Aqui se planta, aqui se colhe

POV Jasper

Essa pequena só me gera problemas e mais problemas. Foi arrogante demais para seguir uma simples instrução e agora a culpa é minha. Agora estou aqui na frente do tribunal enfrentando um processo por cumprir o meu dever.

- Sr. Hale – Ela falou com o nariz em pé, que é sua pose favorita.

- Boa tarde, Alice – Falei o mais simpático possível.

Ela não falou mais nada, simplesmente ficou calada com os braços cruzados. Ergueu uma sobrancelha quando percebeu que estava encarando. O que posso fazer? Ela é uma mulher bonita demais, pena que é igualmente irritante.

- Você sabe que não tem chances com isso, certo? – Não falei, totalmente arrogante.

- Só termina quando o juiz apita o fim do jogo – Respondi igualmente arrogante, só para deixa-la mais irritada.

Eu não tinha qualquer preocupação com esse processo ridículo. O que ela alegava era sem sentido algum. Isso tudo era só para me tirar do trabalho mesmo.

Ela ficou um pouco incomodada quando alguns dos meus companheiros de batalhão chegaram, por isso que é bom ter amigos, eles sempre ficam do seu lado.

- E ai cara, tudo bem? – Emmett perguntou parando do meu lado e olhando a pequena que segundo ele não passa do capeta de saia, mesmo eu dizendo que aquela não era uma maneira muito educada de se referir a uma mulher.

- Tudo certo – Respondi também a olhando – Chefe – O cumprimentei e ele balançou a cabeça de volta.

Sua presença era necessária, uma vez que esse processo envolvia todo o batalhão.

Fomos chamados a entrar na corte e eu me sentei do lado direito do juiz e Alice do lado esquerdo, o resto das pessoas ficaram sentadas atrás de nós.

- Oi, Jasper – Peter me cumprimentou assim que chegou e sentou ao meu lado – Desculpa o atraso.

- Sem problemas, ainda não começou. Como esta Charlotte?

Peter é meu melhor amigo, crescemos juntos no Texas e agora a amizade continua mesmo depois de tantos anos. Quando recebi a intimação, ele foi o primeiro à saber, é sempre bom ter um advogado por perto.

- Esta bem, muito irritada com o bebe que não nasce – Ele respondeu visivelmente cansado.

Ele e Charlotte estavam grávidos e o bebe resolveu ficar mais algum tempo no ventre da mãe, ela já estava uma semana atrasada, do tempo previsto pelo medico.

- Vai ficar tudo bem – Assegurei e ele concordou com a cabeça.

Ele ficou em silencio pensativo e eu estava começando a me irritar com a espera.

- Todos de pé para receber o juiz Amorim – O meirinho falou e todos ficaram de pé para a entrada do juiz.

- Podem sentar – Ele falou fazendo um gesto com a mão, quando viu Alice abriu um sorriso estranho – Então aqui estamos de novo, senhorita Cullen.

Agora que olhei para ela percebi o quanto estava chocada, talvez ela e o juiz Amorim não tinham um passado tão bom assim. Peter também percebeu, pois me olhou pelo canto do olho e sorriu.

- O que nos traz aqui? – Ele perguntou retoricamente olhando os papeis em sua frente – Ahh, uma alegação de danos morais.

Ele olhou para Alice com o olhar divertido.

- O que a senhorita alega? – Ele perguntou presumindo que ela é quem estava sendo processada por danos morais.

- Eu sou a parte queixosa – Ela respondeu e o juiz Amorim não escondeu a cara de surpresa.

- Então presumo que o senhor Jasper Hale, é a parte réu – Ele falou olhando os papeis mais uma vez.

- Sim, meritíssimo – Peter confirmou e o juiz me olhou.

- Senhor Hale, você poderia narrar os fatos que ocorreram no dia da alegação? – Ele pediu olhando diretamente para mim.

Confirmei com a cabeça e comecei a contar tudo que foi feito pela equipe para o treinamento, acrescentando inclusive que um aviso foi passado a todos no prédio, com antecedência.

Ele permaneceu em silencio todo o tempo, só confirmando com a cabeça de tempos em tempos.

- Senhorita Cullen – Ele falou se dirigindo a ela, quando eu terminei – A senhorita esta alegando que foi lesada quando o bombeiro Hale a carregou a forca para o térreo do prédio depois de grande insistência da parte dele para que a senhorita deixasse o prédio de forma pacifica?

- Exatamente, meritíssimo – Ela confirmou, e a sensação de causa perdida para ela, começou a pairar no ar.

- Alega também que foi lesada com a perda dos sapatos e suas roupas foram danificadas? – Ele perguntou e sem esperar resposta continuou – Somando um total de 1.500 dólares.

- Sim, meritíssimo – Ela respondeu e quando iria dizer mais alguma coisa o juiz Amorim levantou a mão para que ela se calasse.

- Essa corte entrara em recesso de 10 minutos para a formulação da sentença – O juiz se levantou e todos fizeram o mesmo.

Ele saiu e nos esperamos no tribunal mesmo, 10 minutos passariam rápido.

Alice estava muito nervosa e não era pra menos o juiz Amorim mal a deixou falar, mas eu tinha a impressão que não adiantaria de nada, ele já tinha decidido contra a ela assim que a viu no tribunal.

