Tentou dizer algo, mas sua boca cheia o impediu. Deu mais uma mordida naquele delicioso bolinho e engoliu, assim falando:

– Nunca provei bolinhos tão bons quanto esses. - Menciona Jin, com um largo sorriso enquanto pegava outro para devorar.

Desde que chegou na casa da tia de Lass, Elesis tem se sentido desconfortável. Percebeu que Loyal sabia quem era ela, por isso da naturalidade da moça enquanto servia os rapazes. Não sabia se ela fingia tão bem, mas a loira sabia como alegrar todos em casa.

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– Então vocês são amiguinhos do Eléo? - Perguntou ela, apoiada na mesa enquanto os observavas.

– É, somos o amigo dele. Sou Jin. - Se apresentas o ruivo, logo olhando para Uno, na espera de que ele dissesse algo também. - E esse é o Uno. Ele não é de falar muito.

– Ah, então é uma espécie rara de rapaz fofinho? - Seus olhos brilharam ao se virarem para o garoto. Jin ficou confuso com a atitude dela, mas Elesis entendia muito bem o que aquilo queria dizer. Bem, tinha visto como Loyal agia com o próprio sobrinho.

– Loyal. - Chamou a espadachim. A loira a olhou, ainda sorridente. - Então, como eu estava te dizendo antes, eu e os rapazes ficaremos aqui essa noite. Algum problema com isso?

– De jeito algum. - Sacudiu a cabeça brevemente. - Fiquem quanto quiserem.

– Agradecemos. - Disse Jin em meio a uma risada sem jeito. A moça, como de costume, o deixava sem jeito com todo aquele jeito gracioso dela.

– Mas então, - Loyal se levantou da cadeira e olhou para janela. Já escurecia do lado de fora. - que tal eu mostrar os quartos para vocês se acomodarem? Após isso, Eléo adoraria fazer um jantar para nós, não é?

Parece que ela não tinha esquecido o jantar que fez com ela da outra vez que esteve ali. Loyal a implorava pelo o olhar, querendo que a garota fizesse aquele favor. Bem, era o mínimo para quem iria ficar na casa por aquela noite. Elesis se levantou de seu lugar e deu uma leve afirmada.

– Sem problema. - Disse a jovem.

– Eba. - Deu uma breve batida de palmas. - Tragam suas coisas, irei mostrar onde vocês ficarão.

Elesis soltou um suspiro ao pegar sua mochila e seguir a moça. Lembrou-se detalhadamente daquele dia enquanto subia as escadas, lembrando dos mesmos degraus que ficaram machados por seu sangue de Lass. Uma náusea se iniciava só em ter essas memórias em mente. Não queria lembrar.

– Cabe duas pessoas nesse quarto, e outra pode ficar no sofá lá embaixo. - Menciona Loyal ao abrir a porta do quarto de Lass. Elesis olhou dentro do cômodo e viu que a loira tinha dado uma boa limpada após aquele dia. Os lençóis que eram para estarem ainda machados pelo o sangue do ninja, agora estavam limpos e cheiroso. A casa inteira estava desse jeito.

– Jin e Uno podem ficar aqui. - Diz Elesis, chamando a atenção. - Eu fico no sofá mesmo, não importa. Vocês podem decidir entre si quem fica com a cama.

A garota não disse mais nada ao descer. O ruivo a olhou em silêncio, querendo explicação pelo o comportamento estranho da mesma. Naquele lugar, ele sentia que havia algo de familiar, e não eram os olhos azuis de Loyal. O cheiro e até mesmo o clima sério o lembrava de algo, mas não sabia o quê.

– Se precisarem de algo para o banho, tem naquele armário. - Aponta a loira. - Ou até mesmo uma ajuda, é só pedir a mim.

– Loyal! - Elesis grita no andar de baixo.

– Mas com certeza vocês não precisarão. - Falou em um tom deprimido enquanto descia.

Com todo aquele jeito, Jin acabou se lembrando de Astaroth, que não era muito diferente da loira. Talvez ambos formassem um bom casal, não romântico e sim amigável.

Elesis chegou no sofá e jogou sua mochila sobre o mesmo. Tirava o casaco, assim tirando todo o calor que a incomodava desde de o começo da viagem. Arregaçou as mangas de sua camisa, olhando seriamente para o sofá à sua frente. Não tinha se esquecido que tinha ficado ali, deitada, após aquele encontro. Ainda sentia suas feridas sobre as almofadas.

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– Parece melhor. - A voz de Loyal atrás dela a assustou. Se virou e viu a loira com um pequeno sorriso na face. - Achei que iria estar usando um tampa olho ou algo do tipo.

– Ladmir e suas magias não permitiram isso. - Dizia séria. - Mas ainda tenho uma certa dificuldade para enxergar com ele.

– Então você ainda não se curou de tudo?

– Acho que não. - Agora arregaçava a manga do outro braço. - Mas irei ficar bem com o tempo.

Loyal sentia algo de diferente na espadachim, e não era o visual dela. Elesis agia diferente, com um atitude que ela não tinha quando a conheceu. Até mesmo sua aura exalava algo frio e afiado, pronto para machucar qualquer um que se atrevesse souber o que era.

– Como o meu querido sobrinho vai indo?

– Ele tá bem.

– Só isso? - Inclinou o corpo de lado, vendo a expressão da morena melhor. - Só bem?

– Ele está como sempre foi, sério. Se quer saber algo há mais, vá visita-lo. - Andou em direção à cozinha, ouvindo os passos de Loyal atrás.

– Bem que eu queria. Mas não posso. - Fez um bico com os lábios. - Muito ocupada.

A espadachim revirou os olhos ao entrar na cozinha, indo direto para a geladeira pegar os ingredientes. Jogou as coisas sobre a pia, ouvindo Loyal continuar a dar desculpas encostada na porta. Como queria que ela parasse de falar daquilo.

– Ah, Jin. - Ouviu Loyal parar de falar ao ver o ruivo descer as escadas. - Você deve conhecer meu querido sobrinho, não é mesmo?

– Seu sobrinho?

– Sim, o Lass. - Elesis não precisou olhar para ver a expressão de surpresa no lutador. - O conhece?

– É, eu conheço ele. É meu amigo. - Olhou para Elesis rapidamente, como se quisesse alguma explicação sobre aquilo. Estava na casa da tia do ninja e não foi avisado sobre isso. Ao voltar a olhar para Loyal, entendeu por que achava ela tão familiar. - Não sabia que ele tinha algum familiar.

– Ele tem, só que não conta. - Cruzou os braços. - Tem a mim e ao seu pai, por mais que ele negue. Ah, e também tem o seu meio irmão, Lupus. Provavelmente o conhece.

– Conheço ele também. Não podemos dizer que somos exatamente amigos, mas eu o conheço. - Rir sem jeito.

Nunca foi muito de chegar perto das pessoas e iniciar uma conversa, muito menos quando elas o intimidavam. Lupus e Dio são os únicos de raças diferentes e que o deixa assustado com só um olhar, por isso, nada de chegar perto e serem amigos. No entanto, ao se tornar um SS, começou a perceber que ambos não eram tão ruins assim, eram até amigáveis de vez em quando.

– É bom saber que Lass tem um amigo como você. - Comenta a loira. Jin ficou envergonhado. - Por favor, cuide dele.

