Eu soube desde o começo

Você quebraria meu coração

Você é cruel, você é

Mas eu continuarei amando você

Eu quero que você saiba

Eu não sou perfeito, então

Eu sou um pedra rolante

Mas eu continuarei amando você

O olhei raivosa pela brincadeira sem graça desse maldito. Niklaus agora está tentando achar uma vocação para palhaço?

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— Isso é impossível, vampiros não podem...- comecei.

— Achávamos que não. - Elijah falou.

Fiquei tonta e muito enjoada, essa não era a reação que eu esperava ter em uma confissão dessa e nem mesmo ninguém imaginava isso. Senti minha boca ficar gelada e comecei a respirar com um pouco de dificuldade, Klaus soube que o melhor era se manter longe de mim.

— Por isso me deixou em Mystic? Por isso veio para cá com urgência? Pela Hayley?- questionei irritada.

— Pelo meu filho. - corrigiu - Por isso e pelos motivos que você já sabe.

— Você vai ser pai. - murmurei tensa tentando acalmar minha respiração, eu iria desmaiar e droga, não era o que eu queria.

— Sage...- pediu em voz baixa, mas minha cabeça parecia querer explodir.

— Cristina. Cristina. - eu queria ser outra mulher quando ele falasse isso, Sage não estava pronta para esse baque. Eu queria fingir que aquelas palavras não eram para mim.

Para o resto de minha vida

Eu prometo que eu, eu continuarei amando você

Eu, eu estarei ao seu lado

E eu prometo que eu, eu continuarei amando você

— Quero que saiba que eu não tinha ideia que isso iria acontecer. - eu estava voltando ao normal aos poucos.

— Que morto-vivo acho que vai ser pai um dia não é? - comentei duramente.

— Não estou morto. Ninguém aqui está. – ele me encarava chateado.

Quem tem que estar chateada sou eu!

Klaus seria pai. Senti meus olhos encherem de lágrimas e droga, eu parecia estar fora de mim. Isso não era algo que eu faria. Como infernos eu poderia lidar com uma merda dessas? E como ele escondeu isso por tanto tempo?

— Quando foi? - eu precisava saber, olhei em seus olhos sabendo que ele não mentiria.

— Depois de ela aparecer com Tyler no lago, nos encontramos em um bar. - ele estava na frente dela tentando evitar que eu a atacasse, mas eu não faria isso.

Essa informação me aliviou um pouco, mas não o suficiente, eu nunca havia me sentido tão tensa em toda a minha vida. Meu corpo havia endurecido tanto que parecia corpo de um morto, meus dedos tremiam visivelmente e eu dava sinais claros de que não ficaria ali por muito tempo, eu estava tendo uma sobrecarga de sentimentos que estava me quebrando por inteira. Toda a casca que eu criei estava se quebrando e expondo o quão vulnerável eu era, eu me sentia um verdadeiro nada diante de meus pensamentos. O meu Mikaelson seria pai do filho de outra mulher, ele teria um filho. Isso mudava tudo em nossa vida.

Mas não, você não consegue ver

Eu não sou o que você precisa

Meu espírito é livre

Mas eu continuarei amando você

Você é tão selvagem

Você tem uma mente inquieta

Eu não vou renunciar

Mas eu continuarei amando você

— Seu merda. - avancei em cima de Klaus o enchendo de socos e tapas, mas ele nem chegava a se mover e isso só me deixava mais furiosa ainda.

— Sage se acalme. - ele tentou me segurar, mas eu me afastei.

Comecei a chutar tudo que estava perto de mim, se eu não podia matar ele eu poderia muito bem quebrar tudo que ele tem. Eu estava possessa de raiva, chutei seu sofá que começou a queimar na lareira, Elijah e Rebekah correram para apagar e eu me virei em fúria para Niklaus.

— Que merda você tem na cabeça!- gritei – Como nós podemos lidar com isso?

— Tecnicamente nenhuma até por que eu não poderia ter filhos. - ele gritou irritado com a minha explosão – Pense um pouco Sage! É impossível que eu tenha filhos, nós dois sabemos muito bem disso. Eu tenho 1200 anos se eu pudesse você não acha que eu já teria centenas deles?

