Eu Escolhi Você

In the depth of the heart


Era muito ruim se sentia assim. Rony se sentia péssimo. Sua auto estima nunca fora das maiores e depois de tudo isso então, o que era auto estima pra ele? Além de tudo estava com medo. Se perdesse Hermione não saberia o que fazer. Ele sabia o poder que os pais da garota tinham e que era num estalar de dedos que eles conseguiriam levar a morena do país. Ele tinha que fazer alguma coisa. Mas no estado que estava, Rony não conseguia pensar em nada. Nem imaginar alguma coisa útil que fosse ajudar. Tudo que ele precisava agora era de um abraço apertado de Gina falando que tudo estava bem.

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Ouviu uma batida na porta e respirou fundo antes de se levantar da cama. Estava disposto a mandar quem quer que fosse que estivesse ali para falar com ele ir embora. Não estava a fim de conversar e muito menos discutir.

Abriu a porta com desânimo e já estava preparado para soltar um "eu não quero falar com ninguém" quando se surpreendeu com a presença da irmã ali. Engoliu em seco e viu Gina o imitar. Os olhares pesarosos se encontraram.

* - Será que tem um tempo pra falar comigo? - Indagou a ruiva sem jeito e com insegurança. Rony balançou a cabeça positivamente e afastou para a irmã passar. Fechou a porta em seguida e colocou as mãos dentro dos bolsos antes de se virar e ver Gina passando o olhar pelo quarto. A irmã soltou um sorriso fraco e triste.

– Você sabe que eu não quis esconder nada, não é? - Perguntou o ruivo receosamente e Gina pousou o olhar em direção ao irmão.

– Eu sei. - Ela respondeu, sincera. - E eu sei que isso não deve ser fácil pra você.

– E não é. - Confessou o ruivo encarando o chão de repente. Gina suspirou e continuou olhando-o tristemente.

– Me desculpe. - Pediu a ruiva com arrependimento. Rony voltou a olhá-la. - Me desculpe. - Pediu novamente, sentindo os olhos arderem. - Eu não queria ter falado aquelas coisas, eu não pensei direito. Eu fui egoísta.

– Para, você não tem que se desculpar. - Replicou o ruivo dando um passo pra frente, e vendo Gina o imitar. Ela colocou um dedo sobre os próprios lábios e sussurrou um "shiu" para que pudesse continuar.

– Você é um irmão incrível Rony. - Disse a ruiva com serenidade. Rony sorriu torto e viu o rosto da irmã ser molhado por duas lágrimas silenciosas. - Você sempre foi. Eu senti tanto a sua falta quando foi embora. Tanto. - Gina desabafou, olhando-o nos olhos. Percebeu Rony piscar mais do que o normal e sabia que ele já estava com vontade de chorar. - Eu queria dizer que.. - A ruiva suspirou antes de continuar, e se aproximou mais do irmão. - Que eu nunca vou ter vergonha de você. Você é um orgulho pra mim. Eu tenho orgulho de ser sua irmã. - Ela confessou com a voz embargada e Rony sorriu no intuito de segurar o choro.

– Eu que me orgulho, todos os dias e te ter como minha irmãzinha. - Sussurrou o ruivo vendo-a chorar em silêncio, mas sorrindo com as palavras do irmão.

– Por favor, me desculpa por ter dito aquelas coisas. - Ela pediu suplicante envolvendo o ruivo em um abraço apertado. Rony a envolveu em seus braços e sentiu Gina repousar a cabeça no peito do irmão e soltar um soluço baixo. O menino acariciou os fios ruivos dela com uma das mãos.

– Eu te desculpo princesinha, agora para com isso. - Sussurrou o irmão a apertando confortavelmente em seus braços. As mãos da ruiva abraçaram a cintura de Rony e ela chorou baixinho.

– Eu vou te ajudar em qualquer coisa que precisar. - Disse Gina embargadamente e entre mais um soluço, sentindo o carinho do irmão em seus cabelos.

– Eu sei que vai, eu sei que vai. - Falava o ruivo quase com uma voz de "pais que estão colocando os filhos para dormir".

– Não me deixa sozinha nunca Rony. - Ela pediu com desespero apertando-o mais contra si. O ruivo não conseguiu evitar uma lágrima silenciosa descendo por seu rosto.

