– Hospital? - perguntei quando vi ele passar direto por ele.

– Para minha casa. Pelo que parece muitos jovens sofreram ataques de lobo. O hospital está lotado. Assim podemos esperar noticias da minha irmã enquanto eu te ajudo.

– Você é médico? - questionei curiosa.

– Pintor. E não duvide das minhas habilidades de retalhar. - deu uma risada irônica.

– Jamais. Se você esta dizendo. - dei de ombros. Se o gostoso diz... eu não sou ninguém para discordar.

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Olhei para o corte no abdômen e para a jaqueta de Niklaus que já estava completamente ensanguentada, ele tinha o nariz franzido provavelmente pelo cheiro forte de sangue. O banco de couro bege estava completamente sujo de sangue e isso me fez sentir um pouco de culpa, mordi os lábios e o olhei mais atentamente. É sério que dizem que esse homem é do mal?

A não ser que maldade agora seja a definição de homem gostoso... hu, se for assim eu estou cercada de maldade. Abri um sorriso malicioso pensando em como eu era sortuda por ver tantos homens bonitos diariamente... Eu posso.

– Quem era aquele? - perguntou me tirando dos meus pensamentos pervertidos.

– Meu pai. - dei de ombros.

– Quanto amor. - ironizou.

– Isso é para você ver a nova família tradicional americana. - brinquei tombando a cabeça.

– Isso dói? - olhou para o corte.

Provavelmente ele estava estranhando que eu não estivesse desesperada fazendo caras e bocas, não que não estivesse doendo, mas aquilo era nada comparado com coisas que já senti.

– Já senti pior. Aliás... Sage Verona. Já deve ter ouvido falar de mim. Estudo com Rebekah e conheci seus outro irmão - pressionei o ferimento olhando Klaus com intensidade. - Kol eu só suporto.

– Rebekah mencionou algo sobre um acampamento. - analisei o belo resto.

– Fomos atacados por alguns lobos. - dei de ombros olhando para o céu nublado - Acho melhor ligarmos pra guarda florestal. - olhamos para a lua cheia que brilhava intensamente no céu mesmo que estivesse parcialmente coberta pelas nuvens.

– Imagino que já tenham feito isso. Rebekah e Kol sabem se cuidar. Acredite, aquilo não é nada.

– Com aquele caráter eu não duvido de nada. - reclamei baixo fazendo Klaus rir.

E não duvido que tenham escapado, sinceramente, nem estou preocupada. Rebekah surrou um homem que era o triplo dela, o que são inofensivos lobos?

– Bem, acho que hoje é o seu dia de sorte. Me pegou de bom humor. - olhou novamente para mim com curiosidade.

– Qual o motivo para ter me salvado? Não estou sendo ingrata, mas você não tem cara de quem salva meninas indefesas.

– Tem razão, eu costumo ir atrás de meninas indefesas. - mesmo que ele tenha me olhado de um jeito estranho, não me intimidei.

Niklaus me analisava atentamente, seus olhos se mantendo nos meus e eu quase esqueci que estávamos em um carro em movimento. Ele não era tão desagradável como haviam mencionado, eu suporto Damon. Ninguém é pior que Damon.

– Estou feliz por você não estar histérica. Isso me deixaria um pouco nervoso. E ninguém gosta muito.

Em poucos minutos percebi que ele gostava muito de falar, provavelmente suas frases ofensivas deveriam ser bem longas. Bem, eu queria mesmo aumentar meu repertório de ofensas, estou o sentindo meio fraco.

– Eu conheço alguém que faria você explodir de raiva. - o loiro riu e eu quase babei de novo - Uma loira nervosa.

– Está falando de Caroline? Ela é o tipo de pessoa que quando está nervosa me diverte. - mordeu os lábios passando a mão pelo cabelo molhado - Na realidade... pessoas nervosas me divertem. - abriu um sorriso malicioso.

O que ele deve estar pensando?

Olhei novamente seu carro sujo de sangue. Isso não parecia incomodar, na realidade ele parecia se divertir com toda a situação e eu tive o pressentimento que estava ao lado de um sádico.

– Qual o motivo para me ajudar? Não condiz pelo seu modo de ser. - insisti.

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– Eu não tive o melhor exemplo de amor paterno. Você não parece em uma situação melhor. Acho que foram as semelhanças.

– Sim. Aposto que ele não tentou te matar. - me olhou estranho.

– Está enganada amor. Não só tentou como ainda tenta. Só resolveu dar um tempo. - sarcasmo.

– Desculpe. - pedi.

– Tudo bem. Rebekah comentou que você era... espontânea. E Kol disse que era um enigma e o achava lindo.