– Cuidar eu não posso garantir, mas vou tentar.

– Own, vocês todos são tão fofinhos.

Elesis teve que se virar e gritar pela a loira antes que ela se aproximasse do ruivo. A moça não gostou muito, mas com o olhar sério da espadachim a fez se afastar do lutador. Pegou uma faca e começou a ajudar Elesis na cozinha, sem que dissesse uma única palavra.

Jin andava aleatoriamente pela a sala, olhando atentamente para os móveis da loira. Enquanto esperava Uno sair do banho, olhava as fotos que tinha nas prateleiras. Ao fundo, ouvia a voz de Elesis e Loyal em um assunto que não conseguiu identificar, mas que parecia sério. Não se importava, muito menos quando se agachou perto de uma estante e olhou uns livros empoeirados ali. Pôs o dedo sobre um dele, o puxando e percebendo que era um álbum.

Fotos e mais fotos de Loyal quando mais nova e algumas pessoas que Jin não reconhecia. Ao passar das páginas, reconheceu alguns conhecidos. Astaroth, Grandiel e até mesmo Lothos estavam ali, porém mais jovens em meio a uma festa. O ruivo não segurou o sorriso ao ver aquelas versões dos professores. Em meio a tudo aquilo, o sorriso do rapaz diminuiu ao ver outra face familiar.

– Gerard. - Murmurou.

O rapaz estava como os outros, jovem. Havia no máximo três fotos onde o ruivo estava presente, mas que dava para reconhecê-lo da mesma forma. Ele sorria, um sorriso de alguém inocente para sua idade. Jin o olhava com os ombros tensos, sentindo que se Elesis ou Lass visse aquilo daria uma baita problema. Passou as páginas até que não visse mais a face daquela pessoa, sentido-se aliviado por um momento.

Fazia um certo tempo desde que Jin descobriu sobre esse tal Gerard. Lass tinha o contado, não muito, mas o suficiente para que o ruivo ficasse em alerta. Quando sabia já de tudo que precisava, o ninja exigiu que ele nunca comentasse sobre isso com Elesis. Ele concordou e nunca mais tocou no assunto.

O sorriso voltou a se formar em seu rosto ao ver um rosto de uma certa pessoa, que só o reconheceu por causa dos cabelos brancos. O pequeno Lass encarava seriamente a pessoa que tirava a foto, enquanto Loyal estava ao seu lado rindo por sua atitude. Ela estava mais velha aparentemente, por isso de não haver mais companhia em sua volta nas fotos. Mas aquilo não tirava a graça da imagem, ver o pequeno ninja segurar somente os dedos da loira como se sentisse ameaçado era algo que se via uma vez por década.

– Jin!

O ruivo se atrapalhou ao fechar o álbum rapidamente, o colocando de lado para que não fosse visto. Ficou sem jeito ao ver Elesis o olhando impaciente.

– Estou te chamando pela a terceira vez. - Diz a garota.

– Pre-Precisa de algo? - Gaguejou sem querer.

– Uno já saiu do banho, você pode ir agora.

Agora que notou o rapaz no fundo enquanto secava os cabelos com uma pequena toalha. Esteve tão focado nas fotos que esqueceu de tudo em sua volta.

– Certo, já vou indo.

A espadachim não voltou para seu lugar na cozinha, tentou ver o que Jin escondia atrás do próprio corpo.

– O que você está vendo aí? - Pergunta a morena.

– Alguns livros, nada de mais. - Guardou o álbum antes que pudesse ser pego. Se levantou, em uma tentativa de agir naturalmente. - Estava entediado.

Elesis o seguiu pelo o olhar, vendo-o subir as escadas rapidamente. Não persistiu na conversa, ainda mais quando Loyal a chamava para ajuda-la. Perguntava-se como aquela mulher conseguiu sobreviver sozinha até hoje.

***

Após ter feito o jantar, comido com todos, foi tomar um tranquilo banho. Teve que ouvir as histórias estranhas que Loyal tinha para contar, onde Elesis não se interessava em nada. Em meio a isso, perguntou discretamente onde Sena estava, já que ela não tinha aparecido. A loira explicou que a jovem estava em uma viagem e que demoraria um pouco para voltar. Ela fazia falta por um momento.

Passou pelo o quarto onde os rapazes estavam e viu que algo no antigo quarto do ninja os interessava. Se aproximou, vendo alguns rabiscos na parede.

– O que é isso? - Pergunta a espadachim.

– Parece que o Lass se media quando pequeno. - Responde o ruivo. Seu dedos passava sobre pequenos ricos feitos na parede, e ao lado estava escrito as medidas. - Vai até 1,50.

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Elesis se recostou ao lado da porta e abriu um pequeno sorriso. Não tinha percebido aquilo na última vez que esteve ali, provavelmente Lass quis esconder aquilo dela. Era uma coisa fofa em pensa o ninja ali parado na parede medindo sua altura. Milhares de perguntas enchia sua cabeça, mas que não poderiam ser respondidas, pois Loyal não era o tipo de pessoa que responderia facilmente.

– Quem é Lass? - Pergunta Uno. Se tivesse visto ou ouvido falar, já teria se esquecido.

– É um amigo nosso. - Diz Jin. - Ele morou aqui quando pequeno. Você irá conhecê-lo em breve.

– E parece que ele parou de se medir faz um bom tempo. - Elesis comenta. Olha com mais atenção as medidas. - Com certeza ele não tem essa altura.

Jin riu.

– É. Acho que essa porta poderia defini-lo. - Aponta ainda rindo.

– Em todos os sentidos.

Talvez estivesse exagerando, mas aquilo era uma verdade. Em muitos momentos, Lass não era o cara que percebia a situação do momento rapidamente, demorava um pouco até lá. Felizmente, o ninja está um pouco diferente após essas férias, ficando mais esperto nesses sentidos. E Elesis sabia disso mais que qualquer um.

– Por que não dormi aqui? Eu poderia ficar com o sofá. - Diz Jin.

– Esse lugar me incomoda um pouco. Tenho certeza que ficarei sem dormir de noite se ficar aqui.

– Por que te incomoda? - Estranha.

Elesis olhou o quarto por completo. Cada canto e até mesmo a vista da janela a deixava incomodada. Não sabia o que era, mas não gostava de sentir aquilo. O sofá podia a trazer péssimas lembranças daquele dia, só que era algo que poderia aturar.

– Eu não sei. - Deu de ombros. - E também, não quero ficar com o Uno dormindo ao meu lado.

O rapaz olhou ofendido, embora não se sentisse do mesmo jeito. Elesis falou brincando e ele sabia disso.

– Ah, antes que me esqueça. - Disse a espadachim antes de sair. - Quero que vocês dois no objetivo da missão amanhã. Não poderei acompanha-los, tenho algo de importante a fazer nessa cidade, então peço para que façam a missão no meu lugar.

– Ei, ei! - Jin a parou ao segurá-la pelo o ombro, a virando. - Como assim você não vai?

– Desculpa, mas tenho algo mais importante para fazer. Depois que eu fizer, eu me junto a vocês.

– Eléo, isso não é recomendável. - Menciona Uno.

Desde que começou essa missão, sabia que teria um problema desses. Não tinha o que dizer, e é claro que não iria falar a verdade para eles, principalmente para Uno. Não tinha contado para ninguém sobre seu castigo, somente alguns detalhes que deu para Lothos e nada mais.