– Eu não vou deixar, eu prometo pequena. - Sussurrou o irmão, fazendo agora um cafuné leve nos cabelos da irmã. Gina se calou, e continuou chorando bem baixinho. Seu mundo desmoronava quando algo de ruim acontecia com o irmão. E saber daquela sua fraqueza dele era o fim. Mas naquele momento, era ela precisando dele. Ela era sendo cuidada por ele. Nada que Rony fazia por ela tinha preço ou como retribuir. Ele era a pessoa mais incrível que Gina já tinha conhecido.

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– Eu te amo Ron. - Sussurrou a ruiva fracamente e sentiu um beijo singelo em sua testa. Olhou pra cima e encarou o olhar do irmão. Ele sorriu serenamente.

– Eu também amo você Ginny. - Respondeu o ruivo vendo-a sorrir por chamá-la com o apelido carinhoso de infância. *

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

Sábado acordou cedo, com uma mensagem de Hermione fazendo o celular vibrar. Ele não estava lá essas coisas. Mas só por ter se acertado com a irmã noite passada já tinha o feito reconstruir os pedaços dentro de si em grande parte. Sorriu ao ler a mensagem que o convidava para encontrá-la no cantinho de leitura, e como ela mesma tinha dito, não aceitava desculpas como resposta.

Depois de se arrumar o mais simples e bem que pôde, com uma calça jeans pois o tempo estava nublado quando ele olhou pela janela, uma camisa xadrez e o cabelo penteado devidamente, fez suas higienes e desceu, encontrando apenas a mãe e Gina acordadas. A ruiva estava com olheiras. Rony recebeu um "bom dia" das duas e um beijo na testa da mãe. Imitou a mulher, indo até Gina no sofá e beijando também a testa irmã singelamente.

– Dormiu bem? - Indagou o ruivo olhando uma Gina um tanto desanimada à sua frente. A irmã bocejou.

– Acho que sim, e você? - Ela respondeu já com uma pergunta. Rony sorriu torto e fraco.

– É, acho que sim também. - Confessou ele, piscando pra ela.

– Que vozes desanimadas são essas? Problemas? - Questionou Molly olhando o ruivo caminhar até a porta e Gina arquear as sobrancelhas.

– Problemas. - Disse o ruivo girando a maçaneta.

– Vai sair? - Gina perguntou com curiosidade. Rony a olhou e acenou que sim.

– Vou estudar com Mione. - Respondeu o garoto um tanto inseguro.

– Vai lá garotão. - Molly incentivou-o com o sorriso. Rony retribuiu, mas sem graça. Gina olhou da mãe para Rony com uma certa desconfiança e se levantou do sofá, vendo o ruivo fechar a porta já saindo de casa. Ela tornou a abrir a porta e fechá-la rapidamente. Molly observou a filha sair junto, sem entender.

– Ei Ron. - Chamou a ruiva tentando acompanhar os passos do irmão. O ruivo parou e se virou de imediato vendo Gina o encontrar e parar em sua frente.

– Oi. - Ele respondeu desentendido.

– Mamãe sabe dessas últimas provas? - Indagou a ruiva, direta e com as mãos na cintura.

– Não contei nada. - O ruivo suspirou. - Você contou?

– Não, acho que vou falar hoje pra ela das minhas notas. - Respondeu a garota com incerteza.

– Não conte nada de mim, tudo bem? - Pediu o ruivo e Gina assentiu, mesmo sem entender. - Não quero preocupá-la.

– Tudo bem. Bom estudo. - Desejou Gina com um sorriso fraco, que Rony retribuiu. Ele balançou a cabeça positivamente e logo saiu pelo portão.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– Demorei muito? - Indagou Rony olhando Hermione pela porta de entrada do cantinho de leitura. Ela lia "A culpa é das estrelas" por isso nem percebeu o ruivo parado ali há alguns segundos observando-a. O cantinho estava vazio, talvez pelo tempo quase chuvoso as pessoas preferiam ficar em casa do que se arriscar a ir tão longe por leitura.

– Ron! - Ela exclamou surpresa, fechando o livro rapidamente e se levantando do chão e colocando-o em cima da mesa. O ruivo sorriu para a namorada que foi ao seu encontro e o abraçou, recebendo um selinho singelo nos lábios em seguida. - Eu cheguei agora há pouco.

– Que bom. - Disse o ruivo com um sorriso e olhando-a. Hermione arqueou uma sobrancelha, sem entender, mas sorriu.

– O que aconteceu? - Questionou a namorada com curiosidade, saindo dos braços do ruivo e o olhando.