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Nós berrávamos na sala que ainda se incendiava queimando um quadro acima da lareira e eu reparei que era de uma foto que eu havia tirado com ele e com seus irmãos em uma festa, todos elegantemente vestidos parecendo uma família. Ele olhou para o quadro quando viu o vidro estourar, seu rosto se retorceu quando a imagem começou a pegar fogo bem onde eu estava, vi a oportunidade perfeita e dei um soco em seu peito o fazendo atravessar a parede, Klaus se levantou e eu joguei a mesa de centro contra ele o chutei com força, ele agarrou meu braço e usou o mesmo para me segurar de costas para ele enquanto enfiava o rosto em meu pescoço. Chutei a parede e cai por cima dele que mesmo assim me segurava com força, gritei irritada enfiando um pedaço de madeira em sua perna e me levantei saltando para trás o olhando com raiva, ele tentou vir em minha direção, mas Elijah foi mais rápido o segurando.

— Deixe-a em paz Niklaus, Sage precisa de tempo. – foi seco e Niklaus ficou parado me olhando, desviei os olhos, eu não precisava o olhar para saber que ele também sentia dor.

Hayley estava bem ao meu lado sendo protegida por Kol, o insano. Dei um passo para frente e eles se moveram a afastando, então dei meia volta e sai de novo para a noite fria deixando meus pensamentos correrem de forma desenfreada a medida que eu avançava na mata ao redor da mansão sem nem saber para onde ia. Eu sentia todo o meu corpo formigar devido aos sentimentos negativos que me afligiam, eu não tinha problemas em relação a ele ter dormido com Hayley antes de mim, eu tinha problemas em ele ter uma ligação de sangue com ela. Isso era muito maior que uma marcação.

Para o resto de minha vida

Eu prometo que eu, eu continuarei amando você

Eu, eu estarei ao seu lado

E eu prometo que eu, eu continuarei amando você

Controlei o choro de desespero. Eu preferia ter ficado em Mystic e morrido pelas mãos de Stefan, assim eu não seria mais obrigada a conviver com essa dor. Porque amar um ser místico é tão forte? Tão sobrenatural? Porque não é fácil dizer adeus e sumir? Isso seria tão fácil se eu não estivesse lidando com um Mikaelson. Por que eu não estava com raiva dele? Eu sentia um ódio insano pela situação, mas não podia o culpar. Era realmente estranho que ela tenha engravidado de um homem que está tecnicamente morto, mas mesmo assim, mesmo assim eu estava em fúria.

Escorei em uma arvore me recompondo do mal estar, balancei a cabeça e voltei para casa sem pensar muito bem. Eu tinha que me afastar dele e colocar os pensamentos em ordem, antes que eu ligasse para Stefan e lançasse meu corpo na boca dele em um sentido não muito bom. Abri a porta e passei pela sala em silêncio absoluto vendo que o fogo havia sido controlado, fui até o quarto e juntei minhas coisas em minha mochila. Eu estava mais do que certa em ter reservado o quarto. Eu nunca erro. Deixei o medalhão que eu já deveria ter dado para ele em cima do criado mudo, suspirei e desci as escadas.

Eu sou apenas um homem

Eu darei a você o meu amor

Mas eu cometo erros

Porque isso está no meu sangue

O mundo é tão cheio

De falhas e de regras

Eu prometo que eu

Amarei você para você

— Sage, fique. - Elijah pediu me barrando na porta.

— É melhor não. - me perguntei se ela passou aquele tempo inteiro na casa, é provável que sim - Pode me achar nesse hotel, mas peço que não venha. A não ser que seja algo grave, pode me ligar a qualquer momento. Irei atender.

— Não vai voltar para Mystic? – me acompanhou enquanto me analisava com cuidado.

— Depende do meu humor. - soltei um riso forçado - Porque não você? - mexi os lábios sem deixar o som sair e ele me olhou cabisbaixo como se pensasse o mesmo.

— Eu sinto muito por isso. - olhou ao redor - Eu imaginei que iria querer sair e pedi um taxi.

— Obrigada.

— Vai deixar por isso mesmo?

— Não. Você me conhece. Mas não estou em condições de resolver nada agora. - confessei.