Decidi provocá-la um pouco.

- Eu falei que só acaba quando o juiz apita o fim – Falei me aproximando dela, para a minha alegria a vi estremecer com a minha proximidade.

- Se afaste – Ela me olhou com os olhos ardendo de ódio.

- Fique calma – Pedi erguendo as mãos sem sinal de rendição – Eu só estou puxando assunto pra passar o tempo.

- Você é mesmo muito presunçoso – Ela me acusou apontando o dedo para o meu peito.

- Não fui eu quem decidi que isso era uma causa ganha – Ela errou em ser muito arrogante – Parece que o juiz Amorim não gosta muito de você.

Ela fechou ainda mais a cara e bufou irritada.

- Só me deixa em paz – Ela virou as costas e ergueu a mão para que eu me afastasse.

Recuei, uma coisa que aprendi é que não se chuta cachorro morto.

- O que você esta sentindo? – Peter perguntou no telefone – Pede pra Rosalie ir com você ao hospital, estou a caminho.

- Esta tudo bem? – Perguntei quando ele desligou.

- Charlotte esta sentindo as dores do parto – Ele respondeu agitado, olhando para os lados tentando decidir o que fazer.

- O que você esta esperando? – Perguntei decidindo por ele – Vai logo.

- Não posso deixar você agora – Ele falou inseguro.

- Não se preocupa, só falta a sentença – Falei jogando os ombros e empurrando ele em direção a porta.

- Tudo bem – Ele concordou pegando a pasta – Qualquer problema me liga.

- Pode deixar. Vai de uma vez, assim que sair daqui vou direto para o hospital.

Ele saiu quase correndo e deixou o tribunal, Alice olhou a cena com uma ruga na testa.

- O bebê dele vai nascer – Esclareci pra ela sempre sorrindo.

Ela fez cara de quem não liga e virou para frente.

- Todos de pé para receber o juiz Amorim – O meirinho falou mais uma vez e todos ficaram de pé.

O juiz se sentou e fez sinal para que fizéssemos o mesmo.

- Onde esta o seu advogado, senhor Hale? – Ele me perguntou olhando por cima dos óculos.

- Ele recebeu um telefonema da esposa, o filho deles vai nascer – Respondi e ele balançou a cabeça em entendimento.

- Muito bem então se levantem para ouvir minha sentença – Ele pediu e eu e Alice levantamos para ouvir o que ele tinha decidido – Senhor Hale, sua atitude foi exagerada, mas aparentemente necessária, essa corte decide que o senhor terá que pagar pelas roupas que danificou da senhorita Cullen.

Isso ate que não foi tão ruim. Só o que não sabia é que iria ficar melhor, muito melhor.

- E quanto à senhorita – Ele falou se dirigindo a Alice – Senhor Hale, o seu oficial esta presente?

- Sim, meritíssimo – O chefe respondeu levantando do lugar em que estava sentado.

- Se o senhor concordar, gostaria de designar a senhorita Cullen para um treinamento básico de bombeiro no seu batalhão – Ele falou se dirigindo ao chefe.

O que eu não daria para ter uma câmera agora. A cara da Alice era impagável,os seus olhos estavam quase pulando das órbitas e sua boca escancarada.

Essa decisão ninguém poderia prever.

- Nós do batalhão ficaremos felizes em acolher a senhorita Cullen – O chefe concordou e selou o destino da Alice.

- Então está decidido – O juiz Amorim falou finalizando a sentença – A senhorita vai passar o total de 30 dias no batalhão para aprender o valor do trabalho de um bombeiro.

Alice engoliu em seco e eu não pude evitar um sorriso brotar no meu rosto.

- Essa sessão esta encerada – Ele falou batendo com o martelo e levantando para deixar o tribunal.

Emmett andou ate mim e passou o braço no meu ombro.

- Parabéns, irmãozinho – Ele falou batendo no meu peito – Nos vemos em breve, Alice.

Ela olhou pra ele lançando adagas com os olhos e deixou o tribunal pisando duro.

- Ela vai sofrer – Ele prometeu sorrindo.

- Ela só vai colher o que plantou – Concordei saindo do tribunal – Você vai ao hospital comigo?

- Claro – Ele respondeu jogando os ombros.

- Chefe – Nos dissemos ao mesmo tempo quando passamos pelo nosso chefe.

- O próximo mês vai ser interessante, rapazes – Ele falou divertido.

- O melhor das nossas vidas e o pior da vida da baixinha – Emmett concordou me puxando para fora.

Chegamos no hospital e encontramos Rosalie esperando com Peter.

- Oi, maninho – Ela falou me beijando no rosto e depois cumprimentou o marido.

- Como ela esta? – Perguntei ao Peter me referindo a Charlotte.

- Bem, tiveram que fazer uma cesariana – Ele respondeu visivelmente nervoso – Qual foi a sentença?

- Deixa que eu conto – Emmett falou empolgado e despejou tudo em Peter.

No fim da historia Peter e Rosalie estavam gargalhando.

- Isso vai ser interessante – Minha irmã falou ainda rindo.

- Ela vai penar nas nossas mãos – Emmett falou ainda mais empolgado.

Alguma coisa me diz que esse mês no batalho vai ser muito divertido.