Quando chegamos à casa de minha mãe, estava espantosamente apreensiva, com a possibilidade de Justin estar ali me intimidando. O que eu faria a ele se o mesmo realmente estivesse dentro da casa? Apenas sabia que calma eu não iria ficar.

Elena abriu a porta despreocupadamente, enquanto eu mordia meu lábio inferior, com uma tensão demasiada invadindo meu corpo.

- Mãe! – Disse em um impulso. Ela me olhou.

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- Eu não estou me sentindo confortável em ficar aqui, talvez seja melhor eu alugar um hotel ou... – Ela me interrompeu, começando a falar.

- Não se preocupe. Mellany não está aqui, o que quer que você tenha com ela, que eu acho um pouco estranho. – Uma parte de mim se aliviou em ouvir aquelas palavras, mas ainda continuava com minha mesma teoria de não entrar. – Olha, fique aqui pelo menos hoje, depois, se ainda quiser, pode ir para qualquer hotel, mas quero deixar claro que por mim não precisa disso, essa é a sua casa também. – Suspirei, um pouco receosa, em seguida entrando na casa.

Deparei-me com a mesma sala vazia pela qual eu passei a aproximadamente oito meses atrás quando fui para a escola interna; esta era a ultima vez que eu entrei nessa casa.

Ela estava quase do mesmo jeito, exceto por algumas fotos espalhadas por todo o cômodo que se baseava em Jeremy e Elena, Melissa e sua grande barriga, e até uma minha.

- Acho que Jeremy não está em casa, ele deve estar trabalhando. Estamos a sós – Minha mãe disse jogando as chaves na mesinha de centro e se dirigindo ao segundo andar com a minha mala ainda sendo puxado por ela. Suspirei aliviada ao saber que estávamos sozinhas, felizmente não seria hoje que eu teria que rever Justin.

Segui-a com a segunda mala até a quinta porta a esquerda do corredor; lembrava-me perfeitamente de que este era meu quarto. Elena girou a maçaneta e abriu a porta lentamente, observando todos os cantos do cômodo como eu.

Assim como a sala, tudo estava em seus conformes lugares como eu deixei-o, porem mais arrumado.

- Vou deixar você se acomodar um pouco, deve estar cansada da viagem, não é? – Elena disse colocando a mala enorme em um canto do quarto. Assenti, dando um sorriso de canto. Ela se direcionou até mim e deu-me um abraço rápido.

- Seja bem vinda de volta. – Dito isso, a mesma saiu do quarto, fechando a porta atrás dela.

Joguei-me na cama com tudo, abrindo meus braços logo em seguida. Só de pensar que tudo iria ser completamente diferente me dava um medo, quer dizer, estava um pouco aflita sobre tudo o que eu teria que fazer agora, que no caso seria começar a trabalhar novamente. Mais especificamente entrar em turnê, se Michelle me deixar continuar minha carreira, já que eu tinha em ausentado durante longos três meses para me tratar. Será que ela me deixaria voltar a trás e seguir adiante com a música, ou será que ela pensa que eu teria que reconquistar tudo de novo? Esta dúvida realmente estava sendo uma pergunta sem sentido para mim.

Balancei minha cabeça freneticamente saindo de meu pequeno devaneio e entrei no banheiro tomando um banho em seguida.

Deixei todas as preocupações sumirem junto com água que caia. Era horripilante como eu me lembrava de cada momento que eu passei em cada canto que eu ia naquela casa; e sempre me vinha à mente o quanto eu estava mudada em não muito tempo.

Assim que terminei o banho, coloquei um pijama de manga longa e deitei-me na cama, adormecendo rapidamente.

***

- Tem certeza que quer fazer isso, Demi? – Anna me perguntou com um olhar apreensivo.

- Não me parece uma boa ideia, você desde os 14 anos tece cabelos vermelhos, e fica tão bem com eles... – Ela mesma se interrompeu.

- É por isso que eu quero pintá-los, eu quero definitivamente deixar todo o meu passado para trás, e nada melhor que uma pequena mudança, não é mesmo? – Pisquei para ela, enquanto me sentava na cadeira que o cabeleireiro apontou.

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- Se você acha... Não vou questionar. – Anna levantou suas mãos para cima num ato de rendição, ri de sua encenação.

- Vai fundo, Mark. – Disse e me ajeitei na cadeira. O cabeleireiro chamava Mark.

Ele começou seu serviço. A cada minuto me sentia mais desconfortável ainda, porem estava decidido.

Alguns minutos que com o tempo foram se tornando quase horas se passaram, estava um pouco ansiosa para ver como estaria meu cabelo com uma mudança brusca dessa.

- Está pronto. – Mark falou e virou minha cadeira de frente para o espelho.

Encarei meu reflexo, perplexa.

- Oh. My. Good. – Disse pausadamente encarando os fios sedosos do meu cabelo.

- Gostou? – Ele me perguntou com um sorriso no rosto.

- É claro, eu amei! – Dei um sorriso largo. – Obrigada Mark, ficou como eu esperava. – Levantei-me e dei um abraço no ombro.

Assim que terminamos de conversar paguei-o e Anna e eu entramos em meu carro, já que passaríamos na gravadora. O caminhou não era muito longo, então chegamos rápido.

- Tem certeza que quere fazer isso agora? – Anna disse quando estacionei perto da gravadora.

- Claro, por que não?

- É que... Sei lá, isso quer dizer que você vai voltar a trabalhar, não quer nem descansar durante algum tempo? Sabe, acabou de sair de uma clínica! – Ela disse um pouco receosa.

- É, mas... Eu gosto de cantar, e trabalhar pode ser uma forma de eu esquecer tudo o que aconteceu e recomeçar. – Disse me encostando no banco.

- Bom, entoa estou com você, vamos lá. – Anna abriu a porta do carro.

Fiz o mesmo que ela e atravessei a rua, caminhando em direção a entrada do prédio. Estava um pouco nervosa, pois Anna não deixava de ter razão sobre o que ela disse, será que eu estava sendo impaciente demais? Afastei esses pensamentos da cabeça e continuei seguindo Anna, que estava a alguns centímetros a minha frente.

- Então, entra primeiro, nunca entrei nesse prédio. – Disse minha amiga empurrando-me levemente para frente. Revirei os olhos e entrei no edifício.

- Oi, Michelle está aí? – Disse a uma menina da recepção.

- Sim Srta. Lovato. Terceira porta a esquerda no quarto andar.

- Obrigada. – Sorri para ela e entrei no elevador com Anna.

Quando a porta se abriu no quarto andar, tive a frente de meus olhos as piores pessoas que eu poderia ter visto naquele dia lindo e ensolarado, que em causara alegria. Meu sorriso se desmanchou automaticamente quando encarei aqueles – lindos – olhos cor de mel que eu prometi nunca mais me desabar pro eles, mas que mesmo assim provocavam-me uma saudade imensa.

Engoli em seco tentando controlar as involuntárias batidas do meu coração que no momento eram descompassadas. Nem ao menos sei quanto tempo ficamos ali imóveis, sem falar absolutamente nada, enquanto eu olhava descaradamente o casal do ano, e Anna simplesmente nos olhava com um semblante de tenso.