Foi Na Prisão De Azkaban...

O hipogrifo e seu cavaleiro


PDV Lyra

-Onde está o animal? –Ouvi a voz fria de Mcnair, o carrasco, soar dentro da cabana de Hagrid.

-Lá... lá fora. –Hagrid respondeu rouco, a voz irregular.

Mcnair colocou a cabeça para fora e Mione puxou a mim e ao Harry para detrás da árvore.

-Temos que esperar a oportunidade perfeita, certo? –Perguntei.

Mione acenou que sim.

-Nós... hum, temos que ler a notificação oficial da execução, Hagrid. Vou ser rápido, depois você e Mcnair precisarão assiná-la. Mcnair, você precisa escutar também, é de praxe...

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Então o carrasco saiu da janela e entrou.

Olhei para Hermione meio ansiosa.

-Essa seria a oportunidade? –Perguntei.

-Espera aqui Hermione. –Harry disse me puxando pelo braço.

Então Harry e eu saímos de atrás das árvores, pulamos a certa e fomos em direção ao canteiro de abóboras. A voz de Fudge recomeçou.

-Por decisão da Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas, o hipogrifo Bicuço, doravante chamado condenado, será executado no dia seis de junho ao pôr-do-sol...

Eu me aproximei de bicuço com Harry do meu lado, nós fizemos a reverência juntos, sem piscar, então bicuço abaixou os joelhos e tornou a se levantar. Me aproximei dele acariciando sua cabeça e fiquei de olho na janela enquanto Harry desamarrava a corda que o prendia a cerca.

-... Por decapitação, a ser executada pelo carrasco nomeado pela comissão, Walden Mcnair...

-Vamos bicuço... –Harry falou puxando a corda. –Nós vamos te ajudar...

-Quietinho, por favor, quietinho. –Eu sussurrei para ele alisando a sua cabeça.

-... Conforme testemunham abaixo, você assina aqui Hagrid...

Harry tentou puxar, colocou todo o seu peso na corda, mas Bicuço tinha cravado os pés no chão, peguei a corda e puxei junto com Harry.

-Bem, vamos acabar com isso. –A voz do velho da comissão soou. –Hagrid, talvez seja melhor você ficar aqui dentro...

-Bicuço! –Guinchei baixinho, desesperada.

-Não, eu... Eu quero ficar com ele... Não quero que ele fique sozinho... –Hagrid respondeu choroso.

-Bicuço, anda! –Harry sibilou.

Os passos soavam na cabana.

Puxei a corda com mais força junto com Harry e o hipogrifo começou a andar farfalhando as asas com irritação. Eu, Harry e Bicuço ainda estávamos há uns três metros da floresta.

-Um momento. –A voz de Dumbledore falou. –Você precisa assinar também Mcnair.

Então os passos na cabana pararam, Bicuço deu um estalo com o bico, irritadiço, Hermione estava atrás da árvore, seu rosto branco.

-Depressa! –Ela sussurrou.

Harry deu outro puxão na corda enquanto eu olhava para a cabana a cada segundo Bicuço começou a trotar de má vontade, conseguimos alcançar as árvores...

-Depressa! Depressa! –Hermione falou.

Soltei a corda e ela tomou o meu lugar, nos embrenhamos na floresta, já não podíamos ser vistos, mas também não vimos a horta.

-Pare! –Hermione falou. –Poderiam nos ouvir.

Então a porta da frente se abriu com violência e a voz do velho da Comissão soou fraquinha.

-Onde está ele? Onde está o bicho?

-Estava bem aqui! –Mcnair gritou. –Eu o vi! Bem aqui!

-Que extraordinário! –Dumbledore falou, com um tom de riso.

-Bicuço! –Hagrid exclamou com a voz rouca.

Então ouvi um barulho de lâmina cortando o ar e a pancada de um machado. O carrasco com raiva brandiu a coisa contra a cerca, suspirei feliz que aquela não era a cabeça de Bicuço e coloquei minha testa nas penas do seu pescoço, sorrindo.

-Foi-se! Foi-se! Abençoado seja, ele foi embora! Deve ter se soltado! Bicuçinho que garoto inteligente!

