Entre elfos e vampiros

Medo de tartaruga-leão


Levanto da minha cama para me arrumar para a escola, raramente acordo com alguma fome, esse foi um dos casos, esquentei um pouco de sangue e coloquei numa garrafa térmica e fui para o lado de fora, hoje estava frio, então eu não precisava lutar com a sombrinha para ela ficar numa posição onde nenhum raio de sol me pegue, olho para o lado e vejo Meren saindo de casa com um casaco bem grande e um cachecol.

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— Está com tanto frio assim?

— Dizem que os ruivos sentem mais frios

— Acho que daqui a uma hora esquenta, mas não tenho certeza

— Tudo bem, vamos logo antes que eu congele aqui

— Nem está tão frio. - digo começando a andar

— Você não sente todo esse frio? Só falta começar a nevar

— Eu estou morta, eu sou fria. - estendo minha mão para que ela toque, encosta os dedos na palma da minha mão por um milésimo de segundo e começa a tremer de frio de novo

— Em um dia normal eu não me importaria de tocar na sua mão, mas hoje está frio demais

Chegamos no porto mais cedo, porque decidimos apostar corrida, ela era supreendentemente rápida para um elfo, chegou perto de ganhar, mas eu consegui ser 1 segundo mais rápida. Dessa vez fizemos a viagem na parte de dentro do navio, Meren disse que se ficasse no deque o rosto dela congelaria.

Na escola, Lex, Kay e Wen fora muito gentis e amigáveis com Meren, me pergunto se ela também não tinha amigos elfos na escola, acho que o pai dela estava certo, ela era mesmo meio antissocial. Na aula de hora eu finalmente aprendera a voltar no tempo, consegui apenas alguns minutos, mas para um vampiro era uma grande vitória, até mesmo alguns lobisomens da minha classe tiveram dificuldade e só conseguiram voltar alguns segundos.

Pegando o barco de volta para casa pudemos ficar no deque, estava um pouco mais quente, então tive que brigar com a minha sombrinha para que eu não queimasse por acidente, Meren me empresou o casaco ela para que eu não pegasse sol, eu realmente não tinha tanta noção de frio e calor ( a menos que algum deles estivesse numa temperatura absurdamente alta), então eu não tinha problema em usa-lo naquele sol, ela amarara o cachecol na cintura.

— Tem algo de interessante para fazer hoje? - ela me pergunta enquanto caminhamos para casa

— Não, acho que vou ficar vendo televisão com a Hana

— Pode ficar na minha casa, não é como se fosse tão longe mesmo

— Não tem problema?

— Não, meus pais sempre me imploraram para fazer amigos, eu nunca os vi tão felizes

— Por que não gosta de fazer amigos?

— Acho que a maioria das crianças da minha idade não gosta muito de sentar e ler, então não temos muito em comum

— Não temos quase nada em comum e somos amigas

— Mas eu gosto de você. - ela da de ombros - Ah, o que é aquilo? - pergunta encarando uma parte da praia onde a água batia em uma pedra estranha

— Quer ir ver?

— Na verdade pode ser perigoso

— Mas é uma pedra

— Pedras podem ser perigosas. - eu não dou ouvido e agarro sua mão descendo da calçada e deslizando uma parte estreita até meus pés tocarem a areia, caminhamos pela areia enquanto ela tentava se soltar de mim - E se for uma pedra mutante? Pode ser muito perigoso! Ela pode nos matar e comer nossos órgão como o coelhinho! - ela dizia se debatendo

Chegamos até a "pedra", parecia mais um casco na verdade, tinha cor verde escuro e parecia ter se estregado no lodo, bati de leve no casco para saber se tinha algo dentro e uma cabeça começou a sair de um dos buracos, parecia uma tartaruga, mas tinham alguns pelos e um focinho de leão.

— T-t-t-tartaruga leão. - Meren gaguejava

— Vamos, ela não vai te devorar, olhe como é pequena

— E-eu esqueci de alimentar meu gato. - ela diz tentando correr enquanto eu ainda a segurava

— Você não tem gato

— Esqueci de alimentar meu pai! - sorri achando que pode me enganar

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Meren suspira e se agacha perto da tartaruga-leão, passa a mão por cima da cabeça do animal e consegue se acalmar.

— Ela parece perigosa agora?

— Não, mas a mãe dela parece. - diz sorrindo e agarra minha mão, tiro os olhos da tartaruga-leão e olho para o mar, uma ainda maior, quase do tamanho de uma ilha estava no escarando e nadando em nossa direção - Corre

Ela me puxa e começa a correr, não tenho nem tempo de olhar para trás, não acho que ela nos seguiria para fora da praia, mas Meren não parava de correr, passamos um pouco de nossas casa e paramos na frente de um café.

