Você já teve a impressão de seu mundo estar desmoronando? Pois é exatamente assim que me sinto.

Nunca soube ao certo sobre meus pais, exceto o que Rumple me contou certa vez: meu pai estava morto. E essa foi a única coisa que ele me disse sobre o assunto. Mesmo pequena aprendi que se você não quer sofrer por algo, não deve pensar ou se importar com isso. E é exatamente o que faço. Talvez por ter sido abandonada uma vez tenho medo que isso aconteça novamente. Então nunca me agarrei a nada exceto a minha magia.

Agora descubro quem é minha mãe de verdade, e já não sei mais o que pensar. Antes eu preferia pensar que ela não gostava de mim e por isso me abandonou, mas se o que o Rumple disse for verdade já não sei mais em que acreditar.

Respiro fundo e tento manter minha calma, claramente isso não funciona, então faço uma enorme bola de fogo e atiro na árvore mais próxima. Droga. A maldita árvore pega fogo. Corro e lanço um feitiço para o fogo apagar, porém a árvore ficou um pouco danificada.

De cabeça mais fria, apelo para meu lado racional. Analisando os novos fatos com os que descobri desde minha chegada então temos: 1- Sou filha da rainha má, também conhecida como Regina. 2- Sou filha do rei, o que de fato faz de mim uma princesa legitima, e ainda por cima sou meia irmã da Branca de Neve, aqui conhecida como a sorridente Mary Margareth. 3-Isso faz de mim tia de Emma e Henry (além dele ser filho adotivo da minha mãe). 4- Sou neta da bruxa que me sequestrou. 5- Isso é sem dúvida alguma a árvore genealógica mais bizarra do mundo.

Não cheguei a ver minha mãe desde que cheguei, porém não posso ir correndo e bater na porta dela e falar oi sou a menina que você abandonou, já que ela está aliada a minha vó (não quero correr o risco da velha me prender de novo), até mesmo porque nem sei onde ela mora.

Acho que só a uma coisa a se fazer: Voltar a loja do Rumple. Pelo menos lá se eles forem me aprisionar a chance de que eu possa escapar serão maiores do que as chances de fugir da minha avó psicopata. Pelo jeito David não confia em mim, e com razão, já que o senhor Gold fez minha cova. Então terei que me desculpar com Mary e dar lhe meu melhor olhar de arrependimento, acredito que Emma não será problema.

Me transporto para próximo da loja, mas o que vejo me surpreende. David estava caído do lado de fora, aparentemente minha vovó tinha chegado lá. Corro até ele “Você está bem?” ele está meio zonzo mas responde “Eu vou ficar”, não esperei para ver se ele iria continuar, apenas entrei. Devo dizer que a magia que emanava dali era perceptível. Foi quando cheguei e Cora estava prestes a matar Rumple, inconscientemente eu gritei “Não”, chamando sua atenção “Ora, ora. Se não é a adorável Rebecca. Diga-me querida seu mestre já lhe contou quem eu sou?” Respirei fundo, agora era o momento de ganhar tempo. “Digamos que sim” dei de ombros. “Então o que você fará com ele?” Deu zebra, o que faço agora!? “Que tal a senhora ir embora, e deixar ele se recuperar.” Eu arrisquei, ela me olhou com raiva “Fraca” Como assim aquela velha ousa me chamar de fraca? Conjurei uma bola de fogo e lancei nela. “Você não deveria ter feito isso.” Ela absorveu o fogo com as mãos e lançou um feitiço de congelamento em mim “Te ensinarei bons modos mais tarde”.

Quando ela estava prestes a mata-lo uma mulher chega apressada e enfia algo dentro de Cora, sei muito bem o que é: um coração. Claro a velha parece criar um juízo instantâneo que não dura muito tempo, pois ela começa a passar mal. Aparentemente aquele coração estava enfeitiçado.

Por fim minha avó morre, deixando minha mãe desamparada. Não sei como, mas algo dentro de mim sabe quem ela é. Rumple diz algumas palavras a ela, não muito amistosas acredito, já que ela o ameaçou. Sem falar no fato de que ela jurou matar Mary, me parece que ela enfeitiçou o coração e o entregou para minha mãe.

Foi então que finalmente o feitiço que Cora havia lançado em mim acabou. Com o impacto eu fui parar atrás de um móvel, ficando deitada e imóvel. “Mãe para” eu gritei, quando ela estava prestes a arrancar o coração de Mary Margareth. Logicamente ela se virou em direção a mim, acredito que ela se assustou comigo, afinal não é todo dia que uma garota grita te pedindo para parar de arrancar o coração de uma pessoa. De fato ela parou, e pareceu me reconhecer, acredito que devido a nossa grande semelhança, porém Emma apareceu sei lá de onde e ficou no meio do caminho e pediu para Regina ir embora. Ela parecia tão confusa que desapareceu em fumaça, e eu não conseguindo falar mais nada apenas assisti.

“Você tem certeza?” Emma me perguntou, “Absoluta” eu respondi, e caminhei em direção a porta, porém não antes de dizer “Pode ir Emma, eu ficarei bem”. Já era noite quando finalmente Emma me levou a casa da minha mãe. Os acontecimentos das últimas horas deixaram todos confusos, mas eu queria ver ela novamente o mais rápido possível. Tomei coragem e toquei a campainha. A porta foi aberta com violência, porém quando nossos olhares se encontraram ficamos ali nos encarando por um tempo, até que tomando coragem eu disse “Oi, sou Rebecca” eu iria completar com: sua filha, mas acho que com os acontecimentos de mais cedo isso está bem implícito. Eu achei que ela iria me acusar de ajudar Mary ou até mesmo dizer que eu era uma farsante, contudo fez algo que me surpreendeu ainda mais, ela me abraçou.