Bicuço puxou a corda tentando se soltar e voltar para Hagrid, mas Hermione, Harry e eu o seguramos, enterrando os saltos no chão para reter o bicho.

-Alguém o desamarrou! –O carrasco resmungou. –Temos que revistar a propriedade as floresta...

-Mcnair, se o hipogrifo foi realmente roubado, você acha que o ladrão o levou a pé? –Perguntou Dumbledore, divertido. –Procurem nos céus se quiseram... Enquanto isso... Eu gostaria de uma xicara de chá, ou um bom conhaque cairia bem Hagrid...

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-C-claro professor. –Hagrid respondeu ainda parecendo meio bobo. –Entre, entre...

Então houveram barulhos de passos, o carrasco xingou, um clique e silêncio.

-E agora? –Harry perguntou olhando para os lados.

-Vamos ter que nos esconder aqui. –Hermione falou abalada. –Precisamos esperar eles voltarem para o castelo. Depois esperamos até poder voar com Bicuço em segurança até a janela de Sirius. Ele não vai demorar lá mais duas horas... Ah, isso vai ser difícil...

-Pense no lado bom Hermione, a primeira parte já foi feita. –Falei olhando Bicuço. –Além do mais, o impossível parece ser normal, é coisa de dia-a-dia.

Os dois olharam para mim e começaram a rir. Então respiramos fundo expiramos.

-Temos que mudar de lugar. –Disse Harry voltando a se concentrar. –Temos que poder ver o Salgueiro Lutador ou não vamos saber o que está acontecendo.

-Ele está certo. –Falei suspirando.

-Ok. –Hermione concordou. –Mas lembrem-se, não podemos deixar ninguém nos ver.

Então fomos pela floresta, até um conjunto de árvores onde pudéssemos ver o Salgueiro lutador claramente, a noite já escurecia a nossa volta.

-Olha lá o Rony! –Harry exclamou de repente apontando para um vulto que corria pelos jardins o grito ecoando pelo ar parado da noite.

-Fique longe dele... Fique longe dele... Perebas, volta aqui...

Foi então que minha cabeça deu um estalo.

-Se escondam! –Chiei.

Sem saber exatamente o porquê, Harry e Mione foram para detrás de algumas folhagens.

Então Rony mergulhou. Dois vultos já podiam ser notados, o Harry e a Mione de lá tinham saído de baixo da capa.

-Te peguei, dá o fora seu gato fedorento. –Rony exclamou.

-O que foi? –Mione do meu lado perguntou assustada.

Eu apontei para cima, as janelas, os dois olharam naquela direção então viram, Rose e eu olhávamos os três nos jardins correndo atrás de Perebas.

-Caramba, como é estranho ver a mim mesma. –Falei chocada.

-Olha lá o Sirius! –Harry exclamou.

Então um grande cão negro saltou no peito de Harry e o derrubou, definitivamente aquele era o maroto, então ele mordeu a perna de Rony e o arrastou para dentro do buraco do Salgueiro.

-Parece ainda pior visto daqui, não é? –Harry disse para Hermione. –Ai... Olha, acabei de levar uma bela lambada da árvore... Você também... Que coisa esquisita...

O Salgueiro lutador continuava a balançar e dar golpes, Harry e Mione de lá andavam de um lado para outro tentando arranjar um lugar para entrar, quando de repente parou.

-Isso foi o Bichento apertango o nó. –Hermione me explicou.

No momento em que os dois entraram a árvore começou a se agitar, segundos depois Dumbledore, Mcnair, Fudge e o velho da comissão vinham subindo as escadas e os observamos até perdermos de vista.

Então de repente o Salgueiro lutador parou de se mover novamente.

-O que foi isso? –Harry perguntou.

-Bichento estava lá dentro, é impossível que tenha sido ele. –Hermione disse confusa.

Então eu apareci correndo nas escadarias do castelo, desesperada, e parei em frente ao Salgueiro.

-Foi Minam! –Lembrei. –Ele estava perto do Salgueiro me esperando.

Então eu entrei no Salgueiro.

Durante alguns minutos os jardins ficaram desertos.

Então...

-Aí vem Lupin e Nate. –Harry disse.

As nuvens estavam obscurecendo toda a luz da lua, os dois desceram correndo até o Salgueiro lutador onde Lupin apanhou um galho longo e apertou o nó da árvore. Os dois sumiram no buraco entre as raízes.

