— Noah Jonas Smoak Queen! - berrei do quarto procurando meu filho, me perguntando como um carrinho havia parado em meu quarto me fazendo cair.

Encarei os olhos de gato de botas do meu filho, envergonhado. Ele abaixou a cabeça assim que entrou em meu quarto, apoiei as mãos na cintura enquanto o encarava. Eu não conseguia manter minha pose de brava com ele.

— O que a mamãe disse sobre não deixar brinquedos espalhados pela casa?

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— Desculpa mamãe, não vai mais acontecer. Mas é que foi o papai noel que deixou pra mim. - suspirou se jogando em minha cama, o imitei. Havia esquecido que era manhã de natal, Moira e Thea jantaram aqui, a casa ainda estava uma bagunça. E nenhum sinal de Oliver Queen. Podia ver já um pequeno desespero nos olhos de Noah, assim como crescia em meu peito. Oliver nunca ficava tanto tempo sem mandar mensagem.

— Que tal a gente tomar um banho e ir na padaria da vovó para tomarmos aquele café hein?

— As quecas da vovô são as melhores! - ele gritou socando o ar empolgado.

— Vou fingir que não escutei isso, as minhas quecas são melhores. - Noah grudou seu no meu fixando seus olhos nos meus, suas mãozinhas segurando firme meu rosto.

— Mamãe isso é uma mentira. - sussurrou sério. Contive meu riso ao ver todo seu esforço encarando meu rosto.

— Tudo bem Senhor especialista em leitura facial. - meu neném fez careta tentando processar tudo que eu havia falado. — As quecas da vovô são as melhores. - me rendi a ele que abriu um maior sorriso. Corremos para banhar e então estávamos indo para Os sonhos da vovô.

— Bom dia! - saudei Papa assim que o vi. O sorriso reluzente que ele abriu me fez retribuir, Noah correu abraçando as pernas de quem havia herdado o nome. — Bom dia papai. - beijei sua testa.

— Bom dia vovô, mamãe disse que as quecas dela são melhores que as suas. - o pequeno Noah dedurou me fazendo arquejar surpresa. — Ela sabe que não pode mentir. - completou com as mãos na cinturas me fazendo soltar uma longa gargalhada.

— Você está certo pequeno Noah! Lis, olha o exemplo que está dando para meu neto! - Noah Harris, meu pai de criação fingiu estar bravo. Dei de ombros colocando meu menino na cadeira. Eu era adotada. Sempre soube desde meus 10 anos, meu pai fez questão de me contar tudo, hoje eu tinha um contato com minha mãe biológica ela era incrivelmente louca, Donna Smoak, vivia em Vegas desde os 15, que foi quando ela me teve, mas tão criança resolveu me dar para a adoção. Eu não a culpava, entendia seus pontos, ela era uma criança que não podia cuidar de outra criança. Eu agradecia profundamente, porque Noah era um pai incrível para mim.

Ele sempre viveu em Star City, sozinho desde que sua esposa faleceu. Eu não a conheci, porque foi no mesmo ano que ele me adotou. E com suas últimas economias acabou abrindo essa incrível cafeteira, que dura mais de 20 anos.

— Feliz natal papai.. - sussurrei lhe entregando um pequeno presente. Era algo simples, ele não costumava gostar de coisas caras, tudo era muito material para ele. Vi seus olhos encherem de lágrimas ao abri o pequeno álbum, desde nossas primeiras fotos juntos, até o nascimento de Noah. Meu pai sempre me explicou o porque meu nome não ser Harris e sim Smoak, e aquele foi o único pedido de minha mãe, que quando eu quisesse e se quisesse eu teria algo para encontrá-la.

— Feliz natal meu amor. Eu não tenho presentes Lis..

— Você já me deu muitos presentes Papa!

— Vovô eu estou com fome. - Noah nos tirou da emoção e eu ri com meu pequeno esfomeado.

— Porque eu sabia que vocês estariam aqui? - escutei a voz grave do meu ex e finalmente suspirei aliviada. O aperto em meu peito estava maior a cada segundo, mas agora eu sabia que nada havia acontecido com ele. — Bom dia Papa.

— Bom dia meu filho. - ah, quase tinha esquecido desse amor paternal que eles tinham. Papa amava Oliver de um tamanho sem fim. Ambos Noah's caiam de amor por aquele Queen.

