Entre Otakus

Harry


Quando Harry parou na frente da casa de Rony, Gina vinha chegando com uma cara de desligada. Assim que seus olhos se cruzaram, ela fez uma carranca e correu para abrir a porta de casa, antes que ficasse travada com ele na entrada.

Harry fechou o carro as pressas e tentou alcançá-la, pois claro que não haveria clima para se falarem quando adentrassem na casa com todos os Weasley presentes, mas a ligeira garota passou pela porta quase o fechando do lado de fora.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Deixou-o pra trás para fechar a porta.

— Gina... — tentou chamá-la em vão, já alcançara a sala.

Timidamente, com medo de que na sua constante infantilidade a ruivinha tivesse comentado alguma coisa sobre o desastroso almoço deles, entrou no recinto. A Sra. Weasley, que já havia retornado da casa da irmã, assistia tv com o Sr. Weasley sentados no sofá maior. Rony dormia atravessado na poltrona e Gina passava para as escadas em direção ao seu quarto.

Quando os pais de Rony o descobriram no canto da parede não esboçaram desaprovação. Isso o deixou mais calmo.

— Harry, querido! — Molly sorriu largamente.

— Olá, Tia Molly. Tio Arthur — era como os chamava na maioria do tempo, embora não houvesse nenhum parentesco.

— Como entrou? Não escutamos a sineta. — Molly o interrogou.

— Gina abriu a porta pra mim. — e ouviu uma risadinha engasgada da garota que subia as escadas.

— Como estão as coisas?

— Ótimas.

O amigo continuava num sono ferrado no sofá.

— Ele caiu no sono, pra variar. — anunciou Arthur risonho, apontando para o filho.

— Me pergunto aonde ele arruma tanto sono. — completou a esposa — Roniquinho já saiu da adolescência faz tempo, mas dorme como tal. RONY!

— Não se preocupa, Tia Molly. Vou subir ali para falar com a Gina e já volto pra dar um cutucão nele.

Sentindo as pernas pesarem por ter que encarar a fera, Harry subiu as escadas. A caçula Weasley abria a porta do quarto.

— O que você quer? — retorquiu carrancuda sem fitá-lo.

— Conversar como adultos. Pode ser? — segurou a mão dela para que não pudesse correr e se trancar no cômodo.

Gina lhe cedeu espaço para entrar em seu território, contudo não fechou a porta para criar alguma privacidade. Ele teve de fazer isso.

— Por que se comportou daquele modo no restaurante?

— Não acredito que quer falar comigo para me passar sermão! — ela jogou sua bolsa na cama e tirou a jaqueta.

O rapaz reparou em sua cintura estreita embaixo da blusa de lã.

— Nada disso. Só quero saber por que anda tão hostil comigo?

Ouviu-a rir agudamente e a viu se abaixar para pegar sapatos mais confortáveis embaixo da cama. Seu traseiro redondo virado para ele chamou a atenção de seus olhos. Tinha alguma coisa errada, porque a pirralha que conhecia era uma tábua reta.

— Por que acha que estou sendo hostil com você?

Ela sentou na cama para tirar as botas.

— Porque... — Harry ficou levemente hipnotizado com a pele branca da panturrilha sendo exposta.

— Ah! Deixa que eu respondo essa! — Gina o cortou — Porque não estou puxando seu saco! Sorrindo bobamente, aceitando suas patadas de bom grado e, principalmente, porque não estou suspirando cada vez que passa na minha frente.

— Tem alguma errada com você, definitivamente! — ele contra-argumentou, perturbado por estar admirando os atributos femininos da garotinha Weasley chata e insistente. — Antes a gente dava risada junto. O clima na casa quando vinha visitar seu irmão era mais leve.

— Pra você, com certeza. — lhe deu um sorriso amarelo e ia começar a tirar a calça jeans quando se deu conta de que era ele, Harry Potter, quem estava ali no quarto com ela.

— Gina... Se andei te magoando, desculpa, mas quero ficar numa boa com os irmãos do meu amigo. Proponho um jantar para selar nossa antiga amizade.

— Harry: vai pro inferno! — berrou. — E sai daqui que quero me trocar!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Com a dignidade ferida e nenhuma solução, ele acatou e saiu. Rony já subia as escadas com a cara gigante de sono.

— Tava fazendo o que trancado no quarto com a Gina? — perguntou bocejando.

— Hã... Que? Eu...? — riu nervosamente. — Só conversando, oras!

— Ela tá brava com você. O que fez, hein?!

Harry encarou a porta fechada, querendo esganar a ruivinha. Então ela tinha dado com a língua nos dentes para alguém.

— O que a pirralha te disse?

— Nada. Só ficou te xingando uns dias atrás.

Ele seguiu o amigo até o banheiro, onde foi escovar os dentes e jogar água na cara para acordar de vez. Voltaram a descer as escadas na direção do quarto dele.

— Gina é surtada, não tem nem o que argumentar. — desconversou.

Acompanhou ele para dentro da bagunça perpétua do quarto e Rony começou a lhe contar sobre seus encontros com Lilá.

— Essa menina é uma vagabunda mesmo! — exclamou sem papas na língua.

O ruivo concordou com um aceno de cabeça.

— Pelo menos recuperei meu boné. — falou risonho.

— E tá até com uma cara melhor. — o outro notou ligando o Playstation e pegando o controle.

— Que milagre, vai jogar! O que quer?

— Alguma coisa que me faça matar bastante pra abandonar esse meu estresse. — disse com convicção.

Rony levantou e consultou seu acervo dentro da cômoda. Optou por GTA V segundo as especificações sentimentais do amigo.

— E estou tão de bom humor que quero até dar uma volta. — prosseguiu o ruivo colocando o jogo no console.

— Ah é? Pra onde?

— Sei lá. Tem alguma conhecida sua pra me apresentar?

Harry encarou-o perplexo.

— Sério?

— Seriíssimo. — o rapaz sorriu jovialmente.

— Nada de curtir sua típica fossa ou ficar se imaginando com mulher comprometida?

— Nadinha.

— Sabe o que eu acho?

— Eu sei. — Rony o cortou. — Que Lavander estava me “amarrando” através daquele boné.

— Fiquei até com medo agora. — mas por dentro sentia-se feliz por ver um sorriso confiante e auto-oportunidade no rosto de seu amigo de infância. — E nem tá chamando essa garota de Lilá mais.

— A partir de hoje, não quero chamá-la de mais nada. Vamos colocar um ponto final nesse drama.

— É isso aí!