Family Portrait

Finalmente?!


A feira definitivamente foi um sucesso. Todos saíram comentando. E no final só sobraram os alunos e os pais que estavam esperando eles se arrumarem para irem embora. Estavam Sebastian, eu, Bryan e Ashley sentados no chão, em um canto do refeitório, conversando sobre como tinha dado tudo certo.
- Eu pensei que isso nunca teria fim. – eu disse. Eu já havia tirado os sapatos e Ashley tinha feito o mesmo. Os saltos estavam acabando com meus pés. Sebastian e Bryan tinham tirado a maquiagem do rosto, mas ainda estavam com as roupas rasgadas e manchadas.
- Já podemos ir? – minha mãe e Patrick chegaram acompanhados dos pais de Ashley.
- Agora, se possível. – todos se levantaram e nos despedimos. Seguimos em direção ao carro. Sebastian e Bryan tinham ido sem carro, o que fez com que todos fossemos no mesmo. Sentei no meio dos dois. Eram quase 23h da noite, e eu estava mais que cansada. Sem pensar, apoiei minha cabeça no ombro de Bryan, que automaticamente passou o braço em minha volta.

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Quando chegamos, subi direto para meu quarto, entrei no chuveiro tomei um banho rápido. Minutos depois eu já estava na cozinha, virando a jarra de suco no copo. Eu sentia meu corpo pesar, como se não dormisse há dias. Minha cabeça girava, e tudo que eu conseguia pensar era no momento em que Bryan me assustou dentro da sala, como o clima ficou tão pesado que era quase palpável entre nós naquele momento.
O que será que teria acontecido se Brianna não tivesse chamado meu nome? Será que...será que ele tentaria...
- Achei que você estivesse dormindo.
- Bryan! – eu me assustei, derrubando a jarra no chão. O susto foi o que bastou para eu desmoronar. Antes que eu atingisse o chão, ele chegou até mim, me segurando e tirando o copo de minha mão e o colocando de qualquer jeito no balcão. Ele me apertava contra si enquanto eu me recuperava, ainda com o corpo mole.
- Alice! O que aconteceu? – ele falava e eu ainda tinha dificuldade para focar sem seu rosto. – Alice! – ele disse mais firme, segurando meu rosto. – O que aconteceu? – aos poucos o foco foi voltando e eu consegui me endireitar em seus braços.
- Eu não sei, eu...eu senti uma tontura repentina...está tudo bem. É só o cansaço. – eu disse entre suspiros.
- Você não tem se alimentado direito, não é mesmo? – ele perguntou. – Com toda essa história de feira e as provas.
- Não...eu...não é isso. – eu respondi. Ainda me sentia fraca, mas meus pés já estavam firmes no chão. Percebendo isso, ele foi me soltando aos poucos, depois me pegando pela cintura e me sentando no balcão.
- Não consigo ver nenhum outro motivo. – ele disse. Percebi que era inútil negar. – Você comeu alguma coisa desde que saiu para ir à feira? – ele perguntou e eu balancei a cabeça negativamente. – Qual foi a última vez que você comeu? Digo, de verdade? – olhei para ele rapidamente, e depois desviei o olhar.
- Não sei. – eu respondi baixo, e era verdade, eu realmente não me lembrava da última vez que tinha sentado e comido comida de verdade. Ele me olhou em reprovação.
- Nem pense em descer daí. – ele apontou para mim.
- Mas eu preciso limpar o suco que...
- Não desça daí. – ele disse, firme. Revirei os olhos e assenti. O analisei enquanto ele limpava toda a sujeira que eu havia feito. Ele tinha se livrado totalmente da fantasia de zumbi. Seu cabelo estava parcialmente molhado e ele emana aquele cheiro de quem acabou de sair do banho. Usava uma blusa cinza de gola V e mangas curtas, e uma calça de moletom.
- Estou me sentindo desconfortável com você me encarando. – ele disse, só então eu percebi que ele já havia se levantado e estava enchendo um copo d’água, que logo depois esticou em minha direção.
- Desculpe. E obrigada. – eu disse e sorri meio sem graça, bebendo alguns goles da água.
- Você me assustou. – ele disse e se aproximou, seu quadril tocando meus joelhos.
- Não, você me assustou. – eu o encarei, sorrindo de lado.
- Eu estou falando sério, Alice. Nunca mais faça isso. Nunca. – ele esticou uma mão, passando o polegar de leve pelo meu rosto. Involuntariamente, coloquei minha mão sobre a dele, a acariciando.
- Prometo que não vou. Foi a penas a correria dessas últimas semanas. – eu disse e ele assentiu, se inclinando e deixando um beijo demorado em minha bochecha.
- Bom mesmo, ou se não serei obrigado a contar para Lizzy que sua filhinha não está se alimentando direito. – ele sussurrou contra minha bochecha e pude senti-lo sorrir.
- Isso foi uma ameaça? – eu sussurrei de volta. Ele se afastou alguns centímetros para me olhar, e nossos narizes estavam praticamente se tocando.
- Entenda como quiser. – e esses foram seus últimos sussurros antes de juntar seus lábios nos meus.
Dessa vez eu não o afastei. Dessa nem eu nem se quer pensei.
Joguei meus braços em volta de seu pescoço enquanto ele descia as mãos para minha cintura. Aprofundamos o beijo e ele me puxou contra si, grudando nossos quadris e me fazendo arranhar de leve sua nuca. O beijo era calmo, acompanhado por suas mãos que passeavam calmamente pelo meu corpo. Alguma voz no fundo de minha cabeça me dizia que aquilo era errado, mas minha vontade de tê-lo cada vez mais perto falava mais alto. Bem mais alto.
Aproveitamos por um tempo, e depois, relutantemente, nos separamos. Minha mão descansava em seu peito e ele tinha a sua em minha nuca. Nossas testas estavam encostadas, e eu respirava um pouco ofegante.
- Eu acho...eu acho melhor nós subirmos. – eu sussurrei. Ele assentiu e se afastou. Eu desci do balcão e fui em direção às escadas, ele apagou a luz atrás de mim e me seguiu. Quando cheguei na frente a minha porta, me virei para ele e ele andou em minha direção, passando os braços pela minha cintura e me beijando novamente. Dessa vez foi rápido.
Nos separamos e ele foi até a porta de seu quarto.
- Boa noite, Bryan. – eu disse enquanto abria a porta.
- Boa noite, Alice. – ele respondeu.

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