-Se ao menos ele tivesse apanhado a capa. –Harry falou. –Está caída bem ali...

-Parece uma tentação tão grande. –Falei mais para mim mesma do que para um dos dois.

Então ele se virou para Hermione.

-Se eu desse uma corrida agora e apanhasse a capa, Snape nunca poderia se apoderar dela e...

-Harry, nós não podemos ser vistos! –Hermione falou.

-Como é que você aguenta isso? –Harry perguntou impetuosamente. – Ficar parada e olhar toda a coisa acontecer? Eu vou lá pegar a capa!

-Harry não!

Hermione o puxou pela blusa no exato momento em que Hagrid apareceu cambaleando bêbado e cantava uma melodia meio descoordenada.

-Viu? –Hermione exclamou. –Viu o que teria acontecido? Temos que ficar escondidos!

Então bicuço puxou a corda querendo ir em direção a Hagrid.

-Não Bicuço! –Falei o puxando.

Harry veio em minha direção e me ajudou a puxá-lo, quando Hagrid desapareceu de vista o hipogrifo baixou a cabeça tristemente.

Dois minutos depois as portas se abriram e o professor Snape saiu decidido, ele parou derrapando em frente ao Salgueiro e apanhou a capa de invisibilidade.

-Tire as suas mãos imundas daí! –Harry rosnou.

-Psiu! –Hermione reclamou.

-Harry você tem que aceitar que não pode mexer nos fatos, isso tudo já aconteceu. -Eu disse suspirando baixinho. –Vamos só fazer o que viemos fazer tudo bem?

Snape apanhou o galho que Lupin usou e apertou o nó da árvore, entrando pelos galhos também.

Poucos minutos as portas se abriram novamente.

-É a Rose. –Hermione falou preocupada.

Vi ela usar um feitiço e a árvore parou de se mover, então ela também entrou pela passagem.

-Então é isso. –Hermione disse baixinho. –Estamos todos lá dentro, temos que esperar até voltarmos da passagem...

Hermione pegou a ponta da corda de Bicuço e prendeu fortemente numa árvore, então nós sentamos no chão da floresta e esperamos...

-Eu vi quando você fez aquele patrono Lyra. –Harry disse de repente.

Eu sorri.

-Eu estava pensando no meu pai. –Confessei.

-Imaginei que estivesse. –Ele disse.

-Tem uma coisa que eu não entendo... –Hermione falou. –Por que os dementadores não pegaram Sirius? Eu me lembro deles chegando então acho que desmaiei... Havia tantos...

-Eu também não vi. –Falei. – Desmaiei antes.

-Quando o dementador veio até mim, uma coisa prateada veio galopando em nossa direção e espantou todos os dementadores. –Harry explicou.

-Mas o que era a coisa? –Mione perguntou a boca levemente aberta em surpresa.

-Se era prateado e fez os dementadores irem embora, só pode ter sido uma coisa... –Falei.

-Um patrono de verdade. –Harry disse. – Tipo o pássaro da Lyra. Bem poderoso.

-Mas quem o conjurou? –Hermione perguntou.

Harry ficou calado por alguns segundos, como se ponderasse bem a questão, Hermione olhou para mim com a sobrancelha arqueada achando estranha a atitude do Harry.

-O que foi? –Perguntei.

-Você não viu com quem se parecia? –Ela perguntou. –Foi um dos professores?

-Não. –Harry disse. –Não foi um dos professores.

-Mas deve ter sido um bruxo realmente poderoso, eu fiquei maravilhada quando vi a Lyra fazer, mas para mandar todos aqueles dementadores embora... Se o patrono era tão brilhante, a luz não o iluminava? Você não pôde ver...?

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-Claro que vi. –Harry disse lentamente. –Mas talvez... Eu tenha imaginado... desmaiei logo em seguida...

-Quem você acha que viu Harry? –Perguntei.

-Acho... –ele nos olhou meio inseguro. –Acho que vi o meu pai.

Um silêncio incômodo se instalou ali, Hermione olhou nos meus olhos como se dissesse: Você ouviu a mesma coisa que eu?

