Friends By Fate

Com-pras!


O grupo de Afrodite foi o único que teve o luxo de acordar mais tarde. Mesmo assim, o dia não começou do melhor dos jeitos para os garotos.

- Não, não, e não! – Falou Afrodite cruzando os braços – Chamam isso de reto? Arrumem novamente!

Mateus revirou os olhos.

- Mas... Afrodite! A cama já está arrumada! – Falou ele cansado.

- Olha só para esse lençol! – Afrodite apontou para a cama que parecia humanamente normal – Está um horror. Totalmente desalinhado! Não é mesmo, Rita?

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Rita assentiu concordando com ela. Não que ela quisesse evitar uma briga com a própria mãe, mas porque ela realmente achava que estava torto.

- Vocês só podem estar de sacanagem! – Protestou Vinícius chutando um travesseiro que estava no chão.

- O que? – Afrodite fez uma cara de choque – Não xingue na presença de uma dama. Isso é muito rude.

Afrodite apontou uma de suas longas e bem feitas unhas para ele e a boca de Vinícius se fechou com um durex. Rita riu baixinho.

- Amei! Eu consigo fazer isso também, mãe? – Perguntou ela.

- Você não tem idéia do que você pode fazer, meu bem. – Afrodite piscou para ela e chegou perto de seu ouvido – Vou te ensinar a fazer os garotos comerem na palma da sua mão.

- Ah, eu não gosto de nenhum garoto por enquanto. – Falou Rita. Mas mesmo assim a idéia de controlá-los a fez sorrir.

- Tsc! Eu não estou falando deles. – Afrodite apontou para Vinícius e para Mateus – Estou falando dos mais gatos e lindos. Se bem que eles podem servir para algumas tarefas.

Rita adorou aquilo. Ela olhou para a sua cama que ainda precisava ser arrumada e suspirou. Nunca gostou de arrumar a cama. Foi aí que ela teve uma idéia. Afrodite tinha dado para ela um colar hipnotizador como presente. Aquilo cairia muito bem.

Enquanto os garotos tentavam arrumar suas camas novamente, Rita se aproximou de Vinícius.

- Ei, Vinícius... A sua cama está muito bem arrumada. – Comentou ela – A minha ainda está uma bagunça... Eu simplesmente não consigo arrumar!

- E daí? – Perguntou Vinícius desinteressado. Rita pôs as mãos na cintura.

- Daí... Que seria muito legal da sua parte se você me desse uma mãozinha. – Ela falou sorrindo de leve.

- Nem pensar! Isso já me deu trabalho o suficiente! E ainda por cima, a sua mãe não para de reclamar comigo. – Queixou-se ele.

Rita levantou o colar na frente dos olhos de Vinícius e ele parou para observá-lo.

- Acho que você não entendeu. Eu pedi para você...! – Rita foi interrompida.

- Ei, Rita. Deixa que eu arrumo para você. – Ofereceu-se Mateus já pegando os lençóis – Se você não se importar dela ficar que nem a minha, é claro.

Afrodite fez um “Aaaaw!” e observou a conversa dos dois.

Ela piscou os olhos e olhou para a cama de Mateus notando que não estava lá tão ruim. Rita franziu o cenho.

- Sério? Você arruma para mim? – Ela perguntou sem acreditar. Nem precisou hipnotizá-lo para isso.

- Ah, por que não? – Mateus encolheu os ombros – Se deixasse Vinícius fazer isso, a cama ficaria igual a cara dele.

Mateus fez uma careta e ela riu. Ela olhou para Vinícius e percebeu que ainda estava parado olhando o colar. Rita resolveu aproveitar a oportunidade.

- Vinícius. – Cantarolou ela com um sorriso maligno no rosto – Eu quero que você desarrume a sua cama agora.

- Aham... – Fez ele obedecendo a ordem. Quando ele terminou, piscou os olhos várias vezes, e só então se tocou do que tinha feito – Ei! Eu... Baguncei tudo de novo?!

