Filhos da Lua e a Ascensão dos Corajosos.

Fuja ou lute. Ou os dois.- Apenas a Kate-


Narração Kate Connor (17 anos):

Sabe o que acontece quando se foge de um orfanato lotado? Nada. É assim comigo pelo menos, que não tenho pais ou família. Ninguém se importa em perder uma das crianças, ou se elas sumirem, naquele lugar onde estou abrigada, e é uma desorganização estressante e inumana. Mesmo assim alguns dos jovens mais velhos tentam cuidar dos outros e organizar as coisas, e outros se viram sozinhos para manterem-se vivos.

Eu mais ou menos que fugi, ou simplesmente não volto alguns dias e reapareço em outros; principalmente quando chegam novos órfãos e aquele lugar parece ainda mais lotado.

A vida é difícil sem uma casa de verdade, sem pessoas que se importam. Normalmente eu apenas ando por ai, sem me importar com o perigo ou com a morte, pois ninguém vai sentir minha falta. Descobri muito nova que saltar de prédios em prédio, ou de telhado de casa para outra, é emocionante. E ganhei muita pratica, pois desde aquela época não temia cair.

Minha estação do ano preferida esta prestes a começar, o inverno. Eu gosto de coisas frias e gosto de acordar de manhã já sentindo o frio, como hoje que resolvi ir ao parque. Lá é um lugar bem amplo e se vê poucas pessoas, ao contrario daquele orfanato abarrota, por isso saio cedo.

No bolso da minha jeans velha algumas moedas do dinheiro que ganhei ajudando na limpeza de um quintal faziam um tinir enquanto caminhava pelas trilhas sob as arvores. A fina bolsa de pano que sempre carrego comigo possui tudo que tenho. Inclusive um caderno de desenho e um estojo de lápis. Sento em um banco distante, e resolvo desenhara um pouco, quem sabe os patinhos no lago á minha frente sendo observados pelo gato vira-lata abandonado.

Um sino gentil toca do outro lado do lago. Levanto os olhos do meu desenho mal começado, e vejo... é um carrinho de sorvete! Levanto-me um pouco estabanada e vou até ele. Não é sempre que tenho dinheiro e encontro sorvete.

(N/A: esse seria o cão Clark segundo o que pensei. É linda essa raça: Shiloh Sherpherd (é não é pastor alemão) *.* )

Narração Yan (16 anos)

Alec se mostrou bem em começar uma conversa, e me ajudou com algumas coisas que tinha para fazer. Depois andou pelos corredores do primeiro andar atrás de um quarto e disse que eram todos iguais, eu só pude concordar. Mas tarde ele foi descansar no quarto já arrumado e eu resolvi levar Clark para conhecer a cidade, ou melhor, um parque não muito distante. Flecher havia notado que o cão tinha melhorado ao nos ver no quintal de uma janela, e acho até que vi um sorriso no rosto dele, mas logo pediu que não o deixasse entrar na casa. Mas Clark frequentemente entrava, já que Flecher estava muitas vezes desaparecido na mansão.

No parque Clark estava forte o suficiente para me arrastar ao correr atrás de algum animal, ou sentir o cheiro de alguma coisa. Começava a pensar se foi uma boa ideia ter saído sozinho com ele, apesar dele obedecer prontamente as minhas ordens.

Já tínhamos andado o bastante no parque e todo o caminho para chegar lá, e resolvi descansar um pouco deitado em um banco na sombra. Clarck também parecia cansado e satisfeito deitado no piso da trilha próximo, até que ele saiu correndo em um impulso que eu não consegui manter a correia na mão. Quando disse para ele voltar ele já estava longe correndo em uma curva tão rápido que pensei que jamais o alcaçaria. Corria atrás dele e o vi desaparecer por um momento até escutar um grito e seus latidos não muito longe.

O assisti correndo atrás de uma garota de cabelos escuros e lisos e preocupei-me imediatamente. A garota correndo saltou para um banco e da parte mais alta saltou agarrando um galho de uma arvore próximo e subiu agilmente e se equilibrando. Clark ficou de baixo latindo e até rosnando com as orelhas baixas. Eu realmente não entendia o por que da hostilidade entre eles. Ela mando-o embora e ele sentou-se encarando-a como se dissesse que podia ficar esperando. O cachorro viu alguma coisa no tronco e arcou a cabeça de lado curioso. Então olhou a garota no alto e deu um salto tirando as duas patas dianteira do chão e se transformando instantaneamente em um esquilo gigante de pé e encarando a garota, que deu um grito de espanto.

–Clark! Afasta. -disse ao chegar. O animal estranho virou cabeça bruscamente ao me ouvir e a forma do cão escuro de orelhas em pé ressurgiu. De cabeça baixa me obedeceu caminhando alguns passos para trás, dando uma ultima olhadela e grunhindo para a garota de pele pálida e ainda espantada no galho.

–Desculpe. -disse para a garota pegando com um pouco com medo, confesso, a correia de Clark e o arrastando para prendê-lo no banco que era fixo ao piso.

Narração Kate Connor (17 anos):

Eu consegui o meu sorvete. Então aquele cachorrão assustador apareceu perseguindo o adorável gatinho do parque. Eu não podia permitir isso, e sem nada para acerta-lo joguei uma frutinha estranha que estava no chão. Pensei que não ia dar muito certo, pois cães em perseguição não se distraem facilmente, mas este parou imediatamente e me encarou antes de correr atrás de mim. Eu fugi me esquecendo do sorvete e saltando pelos obstáculos para ver se algum bloqueava a corrida do cachorro que latia. Logo achei um lugar para fugir daquela peste. Corri saltando para cima de um banco e de lá para uma arvore. Sentei-me no galho suficientemente grosso e olhei o cão que não podia me alcançar.

Eu já não gostava de cachorro, sempre preferi gatos, então aquele cão literalmente se transforma em um esquilo assustador e grande. Depois desse acontecimento apavorante definitivamente tenho medo de cachorro! O dono logo apareceu e mostrou-se surpreso pela habilidade do cão que voltou a ser cachorro ao ouvi-lo.

O menino me assegurou de que o cão não ia me atacar, mas eu fiquei muito desconfiada. Ele conversou com o cachorro dizendo que eu era amiga, até parece que o animal podia entendê-lo, e eu assistindo tudo de lá de cima me perguntando por que eles não iam embora logo. O celular do garoto tocou e ele se atrapalhou procurando-o nos bolsos.

–Oi.-disse ele com o aparelho e um longo tempo ele só ouviu. No silencio do parque dava para perceber que alguém estava agitado ao falar com ele. E sua expressão mudava para uma mais séria e tensa. -Tudo bem Flecher, eu estou no parque com o Clark, vou tentar ir... -ele foi interrompido. - Certo, então te espero na saída. Mas porque logo agora?... tá tchau.

Ele desligou e guardou o telefone. Desamarrava o cão quando se lembrou de mim.

–Eu tenho que ir. O Estado está atacando uma escola e vamos intervir. Quer ajuda para descer?

–Espera! Vocês vão lutar contra eles?- ele concordou um pouco impaciente. -Posso ir junto?

–Você quer participar disso?- penso um pouco. Se eles vão lutar contra aquelas pessoas que pegam jovens para serem cobaias, concordo com um sinal de cabeça. -Então vamos. Eu sou Yan.

–Kate Connor. -digo me preparando para pular.

–Espera, e o Clark?- ele segurava a correia do cão que já me encarava menos ameaçador.

–Contando que ele fique longe posso suporta-lo.