– É algo muito sério. - Olhou no fundo dos olhos do ruivo, como em um sinal para que ele entendesse. - Tenho que resolver.

Jin juntou as sobrancelhas enquanto tentava entender o que se passava na cabeça da jovem. Elesis tem agido estranho desde o começo da missão e não era à toa. Ela confiava nele, e aquele momento era o que mais precisava. Confiança.

– O que você irá fazer?

– Não posso contar, é pessoal. - Desviou o olhar. - Então, por favor, façam isso. Se quiserem, podem ficar com a minha parte da recompensa, eu não ligo.

Foi um longo silêncio até que a voz de Uno interrompesse.

– Não será um problema, podemos fazer isso sozinhos.

– É, você pode fazer o que tem que fazer e depois se junta a nós. - Jin sacode os ombros, como um "tanto faz". - Só prometa que voltará vivo.

– Claro que vou voltar inteiro. - Rir. - Não será nada perigoso.

Ela torcia para que fosse assim.

Desejou uma boa noite para os dois, como se fosse uma boa mãe, ou um pai na visão de Uno. Deu uma última olhada para dentro do quarto do ninja e tentou afastar os pensamento irritante enquanto descia as escadas. Ao chegar no andar de baixo, Loyal a deu um olhar sério.

– Que tal se sentar um pouco e conversarmos? - Deslizou uma xícara pela a mesa, em seguida se sentando numa cadeira ao lado. - Fiz chá.

Inspirou fundo e se juntou à loira. Sentou-se na cadeira e esquentou seus dedos frios na xícara quente. Teve que dar um gole para esquentar a garganta.

– Sério, como vai o Lass? - Seu tom brincalhão tinha sumido, o que não foi uma surpresa para a espadachim.

– Ele se recuperou rápido, está bem melhor agora. - Encarava o próprio reflexo em sua bebida. - Só está um pouco irritante em querer conhecer melhor o Gerard.

Loyal olhou indignada.

– O que ele quer saber sobre o Gerard? E por quê?

– Coisas particulares. Não disse nada para ele, e não pretendo contar. - Deu uma pequena pausa para beber. - Lass tem estado um pouco diferente depois de conhecê-lo. Espero que ele esqueça isso de uma vez.

A mão da moça parou na testa e deslizou até que a sua franja estivesse para trás. Ela estava pensando silenciosamente.

– Você também não parece bem. - Disse, ainda olhando para o teto. - Algo aconteceu?

– Muitas coisas aconteceram durante esses meses, é difícil dizer um motivo em especial.

– É, eu soube de algumas coisas sobre você. - A olhou como se quisesse uma explicação melhor do que tinha acontecido. - Ficou tão maluca que fugiu, é isso mesmo?

– Acho que estava mais para insana mesmo. Eu já me recuperei disso, não irá acontecer novamente.

– Como que Cazeaje reagiu? - Sentiu o desconforto da garota na pergunta.

Elesis se manteve em silêncio enquanto bebia seu chá. Fez careta ao perceber que o gosto não estava a agradando tanto.

– Amargo. - Murmurou. Aquilo poderia ser levado em resposta, mas não era a intenção dela. - Sobre a Cazeaje: Como sempre, nada maravilhoso.

– Cazeaje costuma deixar todos os encontros com ela desagradáveis. - Não deixou de abrir um sorriso em deboche. - Mas acredito que ela tenha um jeito especial para tratar você e o Lass.

Ah, ela tinha! Elesis e Lass eram as marionetes favoritas de Cazeaje, ela faria de tudo para que eles fossem totalmente dela. Era como um jogo de xadrez, as peças se moveriam conforme ela quisesse, vencer ou perder não faria diferença pois Cazeaje estava dos dois lados da mesa.

Cada vez mais que pensava dessa forma, mais as chances de achar que poderia se livrar dela eram nulas.

– Digamos que ela prefira mais o Lass do que a mim. Ele tem as drogas das chamas azuis, o que eu teria de melhor? - Tentou beber novamente o chá, mas o gosto amargo não ajudava. Pegou o pote de açúcar sobre a mesa e começou a encher a xícara com grandes colheres. - Quer dizer, não estou reclamando, só acho irritante Cazeaje o olhar desse jeito.

– Nos olhos dela, vocês são apenas objetos de valores. É claro que Lass é o mais valioso, mas você pode ser mais. - A encarou por um longo tempo.

Elesis abaixou o olhar para sua bebida. Entendeu o que ela queria dizer com aquilo, além de ter razão. Se desse aquela informação para a líder do Conselho, ou seria morta ou a favorita dela.

– Também foi um choque para mim quando soube disso. - Apertou os dedos em volta da xícara. - Loyal, eu não pedi para ser as donas das chamas, não pedi. Mas também não pedi para que Lass as tivesse.

– O mundo não é feito da forma que queremos, querida. Olhe em sua volta e verá mais imperfeição do perfeição. Cazeaje acredita que ela pode mudar isso, condenando a todos que se mostram, como diz... - Mostrou as aspas com os dedos. - "fora da linha".

– Ela não pode mudar isso. - Sentiu nojo ao ouvir aquilo. - Não aquele monstro.

A loira deu uma pequena risada. Concordava plenamente com a opinião da espadachim. Bem, talvez todos concordassem com aquilo.

– Olha, não lhe darei esperanças que você e o Lass possam sair das garras de Cazeaje. - Olhou triste para a garota. - Mas eu acredito que haja um jeito.

– Duvido muito. - Não tinha esperança alguma que aquilo poderia acontecer. Toda vez que ficava próxima de Cazeaje, uma onda de negatividade a afogava. Se era assim sem dizer uma única palavra, imagina se rebelar contra ela.

A cadeira fez um ruído ao se arrastar para trás por Loyal. Ela se espreguiçou por um bom tempo. Após de ter jogado uma parte da preguiça fora, foi até sua estante e notou um livro fora do lugar. O pegou, colocando sobre a mesa enquanto o abria.

– Você pode não acreditar mais, porém, um certo alguém ainda mantém as esperanças altas. - Comenta.

– Está falando do Lass? - Olhou confusa. O ninja não mostrava ter esperança de nada, ele parecia um poço escuro sem um fio de luz.

– Desde de mais novo, Lass teve que aprender a acreditar em coisas impossíveis. - Tirou uma foto do álbum e jogou sobre a mesa, perto de Elesis. - Ele é esperto, nunca irá dizer não para o que quer. Acreditar é a única coisa que o resta.

Elesis só olhou para a foto quando a loira terminou de falar. Puxou a foto para perto, olhando melhor a imagem do ninja mais novo. A morena deu uma pequena risada, surpresa pelo o que via.

– Ainda não entendo. - Tirou os olhos da foto. - Como que ele pode ter tanta fé? Lass é do tipo que faz o milagre acontecer em vez de esperar.

– Você está olhando da forma errada. - Abriu um sorriso convencido. - Lass é o milagre.

Continuava sem entender o que ela queria dizer, por isso a moça continuou.

– Se eu dissesse as coisas que o Lass passou no passado, você não acreditaria; Mas ele sim, porque ele as viveu.

Soltou um pequeno "ah" em entendimento. O passado do ninja continuava um mistério, mas do jeito que todos falavam, parecia ser algo cruel e difícil de acreditar. Elesis sentia que não deveria nunca saber.