— Não desconte em Hayley e no... bebê. – percebi que ele se referia de maneira hesitante ao bebê, talvez estivesse tão confuso quanto eu.

Era nítido que todos estavam perdidos sem saber o que realmente fazer.

— Não vou. Vou descontar no Klaus. - comecei a me sentir vazia a medida que a raiva dissipava, era algo que eu precisava pensar com muita calma.

— Se pensar melhor...

— Eu não quero, eu estou furiosa. Não quero pensar, eu quero alguém para brigar. - confessei.

— Podemos dar um jeito nisso amanhã.

— Podemos. Obrigada Elijah. Se você não estivesse aqui eu não saberia o que fazer. Eu estou perdida. - olhei ao redor bagunçando meus cabelos.

— Eu imagino que sim, não sei o que se passa nessa sua cabeça, ninguém nunca sabe. - me acompanhou até o lado de fora e se sentou do meu lado na varanda - Estou feliz que tenha vindo, mas não estou feliz pela situação.

— Imagine eu... Quase fui morta pelo meu melhor amigo e quando chego na cidade o meu ex-namorado está esperando o filho de outra mulher. - resmunguei.

— Ex? - Elijah perguntou.

— Fiz para provocar. - sussurrei sabendo que Klaus me ouvia de algum canto, eu tinha que o irritar de alguma forma, eu precisava de um tempo para pensar com coerência - Eu não sei como reagir. Depois de Stefan eu sinto como se não pudesse lidar com mais nada disso Elijah, eu sinto como se... eu não tivesse mais forças para continuar. Como se eu estivesse sozinha nisso tudo, eu queria ir e pular nos dentes de Stefan.

— Não diga isso. Klaus não merece essa devoção toda.

Na minha cabeça ele merece. Não verbalizei, apenas acenei com a cabeça enquanto ia em direção ao taxi.

Para o resto de minha vida

Eu prometo que eu, eu continuarei amando você

Eu, eu estarei ao seu lado

E eu prometo que eu, eu continuarei amando você

~º~

— Me diz exatamente o que eu estou fazendo aqui. - Nataniel pediu enquanto colocava suas malas no chão.

— Ficando comigo. - falei enquanto penteava meus cabelos.

— Não podia ser em uma mansão? – reclamou irritado e eu rolei meus olhos.

Drama é com ele mesmo, deveria receber um Oscar pela categoria.

— Se você tiver dinheiro para uma... Sim. Mas enquanto não tem... ficaremos aqui. - apontei para o quarto de hotel.

Nataniel se jogou na cama bufando teatralmente, me olhou de lado e ajeitou o cabelo enquanto voltava a se sentar e retirava a jaqueta. Me olhou levemente preocupado e então suspirou infeliz.

— Pense friamente. Como já fez várias vezes. – pediu voltando a mexer na maldita câmera.

Eu havia pensado. Havia pensado muito e por fim decidi que não havia a quem culpar, que não havia tido traição. Klaus se envolvera com Hayley sem nem saber se já sentia algo por mim, provavelmente enquanto estava confuso travando uma batalha mental entre mim e Caroline no momento. Eu não o culpava, nós não estávamos juntos naquela época, nem imaginávamos que um dia chegaríamos tão longe assim. Nem imaginávamos que poderia ter sido recíproco. Mas eu não poderia ignorar o que estava por vir, ele teria um filho e isso não era pouca coisa. Klaus era o tipo de homem que preferia uma vida com a família inteira por perto, prova disso era sua obsessão em manter Rebekah grudada nele, sem deixar que ela vivesse e isso seria o mesmo com o bebê. Tudo bem que poderíamos virar um família nada convencional, mas eu achava isso difícil. Ele tentaria manter Hayley sempre por perto, afinal ela era mãe do bebê.

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Eu imaginava muito bem como isso acabaria, uma hora ou outro Hayley encheria seus olhos e seria a mãe do seu filho, coisa que eu nunca conseguiria nem se Klaus fosse humano. Ele a teria por perto, a protegeria e ajudaria ao máximo e eu ficaria em um canto deixada de lado enquanto ele bancava o pai do ano fazendo de tudo para deixar seu filho em segurança. E ele estaria certo. Hayley seria seu novo foco, sua nova amiga, irmã e protegida. E talvez ele descobrisse nela o seu amor, nada na vida é por um acaso, as coisas simplesmente acontece por que tem que acontecer. E tudo que vem acontecendo comigo só me faz acreditar que ou Satanás me ama ou a vida me detesta, provavelmente os dois.