Harry olhou para nós duas e ficamos um pouco desconfortáveis.

-Harry, seu pai está... Bem... –Hermione começou sem saber o que dizer.

-Morto! –Falei baixinho. –Seu pai está morto Harry!

-Eu sei. –Harry respondeu depressa.

-Você acha que viu o fantasma dele? –Mione perguntou.

-Não sei... Não... Parecia sólido. –Ele respondeu.

-Além do mais, fantasmas não fazem magia. –Eu disse.

-Mas então... –Mione começou.

-Vai ver eu andei vendo coisas. –Disse Harry. –Mas pelo que... Eu pude ver... Parecia ele... tenho fotos dele...

Senti meu coração perder uma batida e meus olhos arderam, nunca o fato do Harry ser órfão pareceu tão claro para mim como agora, quando ele disse que só conhecia seu pai através das fotos. Eu o entendia bem, afinal sou uma produção independente, mas eu tinha a minha mãe, Harry não tinha nem isso.

-Sei que parece doidera... –Harry disse meio encabulado.

Olhei para o Salgueiro, se Pettigrew, que todos achavam que estava morto apareceu vivo, por que o pai da Rose e do Harry também não poderia? Mas então aquela vozinha na minha cabeça sussurrou.

Não encontraram o corpo de Pettigrew, mas o de James Potter está enterrado.

Suspirei.

Ficamos todos em silêncio depois disso, cada um com seus próprios pensamentos, as folhagens das árvores faziam barulhos por causa da brisa que passava por entre elas, a lua aparecia e desaparecia por entre as nuvens, Harry estava encostado numa árvore, olhava para frente com a cabeça em outro lugar, eu estava olhando Bicuço que cavava o chão em busca de vermes, Hermione olhava em direção ao Salgueiro, aguardava...

Então depois de uma hora...

-Aí vêm eles. –Hermione sussurrou.

Nós levantamos e de dentro do Salgueiro eu saí, em seguida Rony, Pettigrew e Lupin, logo após Snape num ângulo estranho, então Sirius e por fim Harry, Mione, Nate e Rose.

Harry parecia quicar ao meu lado.

-Harry! –Hermione o censurou. –Temos que ficar parados. Não podemos ser vistos. Não tem nada que a gente possa fazer...

-Então vamos deixar Pettigrew escapar outra vez? –Harry perguntou inconformado.

-Como é que você espera encontrar um rato no escuro? –Hermione retrucou irritada.

-Você não pode culpa-lo por sentir vontade de interferir Hermione. –Eu disse.

-Não tem nada que a gente possa fazer! Voltamos para ajudar o seu pai, não é para fazer mais nada!

-Está bem! –Harry e eu falamos juntos.

Então a nuvem saiu de frente da lua e houve um movimento perto do Salgueiro.

-Lá vão Nate e Lupin. –Hermione disse. –Se transformaram...

Eu me vi correr de volta para onde todos estavam e gritar para Nate ajudar Sirius.

-Hermione! –Disse Harry de repente. –Temos que mudar de lugar!

-Já disse que não podemos...

-Não! Harry está certo! –Eu disse lembrando-me do que houve. –Temos que sair daqui agora.

-Não podemos interferir! Mas Lupin vai correr para dentro da floresta bem por onde estamos. –Harry explicou.

Hermione ficou branca e correu para desamarrar Bicuço.

-Depressa! –Ela gemeu. – Depressa! Aonde nós vamos? Onde vamos nos esconder? Os dementadores vão chegar a qualquer momento...

-Vamos voltar para a cabana de Hagrid... –Harry sugeriu.

-Tem razão! Está vazia agora... Vamos! –Falei.

Então nós começamos a correr, Bicuço pareceu perceber que os lobisomens estavam em nossa cola e correu conosco, consegui ouvir os uivos, Harry ia na frente, Hermione logo atrás puxando bicuço e por último eu, olhei para trás e vi.

Era Lupin quem seguia a gente.

-Droga! -Xinguei.

Harry derrapou em frente a porta da cabana e a escancarou, Hermione e Bicuço passaram por ela feito relâmpagos, Harry entrou e eu parei na porta, olhei para trás. Um lobisomem menor vinha em direção a Lupin... Nate! Ele mordeu a perna de Lupin que rosnou, então Nate correu em direção a floresta e Lupin foi atrás fazendo barulhos animalescos. Harry me puxou para dentro e trancou a porta.

