Eu sou o inverno

Como as flores - parte 1


Como as flores

Ponto de vista Niklaus referente a Eu sou a primavera

Capítulo 1

Sage me expulsou de sua casa para abrir espaço para Elena, eu não me incomodaria que ela ficasse lá para eu a atormentar, não éramos um casal? Dormíamos na mesma cama, que diferença faz ela estar lá ou não? Não contestei, voltei para minha própria casa e esperei Sage dar algum sinal de vida, ela havia desaparecido por semanas para passar um tempo com Oliver. Isso me enfureceu, eu sentia falta dela, ela não sentia a minha? Eu não a via a muito tempo e embora eu tenha a procurado nunca achei.

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— Alô? – questionei atendendo o celular.

Você vai vir não é Klaus? – a voz de Caroline soou – Até Rebekah vem.— ela me informou – Por favor eu estou sentindo essa casa tão sozinha e tenho certeza que Stefan não vai convencer ela a vir aqui, preciso de mais pessoas para encher a casa.

Festas natalinas... era tudo que eu precisava.

Por favor Klaus. – pediu — É sério, por favor.

— Tá Caroline, a noite estarei ai.

Obrigada, tchau.

Então parecia que até eles tinham seus problemas com a Sage, pelo visto o problema não era eu e sim alguma neurose dela. Assim que a noite chegou nós chegamos na casa dos Salvatores e para minha surpresa fomos bem recebidos por todos, até mesmo por Damon. Caroline enfiou aquela porcaria vermelha na minha cabeça e nos jogou para a sala.

Ela chegou e meus olhos se mantiveram nela o tempo inteiro, desviando-se apenas para responder algumas perguntas de Elijah e somente isso. Notei que ela não estava como eu a tinha deixado, a aparência saudável dela havia sumido completamente e a única que estava no momento era de uma mulher muito doente, com o cabelo desgrenhado, olheiras imensas, branca como a neve e com os lábios azuis. Deixei que tivesse espaço essa noite, ela parecia precisar isso. Entrou amarga desviando-se de todos os toques e investidas e entendi como uma mensagem de quem queria ficar só.

— O que ela tem? - Elijah me questionou quando passei a beber toda a adega Salvatore.

— Oliver foi embora hoje. - Rebekah nos contou.

Isso explicava muita coisa, deveria ser terrível para ela ter a casa tão silenciosa, ao contrário de Sage seu irmão era extremamente barulhento em tudo que fazia, eu sempre acordava com seus passos, até sua respiração era pesada e eu sabia que isso era a característica de um lobisomem, até mesmo as mulheres mais delicadas agiam dessa forma. Era natural.

Fomos "ceiar" e todos pareciam em um momento de paz conversando animados, Sage e Katherine cochichavam o tempo inteiro, em algum momento a taça de vinho de Enzo estourou chamando nossa atenção, Sage tinha um sorriso discreto no rosto enquanto bebia seu vinho e Katherine se engasgava rindo deixando mais claro do que nunca quem havia feito tal absurdo.

Depois do episódio do peru que me fez dar boas risadas silenciosas, Sage desapareceu e logo depois voltou com Katherine. A puxei para os meus braços e agradeci internamente por ela não ter me rejeitado, iriamos iniciar uma conversa quando algo chamou minha atenção, era Stefan.

— Sage disse que não quer ser uma vampira. - isso me despertou imediatamente e eu a deixei indo até lá, mas antes mesmo que eu pudesse ir muito longe nós ouvimos o estrondo e corremos para a sala vendo a árvore caída atravessando uma janela e Katherine de baixo... e então a correria iniciou enquanto procurávamos por Sage.

Olhamos em todos os cantos possíveis pra no fim ela aparecer em casa com a perna engessada e cheia de cortes, xingando, chutando, brigando e muito empurrada. Minha garota estava de volta. E que merda eu tinha na cabeça pra não a ter procurado no Hospital? Era o primeiro lugar que eu deveria ter procurado.

Capítulo 2

Depois de ver Sage pular a janela do segundo andar decidi que deveria colocar grades nessa janela, sem ela ver, era provável que nunca reparasse nisso. A encontrei na cozinha completamente bagunçada com os lábios sujos de batom, eu poderia me matar de ciúmes ao ver ele completamente borrado, mas isso só me fez imaginar que ela havia batido a boca na parede de novo.