Tudo isso me vinha sendo uma lição valorosa que eu aos poucos encaixava em minha cabeça, nunca acreditar em palavras de amor. Nunca idolatrar esse sentimento sem medo das consequências, ele te prende e depois te destroça sem pena alguma. Eu sabia que Klaus me amava, mas assim como foi com Caroline, isso deveria ter um limite. Seria Hayley esse limite?

Antes eu me jogaria de cabeça nessa situação, sem ligar para Hayley e seu pacote emocional, mas algo em mim havia mudado e eu sabia que era o elo se preparando para os ataques. Eu teria de ser muito forte para resistir contra isso quando já não fazia sentido algum eu lutar pelo maldito elo que já se destroçava sozinho. Eu estava entrando em pânico e pelo que eu vi passaria por tudo sozinha.

Será que o elo mudou o meu destino? Será que ele me jogou para os braços de Klaus e depois lançou Hayley? Será que ele fez Elijah se apaixonar por mim e eu me vi tentar o rejeitar sem o machucar? Será que o elo estava sendo preparado a anos para mim? Será que ele provocara a fúria de Stefan? Eu não sabia dizer em quando o elo começava a agir e quando ele parava.

O celular tocou e eu vi o nome de Elena.

— Olá. - murmurei.

Hei. Como estão as coisas? — estava visivelmente preocupada, sorri.

— Nada bem. Nada bem para nada, estou seriamente pensando em voltar ai e enfiar o pescoço nos dentes de Stefan.

Não brinque com isso.

— Nada ainda? - me referi aos amigos.

Nada. E você?

— Também não. Achei que seria fácil, mas menos complicado impossível. - enrolei uma mecha.

Falou com Oliver?

— Sim. Ele disse que viria fazer um intercâmbio aqui, mas só chega daqui alguns meses com Eliza e os gêmeos.

Ele está preocupado.

— Eu também. - senti o peito apertar e olhei Nataniel que estava entretido com sua câmera - Eu espero que ele venha. Mesmo passando tão pouco juntos... ele é meu irmão.

Eu sei. Eu dei como se sente muito bem.

— Como está Alaric? Enzo? Jeremy? - perguntei sem me referir aos outros.

Estão bem. Enzo está se divertindo a beça, Alaric está entediado e Jeremy está preocupado com Bonnie.

— Eu os trarei de volta Elena. Não irei desistir deles.

Eu sei que não. - sua voz estava embargada - Caroline está enlouquecendo, se sentindo extremamente culpada por você ter desaparecido. Inclusive achou que você estava morta devido ao ferimento, Stefan está sendo bem manipulado pela Katerina. Tenho que dar o crédito a ela, está te protegendo melhor do que qualquer um de nós.

— Me lembre de agradecer ela.

Lembrarei. Ela faz isso tão bem que Stefan nem sonha onde você está, parece que ele se esqueceu de tudo e só tem um foco.

— Me matar.

Sim. Ele não enxerga mais nada.

— Eu sinto muito por tudo isso.

Ainda bem que você agiu. Ou teria sido bem pior.

— Hum. - resmunguei.

Tudo bem?

— Não Lena. Klaus vai ser pai.

Ela ofegou e eu contei brevemente a história.

Estou impressionada por sua conclusão. Admito que eu não teria pensado tão friamente, eu poderia ter me apaixonada 10 anos depois de ele ter um filho e ainda assim eu ficaria um pouco frustrada.

— É errado amar alguém tanto assim? Não sei se suporto isso. - suspirou.

Não é errado amar. Mas estou preocupada com sua sanidade, e não se engane. Niklaus é Niklaus, ele pode ser tudo menos um traidor. Se ele disser que não ama Hayley é porque ele não ama. Niklaus não é meio termo, é sim ou não. Ele não poupa sentimentos, quando quer acabar com algo ele vai e acaba.

— Nunca pensei que ouviria você defender ele.

Estou defendendo a marca.

