Engole

Pov Lilith

Ele se engasgou. Isso Lilith, vamos matar o homem engasgado com suas piadinhas. E depois de se recuperar, ele riu.

R-I-U.

Uma pequena risadinha, que se não estivesse silêncio eu não conseguiria ouvir. Legal, naquela garrafa tinha uma das minhas poções de ilusão - que eu costumo usar nas aulas do sr. Binns - e está vendo algo realmente engraçado.

– Depois de eu encontra-la semi consciente, ter que limpar sua sala e fazer um antídoto para aquela poção mal-feita, aplicar em você, discutir com Dumbledore por causa dessa ideia insana de deixar você praticar suas loucuras em uma sala do castelo e ter que aceitar isso, você ainda me vem com essa piadinha de cantada barata?

Então foi isso o que aconteceu. Tadinho do Dumby, deve estar com os ouvidos doendo. Até parece, ele deve estar rindo da situação, ele sempre se diverte com isso. É, ele gosta de se divertir com a desgraça alheia, só pode.

– Bem, tinha que quebrar o gelo né? Provavelmente você não iria responder a nenhuma de minhas perguntas tão cedo...

Ele deu outro risadinha e voltou com a garrafa na boca, tomando um gole bem grande.

– Você está parecendo um bêbado assim... Sua reputação vai por água abaixo se lhe virem assim.

– Quer provar?

_ Um professor não deveria oferecer bebidas para uma aluna, principalmente porque ela é menor de idade.

_ Uma aluna não deveria beijar seu professor num lugar publico.

– É verdade, estamos quites.

Hum...Eu e ele ali sozinhos, minha mente já vai começar a ficar maliciosa...Pode parando dona Lilith, você não deve fazer nada errado, imagine se for expulsa logo no ultimo ano? Mas e se ele fizer alguma coisa? A culpa não vai ser minha...Não, você não vai provocar para que ele faça algo, pode parando menina tarad...

– Vai ficar aí parada olhando pro chão? - ele interrompeu meus pensamentos.

– Está me mandando embora?

– Acho que ainda está meio lerda para sair andando pelo castelo às duas da manhã. E se te pegarem, vai ficar em detenção, o que levará a sua expulsão. Você sabe onde fica a porta.

– Eu não vou sair daqui para ser expulsa! - falei um pouco alto. Ele me ignorou. Sentei em sua poltrona e fiquei encarando ele, com uma cara - provavelmente - bem brava.

– Você não deveria beber essa garrafa toda.

– Eu sou de maior e faço o que eu quiser.

Levantei e, rapido demais para quem está meio lerda, tirei a garrafa de suas mãos e levei a boca.

TRECO HORRIVEL!!

– Acho melhor você começar com pouco...Opa! Não faça isso no meu carpete. - Falou ele quando fiz menção de cuspir o líquido. Olhei para ele com uma cara de como eu vou cuspir isso então. Ele sentou na cama.- Falei para tomar pouco, é uma tonta mesmo. Engole.

Fiz que não com a cabeça. Talvez eu pudesse cuspir dentro de um copo ou algo do tipo. Mas antes de começar a planejar qualquer coisa, Severus me puxou pelo braço - fazendo-me sentar na cama - , segurou meu queixo - me fazendo abrir um pouco a boca - e me beijou - fazendo-me pirar né?

Ele invadiu minha boca com a lingua e enquanto me beijava furiosamente, senti a bebida ir descendo pela garganta, quente como o fogo. Ele nos separou.

– Eu disse para engolir, não foi?

– S-severus... - balbuciei ofegante.

– Não me chame assim, sua louca.

E agora foi a minha vez de beija-lo. Passei os braços por detrás de sua cabeça, segurando com uma mão seus cabelos e com a outra a nuca. Ele pôs as mãos em minha cintura.

– Lílian...

Lílian? Ele disse Lílian? Meu nome não é Lílian querido, é Lilith...

PERAE! ELE TÁ ME BEIJANDO E PENSANDO EM OUTRA?

Separei-nos assim que ele disse aquele nome e ele me olhou com uma cara meio confusa.

– Eu tenho que ir. - eu disse saindo correndo dali. Fui direto para minha salinha e vi que realmente estava tudo limpo. Tranquei a porta e sentei no chão.

Por que raios ele me beijou?

Por que raios ele disse o nome de outra?

E por que raios eu estou chorando?