Forças do Destino I, Romeu e Julieta

A Nova Julieta, parte I


Forças do Destino I
Capítulo 05 - A Nova Julieta
Parte I

-Ai, ai... Que noite magnífica – disse Hermione, alegre, ao acordar no dia seguinte, sentando-se em sua cama e espreguiçando-se. – Quem sabe hoje, eu não descubro que tudo não passou de um pesadelo? E que nada aconteceu... Seria tão bom se isso fosse possível! – enquanto esfregava os olhos, Hermione colocou as pernas para fora da cama e, perplexa, falou – Ih... Eu dormi sem coberta! Devia estar cansadinha demais pra dormir assim... – levantando-se da cama, Hermione espreguiçou as pernas e, após agitar os braços para cima, ela os abaixou e sorriu.
Ela desceu as escadas do dormitório e, no salão comunal, desceu as escadas que davam para o banheiro do salão. Chegando lá viu várias garotas de vários anos entrando, tomando e saindo do banho. Entrou em um dos vários Box do banheiro, fechou a porta dele, despiu-se de pouco a pouco, cada vez mais feliz pelo dia perfeito que ela pensava que viria pela frente. Com as roupas no braço, ela usou a varinha para mandá-las para a lavanderia e depois abriu o chuveiro. Depois de esperar que a água estivesse numa temperatura agradável, ela entrou em baixo do chuveiro e deixou que a água limpasse todo aquele pesadelo do seu corpo. Sentiu a água molhar cada parte de seu corpo. Pegou o sabonete do Box e passou-o pelo corpo. Depois, deixou que a água levasse o sabão que ela havia passado em seu corpo e junto todas as impurezas. Pegou um shampoo dois em um (shampoo e condicionador juntos) e passou em seu cabelo. Massageou bem o cabelo, tentando relaxar e esquecer-se de tudo. Terminando de massageá-lo, Hermione tirou o shampoo do cabelo com a água que caia do chuveiro e depois, de banho tomado, desligou o chuveiro e tirou o excesso de água do seu cabelo. Conjurou uma toalha e com ela na mão, começou a secar-se. Seca, ela abriu a porta, saiu do Box e foi para outro, que estava na frente do que ela estava, mas, que não tinha chuveiro, feito para que as garotas pudessem se trocar sem molhar as suas vestes. Lá dentro, com a porta fechada, ela conjugou suas roupas e mandou a toalha para a lavanderia. Vestiu-se rapidamente e, pronta, saiu do Boxsubiu as escadas e subiu direto para seu dormitório.
No dormitório, ela foi até seu criado mudo e passou seu perfume, feliz da vida. Depois, colocou a meia e o sapato. Pronta, ela desceu as escadas saltitando e viu que havia alguns alunos no salão comunal. Muito feliz Mione deu bom dia a todos, que estranharam a felicidade da garota, mas ela não ligou para o que estavam dizendo. Passou pelo retrato da Mulher Gorda que chiou pra ela. Como estava de muito bom humor, Hermione falou para que não ficasse se remoendo.
-Ficar se remoendo, minha querida Mulher Gorda, é o mesmo que tomar veneno e desejar que outra pessoa morra. – disse Mione, saltitando para lá e para cá. Depois desceu as escadas cantando, dançando, saltitando, dando bom dia a todos que ela via até mesmo aos sonserianos, alunos para quem ela geralmente viraria a cara.
No saguão de entrada, viu Draco Malfoy indo para o salão principal tomar café. Estava indo com seus colegas e por algum motivo, naquele momento ele andava de costas, olhando fixo para ela. Hermione sorriu e abriu a boca para dar bom dia, mas, a voz dela não saiu; ela não conseguiu emitir nenhum som. Preocupada, ela colocou as mãos em sua garganta. Mas depois que Draco desapareceu de vista, ela conseguiu emitir sons com suas cordas vocais. Hermione se despreocupou, voltou a saltitar e foi para o salão principal.
Quando chegou ao salão principal, Hermione caiu em si e voltou para a realidade. Harry e Rony estavam longe um do outro (com cara feia), vários grifinorianos olharam feio para Mione pelo que ela havia feito com Rony e, para o total e completo sofrimento de Hermione (apesar dela não saber) , Draco estava conversando com Jenny com um sorriso abobalhado.
A garota colocou as mãos no rosto e abaixou a cabeça, entristecida. Por mais que ela realmente quisesse e desejasse, tudo o que havia acontecido não havia sido um sonho e, mesmo que parecesse, ela nunca iria mudar a realidade.
Ainda com as mãos no rosto e com a cabeça baixa, Hermione virou-se e saiu correndo, chorando pelo que estava acontecendo com ela. Como estava com a mão no rosto, a mão impedia Hermione de ver qualquer coisa que estivesse em sua frente. Sendo assim, Hermione acabou dando um encontrão em Aaron no saguão de entrada. Ela só não caiu porque o garoto a segurou pelo braço quando ela estava começando a cair.
Soltando-se de Aaron, Hermione, colocou a mão esquerda na cabeça, tentando se recompor. Olhando fixo para os olhos de Mione, Aaron viu-os cheios de lágrimas. Realmente preocupado, ele perguntou se estava tudo bem.
-Por que isso tem que acontecer comigo?
-O que?
-Está tudo de pernas pro ar. Tá tudo errado!
-Calma Hermione. Você quer conversar?
