Falso amor

Capítulo 47


No dia seguinte, Maria estava sobre uma cama ginecológica em uma clínica obstétrica. Era a primeira vez que ela veria como estava o filho que esperava, depois de ter realizado um check-up de exames que toda mulher grávida faz antes de começar a ser acompanhada por um obstetra.

Ela suspirou nervosa ali deitada. Vestia apenas uma camisola rosa do consultório e nada por baixo, quando sentiu ser penetrada por um aparelho que realizaria nela um ultrassom transvaginal. Uma médica morena e madura, que realizava o exame nela, lhe sorriu quando a imagem começou mostrar em uma tevê para Maria ver e na tela de um computador para ela, o feto.

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Que então ela começou a falar.

—X: Ali está seu bebê, Maria. Ainda tão pequeno.

A médica começou analisar tudo que mostrava na tela, uma gravidez nas primeiras semanas quase não via nada por isso era tão incerto arriscar qualquer palpite de como seria a gravidez dali, para isso servia o pré-natal, para o especialista obstétrico acompanhar o crescimento do bebê e seu bem-estar junto da mãe.

Maria ouviu atentamente a médica falar e falar sobre sua gravidez. O grãozinho que logo seria um bebê em seu ventre estava bem e seguro dentro da bolsa amniótica e deveria passar ali 9 longos meses. Ela fechou os olhos suspirando quando o exame terminou e a médica foi para outra sala espera-la. Uma enfermeira ficou com ela e lhe deu a mão para sentar, Maria agradeceu e olhou para tevê na parede. Quando esteve grávida de Estrela principalmente de Heitor não havia tantas tecnologias como as que ela via, que então ela disse.

—Maria: Posso levar para casa as imagens dessa minha primeira ultrassonografia?

A enfermeira sorriu dizendo.

—X: Claro, senhora Maria. Já vou providenciar.

A enfermeira foi ao computador onde antes a médica esteve e Maria desceu da cama e foi para o banheiro do consultório se trocar. Dentro dele ela suspirou. Poderia fazer daquela gravidez diferente? Poderia desfrutá-la sem dor?

Ela levou a mão na barriga com carinho. Tinha escutado o coração do bebê que bateu tão forte, o que lhe encheu de emoção e a certeza que ia ser mãe de novo.

Longe dali.

Nas empresas San Roman

Estevão chegou saindo do elevador entrando no andar da presidência depois de quase 35 dias sem pisar na empresa.

Sacrifício, era o que ele tinha feito de várias formas tentando ficar em casa e obedecer ás prescrições médicas, mas só até ali. Naquela tarde que se iniciava, teria uma visita de alguém e teria que ser na empresa e diante de Maria.

Lupita que o viu, foi até ele apressada dizendo.

—Lupita: Senhor, San Roman, eu não fui avisada que o senhor voltaria hoje á empresa.

Estevão percebeu o nervosismo de sua secretária que temia a incompetência e disse, caminhando enquanto ela o seguia.

—Estevão: Não se preocupe, Lupita. Nem eu sabia, mas aqui estou. Maria está na sala dela? Tenho uma reunião com alguém mais tarde e quero ela presente.

Lupita negou com a cabeça rápido e disse.

—Lupita: Senhor, a secretária dela está passando qualquer emergência para o celular dela e e-mails, porque hoje ela não vem trabalhar nas empresas.

Estevão parou no meio do caminho. Odiava ainda aquela realidade que Maria seguia trabalhando no escritório de advogados de Geraldo Salgado. Mas era aquilo que acontecia há 1 mês e ele sabia. Maria fazia um trabalho que deixava sempre transparente para ele, mesmo que fosse por Heitor ou o enviando e-mails de trabalho, uma distância que ela insistia em manter entre eles que o incomodava, o desesperava, mas que não podia fazer muito para acabar com ela com ele seguindo em casa e sabendo o tanto que já tinha errado. Que errar de novo para ele, não era uma opção. Ainda que estavam em uma sexta-feira e ele nela depois de tentativas falhas de ter contato com ela e depois impedido por seu recente quadro, ele também queria concertar os erros que separava ele de sua menina, que por isso precisava dela perto dele para conhece-lo e enfim ele poder mostrar a ela que podia ser um bom pai. Por isso no dia seguinte tentaria convencer Estrela a ir até a casa dele, ao menos para passar algumas horas com ele.

