desagradável. – tentei conter as lágrimas que se acumulavam em meus olhos precisava também manter minha mente limpa para que Edward não visse o que pretendia fazer.

Sem mais nenhum aviso joguei todos para longe da clareira tomando certo cuidado para não machuca-los e corri o mais rápido que minhas pernas conseguiam. Agora que estava sozinha pude deixar a máscara cair junto com um rio de lágrimas, corri sem rumo apenas com a vontade de acabar logo de uma vez com tudo aquilo.

Lembrei da mochila que havia escondido na floresta logo quando cheguei à Forks, forcei minhas pernas a correrem mais mudando o curso indo à direção de onde tudo começara. Rapidamente cheguei ao local e comecei a cavar sem me importar com a terra levemente molhada sujando minha roupa e meu corpo.

Olhei a minha volta e as lembranças inundaram minha mente o lobo gigante de pelos avermelhados dançava ao meu redor, em tão pouco tempo todos já haviam preenchido meu coração aumentando ainda mais a dor que sentia por ter que deixa-los.

As lágrimas rolaram quentes por minhas bochechas sufocando meu coração, mas a decisão já tinha sido tomada não voltaria atrás aquilo seria melhor para todos nunca mais seria uma ameaça para alguém estariam a salvo e eu finalmente encontraria a paz!

O tempo passaria mais rápido enquanto estivesse correndo em direção da morte, correndo em direção ao meu julgamento. Sentiria saudade de todos, mas saberia que estariam bem sem mim e os Volturi poderiam vingar a morte de seus aliados.

Pensar assim deixava meu coração insuportavelmente apertado não pelos Cullens, mas por algo que não sabia identificar meu corpo pedia por algo que minha mente não entendia! Faltava um pedaço de mim que por alguma razão havia ficado naquela clareira. Algo tinha mudado dentro de mim e minha falta de memória não estava ajudando a entender o que era! Eu estava com a alma pela metade!

Balancei a cabeça espantando esses pensamentos para longe piscando os olhos várias vezes reparei que já era noite, por quanto tempo será que esteve ali daquele jeito?

Coloquei a mochila nas costas e corri em direção ao riacho próximo dali a lua iluminava a noite deixando tudo ao meu redor em tons de cinza parecendo compartilhar da mesma tristeza que sentia pulsando em meu peito.

Cheguei ao riacho jogando a mochila no chão e fechando os olhos por alguns segundos, o barulho da água correndo pelas pedras em direção ao mar parecia ter tido um efeito calmante em minha dor deixando-me mais tranqüila, abri os olhos lentamente e fui me lavar relaxando um pouco e deixando o sono tomar conta do meu corpo aos poucos.

Adormeci ali mesmo à beira do riacho acordando assustada quando senti uma fruta cair em minha cabeça não tinha causado nenhum dano em mim, mas foi o suficiente para me despertar.

O sol não havia nascido ainda então me permiti ter uma ultima despedida daquele lugar pegando minha mochila e correndo em direção ao mesmo penhasco daquele dia. Queria ver o sol nascer ali e depois iria de encontro ao destino que escolhera. Corri mais rápido para não perder nenhum segundo da minha despedida.

Passei boa parte da noite esperando a hora que pudesse procurá-la e quando meu corpo se recuperou totalmente foi a primeira coisa que fiz. Estava correndo pela reserva vasculhando cada pedaço de terra em busca de uma pista ou algum cheiro, já estava quase amanhecendo quando senti seu cheiro indo à direção do penhasco corri mais rápido mudando o curso de minhas patas.

Minutos depois cheguei ao penhasco soltando minha mochila no chão e sentando em forma de flor de lótus esperando o sol nascer me despedindo de cada pedaço do lugar que em tão pouco tempo já amava, mas aquela sensação de falta ainda estava lá dentro de mim.

Queria vê-la antes que algo ruim acontecesse, antes que a perdesse para sempre. Quando cheguei ao lugar onde vira seu rosto pela primeira vez meu coração ficou apertado ao vê-la sentada ao lado de uma mochila observando o sol nascer. Transformei-me rapidamente colocando o short que carregava e fui calmamente me sentar ao seu lado. Por mais que doesse em meu peito não a prenderia aqui.