A garota não disse nada. Olhou para Aaron e por um momento pensou que ele até poderia vir a ser um grande amigo. Ainda olhando para Aaron, ela apenas balançou a cabeça afirmativamente. Por um momento, ela se esqueceu das suas tristezas e foi com Aaron para fora do castelo. Eles caminharam pelo jardim da escola, conversando sobre a vida. Enquanto conversava, Hermione percebeu que Aaron tomou todo cuidado para não tocar em assuntos delicados antes da hora. Cansados de andar, eles sentaram em frente ao lago. Pensativa, Hermione falou para si mesma:
-Tudo que muda minha vida acontece aqui, em frente ao lago... Por que será?
-O quê?
-Nada, não... Eu estava apenas pensando com meus botões.
-Ãh?
-É uma expressão... O povinho sem cultura!
-Bebeu foi?
-Não... É que minha família não é bruxa e, eu cresci entre não-bruxos... E aprendi expressões que eles falam e, por sinal, que eu também falo.
-Que gozado!
-Ei!
-Desculpa...
Os dois ficaram em silêncio por uns cinco minutos, observando o lago e os seres que habitavam nele e vinham para a superfície ver os alunos da escola.
-Por que você estava chorando?
-Por que eu sou idiota, só isso!
-Não seja boba...
-Eu sou boba, tá?
Silêncio novamente. Porém este foi mais curto, pois logo Hermione continuou a conversa.
-Você escolheu uma péssima hora para me encontrar!
-Acho que foi você que escolheu a hora! Você que estava correndo na minha direção e não eu!
-Oh! Jura? Eu não sabia...
-Agora você sabe!
-E você acha que sabe muito, né?
-Sei... Sei até que você a... – antes de terminar a frase, Aaron parou de falar, pois estava entrando em assuntos que não o interessava.
-Vamos... Fale logo o que você pensa que sabe!
-Eu sei que você ama o Malfoy!
-O QUÊ? – Hermione deu um pulo e se levantou do chão, perplexa com o que Aaron havia dito – VOCÊ PIROU? – Hermione estava praticamente gritando com Aaron, que ria. – Eu... Eu... ODEIO O MALFOY, viu? E-E-E... E sendo assim, eu... Eu não poderia er... Ama-lo, pois eu odeio aquela praga!
Ainda rindo, Aaron levantou-se e ficou frente a frente com Hermione.
-Você gosta dele sim...
Hermione ficou com raiva. Ia fazer aquilo de novo. Ela tentou se segurar. Tentou, tentou, tentou e, por fim, estava conseguindo.
-E não negue.
Agora fora a gota d’água que transbordou o copo de Hermione. Com raiva e entristecida, Hermione, juntou toda sua força na mão direita e soltou a mão no rosto de Aaron, que após receber o tapa, colocou a mão esquerda no lado machucado do rosto e olhou assustado para Hermione.
-EU NÃO AMO O MALFOY! EU O ODEIO! Nunca se esqueça disso ou também vou odiá-lo. – após terminar de falar, Hermione virou-se e foi correndo para dentro do castelo. Lá dentro, no saguão de entrada, olhou para o seu relógio e viu que ainda dava tempo de fazer o que queria. Correndo, ela subiu todas as escadas e foi a o sétimo andar. Lá, disse a senha para a Mulher Gorda, que além de abrir passagem rapidamente e sem reclamar, sorriu ao ver a garota.
Hermione agradeceu a Mulher Gorda, entrou rapidamente no salão comunal e subiu correndo para seu dormitório. Ao chegar lá, viu que não tinha ninguém, foi em direção do seu criado mudo, abriu a gaveta, tirou de lá o diário que havia ganhado de Rony e fechou a gaveta. Pegou uma de suas penas e começou a escrever um poema no diário. Só conseguiu escrever duas frases, pois logo seu despertador tocou. Ela o deixava ligado para quando ela estivesse no dormitório, não se atrasasse. Rapidamente, Hermione fechou o diário, colocou-o em baixo da cama, desligou o despertador, pegou seu material e, correndo, desceu as escadas. Passando pelo retrato da Mulher Gorda, Hermione disse tchau para a “porteira” e desceu correndo as escadas. Naquele dia, sua primeira aula era Runas Antigas. Sendo assim, ela desceu até o quinto andar e lá, entrou a na terceira sala do corredor à esquerda.
Dentro da sala, viu que somente seis alunos haviam chegado além do professor. Sentou-se no lugar que costumava sentar, na primeira carteira do meio, em frente à mesa do professor, colocou o material em cima da mesa e esperou que a aula começasse. Não demorou muito, todos os alunos já estavam na sala e o professor começou a aula.
Embora gostasse muito da aula e da matéria de Runas Antigas, naquela manhã Hermione não estava nem um pouco interessada na aula. Tudo em sua vida estava mudando e tudo a estava a transtornando. Por mais que tentasse, a angústia não deixava que as aulas valessem algo. Tudo que o professor falava entrava por um ouvido, dava uma volta pelo cérebro brilhante de Hermione e saia pelo outro, impossibilitando-a de se lembrar de qualquer coisa. Tanta era a distração em seus pensamentos que havia coisas que ela não ouvia ou não entendia. Cansada, ela decidiu que iria pedir matéria para um de seus colegas de classe ao final da aula, assim, não iria ficar atrasada com a matéria.
Ela pegou um pergaminho e uma pena. Molhou a pena no tinteiro que ela havia posto sobre sua mesa e começou a escrever. Escreveu durante quase toda a aula. Quando o professor passava para ver se os alunos estavam fazendo a lição passada, ela abaixava a cabeça, de um jeito com que ela pudesse escrever sem que o professor visse o que ela escrevia.
