Entardecer

21. Renovação


–Louise, o segredo é respirar. Você precisa respirar. -ouvi Lukas dizer ajoelhado.

–Não venha me dizer isso. -ouvi minha tia dizer.

–Precisamos ir para o hospital. -minha tia gritou.

–O que está havendo aqui?-gritei nervosa.

–Louise está em trabalho de parto e não vai dá tempo de ir ao hospital. -Lukas disse me olhando e jogou a chave do carro para mim. -Na mala do carro tem uma maleta preta traga pra mim, te espero lá em cima.

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–Tá .-sussurrei enquanto ele pegava minha tia no colo.

Fui para fora e dei de cara com um carro estranho. Que carro era aquele?!

Será que havia gente nova no bairro?!

–Se concentre Lanna. –disse e apertei o botão do alarme e o carro estranho ascendeu.

O carro era do meu noivo?!

Fiquei alguns minutos olhando para aquela beleza negra, nunca fui louca por carros, mas aquele me deixou louca.

Respirei fundo e fui fazer minha tarefa.

–Você não pode fazer meu parto Lukas. -minha tia gritou assim que entrei no quarto. -Você não é medico.

–É pegar ou largar?! Sua dilatação está alta, não vai dá tempo de chegarmos e Lanna não tem experiência. -Lukas explicava colocando um fone.

–Oi Carlisle. -ele disse enquanto pegava a maleta da minha mão. -Estamos prontos.

Logo os dois começaram a falar uma linguagem médica que não entendi.

–Certo. Amor quero que você fique com a sua tia e acalme-a. -Lukas sussurrou para mim.

–É de risco não é?!-perguntei nervosa.

–Todo parto tem seu risco, mas não se preocupe, ela está bem. Meu avô vai me dizer o que fazer. -ele prometeu e fomos assumir nossos lugares.

–Vou contar até 3 Louise e você empurra. 1...2...3...-Lukas contou e minha tia fez força.

–Calma tia, você está indo bem. -disse segurando sua mão.

–Novamente. 1...2...3...-Lukas contou e Louise fez força de novo.

Esse padrão se repetiu por alguns minutos até que um choro de bebê invadiu o quarto.

–Seja bem vindo garotinho. -Lukas disse um bebê no colo.

Seus olhos brilhavam de empolgação e emoção.

–É um menino lindo Louise. -Lukas disse enquanto terminava de examinar meu primo. -Com uma saúde perfeita.

–Posso vê-lo?!-minha tia pediu exausta e Lukas colocou o bebê em seu colo.

–Meu pequeno Michael. -ela sussurrou segurando a mãozinha dele e senti o ar faltar.

–Lanna?! Lanna...-ouvi alguém gritar meu nome e desmaiei.

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–Oi.-Lukas sussurrou acariciando meu cabelo.

–O que houve?-questionei confusa.

–Você desmaiou, acho que foi demais para você. -ele disse preocupado.

–Não foi por causa do parto e sim pelo nome. -sussurrei nervosa. -Ela deu o nome do meu pai ao meu primo.

–Eu sei. -Lukas suspirou e se deitou de frente pra mim. -Foi uma forma de homenagem e não como tortura a você.

–Eu sei, só estou confusa. -sussurrei e ele entrelaçou sua mão a minha.

–Quer ficar comigo hoje?-Lukas perguntou carente e eu sorri.

–Varias festas do pijama todo final de semana não vai colar mais. -disse e rimos.

–Eu sei, tenho que inventar outra desculpa. -ele disse e chegou mais perto de mim, como se fosse me contar um segredo. -Mas Louise vai passar a noite no hospital em observação junto com seu primo.

–Aconteceu algo?-perguntei preocupada.

–Não eles estão bem, é apenas rotina.

–Certo. E de quem é aquele carro?-perguntei entregando a chave para Lukas.

–Meu. Isabelle me deu de presente na minha ultima visita. É um autentico carro italiano, a nobreza adora o Alfa Romeo. -ele disse empolgado.

–Sei.

–Lanna, não. Uma crise de ciúmes é tudo de que não preciso hoje. -ele pediu com a voz cansada.

–Que foi? Você parece exausto. -disse preocupada e Lukas sorriu.

–Vampiros não cansam amor.

–Você sabe que pra mim você não é só um vampiro. Ou melhor, eu nem lembro disso. -disse e sorrimos.

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–Eu te adoro. -Lukas disse e sorri enquanto ele ficava por cima de mim e me beijava.

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–Nós?!-questionei confusa.

–Claro. Lukas e você ajudaram meu filho a nascer e é certo a se fazer. -minha tia disse sorrindo.

–Eu já aceitei. -Lukas disse animado. -Nunca fui padrinho de ninguém na vida.

–Que bom que gostou Lukas. -Louise disse animada.