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— Já estava indo ligar para todos os hospitais a sua procura. - sussurrei assim que ele largou meus meninos para dar um beijo em minha testa. Oliver sorriu com minha preocupação e depositou um pequeno e rápido beijo no canto da minha boca. Passei a mão por meus braços tentando amenizar o arrepio.

— Eu estou bem. Estou aqui agora. - sussurrou de volta procurando algo para sentar. Vi sua careta assim que ele sentou. Dor. — Pelo amor de Deus tira essa ruga da sua testa Felicity e para de me ler. - resmungou ao ver que eu o observava mais que o normal. — É natal, podemos comemorar como uma família normal? Podemos fingir que somos uma família normal?

— Tudo bem.

Observei Papa vim com um pequeno monte de panquecas para Noah e alguns chocolates quentes. Vi a interação dos três e sorri, eu era sortuda por ter aqueles homens em minha vida.

Quase gemi em desgosto ao sentir meu celular vibrando sem parar. Eram mensagens de Roy.

— Mamãe a senhora precisa ir? - o tom baixo de Noah quebrou meu coração. Engoli o seco observando Oliver, o celular dele também tocava sem cessar.

— Meu amor..

— Eu fico com ele, podem ir. - Papa sussurrou. Eu podia ver o desapontamento no rosto do meu filho, Oliver apertou meu ombro levemente, beijei a testa de Noah então forcei minhas pernas a caminharem.

— Eu acho bom isso ser importante! Caso contrário eu mato. - resmunguei. — Você viu como ele ficou triste Oliver?

— Eu sei loira, vamos o mais rápido possível para voltarmos rápido para nosso menino. - sussurrou ligando o carro. Era o mesmo caso, o FBI havia nos alertado então devia ser coisa importante.

— O que houve com suas costelas? - perguntei tentando manter minha mente em outro lugar. Oliver bufou rápido. — O que? Não é como se você tentasse esconder a dor. - ele revirou os olhos. — Oh! Você tentou esconder, aquilo foi péssimo Oliver.

— Mesmo antes de você fazer esse estudo, não conseguia mentir para você. - sussurrou. Soltei um sorriso irônico.

— Você conseguiu uma vez.

— Felicity..

— É passado Oliver. Esquece. - finalizei o assunto antes que disséssemos coisas que não gostaríamos. Estávamos bem agora.

O resto do caminho foi um completo silêncio. E aquilo era estranho para nós dois. Respirei fundo antes de abrir a porta. Roy e Barry já estavam ali.

— Será que nem no natal eu tenho paz? - resmunguei adentrando minha companhia. Barry a minha frente bocejava, a cara de sono tão perceptível. — Parece que a noite foi boa hein meu rapaz? - brinquei, suas bochechas se tornaram vermelhas com rapidez. — Oh! Alguém fez sexo aqui. Roy, Barry fez sexo ontem a noite, e por esse chupão exposto em seu pescoço devo dizer que a coisa foi muito violenta. - Roy gargalhou.

— O nome dela é Irís, não foi violento sua.. sua.. - ele se embaralhou todo nas palavras.

— Relaxa meu caro, eu sei quem ela é. Eu sei tudo sobre meus funcionários. - sussurrei lhe dando as costas, pude escutar um ofego de Roy.

— Você é louca! - Barry gritou, girei meu corpo apenas para lhe lançar uma careta. Oliver ao meu lado gargalhou.

— O que é tão importante pra me tirar de perto do meu filho em pleno natal? - fui clara. Curtis contraiu os ombros em sinal de apreensão.

— Diretor.. - Oliver cumprimentou o homem desconhecido, aparentemente aquele era seu chefe.

— Precisamos ter a certeza de algo Senhorita Smoak, recentemente houve muito rapto e tráfico de crianças, mesmo os mais inteligentes do FBI não conseguiram tirar a verdade. Temos alguns suspeitos mas com álibi todos conseguiram se safar. - tremi completamente. Tratar de crianças nunca era um assunto fácil para mim. — Nós temos uma que foi resgatada, mas ela não faz absolutamente nada, está paralisada.

— Você tem os interrogatórios com você? Passe para Barry, logo irei analisar. Onde está a criança?

— Ela está na sala de recriação. Senhorita Smoak peço que seja... Ela é minha afilhada.