– Ele é um garoto bem persistente por causa disso. - Concluiu sozinha.

– Está aprendendo. - A elogiou. Se aproximou da espadachim e passou sua mão nos cabelos escuros da mesma, e com a outra pegou a xícara vazia. - Um dia você o entenderá melhor.

Voltou a olhar a foto deixada na sua frente. Desde sempre, Lass possuía aquela cara séria de assustar qualquer um. Ele não é assim porque quer, e sim porque ele se tornou. Sob aquela carranca existia esperança de dias melhores, diferentes dos que teve no passado. Ainda acreditava que podia se soltar de Cazeaje e ser livre.

– Lembra de quando eu disse que Lass era um grande mentiroso? - Pergunta Loyal, chamando a atenção da espadachim. - Bem, isso é verdade, mas há vezes que ele é honesto. Só tinha dito aquilo porque ainda acredito que ele tenha uma certa queda por você. - Riu com um largo sorriso.

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Elesis se moveu na cadeira sem perceber. Um desconforto enorme apareceu com aquelas últimas palavras. Quis negar, ou até mesmo rir junto pensando que era uma brincadeira de Loyal. Porém, não era.

– Lass já superou isso, ele foi bem claro com isso. - Disse séria.

– Ou talvez ele tenha trocado o desejo em ficar ao seu lado por te ver segura. Sabe, ele pode muito bem mudar de ideia quando quiser. - Jogou os braços de lado. - Em algum momento, ele voltará a acreditar que algo possa acontecer entre vocês.

Apertou firme as próprias mãos sobre o colo. Não entendia por que o sentimento de não querer que aquilo acontecesse aparecia. Lass sabia que não poderia voltar a aqueles dias, tanto pela a causa das chamas quanto por Elesis está com outra pessoa agora. Ele não faria isso, foi bem claro com as palavras.

– Então eu farei o possível para que isso não aconteça. - Fala Elesis em um tom seco.

Então a morena abriu um sorriso torto, até forçado.

Um pouco distante dali, sentado nas escadas e ouvindo tudo, Jin abraçava os próprios joelhos encolhidos e mantinha uma expressão neutra. Ouvirá tudo que elas tinham dito, mas sem reagir uma sequer vez. Seu silêncio o definia.

– Loyal, você acha que eu sou uma pessoa má? - Ouviu a voz da espadachim no andar de baixo. - Cazeaje está me obrigando a fazer algo ruim, e eu não quero fazer. Isso não me faz boa, certo?

– Querida, você só é mais um vítima das garras de Cazeaje. E não, você não é uma má pessoa.

Durante esse tempo sem resposta, Jin sentiu a consciência pesada da garota em relação àquilo. Ele já tinha percebido que ela tinha que pagar o castigo, por isso de não se intrometer na conversa em momento algum.

– Às vezes sinto que tudo que eu faço esteja errado. Me vingar de Gerard, obedecer Cazeaje, tudo parece tão estranho para mim. - Soltou um suspiro. - Me pergunto se o Lass sente o mesmo?

– Pressão? Hunf! Lass sente isso a todo momento, isso eu garanto.

Jin se levantou da escada sem fazer um mínimo ruído. Já tinha ouvido o bastante naquela noite. Elesis não demonstrará, mas tem estado desesperada esses últimos dias. Ela escondia tudo muito bem com piadas e sorrisos forçados, o que eram convincentes. Agora tendo ouvido o que ela realmente sentia, tinha certeza que precisaria estar ao lado da amiga mais tempo. Elesis é teimosa, recusaria um pedido desse imediatamente, ou mentiria, mas o lutador daria um jeito de ela não perceber.

Além do mais, quando precisava de um amigo ao lado, Elesis estava lá. Agora é hora de ele estar ao lado da mesma.

***

Tinha recebido alguns cobertores e um travesseiro para pôr em sua cama provisória, chamada de sofá. Loyal a entregou tudo e deu um boa noite antes de subir direto para seu quarto. Elesis arrumou o sofá de uma forma que ficasse confortável, até que um vento gelado passou por seu corpo, o estremecendo. Se virou para a janela aberta que a loira tinha deixado assim.

– Se ela quiser ser assaltada, ela avisa. - Resmungou em direção à janela.

Ao segurar as duas portas para fecha-la, o vento gelado tinha parado quando uma coisa parou ali na frente. Elesis não fechou, olhou sem reação para a pessoa parada do lado de fora a encarando.

O gato branco levantou a mão e acenou.

– Ah, é você! - Diz Elesis soltando a janela e abrindo um sorriso. - Há quanto tempo!

Aquela criatura, ou sei lá que fosse, não tinha mudado, continuava do mesmo jeito. Diferente do preto, o branco exalava uma energia mais calma e suava.

– Por onde esteve? - Ele não responde, e Elesis sabia o porquê. - Espere um pouco.

Se afastou da janela e foi até sua mochila, pegando seu celular e entregando ao gato ao se aproximar.

– Viajando. Estava ocupado(a), não pude vê-la. – Escrevia de uma forma que seu sexo não fosse revelado, o que Elesis notou.

– Tudo bem, não se incomode. Só estava preocupada. - Rir sem jeito. - É que eu esqueço que você é humano e precisa de uma folga. - Olhou desconfiada por um momento. - Você é humano, né?

Ele demorou para decidir o que iria escrever.

– Como que você me ver?

– Hã? - Olhou confusa. - Eu o vejo como uma pessoa vestida de gato.

– Mas o que sente quando estou perto? Sente que eu sou humano ou não?

Pôs a mão no queixo pensativa. Quando aquela pessoa estava por perto, um sentimento positivo era despertado, mas difícil de se definir se era bom ou não. Elesis podia ser simplesmente enganada pela a aparência fofa daquela fantasia.

– Eu não sei. - Esfregava o queixo sem ter uma resposta definida. Sorriu do mesmo jeito. - Mas eu não me importo se você é um asmodiano ou um haro, gosto de sua presença. É reconfortante.

– Então minha presença agora te deixa feliz?

– É, pode-se dizer que sim. - Sacudiu a cabeça. - Estou contente em te ver.

– Agradeço. Só queria vim aqui para me desculpar por não estar ao seu lado quando precisou. Sei que passou por muitas coisas, queria ao menos fazê-la sorrir em um momento desse.

Seu olhar mostrou tristeza, mas seu sorriso permaneceu na face. Não tinha a mínima ideia de como ele sabia sobre seu encontro com Gerard, e pretendia nem se esquentar em perguntar.

– Eu já disse, tá tudo bem. - Seu sorriso ficou fraco. - Tive amigos o suficiente ao meu lado para me fazer sentir-se melhor. Mas obrigada por ter se importado.

– Tem certeza? Não parece tão bem assim.

– É que estou me acostumando à minha nova vida. Estou tentando me adequar aos poucos, o que está indo bem lento. - Passa a mão nos cabelos curtos e acaba desarrumando o penteado dessa forma. - Mas logo irei ficar totalmente bem.

Era o que esperava, ficar bem como era antes. As feridas que teve no encontro com Gerard serão dificilmente saradas, outras se tornaram cicatrizes.

– Eu não queria dizer isso, mas eu tenho que dormir agora. Amanhã vou ter que fazer um trabalho e gostaria de acordar cedo para isso. Então, se importaria de voltar depois?

