Desaparataram no prédio onde Hermione morava e o clima ficou tenso novamente. Como era possível que ainda ficassem tão envergonhados quando estavam diante um do outro. A rua escura e silenciosa também não ajudou muito com a situação.

Hermione não sabia muito o que fazer, sentiu-se um tanto constrangida por estar ali, de frente com ele e não conseguir ao menos falar uma única palavra. Ali mesmo eles haviam se beijado na semana anterior e a situação estava realmente difícil agora. Odiava sentir-se assim. Não gostava que as palavras lhe faltassem.


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- Quer entrar?

- Já vou!


Os dois caíram no riso. Falaram os dois no mesmo momento e acharam a situação um tanto que pitoresca, para não dizer cômica. Se olharam novamente e o silêncio voltou a imperar. Essa situação entre eles já estava ficando sem graça e Hermione foi objetiva, falando primeiro desta vez.


- Quer entrar? Quer dizer, tomar um chá ou um chocolate. Se não estiver com pressa - ela tentou se explicar sentindo que a face esquentava.

- Adoraria - ele agradeceu com um sorriso.

Subiram para o apartamento pelo elevador. Rony sentia uma quentura percorrer o seu corpo quando estava ao lado dela e tinha certeza que nunca poderia explicar com palavras sobre o que sentia. O silêncio entre os dois estava cada vez mais sugestivo, mais desafiador. Ela retribuía com sorrisos encabulados cada novo olhar direcionado para ela.


- Vou fazer um chá pra nós - Hermione falou assim que entraram no apartamento - Fique a vontade - disse ao ruivo que sentou-se no sofá.

- Seus pais estão bem? - Rony tentou iniciar uma conversa.

- Ah sim - Hermione respondeu da cozinha - Estão sim.

- E sua mãe gostou da viajem?

- Adorou - Hermione respondeu um pouco mais animada - Ela trouxe uma caneca linda pra mim de lá.

- Que legal - ele disse se aproximando da cozinha, fazendo Hermione se desorientar rapidamente e derramar um pouco da água da chaleira.

- É sim - ela foi ainda mais rápida e o ruivo não percebeu o deslise. Acendeu o fogo e sentou-se a mesa. O ruivo a acompanhou.

- E então? - ele continuou - O que pretende fazer nas férias?

- Descansar - ela respondeu suspirando - Preciso mesmo relaxar.

- Poderíamos viajar juntos, digo... - ele adiantou-se ao ver a expressão da morena - Com o Harry e a Gina. Poderíamos adiantar nossas férias e tirá-las com você pra nos divertimos mais sabe?

- Sei sim...

- Ahmmm... E o Bichento? - ele tentava manter uma conversa.

- Deve estar perambulando por ai - Hermione respondeu sorrindo e em seguida levantou-se para olhar a chaleira que começava a levantar fervura - Chá de maçã com canela. Espero que goste.

- Certamente vou gostar. O que achou da despedida deles?

- Divertida - ela respondeu sorrindo - É bom saber que a única coisa que temos para nos preocupar são as horas em que voltaremos para casa ou atentar-se a não beber mais do que deveria.

- É verdade - ele falou pensativo - E a propósito, você dança muito bem.

- Obrigada - ela sorriu envergonhada - Adoro a maioria das músicas que tocaram essa noite. Fizeram parte de minha infância.

- Você também tem uma linda voz.

- Obrigada. - ela encabulou ainda mais - Mas nem de perto se compara a sua. Aliás, ela melhorou bastante.

- No treinamento eu acabei comprando um violão trouxa. Aprendi algumas músicas com uns cds que o Harry havia levado. Acabei me aperfeiçoando.

- Tocando violão? Que legal.

- É sim, e se deixar eu posso cantar pra você novamente.

- Para mim? - ela perguntou temendo a resposta.

- Sim, ou você não percebeu que cantei pra você essa noite? Posso conjurar meu violão agora e cantar só pra você...

- Não precisa - Hermione foi firme nas palavras. Levantou-se em seguida e caminhou para o fogão. A água fervia agora. Ela preparou as xícaras e colocou a do ruivo sobre a mesa, sentando-se em seguida.


