Estrela da Alva
Visita
POV. Bella Swan
Ao final da primeira semana eu estava destruída, apesar de ter me adaptado completamente à rotina de aulas e de conversar com todos, a ausência de Edward me feriu profundamente, ele não havia aparecido em nenhum dia após o nosso reencontro e eu sabia que a família dele estava me odiando por isso, principalmente Rosalie, que não poupava olhares furiosos em minha direção; eu decidi me manter o mais distante possível, principalmente depois da quarta-feira, quando Alice tentou se aproximar de mim na hora do almoço, eu entrei em pânico, com medo de que ela viesse me acusar assim como a vampira loira, do seu olhar de desprezo e de ouvir que eu havia deixado de ser importante pra ela, então me esgueirei covardemente para fora do refeitório e assim foi também no estacionamento e nos dias consecutivos. Eu estava desesperada para manter esse confronto o mais distante possível.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Na sexta-feira à noite Charlie estava preocupado, ele não havia me dito nada, mas eu o conhecia como a palma da minha mão.
—O que foi? -Sondei enquanto jantávamos, ele me encarou surpreso.
—O quê? -Franzi a testa o analisando minuciosamente.
—Você está nervoso. -Ele desviou os olhos embaraçado.
—Não estou não.
—Você está, Charlie; eu reconheço os sinais. -Ele engoliu em seco. -E então? -Charlie apertou o garfo entre os dedos batendo-o repetidamente em seu prato.
—É que...
—Pare com isso! -Exigi quando aquele barulho começou a incomodar.
—Me desculpe.
—O que foi, Charlie?
—É que...
—É que...? -Incentivei impaciente, ele suspirou.
—Billy e Harry me chamaram para pescar amanhã. -Franzi a testa confusa.
—E o que tem isso?
—Eu não queria ir.
—Você com certeza quer ir, querido. Você só não quer me deixar sozinha em casa, estou certa? -Anuiu. -Charlie, eu não sou mais criança, posso me virar sozinha; não quero que mude sua rotina apenas porque estou aqui. -Ele apertou os lábios.
—Não posso te deixar sozinha.
—É claro que pode, e vai. Não quero vê-lo aqui amanhã -Sentenciei recolhendo os pratos na mesa e levando-os para a pia.
—Mas...
—Nada de “mas”, eu vou ficar bem, acredite; além do mais, eu pretendo aproveitar a sua ausência para fazer uma faxina aqui em casa e colocar alguns trabalhos em dia.
—Mas a casa nem está suja. -Argumentou franzindo o cenho.
—Não discuta comigo, Charlie Swan.
—Ok, ok… tudo bem. -Eu ri. -Você tem certeza? Se quiser pode vir com a gente. -Sugeriu.
—Pescar...? -Questionei com uma careta. -Não, obrigada. Sabe que não é o meu forte.
—Vamos lá, Bella. Billy ficará feliz em vê-la.
—Eu sei disso, mas terei que declinar do convite; estou cansada, a semana foi corrida, tudo que eu quero é ficar em casa. Além do mais, sei que você e aquele velho sem vergonha só querem me colocar em situações constrangedoras na frente dos outros. -Acusei, Charlie riu.
—Não te colocamos em situações constrangedoras. -Defendeu-se.
—Uhum... Não mesmo. -O sarcasmo era evidente em minhas palavras.
—Tudo bem, se não quiser ir... Só não diga que não a convidei, Billy arrancaria os meus órgãos se ouvisse isso. -Falou com um leve tremor, sorri.
—Não se preocupe. De qualquer forma, eu agradeço. -Ele assentiu. -Agora eu vou subir, a louça é sua hoje espertinho, eu lavei duas noites seguidas. -Charlie fez uma careta.
—Ok. -Respondeu contrariado e eu ri.
—Boa noite, C. -Murmurei dando um beijo em sua cabeça.
—Boa noite, mãe. -Respondeu enquanto eu me afastava em direção às escadas. Entrei no quarto e segui direto para o banheiro, fiz minha higiene, vesti a minha camisola rosa-bebê e voltei para o quarto me enfiando debaixo das cobertas. Eu estava tão cansada que logo adormeci.
