Raimundo retirou a seringa de uma maleta que estava sobre uma escrivaninha na sala; ele pegou o frasco contendo o líquido vermelho e o extraiu com a seringa. No frasco do líquido havia um aviso de precaução, pois ali continha produto tóxico ao ser humano. Era um soro esteroide que aumentava a capacidade da cobaia em 200%; por exemplo, se um rato fosse a cobaia provavelmente ganharia muito peso e se tornaria extremamente agressivo.

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– Prontinho. Agora só falta pegar a cobaia.

Tal cobaia era a aranha africana que ele tanto conseguiu para o seu experimento. Um macho da espécie, com cerca de 20cm de comprimento e com 200 gramas. O cientista se orgulhava, pois era uma aranha rara em perigo de extinção; e se o Ibama pegasse seria uma multa salgada. Por isso ele fez tudo às escondidas.

Como era também biólogo, ele conseguia manipular o aracnídeo com perícia. Retirou a tampa do frasco, segurou o bicho pelo cefalotórax e o levou até uma mesa que chamava de "mesinha de gênese"; injetou o líquido no abdome do animal, que contorcia com a entrada da agulha. Ele não havia enfiado tudo, apenas o suficiente. Colocou a aranha num aquário contendo terra, pedaços de madeira e afins.

– O idiota do Otávio me obrigou a fazer isso; o soro não estava pronto. Mesmo assim estou confiante, quando eu ganhar e esfregar na cara dele...

O homem foi até a geladeira e retirou 1 litro de Ipioca.

– Nada melhor do que a danada - encheu um copo atrás do outro. Raimundo se embriagou e dormiu no sofá da sala com a TV ligada.

...

No dia seguinte acordou com uma insuportável ressaca, dor de cabeça e tontura. Havia sete chamadas perdidas de seu chefe, mas ignorou. Lembrou-se que estava atrasado e que passava das dez horas da manhã. Fez pouco caso disso e foi ao seu laboratório.

– O que... o que aconteceu aqui?!

Os aquários com os insetos foram destruídos. Olhou para o teto e viu uma vasta camada de teia. A visão era perturbadora, pois todos os insetos foram presos e mortos naquela teia. Foi procurar a aranha africana, mas o aquário estava completamente destruído.

– Droga, cadê você?

Virou-se rapidamente, quando foi atacado pela aranha. O animal saltou no rosto do homem que caiu ao chão. Tentou acertá-la, mas havia sido ferroado e, pouco a pouco, foi paralisando por causa do veneno.