– Gina pediu desculpas ontem. - Respondeu o ruivo, contente. Hermione abriu um sorriso grande nos lábios.

– Viu só? Tudo se resolve na hora certa. - Disse Hermione, contente.

– Então que tal você me beijar pra gente comemorar um pouquinho? - Sugeriu o ruivo, sorrindo marotamente. Era incrível o fato de que tudo ficava bem, mesmo nada estando, quando os dois estavam juntos. Hermione virou o rosto e olhou os livros da escola espalhados na mesa em que ela tinha deixado seu "A culpa é das estrelas" e tornou a olhar Rony. O ruivo arqueou uma das sobrancelhas sugestivamente e a morena fingiu pensar.

– Só um beijo? - Ela indagou um pouco desconfiada.

– Só um. - Respondeu o ruivo cruzando os dedos com a mão atrás de seu corpo. Hermione não percebeu. Ela o chamou com o dedo, sorrindo, e Rony foi, a envolvendo pela cintura com uma mão em um movimento intenso e puxando a nuca da garota com a outra mão, aproximando o rosto dela do dele e colando seus lábios com voracidade.

Ele já não aguentava mais ficar sem o corpo dela no seu, sem os lábios dela nos seus, sem aquele gosto tão bom e viciante que o invadia dentro de si. Rony a queria tanto.

"Se quiser, sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar."
"Sua boca vai ter tanta sede,
de me tomar."

Hermione era simplesmente apaixonada por toda aquela pegada que Rony tinha. Ele a segurava em seus braços, e ela sentia como se nunca pudesse cair ou se machucar. Ela sentia como se seu corpo estivesse protegido de tudo. Ela queria tanto se entregar.

A morena entrelaçou seus braços em volta da curva do pescoço do ruivo, e sentiu o corpo inclinar para trás enquanto Rony a envolvia mais forte e cativante pela cintura. As línguas brincavam uma com a outra a todo vapor, os lábios avermelhados como fogo pedindo por mais daquele beijo, e a intensidade aumentando a cada segundo. Rony caminhou com Hermione sem direção, buscando mais contado dos corpos, e a morena sentiu suas costas se encostarem em algo que ela não fez a mínima questão de saber.

"Deixa ser real, e te ajudar a ser feliz.
Porque eu sou seu fogo,
Tudo que você quis."

Eles precisavam de ar, mas não fizeram questão de finalizar aquele beijo pra lá de gostoso. Os corpos fumegavam, as mãos de Hermione bagunçando os fios ruivos de Rony com intuito de procurar mais prazer para conter aquela sensação que dominava todo seu recipiente interno. Rony tirou a mão da nuca da morena e a colocou sobre a mesa em que eles encostaram. Ele sentiu um livro embaixo de seus dedos e o empurrou pro lado, inclinando o corpo de Hermione para cima da mesa e quase se deitando por cima. Ela sentiu o corpo ganhando vida própria e se permitindo deitar, e separou o mais rápido do que pôde, mesmo os lábios teimando em continuar colados nos do ruivo.

Suspirou ofegante e com dificuldade sentindo o peso do corpo do ruivo sair de cima do seu e encarou o chão, corando imediatamente e sorrindo pela loucura de toda aquela situação.

O ruivo tratou logo de enfiar as duas mãos nos bolsos da frente de sua calça jeans e tentou controlar a respiração, que estava descompassada.

– Satisfeito com seu beijo? - Indagou Hermione agora o olhando, com as bochechas vermelhas e o sorriso envergonhado nos lábios. Rony suspirou.

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– Quero um beijo assim sempre. - Confessou o ruivo em um sussurro baixo, mas que Hermione conseguiu entender. Ela riu pelo nariz, sem jeito.

– Vem, vamos estudar agora. - Chamou-o a morena e o viu negar imediatamente. Hermione arqueou uma sobrancelha e viu o ruivo olhar para as mãos dentro do bolso.

– Me dê alguns segundos. - Pediu o ruivo rindo sem jeito. Hermione corou ainda mais e se sentou na cadeira, tentando não encarar o olhar do namorado naquele momento.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– Mãe, cadê a Mione? - Indagou Luna depois de procurar a prima por toda a casa. A loira adentrou o quarto da mãe e a encontrou deitada sobre a cama,aparentemente pensativa. Estranhou. Bellatrix nunca ficava na cama depois das 7 da manhã. E já eram 10.

– Foi estudar com o Rony. - Respondeu a mulher, cansada. Luna fechou a porta e se aproximou da cama da mãe.

