Fairy Tales - Fairy Love

Capítulo 88: Previsibilidades


Uma série de dissipadores inteligentes instalados em lugares estratégicos levavam sangue às veias artificiais do lado mecânico de Jereffer, está tendo a função de empurrar com sua pressão pistões que moviam o óleo que impulsionava tudo, criando assim um sistema complexo que o permitia usar simples coordenações motoras. Mas nada disso funciona tão bem quanto um corpo natural resultando a uma tendência de desequilíbrio para o lado esquerdo.


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Tudo isso é apenas uma desculpa científica para o motivo dele ter caído.


Jereffer sentiu o chão subindo para o seu encontro, e seu instinto natural foi rolar e levar a mão até a o cabo da faca que espreitava por cima de sua bota, mas ele logo se recompôs.


– Droga Ultear, me avise quando você resolver sair saltando da escuridão e me esbofeteando - ele limpou a terra dos lábios com as costas da mão, enquanto sentia o gosto metálico de sangue na sua boca, onde ele mordera a língua - Não se surpreende um psicopata! Um pouco menos de atenção minha e agora você estaria com uma adaga espetada entre as tetas.


Jereffer achou que era possível ouvi-la rosnar, mas podia ser apenas sua pulsação cardíaca martelando em seus ouvidos.


– Se eu quisesse ouvir rosnados, ia ao canil - disse ele mal-humorado, esfregando o rosto - O que diabos deu em você? Eu não lhe dei motivos para você me bater nos últimos... 45 minutos!


– Eu não sei exatamente por onde começar - Jereffer se surpreendeu pela raiva dela. Ele só conseguia fúria superficial, mas agora ela estava realmente fervilhando - O que pelo inferno foi aquilo lá dentro?


Jereffer gargalhou.


– Eu sou tão genial que as vezes até eu me surpreendo. Se você já viu isso, o Jellal a essa altura também já viu. Se isso não o forçar a agir, podemos ter certeza que ele é castrado - o riso morreu em seus lábios ao notar a expressão de surpresa dela - Qual foi o motivo que você imaginou?


Aquilo pôs ela a balbuciar, e foi a vez dele ficar irritado, ele não precisava ser um leitor de mentes para saber o que ela pensara.


– Você acha que eu seria... de seduzir alguém de quem um amigo gosta claramente... Por diversão? - perguntou ele entre os dentes friamente - Sim, acha. Sabe Ul, eu nunca neguei ser um monstro, mas existem diferentes formas disso.


– Oras, então não deveria exigir avaliações certeiras logo de primeira - disse ela em uma tentativa de humor, se sentindo um pouco(bem pouco, é verdade) por ter lhe estapeado antes de perguntar.


O mago deu-lhe um sorriso estranho.


– Não, não devo exigir - disse ele dando os ombros - Vou ver se minha brincadeira infantil surtiu resultados, eu recomendaria você ir tratar do que tiver que fazer no dormitório onde está a Fairy Tail, eu pretendo bancar o espião duplo-duplo lá daqui algumas horas, e depois disso, não haverá mais desculpa plausível para você aparecer por lá.



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Em um pátio aberto, iluminado fracamente e apinhado com espreguiçadeiras, cadeiras e guarda-sóis que deviam ser disputados em um dia quente, um casal observava as estrelas.


Gray sorriu, pousando a mão na cabeça de Juvia e a afagando.


– Viu, eu falei que você ia acabar gostando de ter sido escolhida para o Exame - disse ele divertido, lembrando de como ela ficara desapontada quando seu nome foi anunciado no Exame, a sete anos atrás, o que significava que ela não poderia ir como sua parceira.


Juvia interrompeu os seus devaneios sobre trinta filhos ou mais para responder.


– É verdade, isso é tão romântico, Gray-sama! - disse ela alegremente aninhando a cabeça no ombro dele, os olhos transformados em corações enquanto ela viajava novamente em suas fantasias exageradas. Gray aprendera que a melhor maneira de lidar com aquele lado obsessivo dela era simplesmente não prestar atenção quando o lado imaginativo dela estava à tona.


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Logo a crise de imaginação familiar louca dela passada, eles puderam voltar a conversar melosamente e todas aquelas outras maneiras de agir socialmente constrangedoras que casais tinham.


Naquele silêncio cortado apenas por vozes sussurradas, o som de alguém tentando abrir a porta pareceu alto como um megafone.


– Eu congelei a fechadura - explicou Gray com um ar de inocência - Não vamos querer funcionários transitando por aqui e acabando com nossa privacidade.


