— Não.

Tudo bem. Que parem o mundo. Uma garota está me rejeitando? Tudo bem que eu sempre duvidei da capacidade mental de Annabeth Chase, mas não sabia que era pra tanto! Ninguém me rejeita. Será que ela se lembra que eu sou Percy Jackson, o irresistível? Será que ela é deficiente visual? Será que a cor de seu cabelo faz jus à sua inteligência.

— O que? — perguntei, afinal eu devo ter entendido mal, obviamente.

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— Não quero, oras. Posso conquistar quem eu quiser sem a ajuda de absolutamente ninguém. E também não tem a possibilidade de faltarem meninos na minha vida, pois tem um em todos os lugares.

Essa menina sofre? Ela gosta do cara e não implora pelo amor dele? Que tipo de relacionamento é esse? Será que ela não sabe que os homens que dominam todo o mundo, e as garotas só estão lá para fazerem massagem e gerar mais homens. Que falta de ética! Por isso mesmo eu vou pegar no ponto fraco dela hehe.

— E existem muitos Luke's por aí?

— Sim, oras!

Hein? Sinceramente, essa menina me deixa mais confuso a cada dia.

— Anh?

— Jackson, como é escassa a sua sabedoria. — disse a loira em um tom repreendedor. — Não sabia que, no mundo, existem, ao menos, sete pessoas extremamente parecidas com você?

— Falou bem. Parecidas, e não iguais.

— Como se isso fizesse diferença.

Revirei os olhos para aquele comentário.

— O que quer então, princesinha? — falei irônico.

— Um trato.

— Tudo bem, 50 reais por dia. Feliz?

— Não é isso que eu quero dizer, Jackson. Eu falo sobre outra coisa.

— O que quer, então? Conquistar todos os meninos do time de futebol?

Vi que ela corou. Será que ela quer virar "Maria-Chuteira"? Meu Deus! Que revelação inédita! Agora ela faz jus ao nerd que falam pra ela todo dia. Até que ela não era tão burrinha...

— Sabe... erm... não é bem isso... é que... bem, eu queria... só um pouco de... sabe...

— Você quer ficar gostosa pra se vingar de um cara que você gostava mas não deu a mínima, não é? Quer fazer ele notar o que perdeu?

— Eu não diria bem isso mas...

— Mas no fundo você sabe que é isso e não quer falar que ele te rejeitou. É isso? Vocês estavam em um semi-relacionamento e ele resolveu te largar quando viu que a coisa estava ficando séria?

— Eu não diria que ele me rejeitou porque... — vi que ela estava corando, então tomei minhas próprias conclusões.

— Ele ficou com você, e no outro dia pegou a sua ex-amiga.

— Como você...

— Minha cara Annabeth, eu tenho uma mãe melodramática que adora assistir novelas junto com o meu irmão pequeno. Não que eu assista porque não tenho nenhuma cabeça para isso, mas eles vivem falando sobre o que a Maria Abacate e o Jorge Azeitona passam. Sinceramente, saber sobre o que você pensa, sendo que eu já convivo com todo aquele drama, não é muito diferente de todo esse draminha adolescente.

— Jackson, acho que essa foi a coisa mais inteligente que você já disse.

— A parte que adivinhar o que você pensa e ouvir as baboseiras do meu irmão são a mesma bosta?

— Não. Junte as palavras "cabeça", "pequeno" e "ervilha".

— E daí com isso?

— Isso define totalmente o seu cérebro pequeno.

Revirei os olhos. Eu estava no meio de uma festa de arromba discutindo com a maior nerd da mesma? O que está acontecendo comigo, cara? Quanto tempo já passou? Eu só sei que, quando passei na frente da cozinha, avistei minha namorada vindo em minha direção.

— Oizinho, bebezinho. — falou Drew com aquela voz insuportavelmente melosa.

— Oi, Drew.

— Já que hoje eu estou de muito bom humor, nem vou falar nada sobre esse seu "oi" chato. — falou a japonesa, e logo após me beijou com uma intensidade que eu não retribuí.

Sinceramente, eu não gostava muito dessa melação da Drew. Ela pode até ter aquele corpo de deixar qualquer menino louco, mas quando ela resolve ficar grudando em mim, como se eu fosse propriedade dela, me dá uma vontade enorme terminar com ela. Mas, terminar com aquela gata não é opção nesse momento.

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— O que você estava falando com a nerd? Por que estava com ela, e não comigo? Por que você não largou aquela tapada para "dar um tempo" com a sua namorada?

