Eu e Você

Capítulo XX - Fim de reunião secreta


Assim que Peeta escuta a notícia sai correndo para a sala. Eu também começo a correr. Chego na sala e vejo um Cato furioso, nunca tinha visto ele desta maneira. Cato está sentado em cima de um garoto, distribuindo socos. Enquanto dois garotos tentam o deter, sem sucesso. O garoto – reconheço o garoto que estava agarrando Clove há alguns instantes atrás – tenta atingir Cato com socos. No entanto, este é bem mais forte e maior.

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Peeta agarra Cato pelas costas e consegue tirar ele de cima do garoto. Clove desesperada ajuda o garoto a se levantar, enquanto olha furiosa para Cato. As brigas de Cato são um assunto muito em alta no colégio, aposto que não se falara em outra coisa por semanas.

– Eu ainda acabo com sua raça! – diz Cato para o garoto que está sendo levado para fora da sala.

Depois do pequeno espetáculo, todos começam a dançar novamente como se nada tivesse acontecido. Essas pessoas são reais? Não perceberam o que aconteceu aqui?

Vou para a cozinha, tentar arrumar alguma coisa. Começo varrendo o chão. Demoro quase uma hora nesta tarefa, pois o chão está tão imundo que varrer toda sujeira levará décadas. Enquanto isso, ouço gritos animados que vem da sala. Seja lá o que estão fazendo, não quero saber.

Grande noite: uma garrafa de vinho quebrada (nem quero ver o que irá acontecer quando Haymitch descobrir), uma casa suja, uma briga... O que mais falta acontecer? Melhor nem perguntar, quando pergunto isso sempre acontece alguma coisa.

Tenho minha resposta depois de alguns minutos, quando uma menina entra na cozinha, com o vestido todo manchado. Olho para a garota, e vejo que as manchas em seu vestido são de... vômito, eca!

– Você sabe onde fica o banheiro? Estava procurando e acabei me perdendo – percebo que a garota está completamente bêbada.

Aponto um banheiro que fica perto da cozinha. A menina sai, ela anda com a mão apoiada na parede, pois mal consegue se manter em pé.

O que está acontecendo na sala? Melhor eu ir conferir. Entro na sala e me deparo com uma cena ainda mais devastadora do que quando vi este lugar pela primeira vez esta noite. Glimmer está deitada no sofá com um copo vazio de vinho na mão, dormindo. Cato também está dormindo, jogado no chão, Clove tenta o acordar jogando em sua cara uma bebida. Algumas pessoas estão deitadas no tapete persa da minha mãe – ela teria cometido vários homicídios se visse isto – e o pior, o tapete está imundo, percebo que alguém acabou de vomitar nele.

Respiro fundo antes que eu tenha um ataque de nervos. E onde está o responsável por tudo isso? Começo a andar pela sala procurando por Peeta, o encontro sentado, bebendo, em um canto da sala, perto de um grande vaso de planta.

– Peeta, você tem que acabar com isto! – digo, me agachando perto dele.

Ele me olha, está muito bêbado, parece que até não reconheceu, pois demora algum tempo para me responder.

– Calma, Katniss. Está tudo sob controle.

– Sob controle? Cato e Glimmer estão praticamente desmaiados de bêbados, alguém vomitou no tapete persa da minha mãe, a casa está um caos. E você ainda fala que está tudo sobre controle? Não brinca, Peeta. Você tem que acabar com isto, agora! – quase grito.

Peeta se levanta resignando.

– A reunião acabou! – grita.

Todos olham, na verdade, aqueles que ainda estão conscientes, para Peeta.

– É isso mesmo, todo mundo voltando para suas casas!

Alguns começam a levantar-se. Aqueles que ainda estão conscientes ajudam aqueles que deixaram de estar conscientes há muito tempo, os carregando para fora da casa e os colocando em algum carro ou táxi. Cato é o último a ser retirado. Ele está um pouco consciente, o que tornar a tarefa ainda mais difícil de o arrastar até um táxi, pois ele segura Clove e insiste que ela é seu ursinho de pelúcia (será que Cato dorme com ursinho de pelúcia?).

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– Me deem meu ursinho de volta! – grita, após Clove conseguir se desprender dele.

– Cala a boca, Cato – fala Clove com raiva.