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— E qual o motivo para se afastar? Aliás devo te parabenizar por isso Sage, ninguém consegue me manter afastado só por vontade própria.- debochei.

—Obrigada.- ela abriu um imenso sorriso sincero e eu senti vontade de a esganar, não foi um elogio.

Subimos para seu quarto e eu mexi em suas novas roupas, tudo curto ou grande demais para o corpo dela. Realmente não me surpreendia em nada, por fim decidi ir para casa e averiguar como estavam as coisas por lá. Nenhuma surpresa também... qual o motivo para tudo estar tão quieto? É claro, o contrato.

No dia seguinte eu arrumava minhas coisas na mochila enquanto ouvia a voz baixa de Sage conversando com Elijah, eles não falavam nada interessante então não prestei atenção, apenas me sentei encarando as duas alianças em meus dedos com atenção. Não era uma decisão fácil, uma marcação não poderia ser facilmente quebrada e eu tinha que estar seguro sobre nossos sentimentos, ou um de nós sofreria muito se a marcação não se mantivesse.

Decidi descer e pela primeira vez o som do coração de Sage despertou minha atenção, ele batia com tanta foça que eu não precisava me esforçar para ouvir como sempre fazia, isso imediatamente despertou minha atenção. O que senti me fez parar no corredor e encostar na parede, meu lado “vampiro” era extremamente sensível a ambientes e eu sentia a onda de luxúria que exalava da sala, era tão forte que era doloroso tentar entrar no local. Eu não era burro, sabia o que iria acontecer ali se não interrompesse.

— Elijah é melhor parar agora antes que eu mate vocês dois. – senti a tensão diminuir e entrei na sala o olhando com ódio e depois me focando em Sage com intensidade, ela estava corada, ofegante e sorria.

Sorria muito aumentando a dor em meu peito, eu nunca havia feito ela sorrir dessa maneira. E isso me fez ver o quanto eu estava fracassando, as palavras de Bonnie vieram com força. Olhei para Elijah que me encarava em desafio e mostrei que não recuaria, isso só me incentivou mais ainda. Ele sumiu e meus olhos novamente se voltaram para Sage que tentava disfarçar o êxtase em que estava. Eu nunca senti tanto ódio na minha vida.

— Cuidado com Elijah. Eu espero não os pegar se beijando na minha frente Sage, eu te trancaria em uma cela para o resto da eternidade.

— Não acho que me machucaria. Muito pelo contrário. – eu machucaria, os mataria.

Mataria Elijah, Sage apenas ficaria presa em casa.

Naquele momento eu decidi “testar” Sage, poderia ser algo ruim, mas eu queria ter certeza até onde ela realmente iria por mim. Queria ter certeza que ela não se enganaria em relação a mim como um dia eu me enganei sobre Caroline, afinal eu seria o primeiro homem por quem ela estaria apaixonada e o outro problema é esse... e se fosse só paixão? Eu já estava seguro sobre o que eu sentia.

A viagem foi normal, tranquila. Tudo estava perfeito até eu ouvir...

— Participou de uma orgia? É bom? – Que merda que essa garota estava pensando?

Ela está achando que vai mesmo participar de uma? Ahá! Com quem ela está sonhando hein? Agora mais do que nunca e tenho que a ter sempre por perto, literalmente. Ela logo disse que era por causa de um filme, isso não me convenceu em nada, Sage adorava desculpas e sempre inventava algo que sabia que não daria certo. E então de novo ela veio com outro assunto estranho, o de conhecer meus pais, será que Sage não gravou nada em sua mente quando disse que eles eram perigosos e que iriam amar matar ela?

— Então eu nunca vou ter sogros normais? – isso me fez engasgar e eu corei, sim, um Mikaelson corando.

Então ela já acreditava que poderia me fisgar? Sage já se achava minha e acreditava que eu era seu? Bom saber que eu não teria frustrações em relação a isso. Por outro lado eu não poderia cantar vitória tão cedo, não poderia nos expor e nem iniciar um relacionamento ao qual eu não estivesse disposto a continuar, se Esther ou Mikael soubessem o que Sage representava para mim, provavelmente eles a matariam assim que a vissem pela primeira vez.

