Eu Odeio Esse Fantasma!

O ultimo pacote do bolinho... Não, pera.


__Julie? – Ouvi a voz de Mile e me virei, retirando os fones de ouvido

__Hey! Desculpa, você estava me chamando a muito tempo?

__Um tempinho – Ela riu e se sentou na minha frente

__Ah, foi mal – Ri e dei de ombros

__Tudo bem. Então, você queria falar comigo, o que era?

__Huh, bem, eu queria saber como é esse lance de ver fantasmas

O sorriso dela desapareceu.

__Não é nada... Agradável – Ela se remexeu na cadeira desconfortável – Eles aparecem do nada e começam a falar coisas sem nexo, te pedindo ajuda, cheios de machucados, sangue, com marcas de balas...

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__Sério?! – Olhei para ela de olhos arregalados

__Sim – Ela assentiu com a cabeça – Por isso não achei que Rayn não fosse um fantasma. Ele não tinha nada e parecia feliz

__Feliz? Ele está morto!

Mile revirou os olhos e olhou para cima com uma cara de “Da pra acreditar?”

__Voce é cega né Julie? Ele ta feliz, por que ele está com você!

__O que?! – Arregalei os olhos – Ta maluca?!

Ela ficou rindo da minha cara de assustada.

__Vamos voltar para o foco da conversa, por favor, senhorita Hastings? – Arqueei a sobrancelha

__Tudo bem então – Ela deu uma risadinha e se sentou mais ereta.

__E o que você faz quando eles aparecem?

__Bem, as vezes, eu ajudo; mas na maioria das vezes eu finjo que eles não estão ali, falando comigo

__Então, você é uma médium ou coisa do tipo?

__Ah sei lá – Ela deu de ombros sorrindo de lado – Talvez, acho que é a explicação mais lógica. E você senhorita Evans?

__Com certeza não! Acho que Rayn é só uma praga que veio para me atormentar pelos meus pecados – Fiz uma careta e Mile gargalhou alto

__Você não tem jeito mesmo – Ela olhou no celular e deu um salto – Ah que droga! Tenho que encontrar uma lan house rápido se eu não quiser ficar o semestre inteiro de castigo.

__Por que?

__Tenho que entregar um trabalho até as seis da tarde por e-mail e se eu bombar nessa matéria, adeus férias de verão!

__E por que raios você tem que achar uma lan house? – Olhei interrogativa para ela

__Minha mãe é, nas palavras dela, adepta as praticas naturais da vida que nos foi concedida. Nas minhas palavras, uma neurótica por natureza.

__Bem, você pode fazer o seu trabalho lá em casa, já que a única restrição da minha mãe é com o fato de que eu não morra por excesso de bolinhos no meu organismo.

__Ok então – Ela gargalhou – Obrigada!

__Disponha, você pode ir com o Adrian já que eu tenho que passar no supermercado

__Ah... Ta...C-Claro – Mile ficou vermelha e saiu de lá rapidinho enquanto eu ligava para Adrian, percebendo que ele gaguejou também ao telefone.

...

Minutos depois, eu estava indo em direção ao supermercado e Mile são e salva partindo em direção a minha casa.

Devo ressaltar que me senti uma diva quando as portas se abriram sozinhas.

__Olá Julie! – Um garoto que embalava uma caixas acenou para mim

__Hey Travis! – Acenei para ele de volta e fui em direção ao meu corredor preferido

__Quem diria que as pessoas daqui eram cegas. Ficam caidinhas por voce – Ouvi uma voz familiar e soltei um grito

__Porra Rayn!

O babaca gargalhou enquanto eu cruzava os braços.

__Oi pra você também! - Ele sorriu de lado e fez um biquinho em seguida

Bufei e sai andando, nem ligando para o ser insuportavel me seguindo.

__Você não pareceu se importar por eu não te cumprimentar, quando tentou me fazer ter um ataque cárdico!

__Você é tão dramática Julie! – Ele revirou os olhos e eu o ignorei

Entrei no meu corredor precioso praticamente saltitando - não estou brincando, acho que cantei um pouco de Love You Like a Love Song no caminho – quando um gordo apareceu na frente da visão dos meus bolinhos.

Parei no mesmo instante, mas depois dei de ombros, não podia culpar um cara gordinho por gostar daquela comida dos deuses.

Quando ele saiu de lá, avancei na prateleira feio uma doida, porém percebi que não tinha bolinhos. NÃO TINHA!

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Olhei para o gordo com o ultimo pacote naquelas mão bolachudas e me pus na frente dele com a minha melhor cara de “vou chamar minha mãe para esfregar sua cara de ratazana no asfalto”.

__Me dá os bolinhos e ninguém se machuca – Eu disse calmamente, fazendo –o arregalar os olhos e proteger os bolinhos contra si.

__O que?!

__Você é surdo? Me dá a porra dos bolinhos! – Fuzilei ele com os olhos e Rayn olhava para o balofo com pena.

__Você é maluca garota?! – Ele disse assustado

__Eu disse para me dar essa joça e ninguém se machucava. Você quer mesmo apelar?

__ “You're a troublemaker

You're a troublemaker...

You ain't nothing but a troublemaker, girl” – Rayn cantarolou. Idiota.

O cara me viu rolar os olhos e fuzila-lo. Lentamente ele me deu o pacote de bolinhos e saiu correndo.

Sorri satisfeita e sai andando normalmente, como se nada tivesse acontecido. Paguei a comida dos deuses e fomos andando em direção a minha casa.

...

No caminho, Rayn estava me incomodando - oh, que novidade- e eu estava quase o esganando.

__Fala sério! É obvio que o Batman ganharia do James Bond! Ele é um super- herói babaca! – Revirei os olhos contendo o impulso de bater na cabeça dele.

__Ta, mas James Bond é muito mais foda que o Batman

__E por que, gênio?

__Fala sério! O Batman tem que ficar disfarçado metade do dia , ele não pode sair pra ajudar as pessoas a hora que ele quiser, enquanto James Bond é James Bond o dia todo!

__Qual é! Todo mundo sabe que se o Batman tiver que atender um chamado ele pode ir lá a qualquer momento. Ele é rico, pode sair do trabalho a hora que ele quiser – Falei percebendo que já estavamos na rua da minha casa e comecei a revirar a minha mochila em busca da porcaria da chave.

Sorri, ainda olhando para a minha mochila, quando me dei conta de que Rayn havia se calado. Julie Evans wins!

Olhei vitoriosa para a chave e ergui a cabeça me deparando com uma ambulância em frente a minha casa. Fiquei estática por um momento.

Logo, pude ouvir o barulho da chave bater no concreto e corri em direção a porta.