– Sou controlada. - deu de ombros. - E Kol é louco. Está fora de si.

Klaus riu e eu o olhei com uma carranca, ele engoliu a risada e fingiu estar envergonhado. Reprimi a vontade de revirar os olhos. Esse homem parecia se divertir com coisas erradas.

– Eu te entendo. Você me lembra Elijah. - franziu o cenho olhando de esguelha - Um pouco mais petulante, e menos comportada. Eu sempre tentei achar a versão feminina dele.

– Oh! - fiquei surpresa - Não estou certa.

– Quando o conhecer verá. - abriu um pequeno sorriso.

– Rebekah me disse que você era louco. Pior que Kol. Mas não parece. - dei de ombros vendo ele me olhar com a sobrancelha arqueada - Parece meio psicopata, insano. Cara de bom moço. Você não me dá medo.

– Não ganho pontos por salvar sua vida? - brincou.

– Hum... depende do que vem depois. Você ainda pode me jogar em uma vala.

– Sim, eu ainda posso. - piscou - Deveria ter medo.

– Você quem deveria ter medo de mim.

– Você é divertida. - bufei olhando para a janela.

– Divertida. - comentei amarga.

– Alguém ja te disse que você não tem noção de perigo?

– Já me disseram que eu não tenho noção de nada.

Sai do carro com a ajuda de Klaus e seguimos para a sua mansão. Pessoa discreta, nem gosta de ostentar ne?

– Bem vinda. - ele passou pela porta e me empurrou para o sofá - Não se assuste se ver um fantasma, e não fique para ver caso encontre algum desconhecido.

Ele me deixou sozinha desaparecendo por um longo corredor, olhei com interesse os móveis antigos. Haviam alguns quadros e espadas espalhadas por todo o local, fora a grande quantidade de antiguidades. Me senti na casa dos Salvatores.

Ergui meus olhos para o topo da escada. Elijah era meu conhecido? Mesmo por foto. Não é? E gente que pecado de homem, minha cabeça se encheu de pensamentos pervertidos. Controlei um enorme sorriso que tentava abrir em meu rosto. Elijah me avaliou rapidamente, mordi os lábios continuando em pé no meio da sala enquanto olhava por todo local vendo o piso molhado. Cara... que vergonha. Pagando um micão desses na frente desse homem pecaminoso, desejei não estar sempre me ferrando.

– Olá senhor Mikaelson. - o cumprimentei e o moreno sorriu se aproximando carregando algumas roupas e um cobertor.

Elijah era muito bonito, tipo muito mesmo. Bronzeado, olhos castanhos, cabelo castanho escuro curto e bem penteado. Seus olhos incrivelmente intensos... e aquele terno azul... Gente, palmas para a família.

– Boa noite senhorita Verona. O que ocorreu? Niklaus me pediu para trazer isso. - Hu?

– Ele não subiu a escada. - franzi o cenho e ele riu.

– Telefone. Conexão. - deu de ombros me entregando as roupas - Ao banheiro. - apontou para uma porta escondida abaixo da escada.

– Ok. Obrigada. - agradeci e fui em direção ao banheiro molhando mais ainda a sala.

Elijah apenas se sentou no sofá. Retirei a blusa vendo que o sangue escorria, de nada adiantaria tomar um banho. Tanto sangue que me perguntei como ainda estava acordada, mas isso talvez fosse até comum agora. Eu havia criado uma resistência a dor de uma maneira incrível, fora que eu sabia quando meu corpo estava no limite e aos meus olhos não parecia um ferimento muito grave. Poderia muito bem se fechar se eu fizesse alguns pontos, eu já havia feito isso várias vezes.

Vesti o short e a blusa preta de tecido fino que ele me dera tendo o cuidado de não encostar no corte. Com um suspiro peguei minha própria camiseta destruída e pressionei com força contra o ferimento.

– Estou pronta. - Elijah se virou me olhando rapidamente.

– Serve. - sorriu simpático se aproximando e erguendo minha blusa enquanto olhava para o corte. - Licença. Não me disse o que aconteceu. - ergueu meias longas e grossas para mim.

Olhei minhas pernas vendo o tom azulado, tremi de leve e Elijah me levou até o sofá enquanto tentava estancar o sangue. Os efeitos da falta de sangue já davam sinais, meus lábios estavam gelados demais, eu já estava ficando tonta, meu estômago estava agitado. Me sentei e Elijah pressionou mais ainda o corte enquanto me cobria com o cobertor.

