Fogo

Isso é tudo que preciso saber.


- Eu não suporto metade dessas esposas – Rosalie sussurrou, me arrastando para a cozinha – Muito melhor – Sorriu tirando a rolha de uma garrafa de vinho e enchendo duas taças, literalmente enchendo.

- Uou, agora entendo o conceito de passar a régua – Falei quando ela me passou a taça, derrubando um pouco de vinho no processo.

Rosalie riu e jogou a mão.

- Você é hilária, a partir de agora vai ter que comparecer a todas essas festas – Ela riu mais e em seguida sorveu do vinho deixando a taça pela metade – Alem do mais essa vinho é péssimo e provavelmente vai te fazer acordar com a maior dor de cabeça da historia, mas é divertido.

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- Um brinde a isso – Sorri erguendo minha taça e claro derramando vinho na mão.

- E então? – Rosalie perguntou depositando a taça em cima da mesa.

- O que? – Respondi sem entender e ela tinha razão esse vinho é horrível.

- Você e o meu irmão – Falou como se não tivesse importância.

- Não existe eu e o seu irmão – Respondi sem entender o por quê daquelas perguntas – Existe eu e, em um universo totalmente separado, existe o seu irmão.

- Sei – Ela concordou discordando.

- Como assim \"sei\" – Não sei se era o vinho, mas de repente Rosalie me pareceu muito petulante.

- Qual é – Ela falou sorrindo, então soou mais como um resmungo – Ele foi te buscar em casa, percebi como ele olha para você e como retribui esse olhar de maneira muito intensa.

- Eu não faço isso – Agora ela passou dos limites – Alem do mais o seu irmão esta me torturando.

- Sei – Ai esta o tom petulante novamente.

- Estou começando a criar antipatia pelo seu \"sei\" – Falei no mesmo tom que ela e estreitei os olhos.

- Tudo bem, vamos deixar esse assunto morrer – Ela sorriu e jogou os ombros, bebendo mais do copo – Esse vinho é terrível.

- Tenho que concordar – Afastei a taça, não consigo beber nem mais um gole.

- Isso que acontece quando se deixa o marido que só bebe cerveja comprar as bebidas – Ela levantou e jogou o conteúdo das taças dentro da pia – Talvez tenha alguma coisa melhor por aqui – Falou abrindo os armários em cima da pia.

- Qualquer coisa é melhor que isso – Olhei o rotulo e ele parecia ter sido feito para estar em qualquer menos em uma garrafa de vinho.

- ACHEI – Comemorou voltando para a mesa com a garrafa e o saca rolhas.

Depois de algum esforço conseguiu tirar a rolha e encher os copos, dessa vez deixando um limite aceitável entre o liquido e o limite do copo.

- Esse parece muito mais promissor – Falei quando reconheci o rotulo.

- Tudo bem que depois dessa garrafa vamos estar bebendo contentes aquela ai – Ela sorriu e ergueu a taça para um novo brinde.

- Você tem toda razão – Rosalie era sem duvidas uma mulher de muito conhecimento, inútil, mas ainda sim, conhecimento.

- A nós – Brindamos finalmente e o vinho não era mal, muito melhor que o outro – Meu marido me deixa orgulhosa – Suspirou olhando Emmett pela janela da cozinha.

- Como vocês se conheceram? – Perguntei também olhando pela janela só que para outra pessoa.

- Ele roubou o meu pirulito e puxou minhas trancinhas – Ela respondeu depois de uma risada.

- Então cresceram juntos?

- De maneira nenhuma – Ela falou como se eu tivesse dito um injuria – Nunca mais falei com ele depois daquele incidente, obviamente.

- Obviamente – Concordei sorrindo – Vocês parecem que foram feitos um para o outro.

- Talvez – Ela sorriu voltando a olhar pela janela.

- Então como o reencontro aconteceu? – De repente me vi interessada na historia desses dois.

- Foi no primeiro dia que voltei da faculdade e o encontrei sentado no sofá com uma cerveja na mão, sentado não, praticamente deitado – Ela girou os olhos e não pude deixar de rir – Como se a casa fosse dele.

- Você fez o que? – Perguntei já prevendo que uma historia muito boa me aguardava.