Chegamos ao maldito local e a minha vontade foi de revirar os olhos, eu sabia que aquilo era lotado de pessoas e Sage precisava mesmo usar tanta roupa curta assim? Não que eu não gostasse, o problema era outros gostaram. Eu poderia ser um híbrido milenar, mas não tinha olhos nas costas para matar todos que olhassem para ela.

Dei as instruções para ela e fiquei observando ela entrar no local, nada discreta e conseguindo quebrar uma porta. Perfeito.

Capítulo 3

Deixei Sage cuidar disso e vasculhei todo o local achando alguns vampiros, os derrotei sem grandes problemas enquanto pensava na maluca da minha garota. Quando voltei ela estava com um vampiro enfiado no salto e bem irritada, isso me fez rir um pouco, Sage era completamente maluca. Ela sempre conseguia lidar com as coisas, mesmo que de uma forma bem perigosa e inconveniente.

A levei a um bar e fiquei surpreso quando vi ela literalmente encher a cara, ela nem parecia sentir o gosto da bebida e gritava animada a cada segundo ao vencer os outros “competidores”, isso me dava vontade de rir, percebi que a maioria queria dar uma surra, mas não faziam isso por puro instinto já que eu representava uma ameaça de maneira inconsciente para eles. Vi Sage tombar e a segurei a carregando para fora, finalmente eu me veria livre de seus berros, ela gritava demais. Não que eu não gostasse, mas eu precisava me concentrar em voltar dirigindo para casa depois de tanto tempo sem dormir. Eu ainda me questionava em como ela conseguia ficar tanto tempo acordada.

O caminho de volta foi bem quieto e silencioso, Sage estava completamente apagada quando a deixei em sua cama e beijei seu rosto descendo as escadas, dei de cara com Elena sentada no sofá ao lado de Damon bebendo, ela me olhou atentamente antes de apontar para o sofá a sua frente, me sentei e observei ela me analisar de cima a baixo.

— Eu já sei todo o discurso que vocês irão fazer, sei de absolutamente tudo. - os avisei.

— Então acho que já estamos entendidos. - ela suspirou e eu me levantei saindo do local.

Fiquei dois dias sem ver Sage enquanto pensava nessa decisão, era uma das maiores decisões que tomaria em minha vida, na realidade seria a maior. Eu estaria preso a Sage por toda a eternidade, a marcação permitia que ela se livrasse de mim quando não me quisesse mais, mas eu nunca poderia me livrar dela por eu a marcar. Ela poderia ter uma vida normal longe de mim sem nem se lembrar de mim, mas eu seria atormentado pela eternidade devido a falta que ela faria. Esse era o risco, se Sage não me quisesse eu estaria arruinado pela eternidade.

Entrei em seu quarto pela janela e fiquei por lá durante um bom tempo olhando as duas alianças, sim... alianças... não era um simples anel. Nós iriamos nos unir, entrelaçar.

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Quando ela chegou vi seu rosto surpreso a medida que se aproximava de mim, eu ainda pensava em sair e guardar novamente as alianças, mas... me parecia seguro que Sage jamais me deixaria, eu via isso em seu olhar. Ela não iria embora, pelo menos não por vontade própria e isso me parecia ser mais do que o suficiente.

Essa aliança a transformava em minha, minha companheira. Admito que quando disse que era qualquer tipo de amor... eu estava mentindo. Eu apenas neutralizei Sage em relação aos vampiros, até mesmo aos humanos mais sensíveis, só um maluco teria coragem de se aproximar dela com qualquer que fosse suas intenções, todos sentiriam a energia forte e dominadora sobre ela. Era uma aliança de amor, entre parceiros.

Sage era finalmente minha. Foi o que pensei quando a beijei selando esse "contrato" entre duas almas, foi o que senti quando a marcação me atingiu com força máxima me selando a ela, me estremeceu completamente, me dominou completamente. Sage era uma humana de 18 anos que agora tinha total poder sobre mim, absolutamente todo o controle sobre mim.

Capítulo 4

Eu havia levado um susto imenso ao chegar na casa de Sage e ver ela completamente cheia de buracos, levei um susto maior quando Elijah percebeu que eu havia a marcado e me bateu, tudo bem que não doeu nada e isso me divertiu muito ao ver que ele ficaria mais quieto depois disso. Eu amei o ver descontrolado, amei ver que o controle da situação havia escapado completamente de suas mãos, no fim de tudo... eu havia provado a todos que eu a amava e que ela estava mais do que segura ao meu lado.