– Aconteceu alguma coisa? - Questionou com preocupação. Bella sorriu fraco e negou com a cabeça. - Eu conheço você mãe..

– Não é nada, não se preocupe. - Respondeu a morena tentando tranquilizá-la.Luna balançou a cabeça em negação e sentou-se na beira da cama de casal.

– Vou perguntar mais uma vez: aconteceu alguma coisa? - Repetiu a loira sem acreditar em Bellatrix. A mulher suspirou e sorriu torto.

– Não consigo esconder as coisas de você, não é? - Indagou retoricamente e viu Luna sorrir vitoriosa. Não conseguiu evitar um sorriso junto.

– Vamos, me conte.. - Pediu Luna ficando séria e prestando atenção na mãe.

– Eu recebi um convite ontem. - Começou Bella, se sentando na cama.Luna franziu a testa levemente.

– Convite? - Questionou curiosa e desentendida.

– É. Fui convidada pra fazer um estágio de biologia marinha no Brasil. - Luna entreabriu a boca surpresa. - Você sabe que sempre foi meu sonho.

– Mas mãe, que incrível. - A loira falou com euforia mas não viu a mãe sorrir. - Você aceitou, não é? - Indagou Luna vendo a mãe negar com a cabeça segundos depois. - Por que não? - Questionou indignada.

– Como eu expliquei pra Mione, vou explicar pra você. - Bella encarou os olhos azuis da filha. - Eu não posso te deixar sozinha aqui, vocês duas, por três meses. Ainda mais agora com essa confusão e o Alberto e a Mary tentando levar sua prima. - Explicou a morena, vendo o semblante ainda indignado de Luna presente em seu rosto.

– Mãe, eu e Mione somos bem grandinhas, você não acha? - Falou Luna com as mãos na cintura.

– Eu cuidei de vocês todos esses anos.Não posso simplesmente ir. - Argumentou Bellatrix, convicta.

– Como você disse, são só três meses mãe. Não acha que conseguimos nos virar por três meses? - Replicou a loira com as sobrancelhas arqueadas.

– Eu sei que podem.Mas tem os pais de Hermione. - Continuou a mulher a argumentar.

– Eles não vão levar ela. - Falou Luna com certeza. Bellatrix franziu a testa.

– Como você sabe? - Questionou a mulher com incerteza.

– Eu sei. Vamos dar um jeito. - Luna replicou ouvindo um suspiro pesaroso da mãe em seguida. A loira respirou fundo e pôs a mente para trabalhar, pensando em algo para mandar Alberto e Mary de volta pra casa, mas sem Hermione.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– Fred, Jorge. - Molly exclamou vendo os filhos adentrarem a casa com três papéis finos nas mãos. Sabia que dois daqueles eram suas passagens, mas não quis entrar no assunto para não entristecer.

– Hey mãe. - Cumprimentou-a Jorge com um beijo na bochecha. Olhou para o sofá encontrando uma Gina emburrada, literalmente, de braços cruzados, bico e olhar irritado olhando a televisão sem prestar atenção no filme que passava. No outro sofá estava Harry, tinha a mesma irritação no olhar, a diferente é que não estava sendo mimado feito Gina.

– Ihhh, quê que tá pegando? - Questionou Fred se jogando no sofá ao lado de Harry. Molly o olhou feio por ter se sentado daquela maneira.

– Não tá pegando nada, por que estaria? - Retrucou Harry ironicamente.

– Exatamente. - Replicou Gina emburrada.

– Eu não entendo esses dois. - Disse Molly, aborrecida. - Brigam o tempo todo.

– Eles brigaram? - Indagou Jorge sorrindo marotamente.

– Gina queria assistir Um amor pra recordar, e Harry queria ver Pânico na floresta. - Explicou a mulher com dificuldade ao falar o nome dos filmes.

– Adivinha só quem ganhou... - Fred implicou entre uma risada olhando Harry de esguelha que riu provocando, junto. Gina bufou e bateu os pés no chão irritada.

– Ô Gininha fica assim não. Um dia é da caça e o outro é do caçador. - Debochou Fred vendo a fúria no olhar da irmã. Harry sorriu maldoso, encarando-a com o olhar. Gina revirou os olhos e bufou outra vez.

– O almoço tá quase pronto. - Avisou Molly, sorridentemente, vendo Jorge alisar a barriga como um sinal de fome. Molly logo saiu da sala e voltou para a cozinha.