– Aliás. Meu nome é Sage. - comentei com a voz fraca tentando o distrair - Mas Damon me chama de Angry bird. Ou little bird. É chato ter um nome tão curto, tem que ser criativo para apelidos. - comentei com descaso e ele me olhou divertido - Nem te conheço e estou aqui, sujando seu sofá, edredom. E arrumando preocupações, ainda vão ter que esconder um corpo. - resmunguei.

– É a nossa rotina. - piscou - Converse comigo, ok? Como Rebekah vem te tratando?

Será que ela é uma mulher tão insuportável a ponto de seu irmão extremamente gentil e cordial falar dela dessa maneira?

– Ela vem me tratando bem.

O olhei bem, ele estava sentando ao meu lado enquanto pressionava a blusa contra meu ferimento, tinha um olhar carinhoso, gentil, sério e transmitia segurança de um jeito assustador. Mais parecia um pai do que um irmão mais velho, ou será que ele é do tipo magnata super poderoso? Tem pose.

– Você é bonito. - soltei sem perceber.

Deus me ajuda com a minha boca. Me faz parar.

Muito bonito, mas eu ainda prefiro o Niklaus.

– Obrigado. Você também é. Mas me diga... o que aconteceu?

– Meu pai tentou me matar. Acontece nas melhores famílias né. Ignorei a conversa da minha avó de sair em noite de lua cheia e deu nisso. - sussurrei a ultima parte - Quem diria.

– Não havia reparado que hoje era lua cheia. - o moreno piscou confuso e ajeitou o terno - Ando tão ocupado.

– Superstições. - revirei os olhos.

Só me ferro. E nem preciso de superstição. Se precisasse eu já teria me ferrado ao quadrado, não me dou muito bem em seguir coisas.

Elijah bufou quando ouviu a porta do hall bater, dava para ouvir a irritação de Rebekah só pelo barulho que os saltos dela faziam quando dava um único passo. A loira entrou furiosa seguida por Kol que sorria abertamente mesmo com a roupa completamente rasgada. Rebekah paralisou me olhando, só faltava sair sangue dos meus olhos, minha boca já estava cheia de sangue e temi que isso não fosse um bom sinal.

– Fugi dos lobos. E tive problemas no caminho. - dei de ombros me explicando para os dois.

– Como veio pra cá? Ficamos assustados. Achamos que algum lobo tinha te devorado. - a loira se sentou ajeitando alguns pedaços do vestido.

– Niklaus me achou e me trouce pra cá. Iriamos procurar vocês assim que fecharmos isso aqui. - apontei para a blusa ensanguentada.

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– Hum. - Kol resmungou, pela sua feição era mais do que óbvio que ele acreditava que isso não iria acontecer.

Quer dizer então... estou morrendo. Legal. Que cor será que Caroline ira escolher para o caixão? Um preto seria adorável. Poderia chover no dia, seria bem triste. Dei um sorrisinho.

– Caixão preto. - falei para mim mesma e Rebekah revirou os olhos.

– Ninguém morre aqui.

Klaus me assustou quando empurrou Elijah para longe. Em suas mãos havia uma maleta grande que quando se abriu mostrou dezenas de seringas, gaze, remédios e algodão. Olhei a maleta e vi que ela era bem velha, provavelmente ninguém nessa casa se machucava a um bom tempo, isso explicava sua demora em voltar. Niklaus tirou a blusa de cima do corte e me olhou com cenho franzido, seu rosto se mostrou descontente e viajou para Rebekah que me olhava de forma estranha.

–É o único jeito. Ela está ficando com a boca azul. - a loira encostou na parede.

Klaus se virou para mim me olhando em expectativa com um leve toque de malícia.

– Bem. Não se assuste querida.

Arregalei os olhos quando vi Klaus morder o pulso e o enfiar na minha boca com violência. Tentei o parar, mas ele agarrou minha nuca e puxou com delicadeza o meu cabelo fazendo com que minha boca se abrisse involuntariamente. De uma forma um tanto estranha seu sangue desceu de forma agradável se misturando com o que havia em minha boca, se quer parecia ter gosto de sangue. Na realidade era um sabor neutro com um delicado toque de ferro, e mesmo sem o sabor meu corpo involuntariamente desejou mais o sangue de Niklaus. Isso não estava certo.

– Sério isso? Você tem algum problema ? - afastei seu corpo - Olha só, se eu soubesse que você era um psicopata de merda eu teria ficado naquele beco mesmo seu safado louco. - dei um tapa em seu rosto.