Hermione terminou de escrever o que queria pontualmente quando tocou o sinal do final da aula. Ela passou os olhos pelo que havia escrito. Vendo tudo certo, tampou o tinteiro e guardou-o em sua maleta junto com a pena e o pergaminho que havia utilizado. Pegou seu horário para ver que aula tinha a seguir e depois de ver que era Transfiguração, guardou-o de volta em sua maleta. Ela levantou-se da carteira e saiu da sala, seguida de outros alunos que também se atrasaram um pouco vendo qual seria a próxima aula deles. Rapidamente, ela correu para as escadas e desceu para o terceiro andar. Correu pelo corredor e chegou à frente da sala de Transfiguração. Respirou aliviada: havia chegado antes do início da aula.
Entrou na sala e procurou Harry e Rony. Eles já haviam chegado, mas cada um ocupava uma carteira, longe um do outro. Rony estava sentado com Dino Thomas e Harry, com Neville. Hermione sentou-se no fundo da sala, sozinha, enquanto entravam alunos e mais alunos na sala. Em um pouco menos de três minutos, todos estavam na sala.
Hermione fora obrigada a sentar com Padma Patil, já que quando a corviana chegara, não havia mais nenhum lugar a não ser ao lado dela. Por sorte, Padma não perguntara nada sobre Aaron, Draco, Rony ou Harry. Para felicidade de Hermione, Padma se mostrou bastante preocupada com ela. Perguntou se estava tudo bem, se estava preocupada com algo, se precisava desabafar. Hermione simplesmente respondeu que precisava mais do que nunca de uma amiga que a ajudasse.
Sussurrando, as duas conversaram a aula toda, sem que a professora percebesse. Ao tocar o sinal, Hermione despediu-se de Padma e foi para sua aula de Aritmancia. Como estava um pouco melhor por ter desabafado com Padma, a garota conseguiu prestar atenção na aula e fez anotações, como sempre fazia, com todos os detalhes da explicação do professor. Até quando o professor expirava, Hermione anotava, para não esquecer nada.
Terminada a aula, Hermione foi para o salão principal para almoçar. Sentou-se no primeiro lugar vazio que viu não ligando para os olhares frustrados e arrogantes que os grifinorianos davam para a garota. Ela comeu calmamente, com todo tempo do mundo, como não comia havia tempo. Conversou com o grifinorianos que estavam ao seu redor. A princípio, eles a respondiam com respostas curtas e secas, mas, depois, foram amolecendo com o doce sorriso de Hermione, e conversaram normalmente com a garota. Aos poucos, sem perceber, Hermione estava reconquistando a confiança que havia perdido em relação aos grifinorianos.
Nas aulas que se seguiram ao almoço, Hermione voltou a ser o que era. Naquele dia, ela ganhou mais pontos que em todos os outros dias, fazendo a Grifinória passar a frente de Sonserina e depois, Lufa-Lufa, ficando em primeiro lugar na Copa das Casas, o que fez que os grifinorianos voltassem a gostar um pouco mais dela.
-Parabéns, Mione. – disse Gina à garota, quando Hermione saiu da sua última aula do dia: Feitiços. Desde o dia em que Hermione fora beijada por Aaron, Gina não falava mais com ela, como se ela tivesse a traído.
-Obrigada Gina. – respondeu Mione para a ruiva, com um sorriso aberto no rosto, feliz por ter voltado a ser quem ela er. Hermione avistou Padma e, ainda sorrindo, disse para Gina – Se você não se importa, eu preciso falar com uma pessoa.
Gina balançou a cabeça afirmativamente, piscando e Hermione desceu as escadas com o passo um pouco mais rápido, praticamente correndo. Padma não estava muito longe, então, logo, Mione a alcançou.
-Padma! – falou Hermione, para chamar a atenção da garota para si. Padma virou-se para ela e sorriu ao ver Hermione.
-Oi... – ela disse, sorrindo.
-Eu... – começou Hermione, mas parou para respirar. – Eu queria te agradecer pelo apoio que você me deu quando eu mais precisava.
-Não seja por isso. Vamos jantar?
-Claro!
Terminando de falar, Hermione desceu as escadas com Padma e as duas foram para o salão principal. Lá, se despediram e foram cada uma para mesa de sua casa. Hermione sentou-se perto de Rony sem que ele percebesse, que, mesmo chateado, sorriu ao ver a garota perto de si. Hermione sorriu em retribuição e nada mais precisava ser dito. Rony balançou a cabeça afirmativamente, dizendo sem palavras que estava tudo bem, que ela não precisava se preocupar porque já havia passado. Eles deveriam viver o presente, somente o presente, esquecendo o passado e nem sequer pensando no futuro.
Naquele momento, mais do que nunca, sem o peso que nunca tivera na consciência, Hermione mudou para o lugar que estava à frente de Rony e jantou conversando com o garoto, como se nada tivesse acontecido e a amizade deles fosse a mesma de sempre.
Quando terminou o jantar, Hermione levantou-se do seu lugar, limpou as vestes e caminhou com Rony até o saguão de entrada. Juntos subiram as escadas até o quarto andar, onde Hermione se despediu do amigo e foi para a sala de teatro, enquanto Rony ia para o salão comunal da Grifinória. Chegando lá, Hermione viu que vários alunos já estavam na sala como sempre sentados, conversados ou ensaiando suas falas. Com todos os alunos do curso na sala, a professora Trelawney começou a ensaiar a parte em que Romeu fazia juras de amor a Julieta, que estava em sua varanda.