Quando desci na manhã seguinte ainda era cedo e Charlie ainda não havia levantado, aproveitei para fazer o nosso café da manhã e quando eu me preparava para colocar a mesa a campainha tocou. Franzi a testa reconhecendo o cheiro de chocolates e rosas, andei a passos apressados em direção à porta.
—O que aconteceu? -A garota sorriu.
—Bom dia para você também. -Respondeu dando um beijo em minha bochecha e entrando na casa, revirei os olhos.
—Lizzie, por favor, o que aconteceu? -Pedi angustiada. Fechei a porta seguindo-lhe até a sala.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—Não aconteceu nada, eu só vim te fazer uma visita.
—Mas você não deveria estar na Itália. -Ela fez um gesto displicente com a mão.
—Isto é apenas um detalhe. Onde está Charlie? -Apertei os olhos já entendendo o que estava acontecendo.
—Charlie Swan, foi você quem a chamou!? -Gritei indignada.
—Pelas barbas de Merlin. -Lizzie reclamou se encolhendo, ainda foi preciso gritar mais duas vezes para que Charlie aparecesse com o rosto inchado e confuso.
—Eu chamei quem? -Seus olhos se arregalaram surpresos. -Lizzie!?
—Oi, maninho. -Charlie desceu as escadas pulando dois degraus de cada vez e a envolveu em um abraço apertado, ele a levantou do chão, girando-a, assim como tinha feito comigo no aeroporto.
—Meu Deus, como eu estava com saudades. -Ela riu.
—Também senti sua falta, tampinha. -Charlie se retesou incomodado.
—Nós temos a mesma altura, Lizzie.
—Agora.
—O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa? -Ele a encarou preocupado, que fez uma careta.
—Então você não a chamou? -Inquiri ainda incerta. Charlie negou.
—Ei, eu ainda estou aqui. -Nós dois a encaramos. -O que foi?
—Você não nos respondeu. -Charlie e eu apontamos ao mesmo tempo, ela revirou os olhos.
—Vocês dois são muito chatos. Eu já disse, vim fazer uma visita.
—Eu pensei que você só visitasse a Itália. -Charlie acusou.
—Isso é ciúmes, chefe Swan? -Ele revirou os olhos.
—Não, é claro que não.
—Uhum... sei... de qualquer forma, eu vim porque precisava verificar o que estava acontecendo aqui. -Explicou. Charlie e eu trocamos um olhar nervoso.
—Tudo bem... -Lizzie o encarou desconfiada.
—Você sabe, não sabe?
—Eu não. -Se apressou a dizer. -Eu... estou de saída, vou pescar com Billy e Harry. -Comunicou já se afastando em direção as escadas.
—Espera, Charlie. O que você está escondendo? -Exigiu caminhando em sua direção. Ele me lançou um olhar em pânico.
—Não estou escondendo nada. -Rebateu pulando para longe dela.
—Se não está escondendo nada, por que então não me deixa te tocar?
—Eu... eu... preciso ir. -Falou disparando escada acima. Se não fosse tão trágico, a situação seria cômica. Lizzie se virou para mim desconfiada.
—Pode começar a falar. -Rolei os olhos tentando conter o nervosismo.
—Você está paranoica, amor.
—Sério!? Eu acho que não.
—Esquece isso. Você veio passar o final de semana ou apenas o dia? Posso preparar o seu quarto. -Suspirou me lançando um olhar desconfiado.
—Vou ficar o final de semana, meu Bebê não vai se importar. -Abri um sorriso zombeteiro.
—Se você diz... -Lizzie riu revirando os olhos.
—Vai fazer o quê hoje? -Dei de ombros.
—Faxina, trabalho, livro ou filme, cama. -Ela me lançou um olhar incrédulo.
—Não brinca. -Sorri.