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E ficaram assim, em silêncio enquanto tomavam aquele chá. Os olhares se encontravam de tempos em tempos e eram seguidos de sorrisos carinhosos e envergonhados. Hermione sentia o coração palpitando de forma frenética e ela temia por seus instintos mais profundos.


- Então Rony - ela puxou o assunto tentando conter-se - Como foi com a Lisa?

- Triste - ele respirou fundo - Sempre é não é mesmo?

- É sim - ela pesarou - E como ela reagiu?

- Mal, eu acho - Rony respondeu. Ela tomou mais um gole e ele a olhou.

- E por que resolveu terminar o seu namoro? - ela continuou.

- Porque não era justo da minha parte continuar enganando a Lisa e a mim mesmo.

- Por que diz isto Rony? - ela perguntou interessada.

- A Lisa é uma mulher maravilhosa - Hermione sentiu o intestino revirar - Mas não é maravilhosa para mim - ela estancou. Desviou o olhar do ruivo e voltou a sua caneca com chá.

- E como foi com o Thompson?

- Igualmente triste - ela corou novamente.

- Realmente, deve ter sido difícil para o Thompson - Hermione o olhou indignada - Não é fácil aceitar que se perdeu uma mulher maravilhosa como você - ela enrubesceu novamente.

- Acredito que deve ter sido o mesmo que a Lisa pensou - ela falou corajosa.

- Pode ser... - ele ficou pensativo analisando as palavras proferidas. Queria falar do beijo, mas sabia que era um assunto mortalmente delicado.

- Eu sinto muito - falou ainda com os olhos baixos.

- Tudo bem - ele sorriu da vergonha dela e bebeu mais um gole - Posso te perguntar uma coisa?

- Claro - ela respondeu incerta.

- Por que nosso namoro acabou? - ele foi certeiro e Hermione sentiu as entranhas revirarem novamente, engolindo em seco em seguida.

- Eu realmente não sei Rony - ela respondeu tímida, sem encará-lo - Nunca consegui entender. Acho que nossa imaturidade, nossa individualidade talvez. Eu acho que poderíamos ter tido um pouco mais de paciência um com o outro.

- Acho que o nosso egoísmo foi o maior causador disso tudo.

- Pode ser que sim - ela suspirou.

- Você sente que poderia ter sido diferente Mione?

- Não sei dizer ao certo. Talvez...

- Eu sempre te amei - ele falou certo e ela enrubesceu novamente.

- Rony, eu...

- Mione - ele tocou a mão da garota sobre a mesa, mas ela retirou e segurou a xícara com força tomando o último gole de chá, olhando fixamente nos olhos do ruivo. Estava tensa. O corpo não colaborava com a situação. Estava intimiadada.


Quando o chá acabou ainda ficaram por alguns breves momentos em silêncio, um silêncio perturbador, Hermione quebrou a ligação dos olhares ao se levantar e levar as duas canecas para a pia da cozinha. Rony a seguiu de perto e Hermione arfou ao virar-se e dar de frente com o ruivo.


- Rony, o que...


*Hermione não conseguiu responder. Teve os lábios calados pelos lábios do ruivo, que a beijou com desespero e desejo. E o beijo que não foi correspondido de início, intensificou-se em seguida. Hermione sentiu-se encurralada pelo corpo quente do ruivo, e ele sabia o quanto ela adorava ser dominada por ele.

O corpo estava pressionado entre o corpo do homem e a pia. As mãos percorriam frenéticas pelas costas do ruivo e se encontravam com luxúria em sua nuca, peito e braços, numa ânsia de descobrir novamente os contornos dele.

Hermione arfava ao sentir o toque das mãos grandes e pesadas percorrerem as suas coxas por sobre a calça justa e com os beijos fortes estalados em seu pescoço, nuca e orelhas. Sentiu a pele esquentar e formigar numa intensidade há muito desconhecida.