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Depois de saber que Maria não estaria naquele dia, Estevão foi até a secretária nova dela, sabia que tentando ele ter contato com ela seria em vão, que por isso depois de explicar seu recado a jovem, chamada Alma, ele foi até a sala dela.

Pela primeira vez entrava nela depois de Maria já ter ocupado ela.

Ele encostou a porta por trás dele e respirou fundo. A sala já tinha pertences dela, por isso já a lembrava. Ele foi até a mesa dela e estavam ali um quadro, ele pegou e era Maria com Heitor e Estrela. Já tinham fotos juntos e ele não estava incluído, na verdade havia perdido muito tempo entre seus rancores ao invés de fazer como Heitor fez, desfrutar da volta da mãe que lhe haviam tirado. E dele, haviam tirado a mulher que ele amava. Ele pegou o quadro e foi sentar com ele na mão na cadeira dela de Maria. Ele riu olhando a foto que era um selfie, que podia entender que havia sido tirada pelo braço estendido, por Heitor que ficou ao lado de Maria rosto com rosto e Estrela no mesmo modo, mas do outro lado. O olhar da menina apesar do sorriso, estavam olhando para Heitor. E ele riu pensando que ela poderia ter algum ciúme do irmão mais velho que parecia também exigir seu lugar naquela foto, que claramente com um sorriso maior entre os dois, Maria dava esse espaço igualmente a ele. Ele colocou o quadro de volta na mesa outra vez. Entendia Heitor, entendia Estrela, seus dois filhos que a queriam só para eles. Quando foi mais jovem teve aquele sentimento quando a conheceu e então a necessidade só cresceu a tornando tão essencial para ele do dia para noite. O que Maria tinha que deixava todos cativados e preso a ela?

Ele bateu a mão sem querer em um enfeite na mesa, ele conhecia aqueles enfeites que se encontrava sempre entre os pertences de alguém que vivia entre a lei, advogando, julgando, decretando, condenando. Era uma dama da justiça o enfeite dar cor prata e que cabia na palma da mão dele. Ele só pensou naquela realidade, que Maria era uma advogada e quando ela terminasse o que procurava sairia dali, daquela sala, da empresa. Ela havia deixado claro qual era seu interesse, buscar a verdade ali dentro.

Havia então duas verdades, uma que interessava mais Estevão que a outra. Ter a dúvida que perdia dinheiro todos aqueles anos para ele, não comparava a ter perdido sua família. O dinheiro não podia trazê-la de volta, nem comprar a felicidade que antes de tudo que vivia aqueles anos, antes viveu. Por isso deveria achar os culpados de sua desgraça e fazer com pagassem.

Ele sabia que Maria tinha suspeita de que algo sujo acontecia, que antes ele insistiria que nada ali tinha para ser achado, mas agora já não sabia de nada, não tinha certeza de nada, apenas que não podia voltar perde-la, poderia sim perder tudo aquilo que pisava, mas não mais uma vez perdê-la. Seus olhos umedeceram tristes em só pensar na situação que estava.

Maria cruzou as pernas sentada de frente de uma mesa. Esperava alguém em um escritório. Na verdade, estava em um consultório de outra clínica.

Havia dado um nome falso e marcado hora para falar com a médica psicóloga mais importante daquele lugar. Mais importante porque ela era simplesmente dona daquela clínica que atendia em 7 dias da semana, só pacientes que podiam pagar o custo de uma terapia em uma clínica como aquela.

Maria suspirou lembrou quando ouviu aquele sonho ser contado tantas vezes para ela e ela torcido como uma boa amiga que havia sido, para que aquele sonho fosse realizado.

Uma porta de vidro se abriu por trás dela e ela girou sobre a cadeira.

Patrícia quando a viu ficou sem cor. Como sempre temia Maria. Temia porque mesmo que não assumisse de voz alta, tinha vergonha do que tinha feito a antes pobre e ingênua mulher.

Maria abriu a boca. Estava tão bonita vestida em um terninho cinza e com detalhes preto, cabelos escorridos e soltos sobre os ombros, sombra nos olhos e um batom marrom iluminado com brilho labial, enquanto Patrícia estava sem cor e olheiras enormes apesar de estar também bem vestida. A diferença era que Maria dormia sem nenhum peso na consciência, enquanto Patrícia não se podia dizer o mesmo.

E Maria conhecia qual peso era e estava ali disposta a compra-lo.

Que então assim, depois de ter Patrícia muito tempo parada entre a porta e sala, ela disse.

