Capítulo 2

Depois de um longo tempo e cansativo dia de trabalho juntando casais, Afrodite resolveu fazer uma coisa que não fazia à muito tempo: dormir em casa.

Assim que chegou lá, até pensou em procurar seu marido, mas sabia que ele ainda devia estar nas forjas.

Ela foi para o seu quarto, tomou um longo banho e se deitou em sua cama, porém passados trinta minutos e nada de seu sono chegar. Ela rezou para Hypnos mas nada de sono. Até que tentou fazer birra com o sono, dizendo à si mesma que ia ficar acordada por própria vontade, mas seu cansaço a estava vencendo; e em um momento uma ideia passou por sua cabeça: dormir na cama de Hefesto.

Os dois, por um pedido de Afrodite, dormiam em quartos diferentes, apesar de ela quase nunca dormir em casa; agora a deusa ficava imaginando como seria o cheiro de seu marido gravado nos travesseiros, a maciez dos lençóis que sua pele toca...

Ela deu um suspiro, deixando a ideia de lado, porém seu corpo fez exatamente o contrário; ele estava indo em direção do único outro quarto que era ocupado da casa.

Quando chegou, Afrodite se deparou com o que não esperava de seu marido; o quarto era todo arrumado, tinha uma cama de solteiro em um canto, algumas estantes com livros, uma mesa com alguns projetos e o que ela mais gostou de encontrar, na mesa de cabeceira, sua foto de casamento... A única foto que eles tem juntos.

Afrodite abaixou os olhos até chegar ao anel que usava na mão direita, sua aliança era de ouro branco com algumas pedrinhas de brilhantes em cima; e na parte de dentro estavam as letras H e A, junto à alguns corações e um martelo.

Ele foi feito pelo próprio Hefestom e era um trabalho tão delicado que quase não dava para acreditar que seu marido o tinha feito com aquelas mãos grandes que estavam sempre trabalhando com metais pesados.

No dia em que ganhou esse anel, Afrodite deu um pequeno beijo no deus ferreiro, o que os mortais chamam de "selinho"; e esse foi o único beijo que tinha depositado nos lábios de seu marido, agora se pegava perguntando como seria beijá-lo.

Com o máximo de coragem que conseguiu arrumar, a deusa de amor se deitou n cama de seu marido... "Que deveria ser minha também, na verdade, essa era uma cama para ser chamada de 'nossa'". Ela pensou amargurada; depois de uns cinco minutos, Afrodite pegou no sono, um sono tranquilo e sem pesadelos.

(...)