Fate/Another Tears- Interativa

Aprisionado pela solidão


Quarto dia da guerra, construção de metrô abandonada, 21:47.

O poderoso fantasma nobre de Gilgamesh prendia Kazuma completamente. Enki, a corrente que conseguiria prender até mesmo Deus fazia o mestre de Caster e o pequeno homúnculo não conseguirem ao menos mexer um músculo. A barreira de vento que impedia o portão da babilônia logo se dissipou fazendo Archer dar um sorriso de satisfação.

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–Como eu suspeitava você precisa mexer os punhos para controlar os ventos- Indaga o rei dos heróis enquanto observava Kazuma tentar inutilmente se mover- Desista mortal imundo nem o poderoso touro dos céus que possui o poder para fazer a Terra mergulhar em sete anos de fome conseguiu escapar das minhas correntes gloriosas.

– Então é preciso usar um dos seus mais poderosos tesouros para parar esse “mero mortal imundo”?- Retruca Kazuma com um sorriso sarcástico ainda estampado na face mesmo a dor do aprisionamento das correntes ser extremamente intenso.

– Você ainda ousa sorrir diante do enorme sofrimento que está passando?- Questiona Archer- Você é patético, nem vale o meu tão precioso esforço...

– É porque... É porque... É porque meu pai de criação me ensinou que não há motivo para chorar quando é você que está sofrendo, isso seria muito mesquinho da sua parte... Poupe as lágrimas para o sofrimento dos outros e mostre... E mostre que realmente se importa com eles... - Responde com tamanho fervor Kazuma.

– Morra seu pedaço de lixo junto com esse boneco imundo, aprenda a derramar lágrimas de arrependimento pedindo perdão em vão diante do sofrimento causado por alguém superior -Archer prepara seus fantasmas nobres vindo do portão da babilônia e os dispara em direção aos acorrentados- Como um verme como você deveria fazer!

Os inúmeros projeteis foram em uma velocidade incrível em direção aos indefesos, porem, algo os interrompeu. Primeiro o rei dos heróis percebeu a aura poderosíssima, as armas foram refletidas pelo espelho de Caster que emanava uma bizarra onda de escuridão projetando um escudo feito de trevas. Kazuma e Lyon olharam desesperados para a serva e ficaram chocados diante da cena. A raposa estava com o lindo cabelo rosa completamente branco e desarrumado, sua pele macia e vivaz estava pálida como um morto-vivo, suas unhas e caninos estavam bastante pontiagudos como a de um verdadeiro monstro. Os belos orbes oculares da maga estavam avermelhados como as de um demônio até mesmo a yukata que ela usava mudou, o lindo azul e amarelo foi substituído por um branco e um vermelho intenso. Mas, o que mais se destacava eram as enormes nove caudas brancas que saiam do seu corpo.

– Se... Se você ao menos ousar em tocar neles, rei dos heróis é você quem vai derramar lágrimas pedindo meu perdão- Continuou Caster-VOCÊ VAI DESCOBRIR PORQUE TAMAMO-NO-MAE É A PERDIÇÃO DOS REIS!

Quarto dia da guerra, igreja de Snow City, 21:45.

Tristeza. Uma simples palavra pode realmente descrever definitivamente um sentimento humano? Não importa quantas palavras forem colocadas, não importa quantas tentativas a serem feitas, simplesmente não se podia descrever a dor e a tristeza que Õ no Hokai estava sentindo naquele momento. Saber apenas ouvia os gritos de dor de seu mestre do lado de fora da igreja mesmo que quisesse, nem mesmo o corajoso campeador espanhol ousaria entrar naquele espaço. Hokai foi até Ruler correndo e se abaixou, pois ela estava deitada não conseguia se mover e queimando pouco a pouco sua existência. O mestre deitou a cabeça da donzela no seu colo e segurou a mão dela.

Hokai derramou algumas lágrimas, Ruler queria enxuga-las para consolar o jovem, mas, não conseguia se mover o que fez a santa derramar suas próprias lágrimas. Mesmo assim ela sorriu. Um sorriso tão doce que fez Hokai corar, um sorriso que guardaria para o resto da vida, mas que também jamais veria novamente.

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– Eu fui tão feliz, eu me diverti, não tenho porque chorar assim, afinal... Na minha mente era somente eu e você Hokai... Obrigada por ficarmos juntos até o final... Eu sei que é uma coisa mesquinha da minha parte como santa, mas... Mas... Mas eu gostaria de ter ficado, mas tempo com você... – Falou Ruler meio sonolenta literalmente entre a vida e a morte. As lágrimas de Hokai aumentaram e ele apertou mais ainda a mão da sua amada.

– Eu... Eu... Eu sei que é mesquinho da minha parte... Mas... Mas por favor, não vá embora, fica aqui comigo... POR FAVOR, NÃO ME DEIXA SOZINHO! Finalmente consigo entender esse sentimento tão puro que é o amor e agora... E agora... Simplesmente não quero desistir dele!

–Hokai... Não precisa desistir dos sentimentos por uma pessoa só porque ela se foi... Afinal ela sempre estará viva nas suas memorias, no seu coração, ninguém realmente morre de verdade sendo ou não um espírito heroico, alguém vai lembrar-se dela- Afirma Ruler- Isso a torna imortal...