Canino latiu com força.

-Quieto canino, somos nós! –Hermione falou se aproximando e coçando as orelhas do cão. –Essa foi por pouco.

Eu fui em direção a janela e abri a cortina, nem sinal dos lobisomens.

-Acho melhor sair, sabe... –Harry disse lentamente. – Não consigo ver o que está acontecendo... Não vamos saber a hora...

Hermione levantou o rosto com uma expressão desconfiada.

-Pode deixar que eu vou com ele Hermione. –Falei. –Não vou deixa-lo interferir.

-Bem, Ok então... Fico esperando aqui com Bicuço... Mas tenham cuidado, tem dois lobisomens soltos lá fora... E os dementadores...

Então Harry e eu saímos, contornamos a cabana, um mar de dementadores se dirigia para o lado e eu podia ouvir os latidos esganiçados do meu pai. Harry parou, indeciso.

Olhei para ele.

-Quer ir ver se quem fez o patrono é o seu pai, não é? –Perguntei.

Harry levantou o olhar em minha direção, eu suspirei.

-Não podemos ser vistos! –Falei.

Então Harry sorriu e nós dois corremos em direção ao lago, ficamos na margem oposta de onde o nossos outros eus estavam, nos escondemos por entre as folhagens, eu estava sentada ao lado do meu pai e levantei a varinha.

-EXPECTO PATRONUM! –Ouvi a minha voz gritar.

Naquele momento um pássaro saiu da minha varinha e foi em direção aos dementadores, eu sorri, aquele não era um pássaro normal, eu reconheceria aquilo em qualquer lugar... Meu patrono era uma fênix. Então Harry chamou meu nome e eu perdi a concentração, fazendo a fênix prateada sumir.

-Aquele foi um belo patrono. –Harry ao meu lado disse.

-Obrigada! –Falei.

Então vi Harry tentar produzir um patrono, mas sem sucesso, Hermione desmaiou, em seguida eu desmaiei e enfim... Nada.

-Vamos! –Harry sussurrou esperando o bruxo que fez o patrono. –Onde está você? Anda!

-Onde está Harry? –Perguntei desesperada, o outro Harry estava caído no chão e escorregava em direção ao meu outro eu.

Então Harry arregalou os olhos e saiu correndo da moita, levantou a varinha e gritou:

-EXPECTO PATRONUM!

Foi quase uma explosão! Um animal prateado saiu galopando em direção aos dementadores que se afastaram com repulsa, era incrível, a luz ia até o outro lado do lago e tocava a todos nós. Ele pulsava poder...

Eu fiquei lá, parada, boquiaberta.

Naquele momento a explicação surgiu, todos diziam que Harry se parecia muito com seu pai, foi por isso que ele achou que viu o pai, ele tinha visto ele mesmo.

O animal voltou em direção a Harry e parou em frente a ele, fazendo uma reverência, o animal era um cervo.

-Pontas... –Ouvi Harry sussurrar.

Ele levantou a mão, mas antes que ele pudesse tocar o animal o mesmo sumiu no ar.

Então ouvimos o galope de bicuço e viramos, Hermione vinha muito brava.

-O que vocês fizeram?! –Ela rosnou. –Vocês iam ficar apenas vigiando!

-Acabei de salvar nossas vidas. –Ele disse. –Vem aqui atrás da moita que eu te conto.

(N/A: Hum, Harry danadinho, já ta chamando Mione para a moita, não é?)

Então Harry explicou tudo o que tinha acontecido, eu fiquei calada, pensativa, naquele momento em que Harry estava parado em frente ao cervo, não sei, foi como se ele estivesse numa espécie de conexão com o pai, como se ele estivesse ali para dizer: Eu estou muito orgulhoso de você, Harry. Eu senti isso... E foi a coisa mais incrível que tive o prazer de presenciar.

-Alguém viu vocês? –Hermione perguntou.

-Não, fique tranquila Hermione. –Eu respondi.

-Eu me vi e achei que fosse o meu pai! Tudo bem! –Harry explicou.