A porta se desfez em lascas com um barulho seco, deixando por ouvir as palavras que causaram aquilo. Arc of Time.



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Um pouco antes, na base voadora da Crime Sorcière...


Meredy sentiu o cheiro de algo queimando na oficina. Isso só podia significar uma coisa.


Ela abriu a porta da oficina e encontrou alguma coisa de metal semi construída e desabada, com óleo jorrando e vapor subindo de sua estrutura. A mão de Jereffer podia ser vista se contorcendo e tentando arranjar apoio. O resto devia estar embaixo de tudo aquilo.


– Uh... precisa de ajuda? - perguntou ela divertida depois de encarar a cena por alguns instantes.


– O que você acha pequena? - perguntou ele, a voz abafada - Apenas aperte o botão vermelho, esse que deve estar a noroeste da minha bota, na placa de aço.


Ela saltitou pela sala para evitar pisar em algo gosmento ou quente até o chamativo botão. Ao menor toque nele, tudo aquilo se transformou em letras, e Jereffer emergiu tossindo.


– Obrigado - disse ele, enquanto abanava a mão e as letras voltavam a se agrupar na forma das peças de metal, só que espelhadas pela sala - Lembre-se de jamais tentar criar um núcleo controlativo de autônomo com nitroglicerina.


– Eu vou me lembrar - disse ela, que não tinha entendido uma palavra da frase. O mago sentou sobre as pernas cruzadas e se repôs a construir o que quer que estava construindo, enquanto Meredy ia apanhar uma toalha - O que você está fazendo exatamente?


– Apenas montando coisas aleatórias - disse ele dando os ombros - Você sempre diz que eu preciso de um hobby melhor que irritar todas as formas de vida ao meu redor.


– Sim, mas por que robôs? - perguntou ela enquanto jogava uma toalha em cima dele e o esfregava, fazendo pouco mais além de o sujar mais ainda de óleo.


– Você pode os explodir quando eles te irritam - disse ele enquanto, distraidamente, colocava a ligação de calcanhar no ombro do autônomo.


Aquilo fez com que uma lâmpada se acendesse sobre a cabeça de Meredy.


– Ah! Então é isso que você faz quando está chateado com algo? - disse ela em um tom de dedução - A maioria das pessoas apenas se empanturra de comida.


– Eu não estou chateado com nada - disse ele monocórdio, e ao notar o que estava fazendo, bufou e começou a desmontar novamente tudo aquilo.


– Vamos, fale o que foi capaz de irritar o meu docinho? - disse ela com um falsete de voz maternal colocando os braços envolta do pescoço dele.


– Bom, o termo “meu docinho” seria bem capaz disso - disse ele enquanto se desvencilhava e procurava os parafusos perdidos - Você não tem nada de produtivo para fazer, né?


– Sim, eu estou na mesma situação que você - disse ela tristemente, antes de rir - Você não teria alguma coisa legal para eu enfrentar e matar o tédio?


Jereffer levou a mão esquerda para a superfície exposta de metal da esquerda, e deslizou um dedo, criando uma linha de luz. Ele descobrira que sua prótese ligada a seus nervos, e consequentemente, ao seu cérebro era melhor que qualquer ativador mágico a distância.


Uma porta se abriu e três autônomos andaram para fora.


– Não quebre nenhum, quero usá-los com triunfo no simulador de cataclismo - os grandes simuladores de apocalipses de monstro eram a nova febre de Fiore, alguns acreditavam que existirá até uma prova do tipo no Torneio dos Grandes Jogos Mágicos, com cem monstros.


– Nada como matar zumbis artificiais para ver você agir como uma criança - brincou ela, apertando a bochecha dele de forma brincalhona - o em forma de mulher vestida de gato já está programado?


– Sim, e se você retirar a máscara, verá mais um dos motivos justos que o Jellal tem para me odiar - disse ele com um sorriso divertido. Meredy também sorriu - E por acaso ele já voltou?


– Nah, ainda deve estar dando uma de stalker - disse ela, o que fez ela de lembrar de algo - Je-nii, quando poderemos ir falar com a equipe de Tenroujima? Seria legal rever a Juvia...


– Não pergunte para mim, é a sua mamãe que está no comando aqui - disse ele, enquanto reiniciava a montagem do robô - A não ser que a Juvia a mate, aí eu ficarei com o comando.


– É mesmo, Je-nii, vá lá e garanta a segurança da Ul-sama!