De repente senti sua presença, mas me mantive com os olhos fechados que nem sabia quando havia feito isso, suas emoções eram fortes misturando angústia, medo e... amor? Jacob sentou ao meu lado sem dizer nenhuma palavra tê-lo assim tão perto me fez ter reações estranhas e não pude segurar a lágrima que rolou por meu rosto.

Estávamos tão próximos que mesmo sem nos tocarmos sentia o calor emanando de sua pele, ela mantinha a mesma posição como se eu não estivesse aqui ao seu lado, pude ver uma lágrima tímida escorrer por sua bochecha a minha vontade era de pega-la no colo e acalmar seu coração tão apertado quanto o meu, mas precisava me conter e dar espaço a ela.

Finalmente senti o calor do sol atingir meu corpo fazendo meus olhos abrirem para ver pela última vez aquele lugar, as nuvens mal deixavam o sol aparecer, algo bem característico de Forks, mas sabia que ele estava lá.

- Estão todos preocupados com você. – disse tentando puxar algum assunto.

- Eu... eu vou embora. – sussurrei tentando controlar minha voz disfarçando a dor descomunal que sentia no peito por falar isso a ele.

Virei para encarar seu rosto e senti a dor aumentar conforme ela sussurrava as palavras não conseguiria viver sem ela ao meu lado e não queria viver!

- É isso que você quer? – perguntei com medo da resposta, mesmo sentido seus sentimentos, não sabia o que passava dentro de sua cabeça.

- O que eu quero não está relacionado com o que é preciso fazer. – respondi dura tentando manter o controle para não desabar em lágrimas ali mesmo.

- Tem tudo haver Lizzy! É isso que você quer? Quer ir embora e nos deixar para trás? – perguntei sentindo a raiva aquecer minhas veias com ela podia achar que uma coisa não era ligada à outra?

- Você não sabe o que está falando! Vou fazer o que deveria ter feito há muito tempo e todos vocês vão poder viver suas vidas tranquilamente como se eu nunca tivesse existido! – respondi com a mesma raiva levantando rapidamente pegando minha mochila seguindo meu caminho sem olhar para trás, talvez assim fosse melhor sem despedidas.

Se meu coração antes doía agora senti que iria implodir de tanta dor por vê-la levantar colocando a mochila nas costas indo embora, não podia deixar ir daquele jeito! Precisava pelo menos deixar uma boa memória entre nós. Corri atrás dela o mais rápido que pude sem me transformar, como lobo ela não me ouviria.

- Lizzy! Ellizabeth volte! – ele gritava enquanto corria atrás de mim se quisesse poderia ter despistado facilmente, mas algo em meu coração não me deixou prosseguir.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- O que você quer Jacob Black? – gritei parando de correr e virando para encarar seus olhos escuros e intensos.

- Quero que você fique! – fui o mais sincero possível olhando profundamente em seus olhos, não podia deixá-la ir! Seu rosto se contorceu em uma dor que não entendia logo após ser substituído por uma máscara de fúria.

- QUER QUE EU FIQUE? SERÁ QUE NÃO VÊ A MERDA QUE ESTÁ DIZENDO BLACK? – queria chorar, mas a raiva estava maior em mim como alguém poderia ser tão idiota? – CADA SEGUNDO QUE PASSO A MAIS AQUI É UM SEGUNDO A MENOS PARA TODOS MORREREM!

- Lizzy você não é uma ameaça! Nós podemos te ajudar com isso! - tentei soar o mais suave possível controlando a raiva dela que pulsava dentro de mim.

- SEU IDIOTA NÃO SOU A AMEAÇA! – será que realmente pela cabeça dele isso não tinha sido cogitado? Ugh! Bufei tentando me controlar antes que explodisse a cabeça dele. – Será Jacob Black que nunca pensou que os Volturi estão por ai procurando para me queimar viva? Será que nunca passou por sua cabeça que todos vocês serão condenados juntos comigo por terem me acobertado? Será que você esqueceu que EU MATEI DOIS DELES?

