A dor da despedida, talvez.

– Cara, não entendi o que você quis dizer. – Fiz uma cara de interrogação.

– Como você é lento. – Ele bufou. – Estamos falando que você vai ter um namoro falso com a Selena para a mídia. – Meu coração começou a disparar assim que ouvi essas poucas palavras, que apreciam demasiadamente absurdas considerando a realidade atual.

– O que você está querendo dizer com isso? – Fiz uma pergunta um pouco retórica, ainda não acreditando.

– Justin, pense, isso vai favorecer a sua carreira e de Selena, vão ser só por algumas semanas. – Ele tentou me convencer.

– Eu não sei se você sabe Scooter, mas isso significa terminar com a Demi. – Disse um pouco formal, engolindo a seco só de pensar nessas últimas palavras. O homem ao meu lado não expressou sentimento algum, continuou com a mesma expressão. – Eu não posso fazer isso, a gente acabou de se resolver, cara, essa jogada de marketing está fora de cogitação. – disse firme, logo depois apoiando meus cotovelos em meu colo e afundando minha cabeça entre eles.

– Olha. – Scooter inclinou se de frente para mim. – Eu gosto muito da Demi, mas eu tenho que cuidar da sua carreira, e o melhor para ela é você ter esse namoro com a Selena. – Abaixei a cabeça um pouco, refletindo sobre o que ele disse, meu coração falava muito alto para que eu não fizesse isso com Demi, eu a amo, e a razão dizia para eu fingir esse namoro, pois era de alguma maneira – para a minha carreira – o certo a fazer.

DEEM PLAY NA MÚSICA, LEIAM O CAPÍTULO DEVAGAR E DESFRUTEM (:

Demi POV..

Três dias haviam se passado desde o dia em que falei com Justin, tudo estava correndo normalmente, na medida do possível. Estava fazendo as terapias corretamente e todas as outras coisas.

Estava me dirigindo ao refeitório quando meu celular toca. Olhei na tela e vi o nome Justin estampado.

– Oi babe. – Atendi, sorrindo automaticamente.

– Oi Demi. – Justin respondeu. Mesmo pela distancia, pude perceber que ele estava com um tom entristecido em sua voz.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei preocupada.

– Nada...nada não. Como está aí?- Ele falou com o mesmo tom. Decidi não insistir.

– Está normal, sabe, não é muito legal, mas eu não me importo, vai ser bom quando eu sair daqui. – Respondi verdadeiramente. O menino ficou em silêncio do outro lado da linha, sem produzir nenhum som. – Justin?

– Oi? – Ele finalmente disse algo.

– Tem certeza que está tudo bem?

– Tenho. – Ele murmurou essa única palavra. – Eu te amo. – O mesmo disse quase em um som inaudível, quase não me permitindo ouvir. Achei um pouco estranho ele falar aquilo do nada, mas decidi não me preocupar, se ele disse que está tudo bem, eu confiava nele.

– Você sabe que eu também te amo. – Dei um sorriso automático.

– Promete que em nenhum momento vai me odiar? Que vai me perdoar? – Justin falou um pouco inseguro. Arqueei uma sobrancelha.

– Porque você está falando isso? – A tensão se apoderou de mim novamente.

– Por favor, só prometa.

– Okay, mesmo achando isso muito inconveniente, eu prometo. – Dei um sorriso de lado.

– Eu tenho que desligar agora. – Ele começou. – Eu te amo meu amor. Até mais.

– Também te amo. Tchau Jus. – Desliguei o telefone, achando aquela conversa mais que esquisita.

Eu sentia desde o dia em que Justin veio aqui que havia alguma coisa errada, que eu não conseguia decifrar. Era como se talvez as desculpas dele não fossem verdadeiras, mesmo eu podendo ver que ele estava sendo sincero. Não achava que tudo iria acabar assim, tão bem, estava insegura em relação a este “nós”, como se soubesse que não seria igual antes.

Estava confusa com todos estes sentimentos negativos, mas não conseguia parar de pensar em todos esses pensamentos insanos, que pode não significar nada. Talvez eu esteja muito paranoica, como se não acreditasse que Justin tivesse beijado outra garota enquanto eu estou aqui, não deve ser nada demais, ele disse que me ama, e eu não posso duvidar da palavra dele por um pressentimento bobo, porque eu o amo também, ele é uma das pessoas que eu mais amo neste mundo, e eu sinto que esse amor é correspondido.

Justin POV...

Não tive coragem de contar a Demi, sabia o quanto ela ficaria magoada com isso, e não me aceitaria de volta. Ouvir sua voz suave me fez perder toda a força que eu havia criado, eu não queria decepcioná-la novamente, ela estava tão doce, como uma criança inocente. Toda a minha tristeza se transformara em dor, pois eu sentia que se eu fizesse isso estaria a perdendo, talvez para sempre.

Mas eu não tinha escolha, Scooter quase me obrigou a fazer aquilo, junto com uma razão que no meu ponto de vista se parecia insana, não era justo o que eu estava fazendo com a pessoa que eu amo. Só de imaginar aquele rosto lindo chorando novamente fazia me sentir um monstro por ter deixado isso acontecer de novo. Logo agora, que ela tinha me perdoado com tanta facilidade por ter quase a traído, a menina doce que me perdoou quando eu fiz um ato insensato, que talvez muitas pessoas não poupariam em não perdoar, mas que mesmo assim, ela me aceitou novamente de braços abertos com um sorriso no rosto, forte, como sempre foi, não mostrando os seus sentimentos e sorrindo a todo momento, mesmo que não esteja feliz, ela nunca parou de sorrrir. A que necessitou por ajuda e teve a coragem de pedir, que muitas pessoas não teriam essa determinação toda.

Eu não via motivos para larga-la, queria gritar com Scooter por me propor uma coisa dessas. A cada hora que eu imaginava seu rosto coberto de lágrimas, a dor aumentava mais ainda, eu não suportaria o fato de ela sofrer por minha causa, era mais do que eu poderia aguentar.

Uma mulher daquela clínica me contou como ela ficou desde que viu aquela inútil reportagem sobre Selena e eu e não queria propor que ela poderia piorar novamente, eu ainda quero vê-la forte, superar tudo o que a mesma passou, e pensar que eu poderia não ajuda-la a passar por todos esses obstáculos me faria ficar sem chão, o que é o que eu estava sentindo agora; confuso, sem saber como agir ou falar.