Separaram-se do beijo pela falta de ar e ela se perdeu no azul profundo que os olhos do ruivo mostravam. O azul do desejo. Desejo puro e intenso que ela só conheceu com ele. Mas precisava se controlar, e antes que ele a beijasse novamente, ela tentou argumentar.


- Rony - ela sussurrou - Não podemos...

- Por que não? - ele perguntou enquanto explorava o ombro exposto dela, tirando-a dos sentidos.

- Isso não está certo - ela arfou.

- E por que não? - ele agora beijava o colo dela e ela o empurrou com as duas mãos, porém de forma delicada.

- Isso não está certo - ela continuou um pouco mais convincente. A pele ainda queimava.

- Por que não? - ele perguntou novamente, controlando a respiração.

- Você saiu de um relacionamento há alguns dias, e eu há apenas uma semana - ela ainda estava ofegante. Os lábios inchados do beijo sofrido dado a pouco estavam avermelhados.

- Não entendo ainda qual o problema. Por que não podemos nos amar, Hermione? - ele continuou - O que há de errado nisso? - ela não respondeu e ele continuou olhando-a nos olhos - Hermione, se você quiser, eu juro que vou embora e nunca mais tento nada com você.

Eu te prometo, faço até um voto perpétuo se você quiser e achar necessário. Prometo que nunca mais tentarei nada com você, mas pra isso eu quero que você faça uma coisa... Quero que você olhe nos meus olhos e diga com sinceridade que não me ama e não me deseja da mesma forma que eu amo e desejo você.


Rony parou de falar e a olhou nos olhos esperando a decisão da morena, que o olhava com desespero e tinha uma expressão de que a mente trabalhava freneticamente. Ela não disse não, mas agarrou-se ao pescoço dele e o beijou com desejo.

O beijo foi correspondido com tanto desejo quanto o dado. Eles se acariciavam descobrindo novamente os corpos a muito separados. Os beijos eram distribuídos pelos pescoços, orelhas e ombros, tirando de ambos gemidos e sussurros desconexos.

Rony pegou Hermione nos braços e a colocou sobre a mesa onde tomaram o chá há pouco, e aos poucos, o piso da cozinha foi se enchendo de peças de roupas tiradas com pressa; Hermione arfava ao sentir os toque dos lábios do ruivo em seu busto já exposto.

E ali eles se amaram. Com desejo, desespero e uma saudade descomunal, suprindo as necessidades que seus corpos tinham. Os sussurros e gemidos ficavam cada vez mais incompreensíveis conforme a satisfação alcançava seus corpos sedentos.

Hermione sentiu o corpo do ruivo pesar sobre o seu. Estava completamente deitada sobre a mesa agora, ambos sobre ela. Bichento, que havia entrando no apartamento ao ouvir a voz da dona, saiu correndo em seguida por quase ter sido atingido por um dos sapatos do ruivo que fora jogado sem direção.


- Eu te amo Mione. Te amo mais que tudo !- ele disse olhando-a nos olhos depois que atingiram o ponto máximo do prazer, sentindo ainda as pernas tremerem graças às sensações vividas.

- Eu também te amo - ela respondeu - Sempre!


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E foi ela que teve a iniciativa. Afastou-se do ruivo um tempo depois e o conduziu segurando a sua mão até o seu quarto. Lá beijaram-se novamente e se amaram de forma mais calma, mais tranquila, com mais carinho e muitas sensações. Amaram-se até se esgotarem e serem vencidos pelo sono.


...


Hermione abriu os olhos e sentiu uma alegria enorme dentro de si. Estava deitada do lado esquerdo da cama e fitou ainda com olhos serrados o relógio que estava a sua frente: 10:37h. Era sábado e não havia problemas em dormir até mais tarde, o casamento era amanhã e já haviam preparado tudo.

Espreguiçou-se ainda deitada de lado alongando o corpo, reparando Bichento passar pela porta entreaberta. Sorriu para o bichano que estranhamente não subiu em sua cama. Agarrou-se ainda mais ao travesseiro e imaginou que tudo estava bem. Aparataria no fim da tarde na Toca e ajudaria todos...