Ela estava extremamente nervosa rugindo as palavras se aproximando de mim a cada pergunta ficando apenas um palmo de mim quando gritou a ultima. Fiquei atônico com a sua aproximação, meu coração disparou e meu corpo entorpeceu ao sentir seu cheiro levemente doce e apimentado. A única coisa que consegui fazer foi me abaixar um pouco e abraça-la.

Não havia reparado nossa aproximação pelo fato da minha raiva, mas foi completamente inusitado o que Jacob fez. Senti seu corpo abaixar lentamente enquanto seus braços alcançaram minha cintura a enlaçando e eliminando o espaço entre nossos corpos, sua respiração em meu pescoço causou um efeito inesperado em meu corpo me deixando um pouco anestesiada.

- Eu sempre soube de tudo isso, mas mesmo assim não quero que vá. – sussurrei próximo ao seu ouvido e pude sentir o leve tremor que causei em seu corpo e sem esperar pela reposta levantei seu corpo do chão nos aproximando anda mais.

Meu Deus o que está acontecendo comigo? Nunca fui assim! Apenas com algumas palavras no meu ouvido e eu já estava mole! Definitivamente isso não poderia acontecer! Não mesmo, mas as minhas forças eram inexistentes apenas consegui passar meus braços em seu pescoço e descansar minha cabeça em seu ombro.

- Você precisa entender que agora nós somos uma família e se um de nós estiver com problemas, todos nós também estaremos e eu sempre estarei com você, mesmo que não queira.– disse enquanto a embalava nos braços e acariciava seu cabelo.

Estava com os olhos fechados tentando me concentrar em acalmar meu coração que teimava em bater descompassado por nossa aproximação, mas aquilo realmente não esperava ouvir o que fez a situação piorar ainda mais. Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto denunciando ainda mais meu estado ele apenas me apertou ainda mais contra seu peito tentando acalmar meu choro que já se misturava a soluços.

Não sei por quanto tempo ficamos naquela posição e nem me importaria em ficar ali para sempre, mas depois de mais controlada Lizzy se soltou de meu pescoço fazendo com que a devolvesse para o chão. Não queria perder o contato com sua pele totalmente então mantive minha mão em seu rosto secando as ultimas lágrimas que teimavam em descer.

- Fique, por favor. - Jacob disse acariciando minha bochecha e olhando firmemente em meus olhos, seus olhos eram tão intensos e tão escuros que dispararam meu coração novamente. Mais que merda! O que estava acontecendo comigo?

- Desculpe. – sussurrei para tentar manter minha voz firme, o que não adiantou em nada, ela saiu muito mais tremida do que pretendia. Dei um passo para trás, afim de, me desvencilhar completamente daquele ser lindamente perturbador.

- Fique. – disse me aproximando mais percebi seu coração acelerar novamente e fiquei feliz com aquilo, finalmente causava alguma reação nela. – Pelo menos hoje fique... por mim. – completei a frase, inseguro da reação que ela causaria.

Não acreditava que isso estava acontecendo comigo, desde quando eu ficava sem ação ou sem palavras? Tentei abrir minha boca algumas vezes sem sucesso, minha mente queria mandá-lo para os quintos dos infernos, mas meu corpo e meu coração não respondiam assim. E como em uma batalha perdida apenas assenti com a cabeça em resposta.

- Vem vamos pra minha casa. – disse sorrindo pelo primeiro seu primeiro sim para mim.

- Desde quando você tem casa? – perguntei sarcasticamente feliz por ter voltado ao normal finalmente.

- Vem. – disse rindo e balançando a cabeça antes de puxá-la pela mão e pegar a mochila que estava no chão.

O caminho até a casa dele foi rápido, mas um tanto estranho. Nós corríamos de mãos dadas e o pior era que meu corpo aceitou isso muito bem! Isso estava realmente ficando fora de controle! ELIZABETH CULLEN SEU CORPO NÃO DOMINA SUA MENTE E SIM O CONTRÁRIO! Comecei a recitar essa frase mentalmente para que quem sabe, parasse de ter esses impulsos e justamente com esse lobo!