- Gritei com ele, claro – Ela jogou os ombros e sorriu como se fosse obvio.

- Claro – Concordei rindo.

- Foi o suficiente para se apaixonar por mim – Ela continuou também sorrindo – Depois disso não saiu do meu pé. Eu te juro que nunca vou entender os homens, quanto mais chutados mais eles correm atrás

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- Um brinde a isso – Levantei o copo e ela fez o mesmo.

- E você – Ela colocou o copo na mesa depois de beber e apoiou a cabeça na mão – Já que aparentemente não esta interessada no meu irmão.

- Não estou – Quase me engasguei com o vinho para responder a ela.

- Claro que não – Ai estava o tom petulante novamente – E então, alguma ação na sua vida amorosa?

- Não, nenhuma ação – Joguei os ombros o comecei a brincar com a taça – Acabei de sair de uma relacionamento desastroso.

- Desastroso como? – Ela perguntou interessada.

- Ele é um canalha – Joguei os ombros mais uma vez – O seu irmão o conheceu hoje.

- Mesmo? – Perguntou ainda mais interessada – E o que aconteceu?

- Nada, porque eu mandei o James embora e coloquei o Jasper para dentro – Olhei para Rosalie e seus olhos brilhavam de empolgação – Eles estavam a ponto de se atacar fisicamente, porque já estavam se atacando verbalmente.

- Aposto que o Jasper estava ganhando – Ela falou orgulhosa.

- Contra um dos melhores advogados da firma – Concordei erguendo minha taça mais uma vez.

- E você ainda pensa que ele não está interessado – Ela afirmou e bebeu do copo como quem não disse nada.

Ficamos um tempo em silencio, percebi que Rosalie estava me dando espaço para pensar no que tinha acabado de dizer. Claro que Jasper era um homem interessante, ate mais que isso, mas ele também é sinônimo de todos os meus atuais problemas. Então preciso me concentrar se quiser colocar tudo nos eixos novamente, e Jasper é definitivamente o tipo de distração que não preciso.

- Olá, meninas – Ele entrou na cozinha, sorrindo como sempre e olhou diretamente para mim – Não vou atrapalhar sua conversa, só pegar uma coisa na geladeira.

Piscou antes de sair carregando uma garrafa de cerveja.

- Espero que ele não vá beber isso – Falei comigo mesma – Senão sem chances de subir naquela moto.

- Quem, o Jasper? – Rosalie virou me olhando surpresa – Jasper não bebe.

- Tem razão, ele me falou quando chegamos – Acho que o meu medo bloqueou minha memória – Ex-alcoólatra.

- Quem, o Jasper? – perguntou novamente no mesmo tom.

- Foi o que ele disse.

- Sinto dizer que ele mentiu para você – Ela sorriu e negou com a cabeça – Jasper nunca bebeu na vida.

- Então por que mentiu?

- Bem, promete não sentir pena, porque eu realmente não suporto que sintam pena de nós? – Ela pediu e parecia realmente incomodada com o assunto.

- Claro, mas se não quiser falar sobre isso vou entender.

- Não me importo – Sorriu fraco depois de beber o copo e servir mais vinho – Só não gosto quando as pessoas pensam que tem o direito de sentir pena de nós.

- Tudo bem.

- A nossa mãe morreu quando éramos muito pequenos, nosso pai não lidou muito bem com isso e começou a beber, de repente o drink ocasional depois do trabalho ficou permanente e o emprego não existiu mais.

- Uau, eu sinto muito.

- Ahh, você prometeu nada de pena – Me repreendeu seria, concordei com a cabeça e fiz sinal para continuar.

- Bem, chegou a um ponto que ele não tinha absolutamente nenhuma condição de cuidar de nos dois, não poderia cuidar nem dele mesmo – Ela sorriu melancólica, e girou a taça na mesa – Então Jasper que já estava maior de idade assumiu a responsabilidade, começou a trabalhar para valer e cuidar de mim.

- Ele parece ser um bom irmão.

- Ele é o melhor – Nos duas olhamos pela janela na direção do Jasper, o orgulho de Rosalie do irmão era palpável – Agora chega dessa historia, esta na hora de colocar alguma coisa no estomago do meu marido e tenho a comida ideal.

Ela sorriu e andou ate a geladeira e tirou um bolo de aniversario gigante.