- Arrume logo isso! – Exigiu Afrodite – Camas bagunçadas não são nem um pouco elegantes! Quer que pensem que somos desleixados?

- Mas... É para isso que existem camareiras! Para arrumarem as camas! – Protestou Vinícius.

- Não se você é capaz de fazer isso por conta própria. E também... Elas não devem saber arrumar as camas direito. – Falou Afrodite.

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- Elas trabalham com isso! – Exclamou Vinícius – E a droga da cama nem é sua!

- Não fale assim comigo, mocinho! – Afrodite estalou os dedos um travesseiro acertou a cara de Vinícius.

- Pare de ser grosso com a minha mãe, Vinícius! Arruma logo a sua cama. – Exigiu Rita.

- Nem você arrumou a sua cama! – Protestou Vinícius apontando para Mateus – Ele que fez isso para você!

- Aaaw... E não é um cavaleiro? – Afrodite alisou o cabelo de Mateus e ele se derreteu – Garotos que nem você estão em falta no mercado, sabia?

- Bah... Ah, ãhm... – Fez Mateus sem conseguir falar direito, e Afrodite riu.

Vinícius revirou os olhos e resmungou um pouco. Depois de mais algumas tentativas em arrumar a cama ele finalmente conseguiu que ela ficasse “razoável” aos olhos de Afrodite. Eles saíram do hotel e pararam na rua.

Mateus olho no seu relógio e viu que eram 8 da manhã.

- Para onde nós vamos? – Perguntou Rita á sua mãe.

- Uhm... Não sei. – Pensou Afrodite ajeitando a maquiagem com um pequeno espelho – Acho que nós podemos ir para o norte, certo? Tem um shopping com uma promoção divina lá! Você vai a-mar!

- Ei! E quanto ao objeto perdido? – Lembrou Vinícius – Nós não temos que achar ele?

- Ah... Talvez ele esteja em uma das prateleiras de 50% de desconto. – Falou Afrodite encolhendo os ombros – Mas quem liga? Francamente... Sair por aí procurando uma coisa qualquer só porque ela pode ser perigosa, e blá blá blá... Argh! Se fosse tão poderosa, nós saberíamos o que era.

Todos franziram o cenho olhando para ela. Afrodite era uma Deusa (e provavelmente a única) que não se importava com a profecia.

- Mãe... Isso é importante. E parece ser bem perigoso. Nós temos mesmo que achar esse objeto. – Insistiu Rita, e Afrodite revirou os olhos.

- Ai... Certo. Vamos então. Mas para o norte, certo? – Ela falou. Afrodite foi até a beira da calçada.

- Que droga, hein? Não tem taxi nenhum aqui. – Comentou Mateus.

- Taxi! – Cantarolou Afrodite fazendo um sinal delicado com o dedo indicador. Seu vestido decotado em V, e suas elegantes pernas que pareciam ser esculpidas á mão fizeram todos os pedestres e motoristas pararem para olhá-la. Em questão de segundos 5 taxis apareceram na frente deles, prontos para uma corrida para qualquer lugar que Afrodite quisesse ir. – Que bom que apareceram, rapazes.

- Pode entrar aqui, senhorita. – Sorriu um senhor italiano ajeitando o pouco cabelo que tinha.

- Não! Aqui! Dou um desconto! – Sorriu um moreno musculoso com um sorriso cegante – Pode vir.

- Eu faço por um preço muito mais barato! – Protestou um homem com um palito de dente na boca que se mexia a cada palavra.

- Rapazes, por favor. – Riu Afrodite. Vinícius e Mateus imaginaram Ares fuzilando cada um dos taxistas com aquele olhar maligno e assustador dele, e tremeram nas bases – Bem... Acho que vou com você.

Afrodite sorriu para o motorista moreno, e ele abriu a porta do carro para ela. Ela sentou na frente, e os três sentaram no banco de trás. O carro acelerou e seguiu reto, deixando todos os outros taxistas para trás com uma expressão desapontada no rosto.