– Não me importo, posso voltar quando você quiser. É sempre bom vê-la sorrindo.

Elesis riu do comentário. Se ela estava feliz, a pessoa de felino também estava feliz, o que era o bastante para ela.

– Então nos vemos depois. Espero que não fique sumido por tanto tempo.

– Não ficarei.

Aquelas palavras a deixava satisfeita. Só em saber que aquela pessoa voltaria para perguntar como ela estava era o melhor que poderia ter no momento. É claro, todos em sua volta estão preocupados com seu estado, mas isso acabava irritando ela de uma certa forma. Já o gato não, ele poderia agir dessa forma quanto quisesse.

Escreveu mais uma coisa no aparelho da espadachim e esticou para ela. Quando Elesis foi pegar, os braços fofos do gato a cobriram em um forte abraço. A morena tentou se afastar em timidez, mas já era tarde demais, o calor da criatura a confortava.

– E-Ei, o que você tá fazendo?

A mão enluvada passou pelo o cabelo de Elesis, fazendo um cafuné na mesma. Aquilo era uma forma de consolo que ela não pode receber quando precisou, mas que valia do mesmo jeito agora. Aceitou o conforto que o gato oferecia e ficou assim até que seus braços se soltassem dela lentamente.

Balançou a mão em despedida e sua cor branca sumiu na escuridão da noite enquanto se afastava. Elesis também acenou com um pequeno sorriso.

O frio da noite voltou a incomoda-la. Fechou a janela por fim, assim se deitando no sofá para ir dormir. Percebeu que seu celular continuava em mão, ainda ligado pelo o gato. Olhou para a tela e leu quase como um sussurro.

– "Pare de fingir que está tudo bem, porque não está". - Abaixou o olhar calada. Desligou a tela do aparelho, deixando apenas a luz do abajur iluminar o lugar.

Não sabia quem era aquela pessoa, e não iria descobrir tão breve. A dúvida era para está a consumindo por querer saber quem seria aquela pessoa, mas não estava. Sentia-se tranquila até demais, satisfeita em não saber quem estava sob aquele capacete com orelhas pontudas.

A verdade é, ela tem medo de descobrir.

***

Apressava os passos sem que chamasse atenção. Tinha acordado naquela manhã com tudo que teria que fazer naquele dia. Agradeceu e se despediu de Loyal, sem fazer muito drama. Antes que fosse embora, disse a Jin e Uno onde deveriam se encontrar na volta. Eles concordaram sem questionarem, embora o ruivo agisse de uma forma preocupada. Agora a espadachim passava pelo o meio de multidões que tinha na rua agitada. Puxou um capuz para cobrir seu rosto, não queria ser descoberta ou vista por ninguém.

Durante a noite, Elesis aproveitou que havia ninguém e olhou todos os livros que Loyal tinha em casa. Não demorou muito para que achasse algo relacionado à guilda dela, a mesma que Lass faz parte. Pegou o endereço, e como tinha desconfiado, não ficava tão longe dali.

– Terei que fazer um plano para entrar naquele lugar. - Pensava séria. - Eles são treinados para entrarem em lugares sem serem percebidos, o mesmo deve valer para protegê-los.

Não parou de andar, mesmo quando passava na frente da guilda. Uma enorme construção elegante chamava a atenção de qualquer um que passasse na rua. Dava para perceber que a guilda não era uma qualquer, era grandiosa e só os melhores faziam parte dela. Elesis chegou a sentir-se minúscula diante daquilo, os Cavalheiros Vermelhos não era nem a metade de tudo aquilo.

Encostou-se em um beco próximo e encarou a construção. Precisava de um plano se quisesse entrar ali sem ser percebida. Meter o pé na porta e sair batendo em todo mundo estava fora de questão, não queria chamar a atenção. Cazeaje foi bem clara quando disse para que ela não fosse reconhecida, nem mesmo vista. Bem, como estava de Eléo não seria um problema tão grande. Seus cabelos ruivos chamavam tanta atenção quanto um farol.

Se passaram minutos até que seu olhar preguiçoso se direcionou à uma loja qualquer. Vendia coisas aleatórias, coisas para enfeitar a casa ou para dar para uma criança se divertir. As máscaras penduras se mexiam a cada vento que passava por elas. Elesis as olhou e olhou, então teve uma ideia.

***

– Querido público! - Exclamou o mais alto que pode. - Aproximem-se, aproximem-se!

De todos os planos que pensou, aquele era o mais idiota, e que funcionaria. As pessoas pararam de andarem, trabalharem e até mesmo conversarem para ver o que aquela pessoa de máscara tinha a dizer. Elesis não gastou muito para ter aquele pedaço de plástico na cara, onde tinha forma e cara de uma raposa branca. Não ligava para o que usaria, contanto que escondesse seu rosto.

– Tenho uma grande proposta para fazer a todos vocês. - Balançava os braços de um lado para o outro, em total animação. Com uma rápida olhada para a guilda, viu que tinha chamado a atenção deles também. Sorriu sob a máscara. - Garanto que será algo interessante!

– Então diga logo o que é! - Alguém gritou em impaciência.

Tirou do bolso duas notas douradas, as mesmas que tinha pegado daquele caçador no outro dia. Não tinha queimado todas, guardou algumas para casa precisasse. Quando o público viu o brilho do dourado, se interessaram no mesmo momento.

– Quem me ganhar em uma luta ganhará essas belezinhas aqui! - Sacudiu as notas e os sorrisos de todos aumentaram. Por fim, Elesis tirou sua espada da bainha, a colocando de lado para ser visível a todos. Alguns recuaram em medo. - É só vim e pegar.

Após terminar essa frase, algumas pessoas correram em sua direção. Foi rápida ao guardar as notas no bolso, porém deixando a metade do lado de fora para que tentassem pegar. Segurou a espada com as duas mãos e se defendeu simplesmente de outra que avançou contra ela. Milhares de guerreiros a atacava de uma só vez, mas estava claro que não era um ataque em grupo, e sim o egoísmo de cada um.

Não foi difícil para a espadachim rebater as lâminas e girar em direção a outras, quebrando o ataque dos guerreiros com uma grande facilidade. Foi treinada desde criança para se defender de uma horda de pessoas a atacando, aquele momento não era tão diferente.

– Vamos lá! Façam melhor! - Não viram o sorriso de deboche que Elesis fez sob a máscara, porém viram as chamas vermelhas sendo invocadas e os atacando. Todos voaram para trás em cansaço. - Que fracos. - Girava a espada na mão como uma brincadeira. - Talvez as mulheres possam fazer melhor!

Um vento gelado passou por seu corpo, em seguida uma rajada de gelos. Quebrou os cristais com rápidos cortes com a espada e desviou para o lado quando uma bola de fogo voou contra ela. Em meio a multidão, alguns magos apareceram a atacando. Elesis não perdeu tempo e avançou contra eles, na intenção de acabar com aqueles ataques de longa distância de uma vez.

Chutes e socos eram ataques que magos não sabiam se defender, e foi o que a espadachim fez, os atacou com os próprios punhos. Derrubou um por um, até ela mesma ser derrubada por um chute que a acertou pelas as costas. Caiu direto no chão e deu uma girada antes de se levantar. Outro guerreiro avançava em sua direção, porém uma lança estava em suas mãos dessa vez.

– O que o povo não faz por uma grana. - Murmurou.