- Pega as velinhas que estão ai perto de você – Pediu colocando o bolo em cima da pia.

Peguei as velinhas e me aproximei dela para ajudar a coloca-las em cima do bolo.

- Quantas dessas precisamos? – Perguntei envergonhada em não saber a idade do aniversariante.

- Vinte e nove – Ela respondeu começando a colocar as velas – Mais alguma coisa que gostaria de saber do meu irmão? – Perguntou me olhando pelo canto do olho.

- Não, isso é tudo que preciso saber.

- Eu tenho algumas historias bem embaraçosas dele.

- Porque não as conta quando ele estiver presente – Sugeri e ela sorriu cúmplice.

Terminamos de colocar as velas no bolo e Rosalie entrou na varanda cantando parabéns para o marido. Jasper parou do meu lado e sorriu presunçoso.

- Esta gostando da festa? – Perguntou perto do meu ouvido.

- Muito – Respondi sem olha-lo.

- O que você e Rosalie tanto conversavam na cozinha?

- Nunca pensei que você fosse do tipo curioso e intrometido, mas se precisa mesmo saber, ela me contou historias muito embaraçosas do irmão – Ele ficou tenso ao meu lado e passou as mãos nos cabelos.

- Que tipo de coisa?

- Nada demais, mas ela prometeu fotos mais tarde – Falei para provoca-lo e consegui porque só vi seu vulto indo em direção a irmã.

- Obrigada por me convidar – Abracei Rosalie no fim da festa, claro que Jasper não desgrudou do meu lado, com medo que a irmã contasse alguma coisa vergonhosa do seu passado – Parabéns, Emmett.

- Obrigado, baixinha – Parece que o apelido é permanente.

Jasper me entregou o capacete e agora que já estava a noite aquela coisa com duas rodas parecia ainda mais assustadora.

Chegamos em casa e por incrível que pareça estava inteira, sem nenhuma parte fora do lugar ou partida.

- Obrigada pela carona – Agradeci entregando o capacete para ele.

- Foi um prazer – Ele desmontou sem pegar o capacete e parou perto de mim.

- Nos vemos na segunda – Falei sem em mexer e sentindo ele se aproximar como se fosse uma presa – Para o treinamento.

- Ahn ran – Resmungou parando bem perto de mim.

- Tchau, Jasper – Consegui falar depois de limpar a garganta.

- Não vai me convidar para entrar? – Tirou o capacete da minha mão e assim pode ficar mais perto.

- Por que você iria querer entrar?

- Para um café, talvez.

- Melhor não.

- O que tem a temer?

- Nada.

- Então me convida para entrar.

Jasper: Você mentiu para mim.

Alice: Imagina, nunca faria isso.

Jasper: Rosalie não te contou nada, só prometeu contar.

Alice: Tem razão, nessa ocasião ela na contou nada.

Jasper: Você mentiu para mim. Só por isso vou dormir no sofá essa noite.

Alice: Isso, finge que esta dormindo no sofá por vontade própria.

Jasper: Insensível.

Alice: Colhendo o que plantou.

Jasper: Eu sou tão legal com você, não mereço isso.

Alice: Você fica legal, mas no começo me torturou demais.

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Jasper: Já pedi desculpas por isso.

Alice: Tem razão, pode voltar para a nossa cama.

Jasper: Tarde demais, você mentiu para mim.

Alice: Anwww, quer que eu implore?

Jasper: De joelhos, por favor.

Alice: Vamos deixar isso para mais tarde, quando não tiver ninguém olhando.

Jasper: Sinto que vou me dar bem.

Alice: Melhor parte da briga, então conta logo para podermos ficar sozinhos.

Jasper: Agora mesmo. Mas esse seu fim foi sacanagem com o pessoal.

Alice: Por quê? Achei super legal.

Jasper: Todo mundo vai querer saber se consegui entrar ou não.

Alice: Então conta para eles descobrirem.

Jasper: Eu gosto dessa próxima parte.

Alice: Eu também.

Jasper: Você precisa ligar para a Luisa.

Alice: Preciso mesmo.

Jasper: Você deixa ela muito de lado.

Alice: Jasper, para de enrolar e conta de uma vez.

Jasper: Tudo bem.