—Eu não estou. -Lizzie abriu a boca para reclamar, mas eu a interrompi. -Já tomou café? -Ela meneou a cabeça. -Então venha, eu já estava pondo a mesa quando você chegou. -Lizzie sorriu animada. -Charlie, desça para o café. -Gritei do primeiro degrau.
—Eu estou bem. -Revirei os olhos.
—Desça logo. -Lizzie soltou uma risadinha jogando a mochila em cima do sofá e me seguindo em direção a cozinha. Ela me ajudou a preparar a mesa enquanto me contava as novas, Charlie apareceu minutos depois e se sentou o mais distante possível enquanto ela o encarava risonha; em um dado momento, Lizzie avançou sobre ele na intenção de pegar em seu braço, mas eu fui mais rápida a prendendo pelo ombro. -Elizabeth!!! -Repreendi, ela riu enquanto Charlie a encarava de olhos arregalados.
—Eu não poderia deixar de tentar.
—Eu... eu já vou indo. -Balbuciou se levantando.
—Tome o seu café, Charlie. -Ordenei, ele meneou a cabeça.
—Eu já tomei. -Era mentira, é claro, Charlie mal havia tocado na comida, mas decidi deixá-lo escapulir.
—Tudo bem, mande um beijo para Billy.
—Tá, tchau.
—Tchau, maninho. -Lizzie caçoou, Charlie saiu como uma bala.
—Por Deus, Elizabeth, parece uma criança; viu como o deixou? -Reclamei ao ouvir a viatura arrancar na entrada principal.
—Eu só estava brincando. -Falou fazendo uma cara de bebê inocente, revirei os olhos.
—Brincadeira sem graça.
—Mas teve graça sim. -Resmungou fazendo bico, apertei os lábios tentando conter o riso.
—Termine o seu café.
Lizzie voltou a tagarelar sobre várias coisas e eu tive que me esforçar para dedicar a ela toda a minha atenção, no final ela me ajudou a tirar a mesa e a lavar a louça deixando tudo arrumado.
—Você não disse o que vamos fazer hoje. -Comentou quando terminamos de guardar tudo.
—Eu disse. -Lizzie fez uma careta.
—Você não estava falando sério. -Dei um sorriso travesso.
—Eu estava.
—De jeito nenhum que eu vou te deixar enfurnada nessa casa um final de semana inteiro.
—E o que pretende fazer? -Questionei seguindo para a sala.
—Shopping. -Fiz uma careta.
—Não sei como você ainda não nos faliu. -Comentei pegando suas coisas no sofá e entregando a ela. Lizzie deu de ombros. -Vem, vamos arrumar o seu quarto.
O quarto dela era ao lado do meu, tinha o mesmo tamanho e também duas janelas que davam para a floresta, era creme com flores e ramos pretos. Segui até as janelas puxando as cortinas brancas para que a luz natural pudesse penetrar no ambiente.
—Precisa de uma reforma. -Reclamou jogando a bolsa em cima da mesinha redonda perto das janelas, revirei os olhos.
—Para você, todo lugar precisa de reforma. -Ela riu. -Eu vou buscar uma colcha limpa no meu quarto. -Informei já me direcionando para a porta, ela assentiu. Me apressei para fora deixando a porta aberta atrás de mim. Peguei no meu closet alguns lençóis limpos e uma colcha branca com flores rosas, quando estava voltando encontrei Lizzie sentada em minha cama com o retrato de Edward em suas mãos, estagnei surpresa; ela o virou para que a imagem ficasse de frente para mim.
—Sabe? Eu gosto dessa. -Engoli o nó que se formou em minha garganta, eu queria dizer que também gostava, mas em vez disso eu fiquei calada, não conseguiria proferir nenhuma palavra sem que desabasse. -Vamos? -Indagou devolvendo o quadro para o criado mudo e se levantando, assenti a seguindo para fora do quarto.
Durante toda a manhã Lizzie tentou me convencer a sair de casa, eu não queria, mas como ela fizera todo o esforço para me animar, decidi então ceder; almoçaríamos em Port Angeles e só então iríamos ao Shopping. Passamos a tarde enfurnadas em lojas e mais lojas, eu não me importava, gostava de passar esse tempo com ela.