—Maria: Entre, Patrícia, afinal essa sala é sua, não é?

Maria deu um sorriso de lado.

Patrícia suspirou e finalmente andou até o outro lado da mesa dela pondo sua bolsa que trazia nela, e disse alto.

—Patrícia: O que faz aqui Maria? O que faz?!

Maria então saltou do lugar dela vendo que a conversa seria acalorada e disse, agora no mesmo tom que ela.

—Maria: Sabe o que faço aqui, não seja sínica! Temos uma conversa pendente e resolvi tê-la agora mesmo!

Patrícia cruzou os braços e disse.

—Patrícia: Não temos nada o que falar! E eu vou sair!

Ela pôs a bolsa acima do ombro. Faria tudo para evitar aquele confronto que sabia que entre todos envolvidos, era ela o ponto fraco, a que foi usada e ainda não descartada porque manteve a boca fechada até então.

Maria riu sem vontade e quando viu a intenção de Patrícia ela segurou no braço dela com uma mão e a outra ela a acertou no rosto. Mas forte que ela e seu alto controle, sua mão já a tinha esbofeteado com força e depois que fez, ela disse gritando.

—Maria: Você me traiu quando pensei que era minha amiga! Você sabe muito e não saio daqui sem saber o que sabe mesmo que eu tenha que dar o que quer, o que te move, Patrícia!

Assustada, Patrícia levou a mão no rosto e totalmente ofegante, mas também tremendo. Sabia que merecia aquele tratamento e até mais, mas temia o que poderia lhe acontecer depois daquela conversa que por isso ela disse de lágrimas nos olhos.

—Patrícia: Quer ouvir que eu sei que é inocente em tudo que te acusaram? Sim, eu sei Maria. Foi uma vítima em tudo que te fizeram! Eu sei! Mas não vai tirar mais nada de mim, nada porque tudo que houve no passado está além de mim e até de você!

Maria passou a mão nos cabelos e depois levou elas na mesa e respirou agitada. O que Patrícia dizia tampouco era novidade para ela, estava cada vez mais ciente que o plano de separarem ela de Estevão acusando-a de um roubo e uma traição falsa, não era nada do que acontecia nas empresas San Roman, que era um banco para uma máfia que lavavam dinheiro. Havia recebido os balancetes que mandou para fora da empresa para especialistas examinarem o que ela a olho nu só pode ver parte dos erros, que ela já sabia que havia muitos, como dados alterados, lucros altíssimos e recordes quebrados em pouco tempo de diferença. Com aquela verdade escancarada, dificilmente a empresa San Roman seguiria de pé quando o Estado exigisse todo o dinheiro lucrado de vendas e compras vindo de dinheiro fora da lei. Era uma verdade que ela tinha que aceitar, que ela trazendo, derrubaria também a empresa de Estevão que já estava há anos em sua família. Mas era aquilo ou seu nome seguir sujo. E agora para ela parecia justo ser egoísta aquele ponto depois de ter sido vítima e devorada pela corrupção oculta daquela empresa.

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Que assim, ao virar a cabeça para Patrícia ela a respondeu, nervosa.

—Maria: E acha que não sei? Não vou lidar sozinha com tudo isso. Vou apenas entregar as provas que conseguirei e depois deixarei a lei resolver. Mas tem outras provas que cabe eu resolver, Patrícia. E é sobre esse maldito amante que fizeram Estevão acreditar que eu tive! E você sabe, sabe que ele nunca existiu!

Os olhos de Maria, cristalizou em lagrimas e Patrícia relaxou dizendo enquanto se abraçava.

—Patrícia: Quer provar que nunca traiu Estevão para voltar com ele? Ainda ama ele, não é?

Maria ficou calada por uns segundos que serviram para ela se acalmar como parecia que Patrícia também estava, que então depois de andar e se alisar com seus braços em volta do seu corpo, ela disse baixo.

—Maria: Não interessa a você se amo ele ou não. Eu só quero poder prova ao meu filho que não sou a mulher que fizeram ele acreditar. E eu sei que a justiça não vai encontrar esse homem então tem que ser eu.

Ela puxou o ar do peito vendo Patrícia quieta e seguiu dizendo.

—Maria: Estou disposta dar o que quiser em troca de um nome, com localização real do paradeiro dele se me disser ao menos isso, Patrícia.

Patrícia deu de ombros e disse.