Vi a maldita pulseira em seu braço e a reconheci imediatamente, era óbvio que ele encontraria formas de me irritar, ainda mais sabendo que agora que eu a marquei eu ficaria louco, completamente insano e fora de mim. Ele iria esperar que eu a assustasse para poder nos separar. Isso ficou mais claro ao longo do dia me deixando em estado de ira.

Eu ouvi a conversa dele com Sage, ouvi ele tentando me fazer passar pelo vilão - não que eu não fosse - e basicamente a ouvi acreditar nele, senti a decepção inundar seu corpo em um momento quando ela se referiu a mim e isso me deixou possesso de ódio. Ela logo caiu em si, mas mesmo assim eu já havia sido afetado o bastante para não ter muito controle sobre mim. Mesmo que ela tenha me defendido.

Admito que fui em cretino quando falei com ela e mereci ter sido arremessado de uma janela, assim que coloquei os olhos nela vi o quão maravilhosa ela ficava irritada, isso não me incomodava. Me divertia mais ainda e todo o meu ódio desapareceu.

Eu a beijei e me senti em êxtase quando percebi que finalmente teríamos nosso momento juntos, quando percebi que finalmente a teria completamente como minha, isso me deixou mais feliz ainda. A marca parecia deixar tudo apenas mais intenso ainda, naturalmente eu já tinha minha personalidade intensificado devido ao vampirismo e isso ficou ainda pior com a marca, chegava a ser tudo doloroso. Forte demais, algo que nem um corpo humano poderia suportar.

E então ela saltou me acertando um chute na cara e me disse que tinha alguém nos vigiando, eu não vi absolutamente nada e muito menos senti, talvez fosse pelo êxtase, mas minha mente só me levava para o outro lado. O lado do qual eu acreditava que ela estava me evitando, talvez finalmente começando a ter medo de mim.

— ...que já que eu estou dando desculpas para não transar com você, eu vou te dar uma ocupação enquanto arrumo uma transa com um homem de verdade. - isso me enlouqueceu.

Se teve um momento em minha vida que eu perdi completamente o controle, foi nesse momento. Sai do quarto e a procurei como um maluco sem nem sentir a marca de tanta raiva corroendo meu corpo, eu tinha vontade de a estraçalhar e mostrar o "homem de verdade" que ela queria. Meus ciúmes se transformavam em cólera a medida que eu apenas me irritava mais ainda. A procurei por horas para no fim a encontrar nos Salvatores.

Meu ódio acabou quando ela me disse ser virgem... não sei como nunca tinha pensado nessa possibilidade, talvez fosse o fato dela estar lotada de homens a querendo e de Sage não ser do tipo "esperando o homem certo", fora que ela me assediava demais, ela me assediava muito mesmo. Isso explicava as fugas constantes dela, isso só aumentou mais ainda a minha animação... como eu disse, inteiramente minha. Primeiro, único e eterno.

Ela me deu um soco na boca e eu desci ficando com Rebekah enquanto via e ouvi Sage mal humorada por todos os cantos, felizmente não havia ninguém me irritando e agradeci por isso. Fui e voltei apenas para me arrumar e observei o quão estranha Caroline era, que tipo de pessoa convida os inimigos para uma festa de ano novo?

Em algum momento na noite ouvi Sage sussurrar com Damon, ela sentia felicidade extrema e satisfação, os dois não paravam de discutir entre si. Quando ela se aproximou me abraçando senti o cheiro de doce mesmo que ela estivesse bebendo do vinho que havia em minha taça, Caroline não percebeu isso. Mas não demorou muito para descobrir, isso me divertiu. Sage, Sage...

A levei para fora da casa e vi seus olhos azuis brilhando intensamente, como nunca antes. Ela emanava felicidade e o sorriso em seu rosto apenas provava isso, como eu poderia me livrar desse encantamento que eu tinha por ela?

Capítulo 5

Sage desapareceu pelo dia seguinte, sabia que estava tentando concertar a casa dela e eu até pensei em irritar ela com isso, mas sabia que ela daria o próprio jeito, ela sempre conseguia solução para tudo, era incrível.

