A escada para o primeiro andar estava bem a frene dos três. A ficha de Ling ainda não havia caído, pois seu olhar espantado fitava a porta de saída na frente deles sem piscar.

– Conseguimos… - diz Yong com um certo brilho nos olhos ao avistar a enorme porta.

– HAHAHA… Conseguiram mesmo meu caros.

– Como? - exclamam os três ao verem os espíritos malignos se materializando em frente a porta.

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– Vieram exatamente onde você disse irmão - diz um dos espíritos.

– Hehe, eu sabia que aquele garoto estava ajudando eles - comenta.

– Garoto? De quem ele está falando? - questiona Ling fitando Ho sem entender do que estava falando.

– É por isso que você estava falando sozinho não é mesmo? - Yong começava a entender.

– Vocês fizeram bem em sobreviver até agora - começa o líder dos espíritos – Mas a sorte de vocês termina aqui! - os três avançam escada acima.

– Por aqui! - Ho pega os amigos pelo braço correndo em direção aos espíritos – Quando eu disser vocês pulam pro lado - avisa. Os espíritos se aproximavam rapidamente, não somente pelo fato dos jovens correm em sua direção, mas também por serem muito veloz. A cada segundo que passava a figura dos três homens se tornava mais assustadora devido a seus olhares fixados nos jovens e sorrisos maquiavélicos em seus rostos – Agora! - com o grito do garoto, Ling e Yong pulam cada um pra um lado. Os espíritos previam isso e os pegariam, se Ho não tivesse se jogado pra frente pulando sobre os três.

– Como você fez isso? Você não deveria poder nos tocar, ao menos que estivesse morto ou se permitíssemos. O que não fizemos. - um dos espíritos tentava entender o porquê do ocorrido. O jovem apenas sorri.

– Por sorte esses sofás estavam aqui - comenta Ling observando Yong que também havia caído sobre um sofá velho.

– Entendo… - diz o líder dos espíritos – Você vai realmente tentar nos impedir de completar nossa vingança? - ele encara Ho – Onde está o garoto?

– Bem aqui! - enquanto dava atenção ao falso Ho, o jovem guiara seus amigos em direção a porta, e agora corriam apreensivos em direção a mesmo – Te devo nossas vidas - diz Ho agradecendo ao espírito do jovem que retornava a sua forma desfocada. Ele responde com um sorriso.

– Não iram fugir assim tão fácil! - os três amigos foram com total velocidade até a porta pensando que a mesma estaria aberta, porém estavam enganados.

– Não… Agora não… Por favor, abre. - agora era Ho quem não entendia o porque de não poderem sair.

– Ele não vai deixar vocês saírem… - diz o líder dos espíritos – Não todos vocês.

– Ele? De quem está falando? - pergunta Ho.

– O castelo… Ele percebeu que um de vocês já vive aqui! - diz o espírito maligno.

– Um de nós vive aqui? - Ling fica cada vez mais confusa. Porém deixa isso de lado ao perceber Ho caminhando em direção aos espíritos com um sorriso diferente no rosto – Ho? O que está fazendo? - ela tenta alcançá-lo, porém é impedida por Yong – Porque ele está indo pra lá?

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– Agora eu entendi… - Yong puxa a garota pra perto de si – Agora eu sei porque só o Ho escutava aquela voz. Porque ele sabia como sair daqui…

– Do… Do que está falando? - Ling ficava cada vez mais preocupada.

– Foi você quem me ajudou lá em cima não foi? A fugir desse cara. - Yong pergunta olhando para o espírito desfocado, que agora começara a ganhar forma.

– Sim…

– Do que vocês estão falando? - Ling aumenta o tom de voz.

– Eu não vou sair com vocês daqui! - responde Ho no mesmo tom de voz da garota.

– O que? Porque? Estamos tão perto. Só precisamos dar um jeito... nessa... porta. - ela tenta empurrar pra abrir.

– NÃO! - exclama – É como ele disse, não poderemos sair todos daqui. Só… Não se esqueçam de mim. - ele tenta forçar um sorriso tranquilo – Vocês foram meus melhores amigos.

– Ho… Você não pode! Eu fico no seu lugar! - a fixa de Ling caíra tarde demais, alias… Desde o momento em que entraram no castelo seus destinos já estavam traçados.

– Eu agradeço pela oferta Ling, mas… Acredito que não podemos escolher quem irá ficar - o jovem fica ao lado do espírito que os ajudara, e o mesmo que mudava sua forma ficara com a mesma aparência de Ho.

A grande porta do castelo se abre lentamente. Yong tem que usar de força pra tirar Ling, que estava aos prantos, de dentro do local. Ao alcançarem a rua asfaltada, os dois amigos observavam o castelo, a figura de Ho aparecia em uma das janelas os observando com um sorriso no rosto.

[...]

Era como se Ho não existisse mais. Ninguém se lembrava do jovem depois do ocorrido. Ling e Yong eram os únicos, e por isso, passavam todos os dias na frente do castelo que levara seu amigo. Sempre parando por alguns segundos em frente o mesmo, observando as janelas a procura da imagem do amigo, até o dia em que a prefeitura da cidade decidiu que a construção era perigosa devido a sua idade e a demoliram. E então, num dia qualquer ao visitarem a biblioteca da escola, os dois amigos se deparam com a imagem de Ho, em um livro de história que contava tudo sobre os moradores daquele enorme castelo, com a data de sua morte. Quinze anos atrás, exatamente no dia de seu nascimento, cinco anos antes dos três se conhecerem no primeiro ano na escola. Até hoje eles guardam aquela foto, como recordação do grande amigo que salvou suas vidas.