Eu Sempre Serei Sua...

Capítulo 46 - Isso não vai ficar assim!


POV SOPHIA

Sentada na secretária com um montão de livros na frente, tentando me concentrar no estudo, porem um garoto sem cérebro, mimado, provocador e talvez um pouco surdo, tendo em conta a altura com que tocava violão e não se apercebia, não me deixava atentar e decorar o que o livro falava.

Estava perdendo a paciência. Desde duas semanas atrás sempre foi o mesmo, tocar violão até as tantas da madrugada e fazer máximo de barulho possível quando se deita. Diogo sempre tem porto o despertador pra mais cedo e ele sempre toca quase duas horas antes da primeira aula, ora depois de eu acordar nunca mais volto a pregar olho, ficando ás voltas na cama até estar na hora de levantar.

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Já tinha experimentado, fones, e auriculares, algodão e protetores anti som mas nada tem resultado, o barulho e ruido, pois aquilo não se pode considerar musica, não baixava nem aumentava com os ouvidos tapados.

Fechei os olhos, respirei fundo e dando firmemente com a palma da mão em cima dos livros um barulhão encheu o quarto fazendo ele parar e me olhar intrigado e impressionado.

_ Será que dá pra parar de tocar pelo menos uns minutos? Minha cabeça está quase rebentando!

_ Não! – ríspido, rápido, frio e com um sorrisinho manhoso e traiçoeiro no rosto ele voltou aa assentar o violão no colo e a tocar uma nota.

Digo uma nota porque eu não permiti que tocasse mais nenhuma, nem que movesse uma corda que fosse daquele violão.

Me levantei enervada e peguei o violão de seu colo sem ele contar. Abri a porta do quarto e corri a toda a velocidade corredor fora. Esse cretino ia ver onde o seu rico violão iria parar! Também iria ficar a perceber que comigo ele não brinca! Se ele queria brincar então a gente ia brincar, mais de um jeito diferente!

Esse engomadinho mimado iria ficar a conhecer meu lado mauzão!

Saí pela porta principal e corri até ao lago dos patos ao fundo do jardim onde haviam uns banquinhos onde os namorados namoravam escondidos de todo o mundo. Apesar de toda a escola saber que eles estavam lá, e mais, saber perfeitamente o que eles faziam por lá. Menos a coisa vesga do diretor. Suspeitava seriamente que ele cada vez estava pior, mas era melhor um vesgo e cego do que um meio tolo e autoritário.

Tanto olhava pra trás como para a frente, Diogo corria atrás de mim a uns passos de distancia. E apesar de correr mais do que eu não me conseguiu apanhar.

Cheguei primeiro que ele no lago e estiquei a mão onde prendia o violão ameaçando o largar na água. Quando Diogo chegou perto de mim estava ofegante, apoiou as mãos no joelhos pra controlar a respiração e me olhou.

_ Me devolva o violão.

_ Porque haveria de o fazer. Estou á quinze dias tentando me concentrar no estudo, tentando dormir, tentando estar sossegada em meu quarto lendo um livro ou navegando pela internet e não o consigo fazer pois essa coisa com cordas não me deixa. Nunca ouviu falar que a melhor solução pra acabar com os problemas é cortando o mal pela raiz?

_ Não a largue na água, esse violão tem muito significado pra mim e você sabe disso!

_ Sei? Não lembro de alguma vez você ter falado isso pra mim! E sinceramente pra que eu quero saber se você gosta ou não gosta dele?

_ Basta você ter um pouco de bom censo!

_ E se eu não quiser ter bom censo?

_ Aí a gente vai ter problema!

_ Que medo! Olhe só, estou tremendo! Acho que nem de noite vou conseguir dormir!

_ Garota, acho melhor você ter mesmo medo, você não sabe do que eu sou capaz! – será que aquilo era uma ameaça? È porque se era eu não fiquei nem com uma ponta de receio!

_ Medo? O que um bonequinho de plástico, como você é capaz de fazer? Não precisa responder eu sei a resposta, pegar a melhor amiga da namorada, brigar com o namorado dela, que por acaso é seu melhor amigo e depois assumir que namora com outra!

_ Sophia, eu vou falar uma ultima vez, me desse isso ou eu…

_ Ou você? – estava curiosa em relação ao final que ele botaria na frase.

_ Ou eu acabo com você sua… - não deixei ele terminar a frase que eu desejava saber o final e abri a mão, deixando o violão se afundar no lago dos patos.

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_ Ops!! Escorregou! Mais pense pelo lado positivo assim os patinhos poderão escutar um pouco de musica e quem sabe dançar ao som de suas musiquinhas de merda!

_ Porque fez isso? Sua loca?