Caroline chegou algumas horas depois e nós começamos novamente uma discussão, o motivo era sempre o mesmo. Sage. Ela tinha aprovado a marca é claro, mas ainda estava preocupada de eu ter feito isso pelos motivos errados. E foi sim, mas Caroline não precisa saber, assim como também não parece saber o que realmente uma marca dessa intensidade representa. Era muito mais do que um dia ela iria conseguir ter com Stefan... bem... talvez tivessem, daqui uns mil anos, ou dois mil.

Sai de casa ao sentir Sage mudar drasticamente de emoções a todo segundo, algo a estava irritando e não demorei para descobrir que era sobre Tyler. Cheguei a me questionar durante essa visita ao parque... como um dia um pude imaginar que Sage era uma pessoa fria? Ela era pura emoção, sentimentos... se ela fosse um pouco mais atenta ela teria usado a marca e a notado tudo que eu sinto por ela, mas ela obviamente não fez isso... Isso me deixava frustrado, eu não queria dar o primeiro passo, mesmo que ela já o tenha dado. Eu não queria reiniciar tudo isso de novo.

Depois de um tempo a encontrei com um vampiro, um maldito vampiro irritante, abusado e muito, muito aproveitador. Assim que apertei a mão dele decidi que iria o caçar por toda a cidade e o matar, eu definitivamente não gostei nada da atitude dele com a Sage. E muito menos de ouvir da própria Sage

- Não sou companheira dele, é apenas um grande amigo.— isso me irritou, me irritou muito.

Como assim apenas a merda de um grande amigo? Como assim? Ela enlouqueceu?

Eu estava possesso de ódio, ainda mais vendo ela reagir de maneira tão positiva em relação a esse caro estranho e esguio. Eu poderia quebrar essa criatura ao meio e o colocar no próprio lugar, sem ela ver é claro. Arranquei ela do maldito parque quando o desgraçado sumiu e fui em direção a casa, a marca intensificando cada vez mais o meu ódio, cada vez mais o meu ciúmes, cada vez mais tudo que eu sentia. Eu estava me descontrolando completamente quando tive a merda da ideia de um treino achando que poderia funcionar, mas não foi bem isso que aconteceu.

Eu desliguei a humanidade. Na realidade o meu próprio corpo o fez, retirando completamente qualquer sentimento que houvesse em mim, tudo isso foi limpo e transformado em pura cólera me descontrolando completamente e impedindo que eu pudesse sentir algo por alguém, mas isso acabou rápido quando eu a acertei e ouvi o estalo no pescoço dela. Sage não tinha sangue vampiro e isso me assombrou, eu sabia que naquela noite eu poderia ter a matado, eu poderia ter exterminado Sage de minha vid. Eu poderia ter sido o culpado e poderia ter sido a pessoa que veria a vida dela ser tomada, poderia ter sido a última pessoa a estar com ela... e poderia ter sido o culpado por nunca mais poder ter a por perto.

Eu sentia isso queimando em mim, me assombrando pela eternidade. Eu seria eternamente assombrado pela quase morte da mulher que amei. Isso era mil vezes pior do que sentir a dor de ter quebrado o contrato, não era nada comparado.

Capítulo 6

O dia seguinte se resumiu em uma palavra, inferno. Me atingiu durante a madrugada enquanto eu observava ela em um sono pesado e ouvia Elijah me provocar e dizer o quão mal eu fazia a ela, ouvindo Rebekah gritar que a amiga poderia ter morrido... Veio como fogo sendo lançado na gasolina. Primeiro a culpa, depois a marca a intensificando ao ver que ela não se recuperava e depois veio o inferno do elo que queimava em brasas, ardendo, queimando... como se gostasse de me fazer sofrer. Cada puxada de ar fazia o meu peito doer como se uma estaca estivesse sendo cravada e movendo-se em meu coração. Eu nunca havia sentido tanta dor, tanto física quanto psicológica. Um humano teria infartado na primeira pontada e não suportaria seu próprio coração e mente serem dominados por um fogo intenso que parecia querer sair pela pele.

— Você não é bom pra ela. – a voz de Elijah se fez presente novamente.

— Eu entendi nas primeiras 38 vezes que você falou, está querendo uma nova rodada de socos irmão?- o olhei fervilhando de dor é ódio sentindo todo o meu corpo tremular enquanto vomitava sangue por todo o tapete.