Quando a ponta da lâmina da lança avançou em sua direção, Elesis esperou chegar o mais perto o possível para rebatê-la com sua espada, a tirando das mãos do guerreiro. O rapaz não teve tempo nem de reagir quando perdeu a arma, a espadachim já tinha o acertado com um chute na face.

– Parece que ninguém quer ganhar um dinheiro! - Debocha. - Qual é, deem seu melhor!

Ninguém mais avanço, todos ficaram intimidados pela a força que a espadachim mostrava. Ela voltou a girar a espada em mão à espera de outro adversário.

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– Eu topo!

O grito daquela pessoa fez todos olharem surpresos. Elesis não demonstrou isso, olhou preguiçosamente para um dos ninjas que saía da guilda. Voltou a sorrir embaixo da máscara. Seu plano estava seguindo como queria.

Levantou uma das mãos e o chamou para a luta. O rapaz, como era se esperar, avançou em uma velocidade impressionante. Elesis já tinha visto esses movimentos sutis antes, não foi tão difícil quando começou a se defender dos rápidos cortes vindo das adagas do jovem. Ele era rápido, mas não quanto Elesis.

Começou a rebater os ataques, conseguindo fazer o rapaz recuar os passos cada vez mais. Preparou-se e deu um corte na horizontal, mas errando quando o ninja sumiu de sua frente. Não importava, continuou a trajetória do ataque ao dar um giro completo, conseguindo se defender do ataque que iria a acertar pelas as costas.

O rapaz recuou após a defesa da jovem. Elesis continuou, avançou contra ele com rápidos cortes com a espada. Nenhum conseguia acertar o outro, apenas as lâminas que se batiam uma conta a outra. Se continuasse daquele jeito não chegaria a lugar algum, precisava acabar logo com aquela luta.

Em um ataque surpresa, as chamas vermelhas a contornaram até que seu corpo sumisse entre elas. Por fim, elas se expandiram rapidamente, deixando todos assustados. Com o termino desse ataque, olharam em direção a garota e não a viram mais, somente os papeis douradas caindo lentamente ao chão. O ninja foi rápido em pegar o dinheiro, porém não notando que todos em sua volta avançaram para pegar também.

Indo contra aquela confusa, Elesis segurava firme seu capuz para que não caísse para trás. Ninguém percebeu ela sair dali e ir em direção à guilda. Teve que subir alguns andares e ter certeza que ninguém a olhava enquanto entrava em uma das janelas. Quando finalmente entrou em um cômodo, pode se sentir tranquila. Não tinha ninguém ali.

– Certo, só pegar o documento e ir embora. - Murmurou ao retirar a máscara e o capuz. Aquilo esquentava muito.

Não precisou pensar muito para saber que aquela sala não tinha documentos algum, precisaria sair dali primeiro. Foi até a porta e segurou a maçaneta com uma tensão. Com a confusão ainda acontecendo do lado de fora, não teria ninguém dentro da guilda para flagrar Elesis. No entanto, abriu a porta com cuidado, com medo de qualquer barulho chamasse a atenção. Estava em uma guilda de ninjas, eles eram treinados para ouvirem os mínimos ruídos.

Pôs a cabeça do lado de fora e olhou para o corredor, vendo ninguém ali. Ao sair da sala, fechou a porta com cuidado, o mesmo para os passos que dava pelo o caminho. Foi o corredor todo assim, abrindo portas e fechando à procura do documento que tanto queria. Maldita era Cazeaje por manda-la em uma missão daquela, que nem mesmo queria fazer.

Chegou em um momento em que teve que subir algumas escadas, tendo toda atenção para ver se tinha alguém naquele andar. Para sua sorte, estava vazio. Passou novamente por algumas salas e nada encontro. Já estava desistindo de procurar, até que entrou em uma sala incomum. Sorriu aliviada ao ver que era as do arquivos.

– Finalmente. - Sussurrou.

Trancou a porta ao entrar e foi direto para as milhares de estantes e gavetas que tinha ali. Antes que começasse a procurar, achou que a ficha de Lass não estaria tão visível, e sim em algum lugar mais escondido. Foi até as últimas gavetas e as abriu, procurando nome por nome.

– Tem que estar aqui.

Seus dedos pararam de se mover ao ver o nome que procurava. Puxou a pasta empoeirada e olhou mais de perto. Não estava enganada, o nome do Lass estava mesmo ali. Abriu para ter certeza, suspirando em alívio. Ali tinha informações que nunca soube do ninja, algumas importante e outras não. Leu todas com uma expressão séria. O que Cazeaje pretendia fazer com aquilo?

– Regis? - Sua expressão ficou surpresa ao ler o nome do pai de Lass. Suas sobrancelhas juntaram. - Eu já ouvi esse nome em algum lugar.

O nome daquela pessoa ecoava pela a mente da espadachim, como um lembrete. Mas aquilo não importava no momento, a maçaneta da porta se movia enquanto era destrancada pelo o outro lado. Rapidamente fechou a gaveta e levantou-se. Tinha que sair dali.

Quando a porta foi aberta, a pessoa entrou na sala vazia. Foi até uma das gavetas e pegou uma ficha, preparando-se para sair até que notou a janela aberta. Olhou para o lado de fora, vendo o beco logo abaixo sem ninguém além de lixos. Deu de ombros e fechou a janela.

Naquele mesmo beco, Elesis se escondia atrás das latas de lixo. Pôs uma das mãos na própria boca, segurando a respiração e o grito de dor que queria dar. Foi idiota em ter se jogado daquele andar sem se preparar antes. Depois da queda, olhará para seu pulso que doía fortemente. Tinha o torcido.

– Não grite. - Pedia mentalmente.

Soltou a respiração pesada ao ouvir a janela se fechar. Sua mão deslizará por seus lábios até se repousar sobre seu colo. Não bastava ter ambos braços ainda feridos pelas as chamas, agora tinha um pulso torcido. Até quando iria continuar se ferindo desse jeito?

O toque de seu celular a despertou de uma soneca que quase estava tendo. Não olhou quem era, atendeu com uma voz ofegante.

– Hã, Elesis?

Seus olhos se arregalaram ao ouvir a voz de Ronan. Achou que era uma ligação para Eléo, porém acabou se confundindo.

– So-Sou eu, Ronan. - Ajeitou a voz em meio a uma risada sem jeito. - Desculpa, estava meio ocupada quando atendi.

– Está tudo bem? Sua voz parecia diferente.

– É, eu estou meio rouca. - Forçou a garganta para convencer. - Essa semana tive muitos treinos e acabei ficando sem voz de tanto gritar. Lothos é um pouco má comigo.

– Ah, é isso então. Parece que eu liguei em um momento ruim.

– Não, tá tudo bem. - Olhou para a ficha sobre seu colo. - Só estava fazendo um pequeno treino, já acabei mesmo.

– Entendo. Liguei para saber se você estava bem. Não tenho notícia de você, então fiquei preocupado, principalmente por você ter ido no Conselho essa semana.

Suspirou pelo o nariz. Apoiou sua cabeça na lata de lixo atrás e fechou os olhos. Seu pulso latejava em dor, o mesmo para suas pernas que também sofreram com o impacto da queda. A missão era para ser simples, sem ter machucado algum no meio dela. Mas ela tinha se enganado, na verdade, tinha esquecido que era uma missão de Cazeaje.