–Lanna?-Daniel questionou.

–Por que você deu o nome do meu pai a ele?-questionei seria e Lukas me olhou preocupado.

–Por que sinto falta dele. Michael era meu irmão mais velho, éramos muito unidos. E sinto falta dele. Só queria tentar sentir ele perto.

–Só que o seu filho, não é o meu pai. -disse nervosa.

–Lanna, nunca quis substituir meu irmão. -Louise disse chorando.

–Ok. Louise você precisa se acalmar isso não faz bem a você e nem ao Michael. -Lukas disse serio.

–Ele tem razão amor. - Daniel disse e Louise concordou.

–E você vêm comigo.-Lukas disse segurando meu braço e me levando para a cozinha.

–Senta ai e vamos ter uma conversa bem delicada e seria. -ele disse apontando a cadeira enquanto ele estava encostado na pia.

Me sentei sem dizer nada.

–Lanna, você está andando tão estranha. -ele disse preocupado e sorri sarcástica.

–Sou noiva de um vampiro, e tenho outro que quer me matar. Estranha é pouco pra mim.

–Não estou falando disso. Quando sua família morreu, você foi a um psicólogo?

–Não sou doida. -gritei furiosa.

–Não estou dizendo isso meu bem, mas você era apenas uma criança quando eles morreram. Lanna, você tinha feito 16 anos 2 semanas antes deles morrerem. E a forma como eles morreram deve ter abalado você. Só acho que não é normal essa reação perante um nome.

–Lukas, não preciso de um psicólogo. Não preciso ficar deitada em um divã falando com um estranho sobre meus traumas e medos. Isso não. -disse furiosa.

–Lanna, só quero te ajudar não quero que você sofra.

–Você nunca vai entender não é?! Por que ao contrario de você eu não pode esquecer minha família e nem quero. Por que não sou egoísta com você. -disse e sai da cozinha.

Peguei meu carro e comecei a dirigir sem rumo, até que parei em uma igreja.

Nunca fui muito religiosa, mas acho que hoje precisava de algum consolo espiritual ou apenas um momento sozinha.

Entrei na igreja e me sentei em algum dos bancos que estavam lá. Havia algumas crianças ensaiando no coral e sorri me lembrando de quando ensaiava para fazer minhas apresentações.

Logo alguém sentou ao meu lado e suspirou. Aquele devia estar pior que eu.

–Sempre venho aqui, pedir desculpas. -a voz disse para ver quem era.

Nossa.

Ela era uma mulher extremamente linda e com lindos olhos azul-esverdeados.

–Pelo que?-questionei confusa.

–Dei minha filha. -ela sussurrou entre lágrimas.

–Por que você fez isso?-questionei confusa.

–O pai dela queria machuca-la então dei minha filha para protegê-la. -ela disse enxugando suas lagrimas. -Ela tem a sua idade hoje.

–17 anos?!

–Isso. -ela disse amável. -Sou Alana.

–Sou Lanna. -disse e sorri com a coincidência do nome. -Não sei ao certo, mas conheço você de algum lugar.

–Podemos ter nos conhecido em outra vida. -Alana disse a ultima palavra docemente como um nome.

–Preciso ir, mas foi ótimo te ver novamente. -ela sussurrou e acariciou meu cabelo de leve.

Logo meu olhar buscou algo e encontrou a linda pulseira de rubi em seu braço.

–Não se preocupe Lukas só quer o seu bem. -ela sussurrou e saiu.

–Espera. -gritei e corri atrás dela.

Mas não havia ninguém lá fora. Eu sabia que a conhecia de algum lugar, só não sabia de onde.

Quando cheguei em casa Daniel estava na sala e pela cara nada feliz.

–Precisamos conversar e dessa vez, não vou ser legal com você. Você não merece. -Daniel disse e suspirei pronta para ouvir meu sermão.

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–Será que posso falar com a senhora. -pedi espiando pela porta enquanto minha tia amamentava Michael.

–Claro, entre. -ela disse suave e me sentei na cama.

–Me desculpe juro que não fiz por mal tia. -pedi entre lágrimas. -Fui tão egoísta com você. Acho que fiquei com ciúme.

–Meu bem, sei que tudo ficou confuso e tumultuado agora, mas jamais vou deixar de amar você. -ela disse suave e acariciou meu cabelo. -Por você me tornei uma pessoa responsável e melhor, e sei que foi por sua causa também que decide ser mãe.

–Por que você pode ter perdido seus pais meu bem, mas ganhou dois que a amam muito. E se magoei você por causa do nome, juro que coloco outro. -ela prometeu eu sorri.

–Não tudo bem, só fiquei surpresa. -disse e ela sorriu.

–Agora, me dê um abraço forte. - ela pediu e eu a abracei.

–Te amo filha.

–Também te amo tia.