Nada aconteceu enquanto íamos em direção ao Distrito 6, mas eu sabia que era apenas uma questão de tempo.

Nós chegamos ao Distrito 6 na manhã do segundo dia de caminhada. Era uma manhã cinzenta e cheia de nuvens negras. Decidimos nos separar em dua equipes novamente, mas agora Dean, Solence e Estela ficariam nos esperando na floresta enquanto víamos como estava tudo por lá.

A situação estava "normal" na medida do possível, conversamos com algumas pessoas que concordaram em nos dar abrigo. De certa forma não havia muito o que fazer naquele distrito, eles já haviam declarado guerra contra a Capital.

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Voltamos da floresta, pegamos nossas coisas e fomos como os outrso para o lugar em que passaríamos a noite. Depois disso nós iríamos de trem para o Distrito 7.

Nos instalamos em nossos respectivos quartos e fomos dormir.

Eu não conseguia fechar os olhos.

Havia tanta coisa que se passava em minha cabeça. A revolução era a principal delas.

Resolvi sair do quarto e, com cuidado para não acordar os outros, fui para a sala.

Quando cheguei lá, percebi outra pessoa no cômodo, na janela. Reconheci os cabelos loiro-escutos de Solence. Fui até lá e me sentei ao seu lado na janela. Percebi que minha irmã estava chorando.

Eu não aguentava aquilo. Abracei minha irmã e fiqueibafagando seus cabelos enquanto ela chorava silênciosamente em meus ombros. Eu odiava vê-la chorar, ela chorou muito depois que descobriu que nossos pais não voltariam mais, é claro que eu também chorei, mas Solence parecia inconsolável e depois de um tempo ela simplesmente... Desistiu.

Eu só queria machucar a tudo e a todos que faziam minha irmãzinha chorar, aquilo me corroia por dentro, e a pior parte era que eu não podia fazer nada! Queria que o responsável pelas lágrimas de minhã irmã sofresse, eu sabia epque era um pensamento bastante cruel, até para mim, mas não podia deixar de pensar assim.

- Sinto falta deles - disse Solence.

Aquilo me pegou de surpresa. Não sabia que Solence ainda pensava em nossos pais (é claro que ela estava falando deles), e muito menos que ainda chorava por eles...

Então uma ideia me ocorreu: Talvez Solence nunca tivesse parado de sofrer por eles. Talvez ele estivesse tentando parecer forte por mim, assim como eu era por ela, por que talvez, só talvez, ela sabia que como eu ficava despedaçada por dentro quando ela chorava. Quantas noites ela já passou em claro chorando por eles? Quanto tempo ela já tentou esconder seus sentimentos de mim para me poupar? E desde quando eu considerava os sentimentos uma causa perdida?

Meu coração parecia querer estourar a qualquer momento. Eu não aguentei mais, comecei a chorar também.

Eu só não fazia ideia do que falar para Solence, então apenas a abracei mais forte e comecei a dizer o que estava pensando:

- Eu também sinto falta deles - aquilo era a pura verdade e, por mais que eu quisesse esconder, era incontestável. - Você pode falar oq ue quiser pra mim Solence. Por favor, não esconda mais seus sentimentos. Isso só vai fazer com que a dor aumente - disse isso tanto para ela quanto para mim. Eu havia acabado de descobrir aquilo

Meu coração estava clamando por ajuda, meis sentimentos estavam fartos de serem trancafiados em uma parte escura dentro de mim. Ver Solence chorar destruiu minhas barreiras, abriu meu coração e librtou todos os semtimentos escondidos. E eles sairam com força total. Doeu, doeu muito, mas ao mesmo tempo foi... Libertador.

Eu estava sem defesas agora, minhas lágrimas expressava, tudo oque eu não conseguia dizer, eu não precisava realmente de defesas, éramos apenas eu e Solence... E todos os sentimentos, todas as palavras não ditas, todos os momentos perdidos, os corações partidos e as lembranças. Doces, cruéis lembraças, que nos remetiam a um passado doloroso, mas ao mesmo tempo um pouco mais feliz do que nossa, agora, mísera existência.

Era isso, nós existíamos, não vivíamos. Antes, pelo menos, eu sorria, simplesmente sorria, ria, era um pouco feliz. Eu nem me lembro mais qualnfoi a última vez que sorri verdadeiramente, eu nem me lembro direito como se sorri.

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- Nós vamos viver agora - disse para minha irmã.

Ela confirmou com a cabeça, emtendendo o que eu queria dizer.

Enxuguei as nossas lágrimas, dei um beijo na testa de Solence e a carreguei comigo até minha cama.

Assim que ela deitou, dormiu imediatamente. Eu ainda chorei mais um pouco, depois abracei Solence e dormi.