– Cadê Draco? - Indagou Jorge, se sentando ao lado de Gina no sofá da esquerda.

– Lá em cima. - Respondeu a ruiva sem interesse. Jorge soltou um "ihhh" que foi completo por Fred com um "tá azeda".

– Vão se ferrar vocês dois. - Disse a ruiva com irritação, cruzando ainda mais os braços.

– Então Harry. Trouxemos seu banquete. - Brincou Fred, balançando uma das passagens com a mão. O moreno tirou a atenção do filme e encarou o papel.

– Sério? - Harry perguntou um tanto incrédulo. Gina encarou a passagem que Fred entregava para o moreno sem entender, completamente.

– Você vai no mesmo avião que a gente. - Comentou Jorge se acomodando no sofá ao lado da irmã, que não deu atenção.

– Espera, como assim? - Questionou a ruiva estupefata, deixando a boca entreaberta em seguida. Harry a olhou e a encarou indiferente. Pelo menos tentou. Não seria fácil encarar aqueles olhos azuis pela última vez antes de ir embora.

– Você não queria se livrar de mim? Então, você conseguiu o que queria. - Debochou o moreno, a magoa insistindo em sair na voz e os olhos sem brilho. Gina não teve o que falar, enquanto via Harry se levantar do sofá e subir escada a cima com a passagem nas mãos.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

Hermione chegou em casa animada. Estava feliz. Sentia que tinha ajudado Rony a ganhar um pouco de auto confiança novamente. Pelo menos um pouquinho. Eles estudaram por quatro horas seguidas, passaram a maioria do tempo se beijando, mas esse é um detalhe a parte. Ele se saiu bem nos questionários que ela lhe fez, teve algumas dúvidas na matéria de português a qual ele tinha se dado mal na prova, mas se saiu muito bem no fim das contas. Hermione acreditava nele. Ela sabia que ele era capaz.

Mas o que falar sobre aquele beijo? Aquele primeiro beijo deles dentro do cantinho de leitura? O que pensar sobre o momento deles na biblioteca sexta-feira? O que pensar daquela mão grossa mas ao mesmo tempo delicada de Rony passeando sobre sua perna, fazendo o calor em seu corpo aumentar? O que falar sobre aquele calor insuportável que ela andava sentindo quando ficava com Rony? Era tão inexplicável. Tão tentador. Estava insegura.

Encontrou uma Bellatrix atordoada quando adentrou a casa e fez questão de se livrar desses pensamentos na mesma hora.

– Que aconteceu tia? - Indagou Hermione com preocupação, jogando a mochila que tinha levado para carregar os livros no sofá. Bellatrix entregou temerosa o celular que ela escondia atrás de si para a morena, e ela o pegou, sem entender.

– Atenda. - Pediu a mulher mesmo sem querer que ela atendesse.

– Alô? Hermione falou ao colocar o telefone no ouvido, e fechou os olhos, respirando fundo, quando escutou a voz pelo outro lado da linha.

– Você já decidiu se vem com a gente por bem? - Indagou Alberto, carrancudo e seco.

– Eu não vou com vocês. Eu já disse. Replicou Hermione, demonstrando irritação na voz.

– Então tudo bem. Você teve seu tempo pra decidir. - Falou o homem com impaciência e deboche.

– Por favor, me deixe em paz. - Pediu a morena cansada.

– Vamos buscar você em poucos dias. - Avisou Alberto sem rodeios.

– Eu já disse que eu não vou. - Falou Hermione pausadamente, mas com raiva. - Eu não quero ir.

– Você não tem que querer. Já está decidido. - O homem argumentou seco, cortando a ligação de vez.

Hermione percebeu o momento do fim da ligação e jogou o telefone no sofá, com raiva. Levou as mãos até os cabelos e os bagunçou, entreabrindo a boca e soltando um grito mudo e desesperado. Bellatrix se aproximou e a abraçou forte.

– Vamos dar um jeito. - Bellatrix tentou tranquilizá-la mas a morena pareceu mais desesperada lembrando da autoridade que o pai tinha sobre ela. Envolveu Bella ainda mais no abraço tentando se reconfortar ali, fechou os olhos sentindo-os queimar e respirou fundo, no intuito de conter o choro que teimava em querer começar.

– Eu não quero ir. Não deixa eles me levarem. Por favor tia. - Implorou a morena internamente e externamente desesperada. Bellatrix suspirou pesadamente e apertou a sobrinha nos braços. Tudo iria se resolver. Tudo tinha que se resolver.