— Que coisa hein? Vocês e essa marca.

— Um dia vai entender e se arrepender amargamente de ter menosprezado.

Nos despedimos e eu me joguei na cama enquanto lia o mapa e um jornal. Eu precisava achar uma casa com urgência, e um emprego. Não que dinheiro fosse problema, mas eu precisava me manter ocupada com algo ou enlouqueceria. Bufei e fui me arrumar

~º~

Olhei o apartamento com um pequeno sorriso satisfeito. Eu a achei ótima para mim, muito confortável e bem fofa. Fora que era pequena, eu poderia chegar na cozinha bem rápido.

Dei uma olhada novamente no lugar sem móveis. O piso era de uma madeira lisa e bem clara, quase branca. As paredes eram pistadas de um lilás bem suave; Assim que passava atravessava o hall que era lateral se via uma cozinha pequena a direita com uma bancada, ela era bem discreta com armários de uma madeira bem clara cor de creme com riscas. A bancada era bem grande o que me fez perceber que eu poderia ter um bom espaço para a sala já que era só comprar cadeiras altas; Havia um espaço considerável onde seria a sala, o sofá obviamente ficaria no centro do cômodo pequeno, a tv seria logo a frente, do lado esquerdo tinha o acesso a varanda por uma porta de vidro. Do lado direito um extenso corredor que ia para dois quartos e um banheiro, olhei mais atentamente o local e sorri. Era pequeno, mas extremamente confortável. Ótimo, assim não passo muito tempo limpando.

Me virei dando um sorriso enorme para o vendedor. Era um prédio muito simples, extremamente confortável e pequeno. Tinha apenas três andares, eu decidi escolher o terceiro andar pois assim não teria problema com um vizinho barulhento no andar de cima. Entravamos pela lateral do prédio onde havia um único elevador bem simples e escadas largas, achei a ideia bacana de não ter vizinhos morando ao lado, eu teria um andar inteiro para mim. Sim, era um apartamento por andar, na realidade o prédio tinha quatro andares se contasse com o térreo que era uma garagem.

Mordi os lábios e já sabia que Nataniel estava fazendo o seu acordo também, ele moraria no andar abaixo do meu. Ou seja... eu continuaria sendo atormentada. Mesmo em outro país... quer dizer... estado.

Olhei o vendedor novamente.

— Irei ficar com esse.

~°~

— Eu quero saber o que estou fazendo aqui. - Nataniel reclamava pela décima vez enquanto arrastava o sofá.

— Deixa de ser chato. Que horror. - resmunguei empurrando a geladeira e mexi na cortina da janela da cozinha.

— Não estou sendo chato. Mas eu também tenho um apartamento para arrumar. - cruzei os braços.

— Você termina de arrumar aquilo tudo em cinco minutos. Eu não. - fui até o rack o encostando na parede.

— Sai dai. - empurrou o sofá o enfiando no pequeno quadrado.

Todo piso da casa era reto e havia apenas esse degrau no cômodo, ele era o que limitava a sala. Achei fofo.

— Nataniel! O tapete! - briguei e ele levantou o sofá revirando os olhos.

— Coloca logo que está pesado. - revirei os olhos esticando o imenso tapete branco levemente cinza.

Ele baixou novamente o imenso sofá azul marinho e me ajudou a colocar as poltronas nas laterais, eram estampadas com revistas de quadrinhos e havia pequenas manchas escuras como se a caneta utilizada para fazer os desenhos tivessem estourado. Eram bonitas, modernas até e bem animadas. Tinha até o Batman.

— Você vai me ajudar com o meu apartamento. - revirei os olhos, como se eu tivesse muita escolha.

— Claro que sim. - dei um beijo na bochecha do chorão e coloquei a mesinha de centro no lugar - Instala a tv. - bufou.

— Já falou com o Klaus? Saímos da casa dele tem três dias.

Revirei os olhos.

— Não falei. E ainda não quero. Não me sinto preparada para lidar com isso agora.

— Como ele ainda não veio atrás de você?

— Ou ele está muito ocupado ou Elijah não está deixando. Aposto na segunda.

— O vampirão apaixonado deve estar se aproveitando da situação.

Fiz uma careta. Elijah nunca faria isso.