– Mas, você está aqui agora! Ainda não se foi completamente, ainda esta aqui comigo, não quero que passe de uma lembrança... Sabia que perderia muita coisa na guerra, esperava até perder a minha própria vida, mas não esperava perder você, sem você eu não passo de um peão inútil, o único que restou para cumprir sua missão- Lamenta o mestre de Saber- Se tivesse mas alguém vivo da minha família com certeza seria ele a ser o salvador, mas, não sobrou para o inútil que pisara nas ultimas esperanças da família...

– Hokai não pense assim! Jamais pense assim novamente! Deus te deu uma missão, ele quer que você seja a salvação dos Õ no’s, será você que ganhará essa guerra! Você foi escolhido, lembre-se sempre, quando Deus fecha uma porta ele abre outra o todo poderoso está olhando por você – Fala Ruler.

– Ele te traiu no ultimo momento te queimando por seguir suas ordens, morreu sendo chamada de bruxa e com todos os desejos despedaçados... Você poderia ter vivido uma vida normal, se casado, constituído família...

– Mas aí eu não teria conhecido você... - Completou Ruler- Lembre-se Deus faz o que é certo sempre, mesmo que aja sacrifícios, ele está com você e sempre estará, assim como eu sempre estarei com você- Fala Ruler desaparecendo pouco a pouco quase não restando mais nada- Adeus Õ no Hokai e não esqueça da rosa negra... Ela é a chave para vencer a guerra, ela será a chave para o graal... Adeus... Eu te amo...

Ruler desapareceu se transformando em apenas cinzas, o mestre de Saber tentou agarrara-las no ar, mas foi em vão. Nada sobrou dela há não ser as memorias e um Hokai solitário e triste. Primeiro ele ficou ali encarando tentando processar o que acaba de ocorrer. A ficha cai e lágrimas começam a molhar a sua face junto com uma tristeza intensa. Depois de um tempo aquela tristeza e saudade começou a se modificar, uma raiva e um ódio intenso se aflorou dentro dele como nunca antes havia acontecido. Hokai apertou o punho com força e gritou para os céus:

– Se você me ama de verdade por que me faz sofrer tanto? Você por acaso me odeia Deus? Ela disse que sempre estará comigo, mas ela não esta mais, tudo que restou dela foram essas lembranças que eu queria que fossem eternas! Por que levou meu anjo? Por que fez o Saber ter a minha maldição também? Você me amaldiçoou, você amaldiçoou toda a minha família e tudo... E TUDO PORQUE EU FALO A MESMA LÍNGUA QUE VOCÊ!–Reclama com todas as suas forças- Eu vou mostrar para você, eu mostrarei para todos, por bem ou por mal eu pegarei o cálice sagrado nem que para isso eu manche minhas próprias mãos com sangue! O sofrimento que você me fez passar me levou a isso! Ouviu bem? Cada palavra de blasfêmia que falo agora não é nada mais nada menos que culpa sua... Eu juro... Eu juro que a partir de agora farei meu próprio destino!

Õ no Hokai pronunciou bem alto as palavras enoquianas que há muito tempo não eram ditas. Surgiu um par de asas enormes azuis e ele levantou bem alto sua mão direita. Um raio de luz veio e quebrou o teto da igreja indo em direção a mão de Hokai. Uma perfeita copia de tizona só que transparente encontrava-se com ele. O poder da magia enoquiana era esse, um protótipo da divina criação, semelhante à magia de projeção, só que a magia enoquiana não copiava e sim literalmente criava uma nova arma. O fantasma nobre era tão resistente quanto a Tizona, mas não possuía o mesmo poder que a que deu origem, se Õ no Hokai podia criar familiares vivos usando a linguagem por que não armas lendárias?

Ele se dirigiu até o porão da igreja onde se encontrava Brianna amarrada por Assassin antes desta tomar a aparência da ex-mestra de Lancer e atacar Ruler. Ele apontou a espada para ela, Brianna se assustou muito, ela olhava para os olhos de Hokai e só via ódio e sede por vingança que o dominava completamente. Ela já havia visto o mestre de Saber antes e ele não era daquele jeito, ele era uma alma bondosa e inocente, agora ela estava tremendo de medo dele. Ele fez um movimento com a espada e Brianna esperou a morte certa, porem, Õ no Hokai havia cortado as cordas que a prendiam e desabotoou-o o pano que cobria sua boca.

Logo depois saiu do estabelecimento onde foi cumprimentado por Saber. Hokai apenas ignorou o servo mesmo este tendo perguntando fervorosamente o que havia acontecido dentro da Igreja. Hokai não ligava, mas para o que as pessoas pensavam dele, apenas agia pelo seu objetivo, apenas vivia pelo seu objetivo. Um Õ no Hokai havia entrado naquela igreja e outro saiu dela, não ficaria, mas nas linhas detrás da guerra, agiria na ofensiva, não importava que ficasse no seu caminho iria para-lo, possuía o servo na classe mais poderosa da guerra e não hesitaria em usa-lo. Ele sorriu de maneira odiosa “Isso vai ser divertido” pensa Õ no Hokai. Enquanto isso Dante Badlet III apenas observava.

– Eu acabei criando... Acabei criando um monstro... – Refletiu Dante- Oh céus o que eu acabo de fazer...