– Volta aqui, meu ursinho, só consigo dormir com você!

– Peeta, dá um jeito no Cato! – pede Clove saindo de perto de Cato.

Peeta apoia Cato em seu ombro e o retira da sala.

Olho para a sala, agora vazia. Ela está um caos, um furacão teria feito menos bagunça. Decido que o melhor é deixar para arrumar tudo amanhã. Preciso de ar, vou até a piscina e me sento em uma das cadeiras que ficam perto da piscina.

Nem quero pensar no caos que está a casa e como terei que arrumar tudo isto, antes que alguém veja e conte para minha mãe ou Haymitch. Sinto um vento gelado que faz com que minha pele se arrepie, não tinha percebido o quanto está frio hoje. Preciso de uma blusa.

– Você não está com frio? – fala Peeta se sentando atrás de mim na cadeira.

Peeta está com uma garrafa de bebida na mão. Ele toma um trago da bebida e coloca a garrafa no chão. Era só que me faltava agora, um Peeta completamente bêbado me enchendo a paciência.

O melhor é sair daqui. No entanto, antes que eu faça qualquer coisa, sinto os braços de Peeta me envolverem. Fico pressa nos braços de Peeta, que está atrás de mim. Ótimo, já estou irritada com o completo caos que está a casa, e agora Peeta resolve me irritar mais um pouco. Quem ele pensa que sou? Uma daquelas garotas que ele vive agarrando por aí? Peeta, além de estar bêbado, perdeu completamente a noção da realidade.

– O que você está fazendo?

– Estou te aquecendo! Você está gelada.

– Não preciso de sua ajuda! – digo, tentando tirar seus braços de cima de mim.

– Por que você nunca aceita minha ajuda?

– Para com isso! – tento lutar para sair de seus braços, mas só o que eu consigo é que ele me aperte mais forte, até que fico completamente imobilizada pelos braços de Peeta – Me sol...

Sinto os lábios de Peeta em meu pescoço. Sua respiração é quente, posso senti-la em meu rosto. Isso é tão estranho, sentir os lábios de Peeta em minha pele, faz com minha mente comece a ficar em branco. Por que estou sentindo isso?

Uma das mãos de Peeta vai parar em meu rosto. Ele segura meu queixo, fazendo com que eu vire a cabeça em sua direção. Seus lábios rápidos estão em um instante sobre os meus. Sua língua entra na minha boca e desafia minha língua para um duelo. Meus lábios em contado com o seu estão queimando. Sinto a pressão de seu corpo aumentar sobre o meu. Não sinto mais frio, tudo o que sinto são os lábios e o corpo de Peeta.

Depois de algum tempo, sinto faltar de ar, Peeta para o beijo e desce seus lábios até meu pescoço. Uma de suas mãos vai parar em minha coxa, que Peeta aperta fortemente. Os lábios de Peeta saem de meu pescoço e voltam para meus lábios. Sinto a mão de Peeta em cima de meu seio. Só então volto a realidade. O que estou fazendo nos braços de Peeta? Estou sendo beijada por um Peeta completamente bêbado, que aposto, que nem sabe que está me beijando! Deve ter me confundido com uma garota qualquer. Com todas as forças dou uma cotovelada no estômago dele.

– Ai! – reclama, colocando as mãos sobre o lugar em que bati com meu cotovelo.

Aproveito para sair de perto de Peeta. Estou maluca? Como pude deixar ele me beijar?

Porém, não vou muito longe, a mão de Peeta me retém, agarrando meu pulso.

– Me solta!

Peeta nada fala apenas me olha. Ele me traz para perto dele, se inclinando para ficar de minha altura. Percebo o que Peeta irá fazer... tenho que parar isto, antes que caia novamente em sua armadilha e desta vez não sei onde vou parar com isto.

Sem pensar duas vezes empurro Peeta. Escuto o barulho da água. Peeta foi parar dentro da piscina, não tinha percebido que estávamos tão próximo dela. Vejo que Peeta se agarra na borda da piscina para sair, não quero estar aqui quando ele sair da piscina, todo molhado, a água deve estar um gelo. Por isso começo a correrem em direção a casa. Sempre dizem que o final de uma reunião secreta é turbulento, nunca pensei que eu seria a maior vítima desta turbulência.