Aren't we all bad? — BELLATRIX

Bellatrix olhou o que era antes um belo coelho, ele se contorcia e agoniava, até finalmente parar, imóvel. Ela sorriu, os olhos tão doentes quanto qualquer maniaco que se preze.

Fazia tempos que não torturava ninguém, e apenas por falta de tempo do que outra coisa. Seus pais estavam a procura de um noivo de uma boa família para ela, mas casar não estava nos seus planos. Tinha nojo de homens. Nojo. Sua missão na terra era poder matar quantos pudesse.

Bellatrix tem psicopatia, mas só redireciona sua doença para os humanos do sexo masculino, é raro torturar mulheres, em geral, até que gosta delas, mesmo as que são trouxas.

Sua família é uma das mais tradicionais do mundo bruxo, sempre fazendo casamentos arranjados. As mulheres de sua família são criadas para servir seus maridos, não importa o quão medíocres eles sejam. Em sua família, na verdade, na maioria do mundo bruxo, é comum que as mulheres sejam violentadas de todas as formas possíveis e imagináveis. É a regra: as mulheres nada mais são objetos de reprodução e enfeite para os homens. Uma vez soube que seu tio Pollux queimou os cabelos de sua mulher, pois seu vestido de gala mostrava um pouco de suas panturrilhas.

Bellatrix acha que os homens merecem morrer. Desde criança, antes mesmo de saber que tinha a sua doença, imaginava formas de machucar seus tios e seu pai. Já fora quase violentada uma vez por um primo distante.

Ela não ama sua família, pois a sua doença não permite tal coisa, mas não machucaria nenhuma mulher a não ser que fosse extremamente necessário.

Bellatrix tem falta de empatia, culpa, e remorso.

Infelizmente só torturou dois homens em sua vida, machuca os animais porque precisa fazer isso, fica em abstinência se não o faz. Em sua mente há milhares de vozes a guiando e dizendo o que deve fazer. Ela as adora, não sabe o que faria sem as vozes em sua cabeça.

Há um ditado que diz que não se nasce mau, torna-se. Bellatrix discorda. É da natureza do homem ser ruim, ele é cruel e egoísta, a única coisa que pensa é em seu próprio prazer, se não houvesse as leis que os punissem matariam seus irmãos por um galeão.

Naquele dia marcara um encontro com um homem que tocara intimamente sua irmã Narcisa sem sua permissão. Soube que era um mestiço pobre e sem família, estava planejando sua morte há semanas. O faria sofrer de uma forma que ele se ajoelharia e imploraria pela sua morte.

Voltou para seu quarto na Sonserina, se arrumando de maneira calma. Colocou um belo vestido bordô e botas, seus brincos de esmeralda nunca deixavam suas orelhas. Passou um dos seus perfumes favoritos e seu batom. Sorriu.