Chegamos à frente a minha casa sem largarmos as mãos parecia que elas eram moldadas uma para a outra, o que não era mentira Lizzy havia sido criada para mim assim como eu para ela e ninguém mais. Sem soltar nossas mãos abri a porta de casa e a convidei para entrar primeiro.

Essa foi a deixa para largar de sua mão já tinha sido conflitante demais para um dia. Entrei na casa devagar observando o lugar que mostrava bem a personalidade de Jacob, era tudo bem arrumado, mas os móveis velhos mostravam o que ele era além do superficial. Ali me transmitiu um pouco de solidão, por quanto tempo será que ele vivia ali assim? Com toda a certeza fazia anos que uma mulher não freqüentava esse lugar.

- Você mora sozinho há quanto tempo? – aquela pergunta me pegou de surpresa não esperava que ela reparasse nisso afinal a casa estava toda arrumada.

- Sozinho mesmo um ano, mas antes eram somente meu pai e eu.

- Eu sinto muito por seu pai.

- Mas eu não...

- Não precisa dizer pela forma que falou deu para perceber. – disse levantando os ombros. De repente um barulho veio me envergonhar novamente, o ronco do meu estomago.

- Vou preparar algo para nós comermos – disse rindo de seu constrangimento era bom estarmos juntos e não brigarmos pela primeira vez. Fui para a cozinha e tentei preparar um espaguete, sabia que ela adorava massas, mas nunca fui um bom cozinheiro então hoje teria que acontecer um milagre.

Sentei na sala tentando relaxar um pouco, porém sem sucesso fui até a cozinha ver o Jacob aprontava, não precisava ser um gênio para saber que ele era um leigo quando o assunto se tratava de cozinhar, mas foi engraçado vê-lo tentar.

Depois de certo tempo apanhando do macarrão consegui colocar tudo na mesa para comermos.

- Jacob você tem noção que são 7hs da manhã e você preparou um espaguete para nós? – ela disse se divertindo as minhas custas enquanto me sentava na cadeira na sua frente.

- Pra quem está com fome isso não tem hora! – ele me respondeu abrindo um sorriso de orelha a orelha, com nunca havia reparado naquilo? Volte para terra Elizabeth ele é o lobo se lembre disso!

Ela me olhava com os olhos um pouco desfocados e com a boca aberta levemente, parecia com a Bell’s há uns anos atrás, totalmente deslumbrada. Isso era muito bom! Quem sabe esse negócio de imprinting estava funcionando!

- Coma Lizzy vai esfriar. – disse me aproximando um pouco e deixando seu coração acelerado novamente. Será que o imprinting só funcionou para ela depois do beijo? Teria que perguntar ao Sam depois sobre isso.

Pisquei várias vezes, ofuscada por aquele sorriso e meu coração já batia acelerado novamente. Que merda! Agora toda vez que a gente ficasse perto seria assim? Abaixei minha cabeça cortando meu contato com ele e peguei uma garfada generosa do espaguete colocando com gosto na boca.

- Argh! – disse correndo em direção da pia e colocando tudo para fora. – Nossa Jacob, agora entendi o porquê você sempre ataca a nossa geladeira! – virei rindo quando percebi sua expressão de decepção.

Merda! Nem isso para ela eu conseguia fazer! Peguei um pouco para experimentar... Argh! Horrível! Pelo menos ela estava rindo.

- Ah Jake não fica assim! – disse rindo ainda mais quando ele experimentou a comida.

- Do que você me chamou? – aquela pergunta me pegou de surpresa.

- Hãm? – ela se fez de desentendida, mas não consegui me conter afinal ela nunca me chamou assim tão carinhosamente.

- Eu chamei por seu nome, Jacob, ou você mudou e eu nem estou sabendo? – disse nervosa sentindo minhas bochechas queimarem retirando meu prato da mesa e jogando a comida no lixo, desde quando eu menti assim tão mal? Argh!

