The House That Built Me

"Eu sei que eles dizem que
você não pode voltar para casa novamente
Eu apenas tive que voltar mais uma vez."
– The House That Built Me

– O que quer comigo? - Ele perguntou em um tom não muito bom. - Edward que é seu irmão, não eu. - Parou de me olhar e voltou a mexer em algumas coisas que estavam em sua mesa.

– Por favor León, é importante. - Pedi quase em súplica.

– Diga logo Violetta, daqui a pouco Perrie vem me procurar.

– Tudo bem, vou dizer...

– Rápido, não tenho todo o tempo do mundo para você.

– Eu... eu quero voltar para a sua casa. - Sussurrei com a cabeça abaixada.

– O que?

– Eu quero voltar para a sua casa. - Repeti um pouco mais alto.

– Não, eu entendi.

– Então por que perguntou 'o que'? - Levantei a cabeça brava.

– Para saber se havia ouvido certo.

– Ouviu certo.

– Por que?

– Por que o que?

– Por que quer voltar para casa? Descobriu que Edward não é tão bonito quanto parecia?

– É sério León! - Quase gritei.

– Então me diga porque.

– Ele me estuprou. - Voltei a sussurrar e abaixei a cabeça novamente.

– Oi?

– Não vou repetir para você ver se "ouviu direito", é constrangedor demais.

– Não, estou falando sério, dessa vez não entendi mesmo.

– Sério León?

– Sim, o que é constrangedor?

– Constrangedor não, humilhante.

– Tudo bem, o que é humilhante então?

– O Edward... - não consegui terminar.

– Ah, o Edward? Isso eu já sei! - Exclamou com ar de riso.

– Não León, o Edward, ele... ele me estuprou.

– O QUE? - Gritou. - Ah não, ele não fez isso.

– Fez...

– Eu vou matar esse cara. - Disse entredentes com os punhos cerrados.

– Calma León.

– Calma? Ninguém estupra a minha garota e fica por isso mesmo.

– Sua garota? - Perguntei com os olhos marejados.

– Sim, acha que só porque saiu de casa deixou de ser minha?

– Pensei que sim.

– Saiba que pensou errado então. - Acariciou minha bochecha. - Mas como assim ele te estuprou? - Olhou em meus olhos.

– Ele me maltrata muito León. - Senti algumas lágrimas molharem meu rosto. - E diz cada coisa, olha só. - Levantei as mangas de meu casaco e ele encarou meus pulsos cortados espantado.

– Meu Deus, Violetta. - As lágrimas começaram a escorrer de forma descontrolada por meu rosto e ele me abraçou. - Shh, calma. - Acariciou minhas costas. - Calma, eu vou cuidar de você. - Afagou meus cabelos.

– Vai? - Perguntei em meio aos soluços.

– Vou, vou te proteger. - Me soltou. - Você vai voltar para casa comigo hoje, Vilu. - Colocou as mãos em minha cintura.

– Jura? - Perguntei sorrindo.

– Juro. - Ele me puxou para mais perto e colou nossos lábios com um beijo gostoso.

"Pensei que se eu pudesse tocar este
local ou senti-lo,
Essa tristeza dentro de mim poderia
começar a curar
Aqui fora é como se eu fosse outra pessoa
Pensei que talvez pudesse me encontrar."
– The House That Built Me