Falso amor

Capítulo 67


Olá lindas. Já estou de férias acadêmicas, ao menos a que eu mesma me dei kkk. Agora vou me esforçar para estar mais aqui nesses dias e terminar essa fanfic!!

Na delegacia.

Estevão arrumou agoniado a gravata que usava, desapertou ela como que se estivesse sentindo sufocado, enquanto estava sozinho na sala do delegado Alonzo.

O delegado o tinha deixado ali, à espera dele e já fazia muito tempo que Estevão o esperava. O deixando assim impaciente.

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Estevão sabia que já havia esperado demais. Quatro horas de relógio, já faziam que não sabiam nada de Maria.

Ele baixou o braço depois de certificar mais uma vez em seu relógio ás horas. Nervoso, levantou-se e foi quando seu celular tocou.

Tocando rapidamente no bolso de sua calça, ele pegou o aparelho.

Quando viu que se tratava de Heitor, acreditou ter novidades. Assim, ele disse ansioso.

—Estevão: Diga que têm novidades, filho e boas!

Do outro lado da linha, Heitor já entrando em seu carro em companhia de Estrela e Vivian, o respondeu.

—Heitor: Tenho, papai. Tenho um endereço que penso que deve ser aonde minha mãe está!

Heitor falou com pressa já ligando o carro e Estevão podendo ouvir que ele não estava sozinho.

Assim, Estevão passou a mão na cabeça seguindo em uma conversa com seu filho, e quando combinavam deles mesmos verificar o tal endereço junto com policiais, o delegado Alonzo apareceu na porta, abrindo-a.

Estevão olhou-o. Logo atrás do delegado vinha Demétrio. Ao lado deles, em uma janela de vidro Estevão pôde ver Luciano.

O advogado e ex-amigo dele, falava com um federal. Estevão podia ver o distintivo do homem que o acompanhava abaixo de seu pescoço.

Depois do que viu, ele fixou o olhar em suas companhias. E O delegado Alonzo disse.

—Alonzo: As coisas estão ficando muito feias, Estevão San Roman. Muito feias.

Alonzo mostrou um pen-drive e Demétrio disse, vermelho.

—Demétrio: Estevão, aconteça o que acontecer não fale nada antes de termos uma conversa a sós!

Demétrio pegou na sua gravata em um gesto nervoso, enquanto também suava como um porco.

Estevão ficou de corpo rígido, esperando qualquer coisa que pudesse sair daquele pequeno objeto na mão do delegado, para deixar Demétrio daquela maneira.

Assim, ele ergueu a cabeça. Olhou firme Demétrio e depois mirou o delegado.

Estava certo que o tivesse ali, seria contra ele e sua empresa. E julgava que não tinha o porquê lutar por sua verdade nem por sua honra. Como Demétrio parecia preocupado em defender.

Aquele momento no qual estavam, não lutaria por ele muito menos por sua empresa já afundada na desgraça. Na verdade, sentia que nem forças tinha para tal ato. Assim, ele disse sério e concentrado na figura de autoridade em sua frente.

—Estevão: Faça o que quiser comigo delegado, mas antes ache minha mulher. Não me importa o que virá depois, em relação a mim. Apenas a ache!

O delegado visionário, visando sua futura posição na mídia e departamento com o caso que ele tinha nas mãos, esticou feliz o braço, mostrando umas das cadeiras a frente de sua mesa e, respondeu Estevão.

—Alonzo: É melhor se sentar, Estevão San Roman. Os dois.

Ele mirou Demétrio também que sentou em seguida com apenas Estevão ficando de pé.

Alonzo, ajeitou seu terno desabotoando alguns botões e abriu seu computador acima da mesa, que mostrando o pen-drive mais uma vez, disse.

—Alonzo: O desaparecimento de sua mulher, ficou nas mãos de um companheiro de trabalho que pegou essa parte do caso, Estevão. Enquanto aqui e agora, nossa conversa será sobre isso.

Estevão mirou o pen-drive calado.

Fora da sala que Estevão estava, Luciano enfiou as mãos nos seus bolsos da calça. Mirava pelo vidro da sala na reta de seus olhos, Estevão e Demétrio junto do delegado que tinha em mãos o pen-drive com arquivos que Maria em todos aqueles meses havia juntado.