[Draco]
No céu, o olhar de minha amada flutuaria pelo éter, tão brilhante que os pássaros começariam a cantar, pensando que era dia. Oh, como ela apóia o queixo na mão! Ah, se eu fosse uma luva, para vestir aquela mão, para tocar aquela face!
[Hermione]
Ai de mim!
[Draco]
Ela disse alguma coisa. Ah, fale outra vez, anjo de luz! Pois tu és tão gloriosa nesta noite, pairando sobre minha cabeça, como um mensageiro alado do paraíso, para quem se eleva os olhares espantados dos simples mortais que caem de costas só para contemplá-lo quando ele monta em nuvens vagarosas e desliza sobre o coração do espaço.
[Hermione]
Ah, Romeu, Romeu! Por que tinhas de ser Romeu? Renega teu pai, rejeita teu nome; e, se assim não quiseres, jura então que me ama e deixarei de ser uma Capuleto.
[Draco]
Devo escutar mais, ou devo falar agora?
[Hermione]
É só teu nome que é meu inimigo. Mas tu és tu mesmo, não um Montéquio. E o que é um Montéquio? Não é mão, nem pé, nem braço, nem rosto, nem qualquer outra parte de um homem. Ah, se fosses algum outro nome! O que significa um nome? Aquilo a que chamamos rosa, com qualquer outro nome teria o mesmo e doce perfume. E Romeu também, mesmo que não se chamasse Romeu, ainda assim teria a mesma amada perfeição que lhe é própria, sem esse título. Romeu livra-te de teu nome; em troca dele, que não é parte de ti, toma-me inteira para ti.
[Draco]
Tomo-te por tua palavra; chama-me de teu amor, e serei assim rebatizado; nunca mais serei Romeu.