— Acha que estamos seguras? - ela pergunta arfando

— Estavamos seguras 3 quilômetros atrás

— Bem, melhor prevenir do que remediar, me agradeça por salvar sua pele

— Pois bem, obrigada

— De nada. - ela olha para o café atrás de nós - Quer comer alguma coisa?

— Você vai pagar?

— Só se ficar me devendo um favor

Eu concordo e entramos no local, haviam apenas elfos lá dentro, como era de se esperar, mas era bem estranho ser a única vampira. Ela se senta perto da janela e eu sento do lado dela para me proteger do sol, a garçonete vai até nossa mesa e me encara curiosa por um tempo, Meren pede um parfait de chocolate, pensando bem eu não deveria ter aceitado, eu não posso comer as comidas que eles servem aqui, Meren percebe que eu estava escarando o cardápio fazendo uma careta.

— Moça, vocês tem sangue aqui? - ela pergunta da garçonete, que faz uma cara confusa

— Bem, não costumamos ter vampiros por aqui, mas acho que temos... Prefere de tubarão-ieti ou castor-carnívoro?

— Castor-carnívoro, por favor

Ela sorri e volta para a cozinha.

— Você não tem medo de historias de terror, mas tem medo de falar com outras pessoas

— Não tenho medo! - cruzo os braços

— É bom ter medo, meus pais dizem que quem não tem medo de alguma coisa nunca fez nada na vida

— Eu estou morta

— Mas continua aqui. - ela segura minha mão - Não parecem tão geladas quando a gente se acostuma. - sorri

Nossos pedidos chegaram em pouco tempo, Meren fica curiosa com o que eu estava bebendo e oferece uma troca, eu provo um pouco do que ela estava comendo e ela bebe um pouco do meu, ambas fazemos uma careta e trocar de volta, como ela conseguia comer aquela gosma gelada?

Depois de sair da cafeteria fomos para a casa dela e passamos boa parte da tarde treinando nossas magias, apesar de não sermos muitos boas ainda era melhor do que nada, ela disse que talvez pensasse em virar uma guerreira junto comigo no futuro, imaginei se ela não sentiria medo de lutar numa guerra, mas acho que não me importaria de lutar junto com ela, mesmo se eu precisasse protege-la caso ela fique assustada.

— Vamos treinar muito para sermos as melhores guerreiras de Taminy, ok? - pergunto a ela

— Vamos sim, vamos sim!

— Mas você não pode sentir medo, tem que ser forte

— E se eu ficar com medo?

— Você não vai poder ser uma guerreira se sentir medo, então não poderemos lutar juntas

— Mas e se eu for uma guerreira e depois sentir medo?

— Então eu terei que proteger você

— Promete?

— Prometo. - digo sorrindo e balançando a cabeça afirmativamente

— Então eu vou tentar ser o mais corajosa possível para você não ter que se preocupar

— Quer tentar ser corajosa agora?

— Quero, quero!

— Então pode tentar subir na arvore, é uma tarefa fácil, não é?

— Eu vou!

Ela começa a subir a arvore do quintal da casa dela meio desajeitada, consegue subir pouco mais de 2 metros e se senta em um dos galhos dela.

— Uau, você realmente conseguiu. - ela sorri para mim

— Crianças, venham para dentro, está ficando escuro. - a mãe de Meren fala da cozinha

— Você tem que descer agora. - digo a ela

— Estou presa....

— O que?!

— Não sei descer

Suspiro e subo na arvore com ela, digo para ela de agarrar nas minhas costas e consigo descer, ela agradece e vamos para dentro, o pai da Meren estava sentado no sofá vendo televisão, conversei um pouco com ele e com a mãe dela, mas depois tive que ir para casa, meus pais já deveriam estar começando a acordar. Antes de irem para o trabalho contei para os dois sobre o que aprendi na escola e mostrei o que já conseguia fazer, eles ficaram muito felizes, infelizmente em pouco tempo eu já estava sozinha de novo, subi para meu quarto e fiquei bastante tempo na cama pensando no que eu faria depois de sair da escola, eu teria que treinar bastante para o teste de admissão na academia de futuros guerreiros, estava decidida que eu dominaria meus poderes e conseguiria virar uma guerreira no futuro, principalmente para agradecer a mestra Ophis por ter nos ajudado quando nossa vida estava em risco. Comecei a me senti sonolenta.

— Sabe, Hana. - digo bocejando - Quando eu for maior eu ser muito forte e vou proteger muitas pessoas, as Meren também vai fazer isso, mas se ela não tiver ninguém para protege-la eu irei cuidar dela. - me espreguiço na cama - Ai se eu não tiver ninguém para me proteger ela com certeza vai estar lá, assim nada me ruim vai acontecer com nenhuma de n... - fecho os olhos e acabo pegando no sono antes de terminar de falar