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Nele haviam gráficos que não batiam, contas de dinheiro que entrava com um valor menor que saia entre vendas e compras. Muitos dados que deveriam ser explicadas na lei por levantarem estranhas suspeitas. Mas que ainda assim, o que tinham ali não revelava aonde Maria estaria.

Na verdade, não revelava no pen-drive. Maria não tinha sido capaz de chegar na fonte de todo aquele esquema. Na fonte que Bruno, na visita que tinha feito a ele, deu mais detalhes. Tantos detalhes que agora Luciano conhecia o nome do homem que estava de frente dos negócios mais que sujos e bem guardados debaixo dos tapetes da empresa San Roman, durante longos quinze anos.

Luciano respirou fundo. Havia entregado pouca coisa que sabia. Ao menos tudo que não o entregava como cúmplice, como por exemplo, aonde existia a fábrica que fabricavam todo o dinheiro falso daquele esquema.

Nem por Maria havia sido capaz daquilo. E pensou que seria. Deus, havia pensado. Mas temeu pagar por um crime que não tinha arquitetado. Afinal, se havia visto algum dinheiro em mãos sobre aquele maldito esquema que conhecia de lavagem de dinheiro, havia sido antes mesmo deles começarem.

Assim Luciano julgava que suas mãos estavam limpas e o melhor, que elas estarem limpas, eram suas contas bancárias sem vestígio algum daquele dinheiro todo. O que ele não poderia dizer o mesmo para os dois homens presos naquela sala.

Demétrio havia lucrado muito com tudo aquilo, ele apostava que sim. Como braço direito de Bruno, ele como todos no passado, haviam sido comprados por aquele pacto. Quanto á Estevão, seria difícil provar que todos seus bens acumulados dentro dos 15 anos passados não tinha nenhum centavo do que faziam.

Talvez semanas, ou melhor, meses seriam precisos para declarar que seus bens não tinham nada a ver com uma lavagem de dinheiro. Um roubo dos cofres púbicos. Claro que era isso. Se estavam trocando notas falsas de dinheiro por verdadeiras, roubam os cofres públicos, o Estado todo o governo do país.

Luciano sabia como seria essa investigação. Estevão sem poder usar nada que tinham em bancos, seus bens como imóveis e carros sendo tomados e bloqueados, até o final de todas investigações.

Pobre. Quase um, ele veria Estevão a meio passo da lama total. Sem contar que as empresas San Roman jamais seria a mesma.

—X: Você está sendo um herói aqui.

O federal tocou no ombro de Luciano. Tirou-o assim de seus devaneios. E o federal seguiu.

—X: Não sabe o tempo que levaríamos mais para chegar a essas provas que nos trouxe. Você é um herói do Estado.

Luciano respirou fundo. Pouco importava a ele aquele título. Queria apenas que chegassem em Maria. Acabando com tudo aquilo, a teria de volta. Pensava que sim.

Três pessoas com presas chegavam na delegacia e Luciano olhou os reconhecendo.

Estrela sorriu quando o viu e foi a primeira ir até ele.

—Estrela: Luciano, levaram minha mãe. Meu Deus, que bom que está aqui.

Ela abraçou de olhos chorosos, o único homem que viu em todos aqueles anos como pai.

Longe dali.

Maria se sentia zonza. A vista cada vez mais escura e os olhos pesados.

Sentia que havia desmaiado depois de haver despertado. Ou apenas piscado e passado uma eternidade, se encontrando depois ainda dentro daquela sala quente.

De repente seus ouvidos aguçados captaram sons. A porta da sala estava sendo aberta. Assim depois ela pôde ouvir duas vozes conhecidas.

Ela se forçou então se manter consciente e atenta nelas.

Até que seus olhos viram outro homem. Ela quis falar, mas amordaçada sabia que não seria ouvida. E como se tivessem lido em seus olhos o que desejava, Bruno baixou a mordaça dela.

E andou até a mesa, se encostando nela e cruzando os braços.

—Bruno: Querida, Maria.

Depois de falar, ele olhou o chão em volta da cadeira todo o sangue ao redor dela. Manolo que também estava ali olhava enojado a cena.