Ele me olhou de forma perversa, seus olhos mudaram para uma cor amarelada e algumas veias saltaram de seu rosto. Culpa da Bonnie. Senti um impacto em minhas costas e percebi que eu havia sido lançada do outro lado da sala, Niklaus agarrou o meu pescoço o segurando com força e eu respirei forte abrindo um sorrisinho enquanto respirava ofegante. Ele me encarou confuso. Gente esse homem é muito sexy, como levar a sério?

Está achando o que querido? Essa sua pose de machão não mete medo. Opressor.

– Quer saber... Você não me assusta. - ri o empurrando e ele me soltou um pouco surpreso - Não me intimida nadinha.

Deve ser algum feitiço, Bonnie deve saber me responder. Afinal ela espalha para meio mundo que é bruxa.

Arrumei meu cabelo molhado o tirando de meu rosto e cambaleei até outra parede, sorri para Rebekah que me encarava com muito medo, como se eu tivesse feito algum tipo de merda. O que? Tenho que aceitar de cabeça baixa como se ele fosse um ditador? Comigo não querida.

– Rebekah... essa sua amiga... - Klau começou com um grunhido enquanto se aproximava.

Ele havia ficado sem palavras. Parecia querer me socar. Não me assusta querido.

– Nik por favor não, ela é minha amiga. Ela é assim mesmo, não está te provocando. Faça esquecer, mas não a machuque. Ela é amiga de Caroline, você não a quer ferida! - a loira se aproximou agitada.

– Niklaus. - a voz de Elijah soou alto e repreensiva.

Klaus olhou para mim em desafio. O encarei séria escondendo todas as emoções possíveis. Não deixei transparecer nada e levei minha mente para longe dali enquanto encarava seus olhos, suas pupilas dilataram e eu ouvi sua voz inundar meus ouvidos, como se só houvesse nós dois no mundo. Como se estivéssemos conectados em um mundo só nosso.

– Esqueça o que aconteceu agora. Depois de fugir dos lobos seu pai apareceu. Você foi salva e não foi ferida.- falou usando um tom de voz gélido e eu assenti de forma mecânica tentando não rir dessa loucura, eu estava um pouco em choque com suas ações.

Ele me olhou cauteloso e depois sorriu satisfeito.

– Meu celular! - passei as mãos pelo próprio corpo ignorando meu abdômen que já não sangrava mais.

Mordi os lábios e ignorei as milhares de perguntas que se formavam em minha mente. Evitei perguntar, eu não queria saber das respostas. Obviamente era algo muito ruim, se não fosse não teriam esperado até confirmarem que eu estava a beira da morte. Senti uma dor de cabeça e me recostei no sofá de couro preto, a visão escureceu por breves minutos antes de voltar ao normal.

Kol estendeu um telefone vermelho que tocava estridente.

– Deixou cair no camping.- peguei o celular o atendendo.

Me diz aonde você está agora! – a voz de Caroline soou desesperada.

Caroline never deveria saber que eu estava com os Mikaelson. Ela odiava profundamente a família. Com toda certeza ela já havia ligado para Oliver que nesse momento já deveria estar indo para casa.

– Estou na casa do meu garoto. - dei de ombros vendo Kol sorrir com sarcasmo e o restos da família esperando a próxima resposta.

Os gritos de Caroline eram audíveis mesmo com a chamada no volume baixo.

Klaus se esticou para pegar meu celular e eu estapeei sua mão recebendo um olhar irritado.

Quem?– Caroline perguntou desconfiada.

Stefan deveria estar com Caroline. Jeremy namorava Bonnie. Matt provavelmente também estaria com Caroline. Damon nem pensar.

– Alaric Saltzman? - a loira do outro lado explodiu em gargalhadas. - OK. Eu não queria te dizer Caroline. Estou com seu ex-namorado. Tyler Lockwood.

A loira parou de rir imediatamente e bufou divertida.

Você odeia Tyler. - suspirei - E ele sumiu.

– Ódio e amor se correspondem. - falei confusa.

Não tente se ajudar. É sério. Você é muito cara de pau.

– Bem. Estou viva, respirando e bem. É disso que precisa saber.

– Vou chutar e dizer que esta com Rebekah e Kol.

Então lembrei que Matt havia ido embora da festa antes de todos dormirem, era mais do que óbvio que ele não estaria onde quer que Caroline estivesse. Provavelmente na mansão Salvatore.

Estou com Matt.– falei como se estivesse envergonhada.

– Ah é? O que estão fazendo? - a loira desconfiou.

Ele foi dormir. Vai trabalhar amanhã.– desconversei olhando um enorme quadro na sala.

Hum, parece um quadro que apenas um demônio gostaria. Coisa bizarra. Klaus seria um?

Sei.