Bem, a única filha dos Tanaka é horrivelmente ciumenta, então, de fato, é melhor esconder que eu ia ter um namoro, por mais que seja totalmente falso, com a nerd. Além disso, não precisava de ninguém se metendo na minha vida.

— Nada.

— Olha aqui, Percy! Se você acha que vai ficar me trocando por qualquer uma, pode tirar o seu cavalinho da chuva! Eu sou uma mulher de respeito, okay?

Respeito? Ela já passou pela mão de todos os integrantes do time! E não foi só o de futebol, também o de basquete, vólei, basebol, dança, teatro, música, xadrez a até um menino do clube de Matemática, porque tinha que passar na prova com urgência. Se isso ser uma pessoa de respeito, a Annabeth é uma freira casta que ganhou para rainha de pureza.

— Desculpa, querida. — falei enquanto a dava um beijo. — Agora eu tenho mesmo que ir. Eu tenho que passar na casa do meu primo antes.

— E desde quando seu primo é mais importante do que eu?

— Ele não é. É que eu tenho que... — pensei em uma mentira convincente. — Levar a Annabeth. É. É que a irmã dele é amiga dela, sabe? E, como eu tinha que passar lá, meu pai me obrigou a levar ela como um homem gentil. Agora eu tenho que ir.

— Então tchau, meu gentleman.

Saí andando em direção de Annabeth e a peguei no braço e saí puxando.

— O que você acha que está fazendo, Jackson?!

— Preciso de te levar para casa urgente!

— O que?! Por que?!

— Tenho que te levar para sua casa porque eu não aguento mais a melação da minha namorada. Está me dando até cárie!

— Mas eu vim com a Thalia!

— Liga pra ela e fala. A gente tem que sair daqui o mais rápido possível.

— E o que eu ganho com isso?

— Te levo pra tomar sorvete, bebezinha. Eu pago.

— Assim, sim hehe.

Fui na frente, enquanto Annabeth me acompanhava atrás com um sorrisinho infantil, enquanto saltitava como uma criancinha. Achei que, como a menina mais inteligente da sala, ela era, ao menos, madura.

Chegamos de fora e pude até respirar fundo. Lá dentro estava um pouco abafado. Fui abrindo o carro enquanto ela ligava para para a Thalia. Logo após de terminar, ela vem em minha direção e fala que nós já podemos ir. Aleluia. Abro a porto do carro para ela e a mesma entra. Qual é? Posso ser meio tapado, mas ainda sou um cavalheiro!

— Então você enjoou da voz melosa da sua namoradinha e resolve abandonar ela em uma festa cheio de adolescentes com hormônios à flor da pele? Que ótimo namorado você é, hein?

— Você me entenderia se fosse um homem com uma namorada quase insuportável.

— E você continua com ela só porque ela tem silicone em todas as partes possíveis do corpo?

— Ela não tem plástica...

— Qual é?! A menina é mais plastificada que a Barbie!

— Tá bom, senhorita Wikipédia.

— Retardado!

— Eu não te intendo! Como você resiste ao meu charme irresistível?! A maioria das meninas jamais me chamariam de "retardado"!

— Eu não sou a maioria. — falou a loira cantarolando.

— Não vou nem discutir. O nerd aqui não sou eu mesmo. — indaguei rindo. Realmente essa volta estava sento bem mais divertida do que a festa em si.

— Sabia que a Wikipédia tem um arquivo só para xingamentos? E eu posso usar todos eles contra você.

Essa menina é real? Era impressão minha ou ela estava usando a minha zoação para me zoar? Isso é possível? Tudo bem, Percy. Chega de pensar nisso. Está parecendo um retardado.

O resto do caminho foi silencioso. Pelas olheiras, ela devia estar com sono. Ou seja, a garota é tão certinha que até horário para dormir deve respeitar. É sério. Essa coisa de ela ser sempre tão certinha, mas ainda ter um leve tom malicioso me deixa louco. É insano. Talvez irritante.

Chegamos na porta da casa dela. Ela sai com uma cara de sono, porém antes me diz:

— Boa noite. E não esquece do meu sorvete.

— Que dia?

— Amanhã, depois da escola. Tchau. — falou indo em direção à portaria. Porém, antes, me lembrei de uma coisa importante.

— Ah! Se a Drew te perguntar, você passou a noite na casa da minha prima, okay?

— Okay.

— Boa noite. Tchau.

— Tchauzinho.

E de repente, senti como se o carro ficasse mais frio. Annabeth tinha sido uma boa companhia, por mais que eu jamais fosse admitir isso. Agora, tinha uma coisa que eu tinha que resolver ainda. Mas isso eu teria que deixar para outro dia.