Maria então pensando que sua desgraça servia de algum show mórbido deles, piscou os olhos mais de uma vez e se derramou em lágrimas, dizendo.

—Maria: Por Deus, o que vocês ainda querem comigo? Bruno, por quê tudo isso? Estão vendo como estou. Preciso urgente de um médico.

Bruno estralou os dedos olhando por trás de Maria.

Um terceiro homem se aproximou e momentos depois, Maria sentiu suas mãos nela desamarrando as cordas que envolvia seu corpo dolorido.

—Bruno: Vamos deixar que vá, Maria. Mas apenas se tiver ciente do que deve fazer a partir de agora. E para o bem de seus filhos. Ao menos o que te restaram.

Ele baixou a cabeça novamente para o chão. Manolo andou ficando agora ao lado de Bruno e disse.

—Manolo: Eu expliquei muito bem a ela que ela tem que sumir.

Maria se moveu assim que se viu solta das cordas. Seus lábios tremiam, suas mãos também quando se livrou do restante das cordas. Que quando fez, ela olhou os homens ali. E disse entre lágrimas.

—Maria: Mataram meu filho, ameaçam meus mais velhos e tudo por quê? Por quê? Por dinheiro! Por tudo aquilo que vi lá fora! Vocês são uns malditos monstro!

Ela tentou se levantar, mas não teve força e nenhum presente ali se moveu para ajudá-la.

Manolo riu não acreditando que mesmo na condição que via Maria, ela se mantinha como tal. Como uma mulher que ele odiava ter que lidar.

—Manolo: Agradeça que está saindo com vida daqui. Enquanto o filho que tinha, não tivermos nada a ver com isso. Talvez Estevão sim, já que nunca enxergou o que acontecia em sua empresa. E que eu descobri tão rápido com uma simples investigação, Maria.

Ele riu outra vez dando volta na mesa, enquanto Bruno mirava Maria em silêncio, até que ele disse.

—Bruno: Eu tive que matar Patrícia por sua culpa, Maria.

Ele deu três passos à frente e se ajoelhou diante de Maria.

Maria virou o rosto quando viu ele se aproximar e ele fez ela olhá-lo, quando segurou firme nas bochechas dela.

Os olhares odiosos se cruzaram e o de Bruno tinha um brilho diferente, além do ódio reciproco.

—Bruno: Eu queria que fosse você no lugar dela. Mas tão intrometida que era regressando para nossas vidas, buscou informação dela e ela teve que morrer para não as passar, Maria. Maldita!

Ele então a esbofeteou e se levantou em seguida.

Maria ficou com seu rosto virado de um lado. Seu cabelo neles grudados bem onde sua face queimava e pulsava com o golpe recebido nela, era uma imagem da mais pura covardia.

Mas ainda assim ela riu. Não riu com gosto nem para ser vista. Só entendia que ali era seu fim. Seu fim em vida já que entendia que não a matariam.

Que aceitar aquele tratamento agora vindo de Bruno, já era suportável diante do que enfrentava junto de seu corpo.

Sentia que saia dele cada vez mais sangue. Era seu corpo se desfazendo de seu bebê. Assim, o que seria pior que aquilo? Sentia-o indo de si e incapaz de fazer algo ainda que suas mãos não tivessem mais atadas. Também agora entendia todo aquele esquema de lavagem de dinheiro e entendia mais ainda, que nunca havia sido capaz de pará-lo e nunca seria. Eles venceram. Todos eles.

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Ela levantou a cabeça devagar e mirou aqueles homens. E só quis saber o porquê de tudo aquilo. O que sempre quis saber, ainda mais com o seu regresso.

Por isso, ela tomou força levantou a cabeça para mirar Bruno ainda em sua frente e o questionou mais uma vez.

—Maria: Só me responde o porquê de tudo isso, Bruno. Você me destruiu. Me colocou com um homem desconhecido em uma cama para Estevão achar que o trai. Me fez de um alvo!

Manolo olhou para Bruno, puxou uma cadeira como de uma escola, e sentou-se dizendo.

—Manolo: Essa parte eu não conheço.

Ele olhou os dois, interessado na conversa. E Bruno então o respondeu.