- Então... Para onde a senhorita deseja ir? – Perguntou ele sorrindo.

- Uhm... Não sei. Continua seguindo em frente. – Pediu ela – Vocês estão bem aí atrás, meus amores?

- Sim. – Responderam os três juntos.

- Ótimo. – Sorriu ela – Bem... Eu aviso se vir ou sentir alguma coisa, ok?

Ela virou para trás e piscou para eles, o que fez Vinícius e Mateus afundarem no banco com um sorriso bobo no rosto. Rita revirou os olhos.

- Garotos... – Ela resmungou.

Depois de alguns quilômetros eles começaram a sair da cidade, o que fez o taxista franzir o cenho de leve.

- Ahm... Para onde é que você queria ir mesmo? – Perguntou ele.

- Eu não sei. – Sorriu Afrodite como se aquilo fosse a coisa mais comum de todas.

- Ah. Claro... – Falou ele assentindo – É só que... Ahm... Já estamos saindo da cidade, e... O combustível...

- Ah! Pare aqui! – Exclamou Afrodite repentinamente.

O motorista freou assustado, e todos sentiram o impacto com o sinto de segurança.

- Chegamos. – Sorriu Afrodite. Eles tiraram os cintos e desceram do veículo. Assim que Afrodite começou a se afastar com eles, o taxista a chamou novamente. – O que foi?

- O pagamento. São 60 dólares com o desconto. – Falou ele.

- Ah, sim. Eu havia me esquecido. Mas... 60 dólares? – Perguntou Afrodite erguendo uma sobrancelha graciosamente – Não acha que é um pouco caro demais?

O taxista se sentiu a pior pessoa do mundo. Ele abaixou a cabeça, e depois que a ergueu novamente já tinha o que dizer.

- Sinto muito, senhorita. Que tal um preço mais baixo? Eu não sei onde eu estava com a cabeça. – Ele falou com um sorriso desajeitado.

Os três olharam para a Deusa. Sabiam que ela não devia ter dinheiro, por isso começaram a procurar nos bolsos por qualquer nota, mas Afrodite levantou a mão em sinal para eles pararem. Ela desfilou até a janela do carro. A cada passo que ela dava o motorista sorria um pouco mais.

- Um preço mais... Baixo? – Ela se curvou para poder olhá-lo nos olhos, e seu decote em V chamou a atenção do motorista – Uhm... E quanto seria o seu mais baixo?

O motorista se engasgou. Ele não sabia se olhava para Afrodite, ou para o decote em V dela. Ele tentou ficar o mais concentrado possível, mas aparentemente aquilo não estava dando certo.

- Ahm... Eu... Não sei. Bem... Mais baixo. – Falou ele para o decote.

- Eu estava pensando em... Que tal... Nada? – Ela sugeriu – É que no momento eu estou um pouco... Apressada, entende? Que tal nós marcamos para eu te pagar depois, hein? Uma próxima vez.

- Claro. Eu ia adorar uma próxima vez. – Ele assentiu hipnotizado por ela – Nossa! Como você é linda!

Afrodite se afastou e riu.

- É eu sei. Meu namorado fala isso. – Ela saiu andando e os três a seguiram – Uma próxima vez então? Tchauzinho!

O motorista ficou boquiaberto enquanto ela se afastava. Demorou alguns dias para ele se tocar que havia sido engano, mas aquilo não parecia incomodar Afrodite.

Porém... Rita pensava de forma diferente.

- Aquilo foi incrível! Você passou a perna naquele cara, e o idiota nem se tocou! – Exclamou Vinícius admirado.

- Foi mesmo! – Assentiu Mateus impressionado.

- Aquilo foi errado. – Resmungo Rita – Como vocês podem gostar disso?

- Por onde eu começo? – Perguntou Vinícius olhando as pernas de Afrodite.