Perfeito. Grunhi de dor ao sentir o fogo se intensificar mais ainda, merda. Desejei morrer logo para acabar com isso.

— Se você a amar... – joguei Elijah contra a parede e o soquei novamente, mas ele apenas me olhou sem realmente se importar com isso.

— Será que dá pra você calar a merda da boca? – gritei completamente tomado pela dor e o arremessei pelo corredor fazendo o corpo dele atravessar a parede, Rebekah apareceu no corredor ao lado de Kol e eu dei as costas entrando em meu próprio quarto e me trancando.

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Pela manhã ouvi a voz dela próximo a mim enquanto tratava de quebrar os móveis restantes da casa tentando aplacar a dor, ela estava linda. Ela me assustou, estava fria e a dor que eu sentia era tão forte que era impossível sentir o que ela sentia. Isso estava me matado.

E se eu quiser ir embora? Se eu não quiser te ver mais?

Isso me matou e foi o suficiente para que eu chegasse ao limite de dor que poderia suportar.

— Ela não está. – a voz de Kol soou pelo quarto assim que abri os olhos – Sage foi para casa tem algum tempo, Damon apareceu aqui exigindo explicações. Disse que se feriu e precisou de nosso sangue, por isso está cansada.

Olhei ele encostado na parede e finalmente me dei conta de que ele se referia a ela de uma maneira mais carinhosa do que costumava fazer, Kol realmente estava gostando dela e ele tinha sorte de não ser do modo em que eu o destroçaria. Reparei que a dor havia sumido e antes que mais alguma coisa pudesse ser dita sai de meu quarto e percorri toda a cidade em poucos segundos chegando a casa dela e invadindo pela janela vendo Sage em um sono imperturbável. Eu estava louco por respostas e acho que minha inquietação acabou a acordando, logo tive a resposta que tanto temia.

Estou com medo. De você.

Isso me deixou extremamente preocupado, eu tinha que dizer... mas por que não conseguia dizer que eu a amava? Qual o motivo para isso ser tão complicado? Eu realmente queria dizer, mas o meu maior medo era termos a eternidade um ao lado do outro e ela simplesmente se virar para mim um dia e dizer que isso havia sido um erro. Não, não era errado eu a amar assim como não era errado ela me amar... eu tinha que fazer tudo isso valer a pena. Tinha que dar a certeza que eu era o certo. O único.

Ela adorou a surpresa, amou e eu a amei mais ainda por isso. Eu era um criminoso e ela basicamente amava isso, eu tenho certeza que se Sage não tivesse me achado ela com toda certeza estaria com um traficante ou um mafioso por ai, ela parecia amar agir fora da lei. Maluca.

Sabe quando tudo está indo bem? E do nada vem isso.

Toda dor... vai cair sobre mim. Alguém tem que pagar por isso Klaus. As bruxas não irão atacar a mente de vocês pois são muito fortes, vocês nunca reprimiram ódio ou dor... mas eu. Eu sou a pessoa mais fraca e justamente sou eu que ligo vocês.

Dor? Eu não sabia disso, eu realmente não achava que ela sofreria por mim e por eles. E Sage era tudo, menos fraca. Isso só fazia novamente aquele ódio se acumular em mim, assim como também acumulou quando fomos seguidos e se estendeu por toda a noite me impedindo de pensar de maneira coerente. Mesmo que eu estivesse animado e agindo de maneira positiva em relação a criação dos híbridos, a raiva ainda me consumia. O quanto ela estava pagando pelo amor?

Assim que cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi ligar para aquela bruxa maldita e traiçoeira.

— Quer dizer que você se esqueceu que o elo sofreria? Isso não foi mencionado a mim querida Dianna.

— Ah. – ela riu sem graça – Talvez eu tenha me esquecido de mencionar isso.

— Desfaça esse elo.

— Não tem como, pra início de conversa não tem como desfazer um elo dessa maneira. Sage vai ter que passar por tudo isso, eu a avisei disso e mesmo assim ela aceitou, e você não aceita? Qual o motivo? – eu podia praticamente ouvir a risada escondida em sua voz séria – Qual o motivo Niklaus?

— O que eu posso fazer?

— A mostre que a ame e fique ao lado dela.