—Bruno: Tinha que sumir, Maria. Você era muito esperta. Te peguei uma vez em minha sala e então ali percebi que não podia seguir na empresa.

Quando o ouviu Maria piscou confusa, incapaz de lembrar do que Bruno falava.

Há 15 anos.

Maria deixava a sala de Estevão com uma pasta de documentos importantes. Ela andava com ela próxima ao peito como que se fosse um tesouro a ser bem guardado. E assim, bateu na porta da sala de Bruno onde deveria deixa-la como Estevão assim havia pedido.

Silêncio, no outro lado da porta foi que a recebeu.

Ela então a abriu devagar e constatou que a sala estava vazia. Ainda na porta, ela olhou a pasta em suas mãos. Sabia que só tinha que garantir que aqueles documentos estariam seguros por trás daquela porta e em mãos de Bruno e depois, iria para a casa chegando primeiro nela para estar na companhia de seu pequeno filho.

Assim, não pensou mais e entrou na sala.

Olhou a mesa de Bruno com seus pertences de trabalho e suspirou, olhando um lugar em meio a bagunça que via para deixar a pasta em vista para ele.

Ela olhou o computador mirando em seguida o teclado dele. Deu então a volta na mesa e quando estava disposta a pôr a pasta sobre o teclado, o computador fez um som. Ela então mirou a tela observando um ícone de mensagem. Olhou em seguida a porta. Outro aviso de nova mensagem chegava. Ela sentiu sua mão formigar na vontade de pegar o mouse e abrir elas. Mas suspirou recuando a mão e deixando em fim a pasta onde estava.

Ela então caiu deslizando ao chão e tudo de caindo. Maria se ofendeu em pensamento e ficou de joelhos no chão para pegar os documentos.

Quando fazia, vozes tomou a sala quando a porta se abriu, com Bruno e Evandro entrava falando.

—Evandro: Acha mesmo que Estevão não vai descobrir? Maldição Bruno! Eu quero garantias!

O homem rabugento caminhou para o lado do bar de bebidas que ficava na sala, e Bruno indo até sua mesa o respondeu.

—Bruno: Faremos tudo certo. Não há risco, já disse, Evandro!

Maria de pasta na mão, ergueu rápido o corpo surpreendendo os homens ali.

—Bruno: Maria.

Bruno disse em tom de surpresa, Evandro a encarou de garrafa na mão e como sempre seus olhos não demorou varrer todo o corpo jovem dela.

Que séria, Maria deixou a pasta na mesa, dizendo.

—Maria: Vim lhe trazer isso. Bruno. Estevão o quer de volta amanhã assim que o expediente começar.

Ela saiu por trás da mesa e alisou sua roupa.

—Bruno: E pode me dizer o que perdeu por trás da minha mesa?

Bruno olhou o chão que antes ela esteve e Maria ergueu a cabeça mirando-o.

—Maria: A pasta caiu. E também tenho uma pergunta. O que Estevão não pode saber?

Ela trocou seu olhar de Bruno para Evandro. Os três então ficaram por um eterno minuto se olhando, até que o telefone na mesa de Bruno tocou. Ele pegou sem quebrar o olhar com o de Maria, dizendo.

—Bruno: Sim recebi e sim, ela está aqui. Até logo Estevão.

Ele desligou o telefone e disse.

—Bruno: Estevão disse que o espere. Ele irá com você para casa, Maria.

Maria suspirou desconfiada e disse.

—Maria: Essa conversa não acaba aqui.

Ela trocou o olhar entre os dois novamente e deixou a sala.

Evandro rápido despejou o líquido da garrafa dentro do copo que pegou, dizendo.

—Bruno: Se vai fazer algo para tirar Maria de nosso caminho, isso tem que ser feito logo, Bruno. Logo!

Fim de Flashback

Bruno tossiu fazendo com que Maria voltasse a estar presente na sala depois de ter ouvido um breve resumo de seu suposto erro.

Ela então ao reviver o passado, pensou que esteve tão perto de desmascarar um plano sem ainda acontecer que só não havia feito isso por não ter o levado tão a sério. E como ia? Não havia sido nenhuma vidente para descobrir que seus dias felizes estavam contados.