– Olha Caroline não espera mesmo que eu diga que tive uma noite de sexo selvagem com seu ex-namorado né? Por favor. - reclamei como se eu estivesse mesmo fazendo isso.

Recebi olhares divertidos, minha facilidade para mentir era imensa. Na minha cabeça essa história não havia soado nada maluca.

Oh meu Deus. Oh meu Deus. Oh meu Deus. Meu Deus.– a garota repetia descontrolada e meus temores foram dissipados. - Oh meu Deus.

– Care?

O que está esperando?– a loira desligou o celular.

– Matt vai me matar. - resmunguei.

Uma barra de chocolate surgiu a minha frente, peguei das mãos de Rebekah. Rebekah me olhou e riu.

– Você é insana. Não está assustada? - se aproximou.

Ao que ela se refere? Ao irmão louco enfiando um pulso ensanguentado em minha boca? O fato do sangue dele ter me curado? O ataque de lobos? Ou uma Caroline sendo enganada?

– Oh não. Nem sinto nada. Só sono. - admiti com descaso - Quem quer saber de problemas quando se tem uma cama. - me levantei com muita dificuldade indo em direção a porta.

O sanguinho de Klaus podia ser bom, mas não devolvera o que eu havia perdido. Deve ser uma bruxaria muito forte. Ou um pacto demoníaco, vai saber.

– Onde você pensa que vai? - a voz do dito cujo chamou minha atenção.

– Para casa ué. Obrigada senhor. Mesmo, mas tenho que dormir. Para depois voltar aqui e limpar esse sangue todo. - apontei o sofá e o banheiro.

Eu podia ser uma hóspede folgada, mas não era mal educada. Licença.

– Está chovendo. - caiu um raio perto da mansão e eu voltei para o sofá.

Eu odiava com todas as forças. Com minha sorte eu seria um belo de um para-raios.

– Quer saber... tá confortável aqui. - deitei ao lado de Rebekah de novo e ela iniciou uma troca de farpas com Niklaus que logo desviou os olhos de mim.

Dez minutos depois eu coçava meus olhos enquanto saia do banho quente, usava roupas quentes de Kol já que Elijah e Klaus eram muito grandes para mim e as roupas de Rebekah eram curtas e finas e eu precisava manter o corpo aquecido. Assim que sai do banheiro e desci as escadas vi que todo o sangue na sala e no banheiro haviam sido limpos. Hum... menos mal.

Dei de ombros e chamei a atenção de Kol que era o único na sala.

– Estou com sono. - bocejei e ele levantou do sofá.

– Hora de colocar a criança para dormir.

– Não mesmo. Me diga onde é. Não irei entrar em um quarto com você perto de mim. - me esquivei das mãos de Kol.

– Não me estresse. Eu estou louco para quebrar as suas pernas. - ele falou sério, mas quem disse que eu o levo a sério?

Usei minha pior cara de descontentamento que só o fez rir. Me levou para o andar de cima e abriu uma das dezenas de portas.

– Bem vinda ao seu quarto little.

– Vai me colocar pra dormir? - perguntei incrédula vendo o rapaz puxar um grosso edredom.

– Sim. Deite. - ele parecia se divertir demais, como se eu fosse uma boneca humana. Eu era o novo brinquedo de Kol Mikaelson.

Me sentei na cama e estiquei as pernas, esperava pacientemente que Kol jogasse o edredom e saísse do quarto para que eu deitasse. Mas ele não o fez. Se aproximou do meu corpo e empurrou meu tronco para baixo fazendo minha cabeça afundar no travesseiro.

– Boa noite. Estou no quarto ao lado. - deu um sorriso malicioso enquanto eu revirava os olhos.

Não se passaram nem dez minutos e logo a cabeça de Elijah surgia na porta. Ele veio colocar o pé na minha boca agora?

– Olá. - sentou perto da cama e me olhou com intensidade.- Espero que esteja gostando da hospitalidade e espero que não traga problemas para minha família. É a única amiga de Bekah. - ele segurou meu rosto entre as mãos e me olhou com intensidade - Alguém a salvou hoje enquanto discutia com o seu pai, você agradeceu e o homem a deixou na porta de Matt. Você não se lembrara de ter passado a noite aqui, não se lembrara de ter nos visto hoje.Me entendeu?

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A voz rouca de Elijah me levou para um tipo de torpor, eu entendi cada palavra dele, mas foi algo como entrar por um ouvido e sair pelo outro.

Concordei com um aceno e ele deixou o quarto desejando boa noite. Olhei a porta se fechar e me joguei para trás afundando na cama macia.

Que porra de família louca é essa? Maldita família Mikaelson.

Adormeci xingando mentalmente toda a geração da família.