— Vou trata-la bem. - respondi. Com um olhar pedi que Curtis me acompanhasse.

Respirei fundo. Uma. Duas. Três vezes.

Nunca me acostumaria com a maldade humana. Pela porta de vidro absorvei a menina de trancinhas brincando com seus dedos. Meu coração apertado imaginando o que seria de mim caso isso acontecesse com Noah.

— Olá Samantha. – sussurrei me sentando a sua frente, seu corpo se retraiu imediatamente ao ver Curtis. — Não se preocupe querida, ele não vai te fazer mal. Eu não deixaria. - sorri tentando acalma-la, mas a presença de Curtis só a afastava. Lhe lancei um olhar e imediatamente ele se retirou da sala. — Eu sou Felicity Smoak e posso te ajudar, não precisa falar. - iniciei. — Eu tenho um filho dois anos mais novo que você, mas ele é muito maduro para a idade tanto que as vezes me dá umas broncas. - observei o pequeno sorriso que ela abriu, mínimo.

Sam e eu, como ela pediu que a chamasse conversamos por muito tempo e eu soube por suas pequenas ações que a menina estava muito traumatizada e eu juro que quando descobrisse quem tinha feito aquilo com ela, quebraria minha promessa de nunca bater em um suspeito. Meu coração estava quebrado ao vê-la daquela forma.

— Felicity, nós temos os três suspeitos aqui. - Oliver sussurrou. Eles queriam que eu acalmasse Sam para que ela pudessem indicar quem era o responsável, mas ela não estava pronta. Eu faria do modo mais difícil e sem traumatiza-la ainda mais.

Caminhei o mais rápido possível até onde estava o primeiro suspeito. Gemi em desgosto ao ver que era uma mulher , uma senhora já de idade esperando. A observei completamente, os braços cruzados em sinal de defesa, os olhos preocupados.

O segundo era um rapaz que não devia ter minha idade. Ele estava nervoso, todos seus movimentos corporais indicavam uma única coisa, culpa.

O terceiro era um outro homem. Mal encarado, e calado. Como o terrorista, não foi preciso muito para notar, ele era um sociopata narcisista.

— São uma gangue. - falei como se fosse o óbvio para Oliver. Ele pareceu surpreso por não ter percebido isso antes. — Ela é a líder. - senti meu sangue fervendo, eu estava possessa de raiva. A mulher abriu um sorriso sarcástico. — Diga-me onde estão as outras crianças! - gritei para ela, que apenas se recostou na cadeira.

— Longe daqui e de vocês, seus porcos. - retrucou cuspindo no chão. Fechei meu punho acertando o rosto dela em cheio conseguindo sua surpresa.

— Eu quebrei uma promessa que fiz a uma pessoa muito importante para mim, então diga-me onde estão as crianças agora e deixe de brincadeiras! - eu estava possessa. Tudo que enxergava era Noah nas mãos asquerosas daquela mulher, uma possibilidade longe mas que me deixava louca. Oliver agarrou minha cintura me tirando da sala.

— Eu te entendo Felicity, eu também estou com raiva. Mas não é assim que vai conseguir alguma coisa.

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— Como assim? Não fiz nada. - dei de ombros já calma. Oliver riu ao ver que eu estava fazendo meu trabalho, eu me descontrolei para que ela pensasse que estava no controle. — Eu vou descobrir onde essas crianças estão, ligue para Papa para saber como Noah está.

Não demorou muito para que eu descobrisse onde estava as crianças. 4 crianças em um terreno abandonados.

— Apodreça na cadeia. - sussurrei para a mulher a quem descobri se chamar Rose. Respirei fundo. Rose fingia ser uma mulher muito amorosa para conseguir as crianças, oferecia comida e doces, como a bruxa de João e Maria, mas ao contrario do conto aquilo era real. Eles vendia as crianças na dark web e o trio era alvo da Interpol e Cia mas nunca conseguiram provar. Até agora.

— Alguém topa ir jantar na minha casa? - questionei para meus amigos. Curtis sorriu assentindo rapidamente, enquanto Barry gritava que não comeria da minha comida. — O que tem de errado com minha comida Allen?

— É ruim, não sei como Oliver não morreu de fome durante o casamento de vocês. - não segurou a língua, revirei os olhos.

— Considere meu convite desfeito seu ingrato. - resmunguei.