Assim ela baixou a mão devagar em seu ventre. Cólicas como as menstruais ainda estavam presente nela, não tão intensas, mas as sentia junto com seu fluxo intenso deixando-a.

—Maria: Eu preciso ir a um hospital.

Assim, ela ergueu a cabeça fazendo aquele pedido mais uma vez.

—Bruno: Diga que entendeu que nada do que viu pode ser modificado que sairá agora mesmo daqui.

Maria rendida apenas assentiu com a cabeça e ouviu um riso vindo de Manolo.

—Manolo: Como é bom ver mulheres como você, assim Maria. Deus, como é bom.

Maria odiando o que o ouviu, tomou seu último folego de fúria e o mirou com raiva.

—Maria: Ainda que eu me renda, que eu esteja me rendendo contra tudo que estão fazendo. O crime que cometem não irá ficar impune. Aquelas mulheres que escravizam e a obrigam estar aqui, serão socorridas e uma delas ao menos, acabará com tudo isso!

Os olhos dela brilharam em esperança de alguma justiça ser feita. E Manolo revirou os olhos dizendo.

—Manolo: Leva-a daqui antes que eu mude de ideia e a silencie para sempre, Bruno.

Bruno obedeceu, levantando Maria por um braço.

Maria quando o teve segurando-a, buscando seus olhos, o questionou.

—Maria: Se é você o mentor de tudo isso, por que o está obedecendo, Bruno? O que mudou?

Ela e Bruno olharam Manolo, que os respondeu sorrindo.

—Manolo: Porque aqui eu sou o mais inteligente, Maria. E não esqueça que deve a mim sua infeliz vida.

Ele a olhou de cima abaixo calando-se em seguida.

E então um barulho muito alto fora de onde estavam foi ouvido. Depois gritos. Gritos das mulheres, de homens e então uma rajada de tiros começou a tomar todo o canto.

Os 3 corações presente naquela minúscula sala saltaram dentro do peito.

—Manolo: Mas que demônios está acontecendo lá fora?

Bruno largou Maria, Manolo levou a mão na arma que trazia nas costas e em seguida pegou Maria por um braço.

Ela torceu os pés descalço quando foi puxada com força para perto dele, enquanto, sons troca de tiros e gritos não paravam.

Então, alarmado e consciente assim como todos ali, Bruno disse.

—Bruno: Estão invadindo esse lugar! Estão invadindo!

Desesperado Bruno procurou por uma arma fácil. Manolo vendo o imprestável fora de si, colocou Maria ao seu lado e mirou a arma em direção dele.

Bruno parou quando se comtemplou sendo alvo do senador e disse frio.

—Bruno: O que pensa que está fazendo?

Manolo estralou o pescoço de um lado para o outro, fazendo sua escolha.

—Manolo: De nós aqui para salvar minha pele, eu só preciso de uma pessoa. Adeus, Bruno.

Ele então atirou contra o peito de Bruno duas vezes.

Maria gritou levando a mão na boca, enquanto tremia chorando. E não houve tempo de pensar, quando começou a ser arrastada para fora da sala.

Um inferno. Era tudo que acontecia diante dos olhos de Maria. Sangue, gritos, tiros e até sons de bombas de gás de lacrimogêneos, podiam se ouvir.

Em passos largos, Manolo já a fazia subir uma escada velha de ferro. Ele a gritava sem deixar de fazê-la alvo de sua arma enquanto subia logo atrás dela, para onde ela pensava que seria o teto.

E ela teve a certeza disso, quando um sol forte e rajadas de ventos tomou seu rosto e depois seu corpo cheio de dores.

Seus pés nus em seguida tocaram o teto, com ela depois se arrastando enquanto saiam do buraco que usaram para escapar da zona de tiros.

Maria então foi levantada por Manolo outra vez. Ela gemeu, zonza, aflita. Olhando tudo. E ouviu Manolo desesperado falar com alguém. Ela então notou que com sua mão livre e arma dele entre eles, ele havia pego um celular que tinha com ele.

—Manolo: Preciso de um helicóptero urgente, seus imbecis! Agora! Sim! Sim, estou no teto!

Ele desligou a ligação e falou alto a encarando.