-Harry, nem posso acreditar... Você conjurou um Patrono que espantou todos aqueles dementadores. Isso é magia muito adiantada, mas muito mesmo...

-Eu sabia que podia fazer isto dessa vez... Por que já havia feito. Faz sentido? –ele perguntou.

-Não sei... –Hermione e eu falamos juntas.

-Harry, olha o Snape. –Hermione saltou falando baixinho.

Então nós observamos Snape conjurar macas onde ele colocou Harry, Sirius, Mione e eu. Já vinham mais duas macas atrás dele onde estavam Rony e Rose. Com a varinha segura à frente ele os transportou para o castelo.

-Certo! Está quase na hora. –Mione falou olhando tensa para o relógio. –Temos uns 45 minutos até Dumbledore fechar a porta da Ala hospitalar. Temos que salvar Sirius e voltar antes que alguém perceba que estamos ausentes...

Nós esperamos... De repente um barulho de asas interrompe o silêncio e eu escuto um pio que reconheceria em qualquer lugar.

-Fawkes?! –falei surpresa.

A fênix pousou nos meus ombros e acariciou minha bochecha com a cabeça.

-A fênix de Dumbledore? –Hermione perguntou confusa.

-É bom te ver também amigo. –Falei sorrindo.

-Ela parece gostar muito de você. –Harry disse.

Fawkes deu um pio indignado.

-É ele Harry, Fawkes é macho. –Expliquei.

-Ah, me desculpe. –Harry disse arrependido.

Então Fawkes bateu as asas e planou na minha frente, ele agarrou a manga da minha blusa e puxou.

-Ele parece querer que você vá com ele. –Hermione disse confusa.

-Fawkes, não posso agora, tenho que salvar o Sirius. –Expliquei.

Ele piou irritado como se dissesse: É importante, você tem que vir comigo.

Eu suspirei.

-Fawkes não viria se não fosse importante. –Eu falei.

Hermione me olhou apavorada.

-Lyra!

-Eu vou estar na enfermaria daqui a meia hora, prometo! –Falei.

Ela suspirou e acenou que sim.

-Lembre-se: Você não pode ser vista.

Eu sorri.

Fawkes voou em direção a floresta e eu a segui correndo, quando estávamos já bem distante de Harry e Hermione Fawkes voou em minha direção e pousou no meu ombro, naquele momento foi como se todo o meu corpo estivesse queimando.

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Eu senti como se meu corpo, minha constituição de células, tudo isso fosse sumindo rapidamente e eu me transformei em fogo, eu era o fogo das asas de fawkes e eu estava voando junto com ele... Eu e fawkes éramos um só, mas aquilo queimava. Então parou e eu senti como se voltasse a ser eu mesma, como se tivesse tido uma experiência fora do corpo, quando olhei ao redor eu não estava mais na floresta e sim no pátio de Hogwarts, em frente a torre onde estava a sala do professor Flitwick.

-Você me transportou para cá? –Eu perguntei chocada.

Fawkes piou confirmando. Então ele puxou minha blusa para cima.

-Quer me levar até o meu pai? –Perguntei, ele piou novamente.

Eu segurei em sua pata e ele voou para cima, Fênix conseguem carregar toneladas, então me carregar para o sétimo andar era fichinha para Fawkes. Não demorou muito para chegar lá em cima e fui deixada na janela da sala de aula de feitiços, abri a janela e saltei para dentro.

-Vem Fawkes! –Chamei.

Fawkes entrou e pousou na mesa do professor, corri até a porta e ouvi vozes do outro lado.

-Tranquem a porta, vá chamar os dementadores Mcnair. –Ouvi a voz de Fudge.

-Claro Ministro. –O carrasco respondeu.

-Eu vou até a enfermaria com Snape, quero saber como Harry Potter está.

Então ouvi passos e as vozes foram sumindo lentamente.

-Eles já foram. –Eu sussurrei para que Fawkes ouvisse.

Olhei para o relógio, Mcnair acabou de sair daqui, quando ele passar pelos jardins Harry e Hermione o verão e irão vir buscar Sirius, então eu teria cerca de alguns minutos com o meu pai.

Saí da sala e deixei Fawkes passar, ele ficou voando ao redor da torre e eu segui para a sala ao lado.