— Patrícia: Contrata um detetive, conseguiria fácil.

Maria a olhou com raiva e a respondeu.

—Maria: Não se faça Patrícia, que sabe que uma investigação dessa pode levar anos. Eu não tenho nada desse homem, não tenho ao menos uma foto para dar para que um detetive comece essa investigação. Além do mais, não tenho mais 15 anos, os que tive já foram longos suficientes. Quero viver em paz com meu filho, quero que ele me olhe com amor e não mais com dúvidas!

Patrícia ficou calada pensando. Até que ela resolveu dizer depois que olhou sua sala toda.

—Patrícia: Como vê, estou bem com dinheiro, Maria. Então terá que descobrir sozinha.

Maria a encarou erguendo a cabeça e disse em seguida como sua última cartada.

—Maria: Tem certeza? Tem certeza que tem dinheiro suficiente para viver sem precisar trabalhar mais? Tem certeza que tem dinheiro suficiente para viver em qualquer lugar e longe de tudo e todos? Porque está claro para mim, que teme algo, teme a verdade que envolve o que me fizeram. E eu posso te dar a segurança que precisa, porque eu sim tenho dinheiro suficiente para ir a qualquer lugar quando acabar tudo isso e nunca mais voltar, Patrícia.

Ela abriu a bolsa que deixou sobre a cadeira, tirou um cartão de papel com números dela e voltou a dizer.

—Maria: Como eu disse, estou disposta a dar o que me pedir, o valor que exigir, mas minha oferta tem um prazo. Que se eu conseguir sem sua ajuda, além de você ter sido desmascarada, vai sair de mão vazias, ah e presa porquê se sabe de tudo que está acontecendo na empresa San Roman e ainda se beneficia, querida Patrícia, dessa vez será você que ficará na cadeia, mas não por ser inocente. Boa tarde.

Ela deixou o cartão na mesa e passou pela porta deixando Patrícia para trás.

Momentos depois Maria respirava fundo dentro do seu carro pronta para dirigir depois que passou segundos pensando na conversa que teve com Patrícia. Jurava que poderia ter surgido algum efeito quando viu no olhar dela, ela temer por sua liberdade. Podia ser capaz de comprar a liberdade de Patrícia se ela aceitasse, se aquele fosse o preço de seguir em paz ao lado do filho com sua verdade ela pagaria. Afinal, Maria tinha certeza que Patrícia só era uma peça comum naquele jogo de grandes jogadores que poderia ser descartada sem utilidade alguma.

Ela olhou para sua mão, tinha um gravador de voz que havia deixado dentro da bolsa ligado enquanto estava conversando com Patrícia. Estava fazendo aqueles dias dois dossiês, juntaria uma série de provas que a inocentaria tanto na acusação de roubo como de adultera e quando tivesse ambos em mãos, um entregaria à justiça e o outro revelaria ao filho. Ela então guardou na bolsa e olhou o celular, tinha chamadas perdidas de Alma que quando retornou ela soube que Estevão a esperava nas empresas San Roman.

Não tinha planos de ir nela aquele dia, mas precisava falar de trabalho com Estevão e se essa conversa seria na empresa, para ela não haveria problema, apenas um por saber que ele parecia ter adiantado a data do seu regresso.

Ela então dirigiu. Enquanto Estevão em sua sala, estava com Bruno que parecia estar aliviado por tê-lo de volta e se empenhava em falar o que Maria estava fazendo na empresa era ruim para eles.

Que então Estevão disse, no meio da conversa, por pensar que não tinha cabeça para ela e só Bruno parecia não ter percebido.

—Estevão: Já falei tantas vezes que se tiver algo passando aqui, Maria terá a razão senão, não há porque se preocupar tanto. Ou há Bruno?

Ele em pé no meio da sala dele, olhou intrigado para Bruno e depois passou a mão no rosto agoniado. Tinha prioridades e claramente não eram os negócios.

Lupita bateu na porta antes de aparecer e disse com os dois a olhando.

— Lupita: Senhor, San Roman. O Senhor, Cadenas chegou.

Estevão suspirou e disse.

—Estevão: Pode mandar entrar. E me avise quando Maria aparecer. Bruno.

Falando o nome de Bruno e estendendo o braço em direção a porta, o fez entender que o queria fora da sala.