Ouvindo Draco recitando a frase, Hermione viajou. Foi até Júpiter e só voltou porque Trelawney, docemente, a chamou.
-Srta. Granger.
-Ai! Desculpa. Distraí-me.
-Tudo bem. Vamos continuar.

[Draco]
Nunca mais serei Romeu.
[Hermione]
Quem é esse homem que, assim envolto pela noite, tropeça em meu segredo?
[Draco]
Com um nome, não sei como te dizer quem sou. Meu nome, minha santa, é odioso a mim mesmo, porque é inimigo teu; se o tivesse escrito, rasgaria a palavra.

Novamente, Hermione desligou-se do mundo ouvindo Draco e, novamente, Trelawney chamou a atenção da garota.
-Não irá acontecer de novo, professora. Desculpe-me.

[Draco]
Se o tivesse escrito, rasgaria a palavra.
[Hermione]
Meus ouvidos ainda não saciaram a sede de uma centena de palavras articuladas por essa língua, e, no entanto conheço esse som; não és Romeu e um Montéquio?
[Draco]
Nem um, nem outro, bela santa, se te desagradam os dois.

Ao ouvir Draco falar “bela santa” Hermione suspirou e, distraída, perdeu a deixa.
-Srta. Granger – disse Trelawney, perdendo a paciência – Se você se distrair mais uma vez, terei que te substituir.
-E quem a senhora colocaria em meu lugar? – perguntou Hermione, em tom desafiador.
-Uma aluna que é tão capaz quanto à senhorita. E, nesse momento, parece ser melhor que você.
-E quem seria?
-Jenny Granger.
Ao ouvir o nome da “irmã”, Hermione passou os olhos pela classe e só então notou a presença da outra Granger. Vendo Jenny na sala, os nervos afloraram e ela, com raiva, disse.
-Ela não será a Julieta, pois eu sou a Julieta.
-Veremos. Continue Sr. Malfoy.

[Draco]
Se te desagradam os dois.

Prestando o máximo de atenção, Hermione disse suas falas com raiva.

[Hermione]
Como vieste parar aqui, conta-me, e por que razão? Os muros do pomar são altos e difíceis de escalar, e, considerando-se quem és, este lugar é sinônimo de morte no caso de um parente meu encontrar-te aqui.
[Draco]
Com as asas leves do amor superei estes muros, pois mesmo barreiras pétreas não são empecilho à entrada do amor. E aquilo que o amor pode fazer é exatamente o que o amor ousa tentar. Assim sendo, teus parentes não são obstáculos para mim.

Ouvindo a voz de Draco, Hermione acalmou-se um pouco, sem nem mesmo saber o porque.

[Hermione]
Se eles te vêem, vão matar-te.
[Draco]
Ai de mim! Teu olhar é mais perigoso que vinte das espadas de teus parentes. Basta que me olhes com doçura, e estou a salvo da inimizade deles.
[Hermione]
Por nada neste mundo quero que eles te vejam aqui.
[Draco]
Tenho o manto da noite para me ocultar dos olhos deles. E, se não me amas, deixa que eles me encontrem aqui. É melhor ter minha vida cercada pelo ódio de teus parentes que ter a morte prorrogada, carente de teu amor.

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