—Manolo: Você vai ser meu escudo Maria caso nos peguem! Então trate de se sobreviver até lá!

Ele olhou todo o rastro deles ao chão por ver toda a mancha que Maria deixava pelo caminho.

O vento no alto era forte e Maria falou sobre ele.

—Maria: A casa de vocês, caíram! Estão cercados, Manolo! Eu perdi, mas vocês também!

Ela riu em meio de uma delirante euforia. Tinha visto o tanto de federais que trocavam tiros abaixo dos pés deles. Sairiam muitos mortos daquele confronto. Ela estava certa disso, mas estava certa também que tudo aquilo estava em seu último dia.

O que casou sua desgraça e causava na vida das vítimas que ela viu ali, acabariam por fim. Aquele inferno que era glória de homens como Manolo se acabava.

O som da hélice de um helicóptero começou se ouvir. Maria e Manolo olharam para o céu.

E não era o helicóptero que Manolo esperava. O vento batendo mais forte sacudindo roupas e cabelos deles, mostrou a aproximação da aeronave e o símbolo da polícia federal da cidade do México estampada nela.

E então eles ouviram um federal falando por um megafone que ele segurava para fora da porta do helicóptero.

—X: Se renda senador. O senhor está cercado!

Manolo, puxou Maria a sua frente e deixou a arma abaixo do queixo dela e gritou olhando para o federal.

—Manolo: Nunca! E se atirarem, eu atirarei nela também!

Ele andou com Maria e olhou o chão com ela quando chegaram em uma ponta.

Abaixo no chão. Mulheres saiam em fila e na companhia de federais, também estavam quem Maria mais amava. Estrela e Heitor estavam ali e quando a viram, Estrela gritou por ela e Luciano a segurou por um braço, ela viu também Vivian. Viu carros, muitas viaturas grandes e pretas dos federais, viu duas ambulâncias chegando e um carro estacionando em meio a uma poeira levantando. De um deles sendo uma viatura, saltou Estevão. Todo de preto ele saiu e mirou o teto quando ainda dentro do carro avistou Maria junto a Manolo e um helicóptero sobrevoando onde eles estavam.

Maria chorou quando seus olhos encontrou os dele. Estavam todos ali. Todos que se importavam com ela. E ela chorou mais fraca, desolada e quando sua boca criaria uma frase de despedida, ela foi puxada novamente pelo homem que lhe fazia como refém e perdeu-os de vista.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Manolo: Eu vou deixar esse local e vão me deixar ir! Estão ouvindo!

Manolo gritou em pleno pulmões.

Outro helicóptero chegou. Manolo então a soltou para acenar para ele confiante que era o seu resgate. E era, apenas fora de si soltou o que o protegia da mira dos federais. E não demorou muito para ele virar alvo deles.

E enquanto caia de costa ao chão, Maria soube que ele havia sido baleado.

Podia ver bem nas costas dele, um embaixo do outro furaram o terno caro que ele vestia junto sua carne, o lançando no chão fazendo-o de mais uma fonte de sangue entre eles.

E depois Maria nada viu. Desmaiou perdendo a consciência assim como Manolo perdia a dele a centímetros dela.

Mais tarde.

Tudo o que acontecera estava estampado nos jornais, na televisão e nos grandes sites de comunicação.

Cada manchete colocava em evidência a barbaridade acontecida na tarde de uma aparente tranquila semana. 15 mortos no total em uma ação eficaz ou desastrosa da polícia federal. Muito ouvintes e presos sem direito a fiança estavam na delegacia e uma empresa famosa, multimilionária sendo saqueada por ordens não apenas vindo de uma investigação coordenada por um delegado da polícia federal sedento por um bônus e reconhecimento, mas também pelo governo.

Os computadores da empresa, todos estavam sendo levados. Os funcionários cada um deles sendo interrogados e depois despachados com caixas na mão com seus pertences, sem saberem o que seria de seus empregos.

Heitor assistia tudo o que acontecia na empresa do pai. Um vaivém de autoridades, funcionários chorando e outros se entregando.

Estava ele ali para responder tudo e ao seu lado, Vivian com Leonel que era mais um que via seu emprego ir embora.