-Alohomora! –Sussurrei.

Mas a porta não abriu, grunhi irritada e coloquei a orelha na porta.

-Sirius? –Chamei.

-Lyra? –A voz rouca dele respondeu. –O que está fazendo aqui?

-Sirius! –Sorri.

-Filha... –Ele sussurrou.

-Eu vim tirar você daqui. –Falei.

-O que?! Como vai fazer isso? Vai se meter em encreca.

Bufei.

- Sua dúvida me ofende! Como se o senhor fosse muito melhor à minha idade, eu ouvi muitas histórias suas! –Falei.

-Lyra! –Ele me repreendeu.

Soltei uma gargalhada e coloquei a mão na boca para diminuir o barulho.

Ouvi Sirius soltar uma risadinha também.

-Eu já tenho um plano para tirá-lo daqui. –Falei. –Quando sair eu quero que você vá direto para a minha casa.

-Eu sou um criminoso procurado Lyra, a última coisa que eu quero é colocar a sua família em perigo. –Ele disse.

-Não tem discussão senhor Black, você vai para casa, vá na forma de maroto e se eu não encontra-lo lá quando voltar de Hogwarts eu juro que vou atrás do senhor até em Azkaban se for preciso. Não vou perdê-lo outra vez...

-Lyra...

-Lembra do celeiro onde eu deixo Nate nas transformações? –perguntei.

-Lembro. –Ele disse.

-Deixe Bicuço lá, tem bastante espaço, mas não o deixe sair ou ele vai querer voltar para Hagrid. Vejo você depois que o ano letivo acabar, pai.

Então eu ouvi o barulho de asas, corri para o parapeito e lá vinham Harry e Mione em cima de Bicuço. Corri de volta para a porta.

-Eles chegaram! –Exclamei.

-Quem? –Sirius perguntou.

-Ele está ali! –Harry falou apontando para a janela da sala do professor Flitwick.

-Alohomora! –Hermione falou então um clique e a janela estava aberta.

-Como... Como? –Sirius perguntou gaguejando;

-Sobe, nós não temos muito tempo.

Ouvi tudo isso por trás da porta. Corri para o parapeito.

-Harry! –Chamei.

Então um hipogrifo apareceu, Harry, Hermione e Sirius montados em cima.

-Lyra?! –Harry exclamou surpreso.

Fawkes apareceu voando e piou em minha direção.

-Vá para cima da torre! –Falei.

Ele acenou que sim e puxou a corda que estava no pescoço de bicuço.

-Ok bicuço para cima! –Ele disse. –Para a torre, vai!

Fawkes veio até mim e eu peguei em sua pata, ele me suspendeu até em cima da torre, quando cheguei lá Harry e Hermione já estavam no chão e Sirius em cima de Bicuço.

-Aposto que você não pensou um hipogrifo! –Eu disse sorrindo, ele sorriu de volta para mim. –Você tem que ir agora, não se esqueça do que eu disse.

-Sirius, é melhor você ir depressa. –Ofegou Harry. – Eles vão chegar a sala do Flitwick a qualquer momento e vão descobrir que você fugiu.

-O que aconteceu com o outro garoto? Rony! –Ele perguntou.

Bicuço trotou e balançou a cabeça.

-Ele vai ficar bom. –Eu disse.

-Ainda está desacordado, mas Madame Pomfrey disse que vai dar um jeito nele... –Mione terminou de explicar. -Depressa, vai...

Mas ele ainda ficou ali parado, intercalava olhares entre mim e Harry.

-Como vou poder agradecer? –Ele perguntou emocionado.

-VAI! –Harry, Mione e eu gritamos juntos.

Sirius fez bicuço voltar para o céu aberto.

-Nós vamos nos ver outra vez. –Ele disse. –Você é bem filho do seu pai, Harry...

Então ele sorriu em minha direção, ele apertou os flancos de bicuço, Harry, Mione e eu demos um passo para trás quando bicuço estendeu suas longas asas e saiu voando pelos ares.

O hipogrifo e seu cavaleiro foram ficando cada vez menores, coloquei minha mão na de Harry e ele segurou firme, olhamos para Sirius partir e então uma nuvem encobriu a lua e eles desapareceram.

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