Já sozinho, Estevão desapertou o nó de sua gravata impaciente. Martin Cadenas havia marcado aquele encontro por estar no país. Ele era um detetive de prestigio que como ele viajava muito tinha sua própria equipe para lidar com os possíveis clientes, mas que sabendo que daquela vez não tinha qualquer cliente buscaria informações pessoalmente da envolvida que iria investigar, já que os primeiros materiais Estevão já o tinha entregado por e-mail, mas faltava um “testemunho” de quem havia vivido o que ele iria investigar na pele.

Sendo um senhor de cabelos grisalhos e cavanhaque, ele cruzou a porta. Estevão sorriu e lhe deu a mão, dizendo.

—Estevão: É um imenso prazer conhece-lo pessoalmente, doutor, Cadenas.

Ambos os homens apertaram as mãos em um aperto firme.

Maria suspirou entrando no elevador da empresa San Roma e apertou o andar da presidência.

Vivian tinha ligado para ela no caminho e perguntado se ela tinha já se alimentado, com carinho. Maria tinha sorrido ao ouvir a preocupação da sua amiga que lhe cuidava e que poderia ser o contrário, ela cuidando dela como sogra de um bebê que pudesse vim e ser neto dela e de Estevão, mas em troca os inconsequentes eram eles.

Ela olhou o espelho de elevador e acariciou a barriga olhando e sussurrou.

—Maria: Apesar de toda essa confusão, vai ficar tudo bem, meu filho. Vamos ficar bem...

O elevador abriu e ela ajeitou a bolsa sobre o ombro e saiu.

Sorrindo Maria cumprimentou todos que cruzou enquanto seguia a caminho da sala de Estevão, como ela havia sido avisada por Lupita que ele a esperava com mais alguém que ela não fazia ideia de quem era.

Que assim depois de bater na porta e entrar, ela viu os dois homens a olhando.

Que assim ela disse.

—Maria: Boa tarde.

Estevão e Martin ficaram de pé ao mesmo tempo. E Estevão disse, depois que saiu do seu posto que estava atrás da mesa.

—Estevão: Maria, esse é Martin Cadenas, um detetive que contratei para descobrir o que houve com você há 15 anos.

Maria quando ouviu Estevão não sentiu o chão. Olhou para ele e depois para o detetive. Depois fixou apenas para Estevão. Não podia crer o que acabava de ouvir. Ele fazia o que ela tanto desejou, mas há 15 anos atrás como ele mesmo havia dito. Ela levou a mão na testa depois andou um pouco e apoiou as mãos na cadeira a frente da mesa.

O detetive tocou levemente na costa dela, Maria havia ficado pálida e Estevão puxou a cadeira ao lado do que ela tocava e disse, temendo que ela desmaiasse mais uma vez.

—Estevão: Parece mal, Maria sente-se aqui. Vou pedir que Lupita lhe traga uma água.

Cadenas ajudou ela sentar e Estevão saiu da sala. Ele não estava gostando de presenciar aqueles males estares de Maria.

20 minutos passou. Maria tinha um copo de água na mão, sentada a frente da mesa com o detetive ao lado dela e Estevão do outro lado da mesa.

Ambos falavam com ela sobre o que estavam fazendo em sigilo. Para todos Cadenas em suas visitas vistas como aquela seria chamado de doutor enquanto tentava investigar onde estava o homem que tinham lhe dado como amante.

Maria se levantou nervosa, o detetive queria saber mais dela, por isso estava lá, ele queria cutucar ali aquela ferida, que ainda sangrava e existia tantas perguntas. Ninguém desaparecia sem rastros e parecia que era aquilo que havia acontecido com o homem que a tinha fotografado com ela em uma cama. E Maria mais que nunca tinha sede de acha-lo. Precisava acha-lo. Mas com Estevão a ajudando só naquele momento?

Ela então disse olhando para ele, esquecendo a presença do detetive entre ela e Estevão.

—Maria: Por que só agora faz o que devia ter feito há 15 anos, Estevão? Isso não é justo!!!!

Ela levou as mãos nos cabelos quase chorando. Estava dividida queria agarrar aquela oportunidade, mas também não queria, agora que tinha interesse naquela verdade, ela mesma poderia fazer o que Estevão fazia, não precisava mais dele. Tanto que havia ido sozinha em quem poderia dar a ela respostas mais rápidas.

Estevão então sentindo a aflição que ela estava disse.

—Estevão: Maria. Escute é importante que fale como foi tudo aquele dia, ao menos do que se lembra. Eu sou consciente que poderia ter feitio isso antes, mas, querida Deus sabe que se eu pudesse voltar atrás eu voltaria.