- Pensei que tivesse ouvido outra coisa.

- Não sabia que você pensava. – disse sarcasticamente enquanto voltava ao normal. – Agora me deixe preparar algo para comer antes que morra de fome. – continuei ainda sem fitar seus olhos.

Era engraçado vê-la assim tão encabulada por ter sido pega em um deslize. Deixei que ela arrumasse a mesa apenas observando e decorando seus movimentos e costumes apoiando minha cabeça com uma das mãos.

- O quê? – perguntei sem entender enquanto preparava o café.

- Nada é que você parece à vontade só isso. – respondi sinceramente.

- É... aqui eu sou mimada por eles, mas antigamente a coisa era bem diferente. – tentei ser gentil, mas o meu tom seco por tocar nesse assunto teve força maior.

- Você pode continuar aqui e ser mimada eternamente se quiser. – respondi brincando com as palavras tentando amenizar a tensão que se instalou.

- Jacob não quero falar sobre isso. – disse largando a panela e fitando seus olhos.

- Mas você não pode fugir para sempre Lizzy. – disse desistindo de amenizar o clima.

Ele realmente não entendia, larguei o que estava fazendo e sentei novamente à mesa. Bufei e pensei em uma maneira de explicar da maneira mais fácil.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Jacob, não estou fugindo de problema algum pelo contrário estou tentando resolvê-lo da melhor maneira possível. Existem apenas duas soluções para o meu problema. – fiz uma pausa para ver se ele estaria preparado. – Ou eu morro assumindo tudo o que fiz liberando tanto vocês como meu irmão ou teremos que matar todos os Volturi e eu já fiz minha escolha.

- Você não vai morrer por nós Elizabeth. – a raiva passava por minhas veias, podia sentir a mesa tremendo em baixo de minhas mãos. Como ela podia pensar em se sacrificar e me deixar aqui?

A reação de Jacob me assustou, sentia sua raiva em mim e a mesa parecia que iria partir em duas. Isso me fez lembrar de outra coisa para perguntar mais tarde.

- Por que não? – perguntei receosa.

- Já disse você não vai se sacrificar por nenhum de nós! – repeti entre os dentes tentando controlar minha raiva.

- Não eu... – não consegui terminar a frase após sentir o cheiro de queimado vindo do forno. – Ai não meu biscoitos!

Ela levantou correndo tentando salvar nosso café da manhã enquanto tentava me controlar. Seus sentimentos estavam confusos talvez eu a tenha assustado com a minha reação.

Dentre mortos e feridos consegui salvar alguns bolinhos para o café aproveitando o tempo para ver se Jacob se recompunha e para também formular algumas perguntas. Tudo colocado na mesa esperei que ele tomasse a conversa novamente, mas não aconteceu, suspirei e então eu mesma o fiz.

- Jacob olhe para mim. – esperei que ele o fizesse e então continuei. – Vocês tinham uma vida aqui antes que eu aparecesse não é justo simplesmente... – a raiva transpareceu por seu rosto.

- Você não sabe o que diz! – a mesa estava tremendo novamente precisava me acalmar já sentia o receio de Lizzy em mim também. Bufei tentando me concentrar. – Lizzy se você ainda não entendeu estamos todos juntos e nenhum de nós vai concordar com essa sua loucura em morrer. Fora que eles dariam um jeito de não matar você e sim em usá-la como uma arma. Você sabe que é mais poderosa que todos nós juntos apenas tem que controlar isso melhor.

- Jacob eu não sei... eu...eu sempre apago quando me descontrolo é como se não fosse realmente minha mente ali se é que me entende. – disse olhando para a mesa envergonhada em admitir minha falha.

- Você... você não se lembra? – talvez isso explicasse o porquê que consegui quebrar a ordem dela será que ela não lembrava de nós? Senti meu coração apertado pela angústia. A única coisa que ela fez foi assentir com a cabeça.

­-Então você não lembra de absolutamente? – podia sentir em sua voz um desespero que não entendi.