— Deixa de ser terrível. Isso é coisa que você faria.

— Não estou fazendo. - ligou a tv - E estou tendo a oportunidade de encher a sua cabeça contra o seu híbrido demoníaco. Mas estou aqui prestando favores, guardando suas calcinhas e passando um tempo com a minha amiga. - se jogou no sofá.

— Não chame assim. - joguei as almofadas coloridas no sofá - Klaus só é... hum... ai ele não colabora também. - desembalei os copos de vidro escuro e os coloquei na pia junto com os pratos.

— Viu. Olha ai. Até você concorda que ele é demoníaco. - revirei os olhos.

— Eu sou demoníaca. - ele riu sem discordar.

— Ainda bem que sabe. - colocou em um canal desenhos e eu me apoiei na bancada enquanto via ele abrir o suporte do sofá e esticar as pernas - Acho que quero comer.

— Quer é? - perguntei com cinismo.

Onde é que já se viu achar que quer comer? Se bem que ele é um vampiro e a única refeição próxima sou eu. O prédio era bem afastado da cidade e nosso vizinho mais próximo ficava a cerca de 100 metros, havia tantas arvores que eu nem conseguia ver seu prédio, nem mesmo do teto.

— Aqui. - estiquei o pulso, eu sabia que ele não bebia sangue desde que havíamos saído de Mystic Falls.

Nataniel nem falou nada, apenas enfiou as presas em meu pulso e sugou o sangue, me sentei ao seu lado e esperei ele soltar o que logo aconteceu. Ele limpou os lábios com a língua e voltou os olhos para a tv, não me senti muito confortável o alimentando. Isso agora me parecia ser mais intimo desde que fui marcada por Klaus, vai saber.

— Agora entendo o motivo de ele ser tão chato com você. Esse cara é um sortudo. - revirei os olhos e voltei a decorar a casa.

Esse vampiro não tinha juízo.

— Sage.- atendi o celular.

Oi amor.—fiquei estática prendendo a respiração sentindo meu coração bater descontrolado ao ouvir a voz dele - Poderíamos conversar?

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— Você pedindo para conversar? - fui cínica - O Niklaus que eu conheço bateria na minha porta.

O Niklaus que você conhece está com receio de ser chutado pela mulher que ama, então está dando um tempo para ela.— foi extremamente irônico como se não concordasse com nada do que dissesse.

— Hoje não dá. Nem amanhã. - avisei para ele.

E por que não?— ele estava irritado.

— Estou arrumando minha mobília. - pendurei o quadro na parede e abri um imenso sorriso ao olhar o rosto estampado.

— Precisa de ajuda?— perguntou ansioso e eu controlei a vontade de rir.

Por que tudo que ele fazia e dizia me parecia fofo?

— Não. Nataniel já está me ajudando. Ou ajudou, provavelmente dormiu. - resmunguei vendo o moreno esparramado no sofá.

Cretino preguiçoso.

Entendo.— comentou duro.

Então me vi bem envergonhada. Eu estava curiosa ao respeito do bebê, seria possível que ele sobrevivesse? Afinal era uma situação muito incomum. E se o bebê morresse? Como ele poderia lidar com isso? Tudo o que Elena disse me vinha na cabeça, eu realmente gostava de Klaus e se eu decidisse ficar com ele isso implicaria em muitas coisas. Hayley não parecia gostar dele, parecia ter medo. Então eu já sabia que ela não tentaria nada, o mundo sobrenatural era bem estranho até mesmo nos laços familiares, eu era uma prova disso. Então por que eu tinha que sofrer por querer ficar com o homem que eu quero e que me quer?

— E o... bebê? - perguntei e percebi que isso ainda me incomodava.

Bem. Podemos falar disso depois? Não acho que será bom esclarecer essas duvidas pelo celular.

Fiz uma careta. Desde de quando Klaus era sensato?

— Tudo bem. - respirei fundo - Tchau.

Até logo amor. Eu te...— desliguei antes dele terminar de falar, por pura falta de educação, eu nem sabia que ele continuaria ué.

Suspirei olhando a fotografia de Nik em minha parede, híbrido babaca.

~º~

— Sage isso é loucura. – Elijah me avisou.

— Parece ser divertido. – comentei e Nataniel riu do meu lado.