Ela olhou para ele ainda quase chorando mas disse firme.

—Maria: Não pense que só fazendo isso agora, terá meu perdão, Estevão.

Ela então mirou o detetive deixando Estevão mudo e voltou a sentar pronta para falar o que fosse que pudesse ajuda-la encontrar aquele homem que tinham vinculado como amantes.

E assim, o detetive anotava o que Maria falava em uma caderneta simples com uma caneta. Estevão tinha se afastado e ficado encostado em uma parede, lhe causava agonia ouvir Maria falando do que havia sido vítima. Sim vítima e ele tinha sido incapaz de conseguir enxergar.

Como alguém que tem um amante e trama algo como ela foi acusada, some? Ele passou a mão na cabeça, Maria não havia deixado o país com aquele homem, ele também não havia estado com ela em nenhum momento nem antes de ser presa nem depois, as únicas evidencias que foram amantes, era as fotos com ela dormindo ao lado dele... Drogada...

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Evidencias de uma relação antes daquelas fotos não existia e teriam que existir. Um relacionamento antes de tudo ser descoberto tinha que ter tido algo, um ponto de encontro por exemplo, mas nada existia. Tinham armado para separá-los. Mas quem? E por quê?

Estevão passou a mão no rosto todo vermelho, até que ouviu as cadeiras se arrastando e então se virou vendo que Martin já ia.

Que então o detetive disse.

—Martin: Estamos fazendo um retrato falado para termos a noção de como esse homem está agora. Temos que ser conscientes que os anos passou e ele não é mais o mesmo que está nas fotos. Mas vamos acha-lo.

Maria sentiu sua boca secar em um constrangimento. A única imagem que pôde ver daquele homem era ele com ela e ela nua junto a ele. Ela mirou rápido pra Estevão, as mesmas imagens que ela viu dele acreditava que ele também tinha visto, que assim ele entendendo o olhar dela, disse.

—Estevão: Entreguei apenas a imagem necessária para que ele seja reconhecido, apenas ele, Maria.

Maria suspirou entendendo o apenas ele, que Estevão se referia, mas também entendendo que ele ainda tinha em posse aquelas malditas fotos que os tinham destruídos. Que então assim, depois que o detetive foi embora, Estevão quando fechou a porta depois que ele passou por ela, disse.

—Estevão: Deve estar confusa por saber que eu ainda tinha aquelas fotos, mas de algo meu sadomasoquismo me serviu, Maria. Graças aquelas fotos temos um rosto ainda que sem nome para achar.

Maria cheia de dor por ter tido sua ferida cutucada todo aquele momento, disse indignada por ele ainda ter aquelas fotos.

—Maria: Você é um louco, doente Estevão. Guardou tudo enquanto me odiava e me condenava.

Estevão puxou o ar do peito e a respondeu se aproximando mais dela.

—Estevão: Sou mais que isso. Eu fui tão cego que acho que nem quando tudo isso acabar possamos ser felizes. Tenho medo Maria.

Maria riu agora chorando. E passou as mãos nos olhos limpando-os.

—Maria: É um tolo que segue se ilusionando com essa felicidade Estevão. O seu achar é uma ilusão que não vale a pena acreditar.

Ela virou o rosto depois de falar e Estevão tomou elas nos braços, queria cair nas lágrimas assim como a via mergulhadas nelas e disse de voz embargada.

—Estevão: Se ainda estamos aqui e ainda vivos, podemos lutar para voltarmos sermos o que éramos, Maria. Eu sei que podemos...

Ela voltou a olhá-lo levantando a cabeça para poder mirá-lo nos olhos e o respondeu de voz sofrida.

—Maria: Está nessa luta sozinho Estevão. Se aceitei falar com aquele detetive é que não estou em condições de rejeitar qualquer ajuda que limpe meu nome para meu filho. Só por isso.

Estevão suspirou, alisou os braços dela e apertou os olhos todo vermelho, caindo assim nas lágrimas e disse.

—Estevão: Eu te amo, Maria. Ainda te amo.

Maria também chorou e movendo a cabeça e também os braços para ele deixar de tocá-la. Mas ele a segurou mais e ela com suas lágrimas no olhar o respondeu.

—Maria: Já passou o tempo de quando o que eu só queria de você era seu amor, Estevão.