– É, eu estou bem. - Abre um sorriso de lado.

***

Sobre as telhas de alguma construção qualquer, tentava localizar Elesis que tinha sumido em meio àquela briga. Sua missão ali era simples, observá-la. Era estranho ver a garota daquele jeito, com os cabelos curtos e pretos como um garoto. Sabia há muito tempo que ela se vestia desse jeito para entrar em um colégio de garotos. Como soube? Esteve a olhando por tempo demais.

Arthur se encostou na chaminé ao lado e soltou um suspiro. Já estava cansado de tanto procurar a menina no meio da multidão. Continuava sem entender o motivo dela ter arranjado aquela confusão e ter sumido em seguida. Não era à toa que Gerard havia o pedido para que a vigiasse de vez em quando.

Suas sobrancelhas se ergueram ao ver os cabelos escuros de um certo alguém sair de um beco. Pôs os binóculos que segurava e viu melhor a espadachim andando tranquilamente pela a rua enquanto conversava com alguém pelo o celular. Tentou ler os lábios da mesma, mas não teve muito sucesso pelas as risadas que ela dava atrapalhar. Seus pés deslizaram pela a telha, ficando mais próxima da beirada.

– Não adianta enganar a todos, Elesis. - Comentava Arthur. - Ficar fazendo favores para Dona Cazeaje é algo sujo, muito sujo. - Disse em desgosto. - Principalmente quando você invadi a antiga guilda de seu amigo ninja. Me pergunto o que você irá fazer com a ficha dele. - Tinha visto a pasta escondida no casaco da garota, estava claro para quem a olhasse bem. Arthur sorriu. - Gerard irá adorar fazer parte dessa briga.

Tirou os binóculos ao ver que a espadachim estava distante. Precisava sair dali caso quisesse a olhar melhor. Apoiou o pé em uma telha e tomou cuidado para não escorregar, o que acabou acontecendo do mesmo jeito. Não caiu graças às suas mãos que agarraram as telhas com força, impedido que caísse para o lado de fora. Tremeu de medo por um momento, quebrando sua expressão séria de vez. É, daquele jeito parecia o Arthur que Elesis conhecia.

– Acho melhor sair do telhado. - Sussurrou com a voz trêmula.

***

Finalmente estava ali, era o que não parava de pensar ao passar pelas portas do Conselho. Após ter pego a ficha de Lass, teve que andar um longo caminho até se encontrar com Jin e Uno. Depois, pegaram um trem para voltar, mas para Elesis não era o suficiente, teve que inventar uma desculpa para os dois e ter que pegar um longo caminho até o Conselho. Tudo isso com um pulso torcido, e um de seus tornozelos também não estava tão bem por causa daquela queda e uma grande caminhada. Mas isso não importava, tinha que cumprir seu castigo de vez, não aguentava mais carregava aquele fardo, conhecido como ficha de um certo ninja.

Teve que parar de andar em meio ao corredor ao se lembrar de algo. Passou a mão em seu cabelo e lembrou que estava como Eléo, e não como Elesis. Correu até um banheiro, sorte que estava vazio, e se desfez lá. Não teve problema em ter os cabelos longos e ruivos novamente, muito menos para trocar a roupa por uma mais leve. Só aquilo era o bastante, limpar os machucados da queda não era preciso, queria deixar claro para Cazeaje o sacrifício que ela teve para fazer o castigo.

Saiu do banheiro e agora tinha certeza que podia ir ver Cazeaje agora. Durante o caminho, tentou ajeitar seu andar torto por causa do tornozelo, até mesmo as caretas que dava de vez em quando. Inspirou fundo e conteve as dores.

– Você possui um lindo cabelo. - A voz ecoou no corredor.

Sentia que foi com ela, portanto se virou para a pessoa que se aproximava. Um rapaz alto com longos cabelos pratas a olhava de forma curioso, com os olhos azuis brilhando em sua direção.

– Está falando comigo? - Pergunta a ruiva.

– É claro! Esse tom vermelho é admirável. - Olhou mais de perto, deixando a espadachim desconfortável. - Faz tempo que não vejo uma cor dessas.

– Eh, obrigada. - Diz sem jeito. - Mas não acho meu cabelo tão bonito assim.

– É bonito, muito bonito. - Se afastou por um pouco. - Um dia você perceberá isso, Elesis.

Ela assentiu. Ficou olhando o rapaz até que notasse que seu nome foi mencionado por aquela pessoa que nunca tinha visto antes. Olhou em ameaça.

Sua mão que ia até o cabo da espada parou. Reconhecia aquela voz no fundo do corredor, por mais que o tom estivesse nervoso, ainda reconhecia.

– Adel!

O rapaz também sabia de quem era aquela voz, por isso de seu sorriso alargar ao se virar. Esticou os braços de lado, fazendo que Lass olhasse em repúdio para o mesmo. O ninja parou alguns metros seguros de distância de Adel, que permanecia de braços abertos.

– Lass! - Exclamou sorridente. - Quem bom vê-lo aqui.

– O que você faz aqui? - Perguntou de forma áspera.

– Dona Cazeaje me chamou.

– Pra quê? - Segurou-se para não gritar.

Antes que Adel respondesse, Elesis sai de trás dele. Lass ficou surpreso ao vê-la, não tinha a visto atrás da grande muralha, chamada Adel.

– Eu não fui chamada mas tenho algo a trata com ela. - Explica a ruiva. - E parece que vocês também.

– É, Cazeaje também me chamou. - Diz Lass em lamentação. - Não sei o que é, e também não estou nem um pouco curioso para saber o que é. - Olhou sério para Adel. - Certeza que você sabe de algo.

Os braços levantados do rapaz abaixaram ao perceber que o ninja não aceitaria o abraço. Continuava a sorrir.

– É, eu sei de algumas coisas. - Fingia-se de inocente. - Mas Dona Cazeaje disse que eu não poderia contar até que ela chegasse.

O corpo do rapaz foi rapidamente puxado quando Lass o agarrou pela a camisa. Mesmo vendo a face furiosa do ninja de perto, permaneceu com o sorriso largo.

– Pare de brincadeira e fale o que você sabe. - Disse zangado. - O que Cazeaje quer?

– Honestamente, eu não sei o que ela quer, quer dizer, ninguém sabe. Mas eu sei o que eu quero. - Com a aproximação, deu um beijinho no nariz do ninja.

Elesis quase foi acertada pelo o corpo de Adel sendo jogado para longe. O rapaz foi empurrado com tanta força que quase caiu no chão, mas conseguiu se manter de pé para ver a face irritada de Lass enquanto limpava a ponta do nariz. Ele sabia como irrita-lo.

– Já falei para parar de fazer isso. - Continuava a esfregar o lugar beijado.

– Então eu não farei mais. - Em um rápido movimento, agarra Elesis em um grande abraço. Balançava de um lado para o outro, sacudindo a ruiva que não entedia o que acontecia. - Agora eu tenho a Elesis e não preciso mais de você. Essa linda ruiva é minha.

– Hã? - Diz a espadachim ainda mais confusa.

Lass olhou preguiçosamente, cansado em querer debater com Adel sobre isso. O líder do Conselho de Serdin sempre foi assim, adorava as damas de lá, mas também os nobres. O ninja sempre soube disso, por isso de tanto querer o evitar não importasse quanto.