_ Já falei que não tive culpa, escorregou! – levantei as mãos me fazendo de inocente e tentando não rir! Ele passou a mão pelo queixo e levantou o dedo pra mim, se curvando um pouco pra me encarar no olho e ficar ao meu nível!

_ Isso, isso não vai… - olhei por seu ombro e vi o Telles de Brito se aproximando, que raio ele estava fazendo ali? Mesmo agora?

Inconscientemente e vendo nisso a forma de não sermos castigados e nos livrarmos de um sermão, agarrei a gola de Diogo e juntei nossos lábios, sempre com um olho levantado pra ver a quantos passos o diretor estava da gente!

Senti as mãos de Diogo encontrarem minha cintura e puxarem meu corpo pra mais junto do seu. Deixei minhas mãos deslizarem por seu pescoço e esqueci as passadas do diretor me entregando no beijo e esquecendo tudo o resto. E depois de uma guerra pela posse do beijo e depois de sua língua invadir minha boca e de a minha também atacar a sua, apenas a voz grossa do diretor cortou o beijo.

_ Mas o que se está passando aqui?

Diogo me largou e me olhou sério e admirado, com receio de virar o rosto pra trás e encarar quem ele suspeitava que lá estava.

_ Fiz uma pergunta! O que estavam os dois aqui a fazer? Sabem bem que as regras do colégio não permitem que vocês estejam nessa área.

_ Eu não tenho nada a haver com isso! – Diogo falou se virando e andando até meu lado.

Estava nervosa e não sabia o que falar, e essa expressão de Diogo fazia as culpas recaírem sobre meus ombros, fazendo de mim a culpada. Na verdade eu era a culpado pois fui eu que o agarrei, mas não o queria assumir perante o diretor poisa sabia que ia arcar com as consequências, por isso entre grunhidos e silabas lá conseguir formar uma frase.

_ Eu também não, tenho nada a haver com isso!

_ Ai não? Nenhum tem nada a haver com isso? Pois a mim me pareceu que tanto um como o outro tinham tudo a haver com isso.

Não adiantava enrolarmos conversa.

_ Eu vou explicar… - troquei um olhar com Diogo, humedeci os lábios e ainda olhando em simultâneo pra ele e pro diretor fui explicando o que se estava passando.

_ Então é assim… eu… ele… nós… quer dizer a gente, a…. gente estava passando por cá admirando a bela da paisagem e viu um casal de patos se acarinhando, aí bateu o sentimento e… Nós somos como os fósforos quando tamos juntos pegamos fogo, o clima aquece e… e… - gaguejava pra caramba e meu coração acompanhava cada gaguejo com pulos altos e sentidos. – è dos hormônios sabe eles começam saltando e não dá não para gente se controlar. Oh, mas estou pra aqui falando quando tenho certeza que cê sabe como é, já passou por nossa idade e sabe bem como as coisas são, tem vezes que não dá pra controlar esse arrepios, chamemos assim… - Diogo sorria de canto enquanto me escutava, tinha ar de quem estava saboreando cada frase minha.

_ Bom, eu compreendo, - Ele falou arranjando a gravata. Nossa dessa eu que não estava á espera, o diretor compreendendo o que os alunos falam? Que tava dando nele hoje? Estranho isso. – Mas tanto como eu vocês sabem perfeitamente que as regras do colégio não toleram tais abusos! Isso está mais que explicito!

_ Pois, mas as regras desse colégio não foram feita por pessoas sérias e competentes!

_ Ai não? – só dei conta da bobagem, que era verdade, que falei quando Diogo me cotovelou no braço e me lançou um olhar de “olhe o que fala”. A expressão do diretor também foi de amarela a verde.

_ Não foram feitas por pessoas como eu e o Diogo que quando estamos juntos… - mexia com a mão tentando arranjar a palavra adequada, enquanto olhava pra Diogo pedindo ajuda no raciocínio.

_ Que quando estão juntos? – o Telles de Brito perguntou curioso.

_ Fervemos, isso mesmo. È essa a palavra certa. – Diogo falou por mim me salvando.

_ Era essa a palavra que tanto custou a sair de sua boca, Menina Menezes? – ele fez ar e desconfiado testando se eu concordava com o que Diogo falou.

_ Claro que era! – decidida afirmei sem problema nenhum.

_ Bom, eu não vou perder muito mais tempo com essas besteiras ridículas e de adolescentes, até porque estava procurando o menino Macedo.

_ Me procurando?

_ Sim, sua mãe está em meu gabinete e não está muito bem, está abalada e nervosa. Pediu pra chamar você. Por isso me acompanhe!

_ Minha mãe? – Diogo perguntou aflito não gostando do que ouviu, podera nem eu gostei do tom como ele descreveu o estado de minha sogra, quer dizer ex-sogra.

O diretor começou andando na direção de onde veio e foi seguido por Diogo que ainda teve tempo de se voltar pra trás:

_ Se prepara, as coisas não ficaram assim!