Estevão subiu as mãos que estavam nos braços dela e rodeou agora o corpo dela com elas trazendo-a para mais perto dele.

—Estevão: Não fale assim. Me deixe concertar o que também fiz. Por favor, Maria me deixe ganhar seu perdão e, e seu, seu amor.

Ele depois de falar, encostou os lábios nos dela, foi de leve, desejando sentir o gosto dela, acaricia-la com sua língua junto a dela que o procurou depois que ele intensificou o beijo a apertando mais entre os braços. Ele a sentia tão pequena quando a tinha entre os braços daquela forma, seu tamanho. O formato de seu corpo pequeno perto do dele grande o tinha sempre fascinado, desde de sempre na verdade.

O beijo se desfez quando o ar faltou e Maria virou o rosto, sem Estevão largá-la. O que era diferente aquela forma que ele a prendia nos braços dele. Era firme, mas sem ser rude, não precisou ele forçá-la ficar nos braços dele nem no beijo, ele só a cobriu com os braços e corpo e ela havia se entregado ao beijo, ao corpo dele ao cheiro que sentiu saudades. Sentiu, mas não diria nunca.

Estevão cheirou a curva do pescoço dela. Estava tão cheirosa, era tão cheirosa. Ele beijou depois de aspirar todo o cheiro dela, Maria se arrepiou e ele viu os pelinhos ali demonstrar aquilo. E então ele subiu a boca até o ouvido dele e disse.

—Estevão: Daria tudo para voltar fazer amor contigo, Maria. Amor, minha querida. Amor como não voltamos fazer ainda.

Maria o olhou nos olhos. Os olhos verdes dele brilhavam de desejo, depois ela viu o olhar descer até os lábios dela que pulsava ainda do beijo trocado. Mas então ela fechou os olhos rapidamente e saltou para trás para fora dos braços dele e disse.

—Maria: Não. Eu não vou cair nos seus braços de novo, Estevão. Você foi capaz de comprar um juiz para me tirar Estrela. Não, não.

Ela foi buscar a bolsa dela, mas Estevão pegou na mão dela devagar, e beijou dizendo.

—Estevão: Eu sei desse mais um erro meu. Mas pense o que está acontecendo com nós dois, quando estamos um no braço do outro o passado já não existe. Isso pode ser um sinal, Maria. Um bom sinal.

Ela ficou quieta e ele a tocou no rosto, fazendo uma caricia e seguiu.

—Estevão: Vamos almoçar, hum? Ou já fez isso? Vamos a um restaurante calmo e ficamos lá mesmo que seja um olhando para o outro, eu não ligo eu só preciso de mais de sua companhia hoje. Ela que você me limita Maria e me enlouquece por isso.

Maria fechou os olhos sentindo um beijo rápido dele tocar o lábio dela e depois a caricia seguir, que então com eles se olhando ela disse.

—Maria: O passado só não existe entre nós quando somos traídos pelo desejo, Estevão. Por isso devemos nos evitar como ando fazendo.

Estevão a mirou com adoração que Maria conseguia ver nos olhos dele. Ele olhou os olhos dela, depois nariz e boca, ela toda a tocando ainda com uma mão no rosto, depois nos cabelos e novamente no rosto. Acreditava que poderia ficar horas a olhando e não cansaria de fazer aquilo.

—Estevão: Decidiu isso sozinha. Não quero te evitar, quero você perto de mim, em minha vida junto com nossos filhos. Eu te quero de volta Maria e não vou desistir.

Maria deu um sorriso amargo. Lembrava como ele falava aquilo, mas de uma maneira diferente. Daquela vez ele não parecia deixar evidente que ela não teria escolha, mas não podia tampouco confiar nas boas intenções dele depois de tantos erros. Que assim ela disse.

—Maria: E para isso comprou aquele juiz. Estava planejando me obrigar a isso Estevão. Diz a verdade.

Estevão suspirou decidido segui aquela conversa longe dali e disse.

—Estevão: Digo o que quiser, mas longe daqui. Vamos ao restaurante que disse.

Maria negou rápido com a cabeça e disse.

—Maria: Não. Não sei.

O não sei dela para Estevão serviu para ser um sim que ele teria que impulsionar. Que então ele foi rápido em sua mesa pegou a chave do carro e disse.

—Estevão: Vamos. Só iremos comer e ficarmos um momento juntos longe daqui.

Ele roubou um selinho dela e a puxou pela mão depois que ela pegou a bolsa para saírem da sala.