– Por que pelos sete níveis do inferno eu faria isso?


– Porque eu estou pedindo gentilmente e nada manipuladoramente - disse ela colocando sua melhor expressão de cachorrinho abandonado com fome na chuva.


“Não devo...encarar...os...olinhos...” mas não funcionou por muito tempo.


– Inferno! Sim, eu estou indo - praguejou ele ficando de pé e jogando a jaqueta sobre os ombros, enquanto pegava seu tapa-olho - Por que você não vai pessoalmente?


– Você está louco? Aquilo tem potencial para um banho de sangue - disse ela amigavelmente, e ambos riram.



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Ultear só percebeu que a sua cara falsa devia ter se desfeito quando notou as expressões de surpresa.


Gray e Juvia se colocaram em pé em um salto. Juvia, que nunca a havia visto pessoalmente, não sabia quem ela era, mas seu sentido obsessivo farejou rivalidade.


– Nada de exclamações muito altas, estamos em um lugar incomodamente lotado - ninguém notara sua chegada, mas Baelfyre estava sentado em cima do muro - Juvia-san, gostaria de dar uma volta? Acho que esses dois tem assuntos de infância a tratar.


Juvia estreitou os olhos, tudo aquilo era confuso e suspeito no seu ponto de vista. Notando sua inquietação, Baelfyre deu o mais tênue dos sorrisos.


– Você vai acabar descobrindo que eu sou um bom parceiro para tagarelice - disse ele divertido, enquanto saltava do muro - Eu entendo de centenas de assuntos: revistas, mecânica, psicologia - enquanto ele falava, seus dedos se moviam, criando objetos em sua mão que se desfaziam em segundos apenas para surgirem sobre novas formas - Essências, criaturas mágicas...


E então, na sua mão, estava um frasco que Juvia se lembrava bem, que causara uma grande dor de cabeça para ela e inúmeros casais bizarros em um natal à sete anos. Essência de Pivv.


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Os olhos dela devem ter se arregalado em reconhecimento, e o mago inclinou a cabeça em uma polida saudação, e ofereceu o braço.


– Vamos? Creio que demorar não será necessário - enquanto eles saiam, ele deu uma piscadela divertida para ambos os moldadores de gelo.



Assim que ficaram sozinhos, um silêncio desconfortável se instalou entre ambos.


– Quem...


– Um companheiro de guilda - disse ela abanando a mão - Desagradável e irritante até o osso, mas não sumirá com a sua namorada. Eu queria falar com você, Gray.


Dada a ultima vez que eles se encontraram, onde ela tentara matar Juvia e depois tentara matar ele, ele achou que poderia se surpreender.


– Bom... então fale - disse ele sem saber o que responder.


– Eu... eu...queria lhe agradecer - “ e as surpresas começaram” pensou Gray - Por...


– Por lhe inculcar um pouco de bom senso da maneira que a Ur faria? - sugeriu Gray rindo, ao lembrar que sua mestra sempre tivera métodos fisicamente exagerados.


– Isso! - disse ela, grata por não precisar encontrar os termos - Aquilo me salvou! Minha mãe... Eu vivi metade da minha vida tendo idéias... tão erradas...


– Deixar o passado para lá é algo difícil, mas também é bom - disse ele - Vários magos da Fairy Tail poderiam atestar sobre essa filosofia.


– É uma boa filosofia - disse ela, antes de adicionar em um tom desagrado - Mas eu peguei um certo anti-gosto por frases filosóficas, efeito de conviver com idiotas.


– Esse efeito também pode ser testemunhado na Fairy Tail - aquilo os fez rir.



De um telhado perto dali, duas pessoas observaram.


– Eu não disse? Já estão agindo como patetas amigos de infância, mesmo que nunca tenham se visto mais do que uma ocasião anterior - disse Jereffer.


– Foi um bom chute, Jereffer-san - disse Juvia impressionada, mas ainda se mantinha de olho em qualquer movimento suspeito daquela potencial rival no amor.


– Quando você entende a natureza previsível da maioria das pessoas, seus chutes ficam mais certeiros - disse ele, enquanto apontava para um carro que desvia lentamente uma rua não muito longe dali - Aquilo ali, por exemplo, era algo previsível.


Juvia apertou os olhos e não conseguiu ver nada. Jereffer lhe ofereceu um binóculo.


Apertados em um veículo de tamanho insuficiente, Gajeel e todos os magos deixados para trás por serem apenas parceiros de Classe-S’s chegavam em Crocus.