Capítulo 1: pai?

Eu havia acabado de chegar em casa, depois da pelada com Emmett, Jasper e o resto da rapaziada do trabalho. Suado mesmo me joguei no sofá, e liguei a TV. Eu tava lá, relaxadão, tranquilão vendo o programa de esportes, quando Bella chegou em casa. O sorriso maior que a cara, segurando uma caixinha compridinha. O que será que é aquilo?

-Oi amor - sorridente demais. Aí tem.

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-Oi. - disse sem muita certeza.

-Do que os homens têm inveja das mulheres, amor?

-De ver mulheres peladas sem problemas! - respondi alegre sem hesitar nenhuma vírgula.

-ÓBVIO QUE NÃO! -óbvio que sim querida - Eu tô falando sério, Ed.

Eu também tô querida, pensei. Pelo seu sorriso eu precisava pensar em algo que não fizesse o menor sentido, porque aí sim faria sentido pra ela.

-Hum... Vamos lá. Depilação dói, e ninguém tem inveja de sentir dor. Trabalhar não é, porque já trabalhamos o suficiente. Ir ao cabeleireiro também não é, porque ninguém merece ficar num lugar onde puxam teu cabelo, futucam teu dedo com um alicate e tem um monte de mulher falando ao mesmo tempo. Parir também não é porque minha mãe sempre disse que é uma dor dos infernos, e crianças soltam gosmas e fluidos por todo lado a todo tempo... O que é então?

Foi aí que eu vi que em algum momento do meu discurso eu tinha falado a maior merda do mundo, por que os lábios rosados de Bella estavam curvados num biquinho trêmulo, e eu tinha certeza que em segundos ela começaria a chorar. Bella abriu a caixinha e tirou de lá um bastão branco.

-Você é um insensível, Cullen! Como você pode me dizer uma coisa dessas, idiota?! EU TÔ GRÁVIDA, EDWARD CULLEN! - ela berrou sem conter as lágrimas, e levantou o bastão. Tinha duas listrinhas vermelhas, e com isso minha cabeça deu um giro.

OH, MEU DEUS EU VOU SER PAI!

E então eu vi que eu só falava besteira, porque eu tinha acabado de falar um monte de merda - desculpa a palavra duas vezes - pra minha esposa grávida coisas que não devia dizer pra ninguém. Oh, droga!

Tentei me aproximar dela pra abraçá-la e acalmá-la, quem sabe ela não parava de chorar.

-Não toca em mim, você tá suado e fedendo.

Sorri sem graça, e tentei de longe mesmo.

-Me desculpa, querida. Eu... eu falei sem pensar, eu não achei que... - passei a mão pelo cabelo nervoso - Você tem certeza que tá grávida?

-É claro que sim! Mãe sente, Edward.

Bufei.

-Ok, eu... Não sei o que dizer amor.

-Só diga que me ama, e que vai amar e cuidar da sua filha. - ela sorriu e eu fiquei bobo.

-Filha? Como pode saber? Não tá muito cedo pra isso, Bella?

Ela riu com aquele jeito que ela sabe que me derruba, e acariciou a barriga lisa.

- Mãe sabe dessas coisas, Edward. Eu sei que vai ser uma menina.

Bella saiu sorridente pro quarto, e eu só conseguia pensar numa coisa: eu ia ser pai! Mas eu não sei se vou dar conta e...

>> ... <

-Sabe eu ainda não entendi como isso foi acontecer. - resmunguei tomando um gole imenso da minha cerveja.

-Eu vou ignorar isso, Edward. Desde a adolescência você sabe como é que isso acontece. Fica feliz, cara! Tu vai ser pai! - Jasper vibrou bebendo mais da cerveja.

-Isso mesmo. Vamos comemorar que vai nascer uma criança na família, homem! - Emmett deu apoio.

Mas foi de noite, deitado na cama que eu pude ver a verdade. Eu amava a minha mulher e ela tava grávida. Mas só tinha uma coisa: ela já era mãe. Mas e eu? Eu não sentiria os enjoos matinais, nem os chutes do bebê. Eu não sentiria a dor do parto, muito menos amamentaria nenhuma criança. Quando é que eu finalmente seria pai?