- A ultima coisa que me lembro é de ter atacado Jasper e então alguns flash, mas fica tudo muito bagunçado na minha memória. Está tudo bem Jacob? – ele parecia atônico. – Tinha algo para me lembrar?

Precisava entender ou pelo menos saber se havia algum pedaço de nós ali dentro dela. LIZZY NÃO PODERIA TER ESQUECIDO NOSSO BEIJO!

- Do que exatamente você lembra Lizzy? – não entendi sua pergunta estranhando principalmente a ênfase.

- Já disse Jacob só do ataque à Jasper e algumas coisas, sentimentos confusos só isso! – levantei irritada com a insistência dele não queria conversar sobre aquilo.

- Desculpe pela insistência. – disse me aproximando dela e encostando no balcão da cozinha. – Você sabe que não quero causar mal apenas quem sabe as coisas melhorem se falar um pouco sobre o assunto.

Virei meu rosto para encontrar seus olhos que eram transparentes e sinceros, nós éramos conectados de alguma forma talvez ele fosse a única pessoa que me entenderia então suspirei procurando palavras para descrever o que lembrava.

- São apenas flashs do que aconteceu em um momento senti Jasper mexer com meu humor, então eu explodi lembro de ter batido muito nele, mas era como se meu corpo não obedecesse minha mente meus olhos apenas viam minhas ações sem ter nenhum comando. - fiz uma pausa tentando me lembrar dos detalhes.

Ela voltou-se novamente para a janela fechando os olhos para lembrar, suas emoções foram pouco a pouco me invadindo nos levando de volta para a clareira.

- Em um piscar de olhos tudo se foi fiquei apenas no escuro sentindo muita raiva mesmo que sem motivo então as coisas ficaram mais confusas haviam gritos só que muito longe não entendia nada, me sentia mergulhada em uma piscina de águas bem geladas e um turbilhão de sentimentos tomaram meu corpo ódio, angustia, desprezo, inveja, alegria, amor tudo de uma só vez! – Lizzy estava tão concentrada que algumas coisas pequenas da cozinha começaram a levitar. ­ – A loucura tomava minha mente colocando e tirando as sensações dentro de mim enquanto tentava me livrar de toda aquela água e de repente algo aconteceu não sei exatamente como, mas o calor me abraçou puxando meu corpo para fora aquela tortura. Era uma sensação tão boa estava tão aquecida, mas a escuridão continuou até que não perdi tudo e acordei no meu quarto.

Isso era inacreditável! Seu coração se lembrava de mim, não como queria, mas se lembrava! Era o que importava, não estava tudo perdido ela iria se lembrar mais cedo ou mais tarde!

Por um momento senti falta daquele calor e da paz que ele me trouxe, queria aquilo novamente em mim mesmo sem saber de onde vinha meu corpo o reconhecia como se fosse a peça que faltava em mim. O pedaço da minha alma que faltava!

Não cabia em mim de felicidade por saber que ela lembrava algo e sem me importar com sua reação me virei para Lizzy, que ainda estava com os olhos fechados e as mãos apoiadas na pia, e a puxei abraçando sua cintura e a tirando do chão.

Surpreendi-me quando Jacob me agarrou em um abraço levantando-me do chão. Meus braços instintivamente passaram em torno de seu pescoço repousando minha cabeça em seu pescoço aquilo me pareceu tão familiar que por um momento quis que aquilo fosse eterno e senti que ele queria o mesmo.

- Obrigada Jake. – sussurrei contra seu pescoço me sentindo em paz.

Meu corpo arrepiou-se em resposta ao seu sussurro me fazendo aperta-la um pouco mais para que não percebesse minha reação.

- Não precisa agradecer eu vou estar aqui sempre por você. – sussurrei em seu ouvido feliz por sentir seu coração descompassado como o meu. Mais cedo ou mais tarde Lizzy seria minha para sempre e um pedaço de mim acreditava que ela já sabia disso. Não pude evitar de sorrir com tudo aquilo abraçado à minha eternidade!