- Bom dia! - Hermione caiu da cama com o susto que levou.

- Ai meu Merlin - ela respondeu caída no chão, fitando assustada o ruivo em sua cama e puxando desesperada a coberta sobre o corpo.

- Estou tão feio assim que te assustei? - ele brincou apoiando a cabeça em uma das mãos.

- O que você está fazendo aqui? - ela perguntou ainda caída no chão.

- Dormimos juntos Mione, esqueceu? - ele respondeu tranquilo.

- Então não sonhei? - ela perguntou mais para si do que para ele.

- Ah... - ele gracejou - Então esteve sonhando comigo não é?

- Mas... - ela levantou-se mantendo o lençol ainda sobre o corpo.

- Por que está se cobrindo? - ele perguntou levantando-se e ela corou. Estava completamente nú.

- Rony - ela fechou os olhos e virou-se.

- Ah Hermione - ele disse revirando os olhos - Eu pensei que já tivéssemos superado a barreira da vergonha há alguns anos... E você é tão linda...

- Mas muita coisa mudou - ela continuava com os olhos fechados.

- Sim, e posso dizer que estou muito satisfeito com as mudanças - ele falou maroto.

- Não fala assim - ela sorriu e abriu os olhos finalmente, batendo de leve no ombro do rapaz que estava novamente a sua frente.

- E então, o que vai ser agora? - ele perguntou depois de roubar um selinho - Tomamos café ou demoramos um pouco mais por aqui?

- Rony - ela olhou sério para o rapaz - Sai daqui agora.

- Mas... - ele não entendeu - Você é linda sabia? Totalmente linda - ele tentou aproximar-se dela com carinho.

- Ronald, sai do meu quarto...

- Vem cá - ele tentou se aproximar, mas ela não permitiu - O que você tem? Pode falar.

- Como você pode Ronald? - ela o olhou aborrecida - Você se aproveitou de mim...

- Claro que não - ele parecia confuso agora.

- Claro que sim - ela estava nervosa - Eu... Eu estava bêbada e você... Você se aproveitou de mim. Não teve um mínimo de decoro e... e...

- Até onde eu me lembro você gostou de tudo e correspondeu de forma participativa - ele continuou.

- Eu não estava sã - ela estava nervosa agora - Eu... Como pode?

- Hermione, você está ficando louca? - ele não sabia comoa gir.

- Sai daqui Ronald - ela segurava a coberta com uma das mãos e apontava a porta com a outra - Por favor, sai. Eu preciso pensar.

- Tá bom - ele concordou se aproximando - Eu saio, mas me magoa que você pense que eu me aproveitaria de você em qualquer momento. Você sabe que eu te amo e que nunca consegui te esquecer, embora assim como você, eu tenha tentando. Mas eu não vou cometer o mesmo erro de novo, ainda mais depois desta noite. Não vou mais permitir que você se afaste de mim entendeu? Nunca mais...


Hermione foi pega de surpresa. Era tudo muito novo, muito rápido, muito impensado. Ele estava ali na sua frente, livre de todos os compromissos externos que pudessem existir. Estavam juntos, mas ela não estava certa sobre o que fazer.

O estômago estava novamente revirado e a sensação de peso aumentou. Os olhos começaram a arder ao fitar o ruivo voltar da cozinha com suas roupas. Vestiu-se em silêncio e a observava curioso, triste e incompreendido.

Ele levantou-se por fim, tocando a face dela e lhe beijando a bochecha. Ela sentiu a face esquentar quando o ruivo saiu. As lágrimas molharam quase que imediatamente o seu rosto e um desespero tomou conta da moça. Não sabia o que fazer. O amava, era fato, e sabia que ele não se aproveitara dela, mas tinha medo; Um medo desproporcional de sofrer novamente.

Atirou-se na cama envolta em lágrimas e procurou com desespero o perfume dele que havia se impregnado em seu travesseiro e na roupa de cama. Sentiu-se idiota, mas não poderia se permitir sofrer novamente.


Covarde- pensou.