Estava finalmente na minha merecida paz, estendida na cama, lendo um livro e me rindo do que nele falava, sem o som de fundo de um violão! Paz e tranquilidade eram mesmo a minha praia! Tinha uma mão atrás da nuca e a roupa amarrotada, coisa típica minha.

Alguém bateu na porta, interrompendo meu descanso.

_ Entre!

Na frincha da porta a cabeça de Rita apareceu. A conversa que andávamos evitando á dias estava mais próxima do que aquilo que eu imaginava e previa.

_ Procurando Diogo? Ele não está! – comentei com ela e depois me concentrei de novo no livro, fazendo de conta que não estava nem ai para o que ela pudesse querer.

_ Não. Eu vim mesmo pra falar com você!

_ Sobre?

_ Não se faça de boba! Sabe muito bem porque eu estou aqui! – ela fez todo o corpo passar na frincha e fechou a porta, ficando apenas eu e ela dentro do quarto.

Olhando uma para a outra, com ar nervoso, mordendo o lábio e esperando a outra começar. Assim era o clima dentro daquele dormitório.

_ Eu queria falar, que se eu tivesse o poder de apagar o passado com borracha e voltar a escrever por cima, eu o fazia, mas eu não posso, e por muito que eu apagasse a marca do lápis ter lá passado sempre ficaria. Eu estou arrependida de ter feito o que fiz, é verdade. Nós fizemos aquilo sem pensar, não o devíamos ter feito, mas poxa a gente estava enervada e enraivecida, por aquilo que assistimos de você e Tomás e a vontade naquele momento foi maior que o próprio sentimento. Você ouviu o que a gente falou. A gente admitiu que não queria nada um com o outro…

_ Você nem sequer devia ter coragem de olhar na minha cara, mas te admiro por a ter. Até agora você me metia fastio, agora apenas me mete nojo, estamos melhorando!

_ Se deixe de bola! Eu estou aqui pedindo desculpa e me humilhando e você tá zoando comigo!

_ Tá bom! Quer que eu seja sincera?

_ Agradecia!

_ Nesse momento não posso afirmar que a gente seja inimiga! Pois ainda te considero uma grande amiga! Mas já não confio literalmente em você! E acho que ainda vai levar um tempo até isso voltar acontecer. Não quero me afastar de você pois pretendo voltar a ganhar sua confiança de novo. Mas peço calma, muita calma.

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_ Ótimo! Tudo certo pra mim.

_ Mas pra mim não está! Eu quero deixar bem claro que entre mim e Tomás não rolou nada, a gente caiu e nossos lábios se tocaram sem intenção e vocês chegaram…

_ Não precisa se justificar, Tomás falou comigo sobre isso!

_ E você acredita?

_ Em grande parte! – me alegrei naquele momento!

_ Posso pedir pra você uma coisa? – Rita falou e eu estranhei seu pedido!

_ O quê?

_ Me dá um abraço? - ela fez beicinho de criança e eu ri, respeitando sua suplica.

Nos abraçamos feito patricinhas, coisa típica da Liz e de suas seguidoras, andarem aos abracinhos e beijinhos. Que enjoo.

_ Eu acho melhor pararmos com toda essa coisa, se não acabamos como Liz!

_ Não. Ela não chega nem sequer aos nossos calcanhares!!! - Caímos na gargalhada juntas. Era bom estar de novo com Rita, assim numa boa. Quer dizer, quase numa boa, pois a ferida ainda não estava curada.

Ficamos conversando no quarto por umas horas e depois ela se foi e voltei a ficar de novo sozinha na companhia das paredes.

Aproveitei pra tomar um banho, um banho demorado, daqueles relaxantes! Troquei de roupa e voltei pro quarto. Fui até ás estantes de livro e Cd e me pus admirando os títulos deles e os organizando, ao mesmo tempo que escolhia um pra ler e um pra ouvir, quando a alma penada de Diogo que não dava sinais de vida a muito tempo entrou no quarto bufando.

_ O que é vivo sempre aparece! – falei estranhando a forma súbita e bruta com que entrou no quarto.

_ Agora não! Me erra!

_ Agora não? Eu que sei se agora sim ou se agora não!

_ Não. Agora não é você que sabe. Agora quem sabe sou eu. Agora não! Me erra e não provoque porque pode ouvir o que não quer! – estava de costas pra mim falando e não deixava eu ver seu rosto.

_ Te errar? Nunca! - Se ele achava que suas ameaças me chantageavam estava enganado.

_ Desapareça daqui! – ele se virou tinha o olho vermelho e inchado, um fiozinho de água contornava as linhas perfeitas de seu rosto e sua expressão estava triste e melancólica.

Diogo chorando? Como assim?