Capítulo XII - Can’t Bring Me Down

Tinha chegado a hora de quebrar as barreiras de sua mente corrupta, a hora de bater na porta do céu e virar o mundo de ponta cabeça; Naos estava no meio do nada, a cidade mais próxima estava a incontáveis quilômetros de distância, não havia sequer uma montanha ou árvore atrapalhando sua visão e não tinha ninguém ao seu lado para distrai-la de seu objetivo – era só ela, o céu azul-marinho quase preto enfeitado com luas e astros distantes e uma estrela cortando a noite, uma estrela que Naos clamaria para si.

Naos tinha certeza que o evento do astro cortando a abóboda celeste não tinha durado mais que dez segundos mas, a mente agitada da garota fizeram aqueles instantes durarem infinitas horas e seus pensamentos não sessaram por um segundo sequer.

“Os humanos não podem mais voar porque eles mesmo quebraram suas asas, asas encharcadas em arrogância que pesaram ao ponto de fazer o céu deles cair.” Suspirou em um sussurro dando voz a seus pensamentos. “Qualquer um no meu lugar seria egoísta e pediria para ascender, mas eu não preciso disso... Sempre tive certeza de que já sou uma estrela.”

Qualquer pessoa que trombara com Naos em sua curta viagem veria a máscara feita de ódio e pó de estrela cair nesse exato momento e ninguém jamais imaginaria tal ato.

“Meu plano finalmente chega em sua conclusão; não haverá ganhador nessa partida bagunçada, mas o jogo em fim acabaria... O mundo mudará essa noite, depois desse meu desejo.”

Ela sorriu.

“Porque mortal nenhum merece depender de estrela alguma. E porque nosso lugar é no céu e não no maldito chão.” Respondeu a garota como se alguém tivesse perguntado... Sua mentira finalmente podia acabar e o maldito desejo de sua avó – “pelo bem dos humanos e das estrelas” –, encontraria seu tão merecido fim.

Sua estrela já estava caindo então a garota juntou as mãos perto dos lábios em um movimento gracioso e, com a cabeça olhando para o alto encarando a sua longínqua irmã cadente, disse seu desejo com uma coragem que não sabia que tinha para o nada que lhe rodeava.

“Eu desejo...” Disse tentativamente em um sussurro. “Eu desejo que mais nenhuma estrela caia do céu e que, por consequência, nenhum humano jamais suje uma estrela com seus desejos egoístas de novo.” Terminou pisando firme e sorrindo de orelha a orelha.

Estava feito.