Já Elesis, continuava sem entender nada. Era jogada de um lado para o outro por Adel e seus fortes braços que a prendia.

– Espera um pouco! - Diz em exigência. - O que está acontecendo? Por que você está aqui, Lass? E quem é ele?!

O ninja fez uma careta para querer responder. Iria dizer quem realmente era Adel, mas os passos de alguém o impediram. Elesis foi parada de ser sacudida e o rapaz diminuiu o sorriso, olhando para trás para ter certeza quem era.

– Vejo que já a conheceu, Adel. - Disse Cazeaje sem muita surpresa. Suas expressões sempre eram as mesmas, quase previsíveis se não fosse ela. - Mas lamente em dizer que a pegarei emprestada por um momento.

Adel assentiu sem pedir perdão pela a cena. Como possuía uma classe quase da mesma altura que a de Cazeaje, talvez não precisasse ter tanta formalidade com ela. Soltou Elesis com calma e disse:

– Me encantei pelos os cabelos dela. Agora entendo o motivo de tanto ter interesse nela.

– Agradeço a compreensão. - Levantou o rosto para ver Lass no fundo. - Desculpe por ter que chama-lo novamente, meu querido Isolet. Mas garanto que será algo que talvez você se interesse.

– Não estou tão contente assim. - Sua expressão séria dizia tudo.

Ela sorriu em resposta. Parece que os líderes de Conselho tinham essa mesma mania, sorrir para provocar. Desse mesmo jeito, olhou para Elesis.

– Venha, querida.

Seu coração acelerou quando os olhos de Cazeaje se dirigiram a ela. Seus pés permaneceram no lugar, só se movendo quando a moça esticou o braço para o caminho, querendo que a ruiva fosse na frente. Elesis lentamente tomou conta de seu corpo e assentiu. Começou a andar.

– Adel, peço que aguarde um pouco até que eu termine a conversa com a Elesis. - Se preparava para ir com a ruiva. - Também peço para que ela aguarde um momento.

– Como desejar.

Cazeaje deu um gracioso giro para acompanhar Elesis no caminho. A ruiva manteve o corpo rígido durante todo o corredor, até mesmo quando entrou na sala da moça. Entendia por que de estar tão tensa naquele momento. Traição era a palavra certa.

– Você foi bem rápida, tenho que dizer. - Cazeaje elogia enquanto senta atrás de sua mesa. - Achei que iria demorar mais um pouco.

– Era uma tarefa fácil, então não levaria tanto tempo assim. - Dizia de olhos abaixados. Antes que entrasse na sala, pegou a ficha de sua mochila. No momento, segurava aquela pasta com força e trêmula.

– Para uma tarefa fácil você parece bem ferida. - Olhou a ruiva dos pés a cabeça. Não deixou de notar o jeito que a espadachim mancava enquanto andava. - Algo de errado aconteceu?

– De jeito algum. Isso só foi um problema que tive na saída.

– Então tudo bem. - Estica a mão. - Passe.

Elesis apertou com mais firmeza a ficha. Teve que levantar o olhar ao se aproximar de Cazeaje. Iria entrega-la, mas recuou a pasta.

– Aqui não tem nada que você queira.

– Não pedi sua opinião, pedi para me entregar. - Mexeu a mão estendida. - Me dê.

– Isso é jogo sujo. - Disse em nojo.

Estremeceu os ombros quando a pasta foi retirada de sua mão. Cazeaje voltou a se recostar na cadeira, agora tendo a ficha em mãos. Abriu por um momento, dando uma rápida olhada.

– É, você fez direito. - Botou a pasta sobre a mesa. Olhou Elesis. - Castigo cumprido.

Era para se sentir mais leve ao entregar aquilo, mas não se sentia. Queria pegar aquela ficha e atear fogo com todas chamas que tinha. Cazeaje faria bom uso daquelas informações, não sabia como, mas ela faria.

– Faça-me um favor. - Pede Cazeaje. Ela agia tão calma para quem tinha informações do ninja em mãos. - Vá lá fora e chame os rapazes.

Elesis não assentirá, continuava a olhar com nojo para a mulher. Fechou um dos punhos, sentindo a dor do pulso torcido. Mordeu o próprio lábio e fez o que foi mandado. Saiu da sala e foi chamar Lass e Adel, que continuava a ser um desconhecido para ela.

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– Cazeaje está chamando vocês. - Disse seca.

Estranharam pela a conversa rápida que Elesis teve com ela. Não questionaram, foram junto com a ruiva em direção à sala da líder. Em todo o caminho, Lass notou o jeito estranho que a espadachim estava tendo no momento. O modo que ela andava era algo notável como suas leves feridas. Ele não quis perguntar como a mesma tinha arranjado aqueles machucados, sabia que ela mentiria.

O trio entrou na sala em silêncio, esperando somente que Cazeaje falasse. A pasta que estava sobre a mesa já tinha sido guardada, o que deixou Elesis aliviada. Não queria que Lass descobrisse sobre aquilo.

– Minhas duas queridas crianças, fico contente por vocês terem feito seus castigos. - Diz Cazeaje. - É uma pena que gastamos esse tempo com essa bobagem. Mas os erros não irão se repetir, não é mesmo?

Não responderam. Tanto Elesis quanto Lass a encaravam.

– Adel, fico grata por sua visita. Vejo que a carta foi entregue em segurança para você.

– Sim, foi entregue. - Dizia ele. - E como você desejava, fiz o que foi ordenado.

– Maravilha. - Sorriu de lado. - Não pense que me esqueci da terceira criança que devemos ficar de olho.

– Terceira? - Questiona Lass. - Achei que eu e a Elesis éramos os únicos condenados nessa história.

– Querido, talvez você tenha esquecido o que aconteceu no seu julgamento. Você era o principal condenado; Elesis se ofereceu a levar a culpa junto com você; E por fim, um certo alguém teria que ser vigiado. - Percebeu o desconforto do ninja ao se lembrar disso. - Por isso que Adel está aqui.

– Não pode pedir para que Adel faça isso! - Olhou indignado. - Ele é o líder do Conselho de Serdin, não tem tempo para gastar com uma bobeira dessas.

Cazeaje riu. Elesis estranhou. A ruiva não tinha entendido sobre o que ela tinha dito.

– E quem disse que será Adel a fazer esse trabalho? - Desafiou com o olhar.

Agora era Lass que não entendia. Olhou para o rapaz à procura de resposta, mas tudo que tinha na face dele era um pequeno sorriso. Pretendia perguntar, saber de vez o que Cazeaje queria, mas foi interrompido antes mesmo de abrir a boca.

A porta da sala se abriu rapidamente. Somente Elesis e Lass olharam.

– Não gosto que me façam esperar do lado de fora. - A voz da pessoa saiu fria o bastante para mostrar sua personalidade. - Achei que meu propósito aqui era maior que isso.

Diferente de Lass que estranhava a garota parada na porta, Elesis arregalou os olhos. Não era medo ou surpresa, era indignação e raiva. Aquele antigo sentimento competitivo despertou em seu coração ao reconhecer aquela jovem. Sem perceber, seus dentes ficavam à mostra em irritação.

– Quero-lhes apresentar essa linda jovem. - Menciona Cazeaje. Com um simples gesto de mão, apresentou ela. - Capitã da guarda de Serdin, Edel Frost.