Rita deu um soco no braço dele, e Vinícius resmungou algumas coisas.

- Você deve poder fazer isso também, Rita. – Disse Mateus.

- Eu não quero enganar os outros desse jeito. – Falou ela cruzando os braços – Isso não é honesto.

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- Somos meio-sangues. Estamos acima da lei. – Falou Vinícius.

- Você é um idiota. – Retrucou ela.

- Chegamos! – Anunciou Afrodite.

Eles pararam e olharam para a construção na sua frente. Era um shopping enorme. Várias paredes eram feitas de vidro dando um aspecto moderno ao lugar. O interior era maior do que quatro estádios de futebol juntos. Assim que os três bateram os olhos lá, eles sabiam que era um shopping onde só as pessoas que eram podres de ricas entravam.

Todos eles estavam vestindo roupas comuns. Vinícius estava com o casaco que Dionísio lhe dera, e Rita e Mateus estavam com a camisa laranja do Acampamento. Todos de jeans pareciam um trio de adolescentes indo para um excursão. Se não estivessem com Afrodite, os seguranças nunca os deixariam entrar lá.

- Tem certeza que é aqui? – Perguntou Rita incerta.

- Sim. Tem algo aqui... Eu posso sentir. – Afirmou Afrodite – É um pressentimento muito forte.

- Esse seu pressentimento tem alguma coisa a ver com o shopping estar tendo uma liquidação total de 50% de desconto? – Perguntou Mateus.

- Uhm... Não. Sim... Talvez. Vamos verificar de qualquer jeito. – Falou Afrodite por fim – Começando por aquela loja de sapatos magnífica!

Os olhos de Rita brilharam junto com os de Afrodite, e as duas saíram em disparada até lá. Os garotos reviraram os olhos, suspiraram, resmungarem, mas acabaram seguindo as duas.

Depois de passarem milhares de horas sentados nos bancos da loja de sapatos, Mateus começou a ficar inquieto.

- Será que nós não podemos sair um pouco? Não consigo ficar muito tempo parado. – Falou ele mexendo o pé freneticamente.

- Eu tinha esquecido que você é hiperativo. – Disse Rita ao olhar o pé dele – Mas... Eu acho que é perigoso demais nós nos separarmos.

- Ah... Mas eu tenho as minhas armas. Posso me cuidar. Por favor... Eu só preciso de um minuto. – Pediu ele com olhos de cão abandonado, que acabaram chamando a atenção de Afrodite.

- Aaw... Você não é mesmo uma gracinha? – Falou ela sorrindo para ele como se Mateus fosse um filhote de cãozinho – Tudo bem. Pode ir, mas volte logo, certo?

Mateus pulou da cadeira e comemorou feliz. Ele saiu da loja correndo, e Vinícius quis fazer o mesmo. Ele já não agüentava mais ver saltos altos na sua frente.

- Eu posso ir também? – Pediu ele tentando imitar os olhos que Mateus fizera – Por favor...!

- Não. – Respondeu Afrodite sem nem olhar para ele – Você devia aprender a se comportar melhor. Encare isso como um castigo pela sua boca suja.

Vinícius estava pronto para protestar, mas antes que pudesse dizer alguma coisa uma chuva de saltos altos voarem na direção dos três.

- O que é isso?! – Exclamou Rita se protegendo.

A garota extremamente linda que estava atendendo eles tinha um sorriso maligno no rosto. Seu cabelo brilhava como fogo. Ela lambeu os lábios bem devagar.

- Uhm... Meio-sangues. Quanto tempo eu não faço um lanchinho! – Sorriu ela.

Do lado de fora da loja Mateus pode ouvir os gritos dos amigos. Ele estava sentado na beira de um chafariz que ficava logo na frente da loja. Seus olhos correram para lá e encontraram a luta.

- Rita! – Exclamou ele ao ver a garota partir o banco onde Rita estava com as unhas – Eu já estou indo!