—Você vai me dizer o que está acontecendo? -Sondou durante a nossa pausa na praça de alimentação.
—O quê? -Questionei com um sorriso confuso, ela suspirou.
—Eu passei a semana toda te ligando Bella e você estava sempre triste. O que está acontecendo? E não diga que eu estou paranoica porque até Lexi percebeu. -Meu sorriso desmanchou, meneei a cabeça.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—Não quero falar sobre isso Lizzie.
—Você precisa falar. -Encarei seus olhos verdes cheios de carinho e tomei coragem, contei a ela tudo o que aconteceu, Lizzie apenas me ouviu em silêncio, depois que eu terminei ela chamou a garçonete pedindo mais um milk-shake de chocolate. Esperei pacientemente. -Quando pretende contar a ele? -Sua pergunta direta me pegou de surpresa. Eu não tinha resposta.
—Eu não sei.
—Se demorar muito Tony pode não te perdoar.
—Eu sei. -Suspirei passando a mão pelo cabelo recém-cortado que agora estava na altura dos ombros.
—Eu não vou dizer nada por enquanto, mas você precisa resolver isso. -Assenti.
—Obrigada. -Murmurei, Lizzie anuiu um momento antes de chegarem com o seu pedido, ela agradeceu com um sorriso e assim que a garçonete se afastou ela tomou tudo de uma única vez, uma garotinha nos encarou de olhos arregalados e quando ela se inclinou para fazer a mesma coisa com o seu milk-shake de morango, Lizzie balançou a cabeça para ela que parou no mesmo momento. -Eu ia dizer que você parecia bem tranquila com tudo isso, mas acho que não. -A garota sentada em minha frente voltou a olhar para mim.
—Eu só preciso absorver, quem sabe mais tarde. -Anui.
Depois da nossa conversa voltamos para as lojas, mas a animação já não era mais a mesma, Lizzie estava distraída então decidimos encerrar nosso passeio e ir para casa, mas antes que pudéssemos nos afastar da última loja que estávamos, uma figura baixinha começou a se aproximar e eu entrei em pânico, era “Alice Cullen”.
—Vamos pelo outro lado. -Lizzie franziu a testa.
—Por quê?
—Eu explico depois. -Seus olhos encontraram Alice que havia sido interceptada pelo companheiro. -É ela? -Indagou com um leve sorriso nos lábios.
—É. -Ela me encarou com um olhar reprovador.
—Não vai fugir, vai?
—Eu não consigo Lizzie, vamos embora. -Choraminguei ao ver que Alice continuava se aproximando.
—Tudo bem. -Cedeu me puxando na direção contrária, olhei por sobre o ombro vendo Alice me encarar brava.
—Ela está com raiva. -Lamentei.
—Sim, eu sei. -Lizzie me arrastou para fora e assim que chegamos ao estacionamento ela tomou as chaves da minha bolsa. -Eu dirijo. -Apenas concordei vendo ela abrir a porta de trás e jogar as últimas sacolas lá dentro, mesmo que quase já não houvesse espaço. Entrei no carro enquanto Lizzie assumia a direção. -Você não poderá fugir para sempre. -Acusou.
—Mas ela estava brava, você viu.
—Eu sei, mas você precisa resolver isso mamãe, precisa deixar o passado ir.
—Eu não sei se consigo. -Lamentei.
—Tem que conseguir, eu não quero vê-la infeliz. -Olhei pela janela tentando conter as lágrimas que ameaçavam transbordar. -O marido dela é empata. -Soltou depois de um longo tempo de silêncio, encarei ela confusa.
—Quem? Jasper? -Ela assentiu.
—Ele estava tentando controlar a raiva dela, mas havia muitos outros sentimentos, a aura dele estava um pouco confusa.
—Você acha que ele pode ser também? -Lizzie deu de ombros.
—Teremos que investigar para ter certeza.
Fale com o autor