— É uma festa Elijah, vê se relaxa. – ele riu tirando uma foto minha.

Eu usava um vestido branco de rendas até os pés, ele tinha um leve volume e as mangas eram caídas, tinha um pequeno véu em minha cabeça e eu sorria como uma criança animada com a ideia.

— Eu vou nessa. – apontei para a Harley Davidson.

— Eu não vou subir em moto alguma. – ouvi Elijah reclamar olhando paras as motos com uma careta.

Realmente não fazia muito o estilo dele, Nataniel deu de ombros e me empurrou para os braços de Elijah que rodeou minha cintura e apoiou o queixo em minha cabeça, sorri para lente e o moreno tirou a foto. Me afastei levemente e senti a marca oscilar, Klaus deveria estar perto. Olhei para a multidão ao nosso redor e o achei em cima de um telhado, graças a distância eu não via sua expressão, mas sentia que ele estava profundamente triste e furioso. Não precisei de muito para imaginar o que ele pensava.

Balancei a cabeça quando ele sumiu e voltei meus olhos para a moto, eu não deixaria de me divertir devido ao ciúmes infundado dele. Niklaus precisava confiar em mim e acreditar que eu jamais cederia a Elijah, eu realmente amo Klaus.

— De costas Sage. – retirei o véu jogando para uma moça e me sentei de costas para o piloto.

Ele acelerou a moto e eu abri um sorriso imenso para Nataniel, o meu piloto barbudinho riu alto quando eu gritei de susto ao passarmos por um quebra molas, sorri olhando para a moto a minha frente e vi Nataniel esticar o braço em frente ao rosto de seu piloto tirando uma série de fotografias enquanto eu lutava contra o vento.

— Corre mais! – ouvi Nataniel gritar.

— Mais? Tá querendo me matar seu maluco?

— Sage você já foi mais aventureira. – reclamou e eu ri virando de frente para o motorista e ficando de pé na moto.

— É isso ai! – ele gritou e a moto em que ele estava ultrapassou a nossa.

De forma extremamente ágil Nataniel virou para trás e começou a bater mais fotos, ri e abri os braços sentindo a luz fraca do pôr do sol tocar minha pele. Era uma sensação incrível e eu estava extremamente animada com a situação, eu sabia que seria repreendida por um Elijah que eu tinha certeza que me observava de longe. Olhei para Nataniel com um sorriso malicioso quando vi uma ponte de aproximar, eu precisava continuar com as minhas loucuras de alguma forma.

— Natie. – chamei.

— É bom que sua câmera seja a prova de água. – ele me olhou confuso olhando para o céu.

— Não vai chover.

— Eu não sei nadar. – ri e ele arregalou os olhos compreendendo.

Assim que chegamos na ponte eu saltei da moto e gritei enquanto caia, senti meu corpo ser atingido pela água gelada e reprimi uma risada evitando gastar todo o meu fôlego, vi a figura de Nataniel surgiu na água e ele nadou até mim me puxando para cima. Puxei o ar quando cheguei na superfície.

— Você é louca. – rimos e eu olhei para o lado vendo Elijah impecavelmente parado na beira do rio.

— Sage você sempre arruma um jeito de deixar tudo pior. – ele ria balançando a cabeça em negação.

— É uma habilidade.. – sorri enquanto Nataniel me puxava para a margem.

— Eu passo a entender as coisas mais facilmente agora. – olhei confusa enquanto ele me ajudava a sair da água.

— O que? – ele apenas riu e eu abri um sorriso malicioso.

Onde nessa vida que eu ficaria completamente molhada e um Mikaelson completamente seco? Em vida alguma.

Elijah me olhou confuso, eu apenas enfiei meus pés na areia e segurei suas mãos imensas e então abri um sorriso malicioso e o puxei com força o arremessando para dentro do lado ao lado de Nataniel que ria e tirava mais fotos com sua câmera, por sorte ele era precavido e tinha uma a prova de água. Elijah voltou para cima completamente encharcado, esperei pela bronca, mas ela não veio... ele apena me encaravam com diversão e carinho, do mesmo modo como encarava Rebekah.

Talvez... ele estivesse aprendendo a me amar da maneira certa.