Heitor puxou o ar ao peito. Aquele dia parecia não ter fim, e ele sentiu um aperto de leve no ombro. Vivian mostrava que ainda estava ali ao lado dele. E não só como namorada, mas também como advogada que sempre intervia quando via algum abuso vindo dos federais contra ele.

Mas Heitor estava frio. Frio diante do que via e do que já tinha visto. Estava sendo ele o homem representante de sua família aquele momento, enquanto sabia o que naquele momento longe dele sucedia.

Maria passava por uma urgente cirurgia. Tinha sido resgatada inconsciente do teto onde havia sido feita refém, que quando Heitor soube que ela precisava de cuidados médicos, pensou que assim como a maioria dos feridos onde estiveram, ela também havia sido baleada. Mas não era. Ela perdia o filho que esperava.

No hospital. Não tão diferente do clima policial. Estevão não estava sozinho. Esperava aflito sob os olhos de um federal, por notícias de Maria. Seus olhos estavam vermelhos. Havia chorado quando em menos de duas horas, havia sido informado que seu filho e de Maria já não vivia dentro da barriga dela.

O pequeno coração do bebê, já não tinham batimentos. E em só pensar na notícia que recebera, ele sentia que morria mais um pouco por dentro e claro, se fosse possível morrer mais.

Estava ali vivendo um dos piores dias de sua vida e que se não bastasse ver Maria no estado que havia chegado no hospital, por ter sido resgatada por um segundo helicóptero quase sem vida e pálida como nunca tinha visto igual. Estava nas mãos dele o futuro dela como mulher, ou melhor como mãe.

Para cirurgia que passava acontecer, ele tinha assinado um termo que dava aos médicos o direito de escolha diante de sua grave hemorragia não podendo eles estancá-las, correndo o risco de lhe tirarem o útero.

Ele passou a mão no rosto todo vermelho. Pensava que não era de falar com Deus. Mas naquele momento se tornava o homem mais fervoroso da terra. Clamava com afinco por um milagre. Uma misericórdia que ele talvez não merecesse, mas Maria sim. Ela tinha que sobreviver e tinha que sobreviver junto com seu órgão.

Ele olhou seu relógio e por ele, pensava que ela já estava em cirurgia por duas horas. Mas não só ela.

Ele andou pensando em Manolo que havia sido baleado. Aquele Senador, Manolo Canedo se revelou não só um corrupto e assassino de mulheres, mas também conhecedor do esquema que acontecia em sua empresa. E ele? Ele também havia passado por uma cirurgia, mas sem resistir a ela, havia falecido assim que ela havia iniciado. Quanto a Bruno? Seguia em uma.

Que no caso de seu sócio e amigo antigo, Estevão sobrepôs suas preces boas com as mais odiosas que tinha quando nele pensava. Queria-o morto. Queria Bruno morto.

Longe dali.

Daniela estava aflita vendo sua casa sendo revirada. Ana Rosa que estava de visita olhava tudo alarmada.

—Ana Rosa: Tia? O que está acontecendo aqui?

Daniela levou as mãos na cabeça vendo 6 federais vasculhando a casa. Um apareceu com 3 notebooks da casa dentro de uma caixa.

—Daniela: Eu não sei! Não sei e Demétrio não responde minhas ligações!

Demétrio apareceu ao final das palavras dela.

Ele estava sendo segurado por um federal e puxou o braço das mãos dele, indo até Daniela.

—Demétrio: Vamos perder a casa mais tudo ficará bem, Daniela.

Daniela gritou ao ouvir aquilo. A casa que moravam havia sido um "presente" de Bruno, que por esse fato Demétrio sabia de onde havia vindo o dinheiro da compra dela.

—X: Achamos isso.

Um federal disse, trazendo atenção para seu chefe naquela operação.

Assim todos os olharam.

O federal puxava uma mala de mão e também tinha em sua mão enluvada, uma arma. O Segundo Federal se abaixou abrindo a mala e encontrou em seguida caindo para fora dela, muitas notas de dinheiro.

Daniela olhou e depois trocou seu olhar com Demétrio o esbofeteando em seguida por não acreditar que ele tinha aquela quantia toda e suspeita, guardada na casa deles.

X: O senhor está preso até prestar esclarecimentos do que vimos, senhor Demétrio.

Demétrio se viu em seguida ser algemado.

—Demétrio: Eu não fiz tudo isso sozinho, não fiz!

Desesperado enquanto era arrastado até a saída da casa ele começou a dizer, e Daniela o seguiu em lágrimas.

—Daniela: Diga tudo a eles, Demétrio. Se salve!

Ela gritou embalada em seu choro e depois foi amparada por Ana Rosa.

No hospital.

Estrela estava na lanchonete. Ainda que sem conseguir comer, a menina tinha um copo grande de suco de laranja e um pequeno sanduiche em sua frente.

Luciano a mirava, enquanto tomava apenas um café preto.

E disse, analisando seu rosto abatido.

—Luciano: Coma Estrela. Tudo vai voltar a ficar bem.

Estrela pensando que já estava conhecendo o lado ruim demais da vida, o respondeu.

—Estrela: Nada vai ficar bem, Luciano. Ouviu o médico. O bebê que minha mãe esperava morreu e o mesmo pode acontecer com ela.

Ela limpou um lado do rosto a lágrima que escorreu quando ela desdeu, depois que havia falado.

—Luciano: Ela não vai morrer. Maria é forte.

Luciano depois de falar buscou a mão da adolescente para segurar. Mas Estrela tirou a mão que estava sobre a mesa.

—Estrela: Mas meu irmão morreu. Estou triste por ela, e por, por...

Ela se calou tendo imagens na cabeça de Estevão e das lágrimas que viu descer dos olhos dele. Estava sentida. Sentida como que se a dor dele também fosse dela. Mas por que não seria? Eram uma família.

—Luciano: Por...

Luciano então a instigou a seguir a frase incompleta.

—Estrela: Por Estevão. Ele chorou bastante.

Luciano arqueou uma sobrancelha e depois de bebericar seu café, ele disse.

—Luciano: Chorou por culpa, já que tudo que aconteceu à sua mãe foi culpa dele.

Estrela deu de ombros, triste.

—Estrela: Não era ele que fabricava dinheiro naquele lugar, não é? Era aquele homem do teto que morreu e o tal Bruno.

—Luciano: Sim. Mas Estevão sabia muita coisa. Ainda vão investigar.

Estrela se calou por alguns segundos tentando entender mais uma vez tudo que se passava ali.

—Estrela: E você sabia de alguma coisa?

Ela o olhou então com um olhar desconfiado.

—Luciano: Sabia tudo o que sua mãe já sabia, querida.

Luciano deu um breve sorriso a ela, ela suspirou pensativa.

—Estrela: Não entendo porque minha mãe não acabou com tudo isso logo.

Estrela afastou seu lanche de sua frente.

—Estrela: Eu vou voltar para a sala de espera. Quero estar lá quando forem dar mais notícias dela para Estevão.

—Luciano: Espera, vou com você.

Luciano se levantou rápido quando viu a menina ao final de suas palavras fazer o mesmo.

Estrela suspirou necessitada em estar do lado que lhe cabia aquele momento. Do lado que nunca esteve. Que por isso, ela disse.

—Estrela: Eu quero conversar com meu pai também, Luciano. Quero falar com ele.

Luciano respirou fundo e enfiou as mãos nos bolsos de sua calça.

—Luciano: Ok, entendi. Estarei aqui por hora caso querer me encontrar.

—Estrela: Certo.

Ela então caminhou para fora da lanchonete e Luciano temeu aquela conversa.

Estevão andava pela sala de espera. Passou a mão na cabeça depois que voltou a ver as horas notando que o dia ensolarado já tinha se tornado noite.

Ele então de repente se virou e viu Estrela o olhando.

Ele então sussurrou.

—Estevão: Filha?

A menina deu dois passos vendo ele ainda com o rosto abatido e olhos úmidos.

—Estrela: Eu sinto muito.

Ela então sussurrou de volta.

E Estevão com a voz embargada disse.

—Estevão: Eu também sinto muito. Deus...eu sinto tanto muito, filha.

Não demorou para que o espaço entre eles torna-se pequeno ao se unirem em um abraço doloroso e sentimental.