Encrenca Shaolin

Capítulo 148


Capítulo 148 - Luta de Tigres

Kéfera estava diante de Shandiàn. Embora o inimigo fosse membro de uma organização maligna disposta a unir pingentes mágicos para dominação mundial e Kéfera fosse apenas uma menina rica vestindo um roupão de banho em pose de kung-fu, o clima de tensão entre os dois oponentes era claro.

– Acabarei com isso o quanto antes - disse Shandiàn, fazendo uma pose com suas mãos como se elas representassem a boca de um tigre prestes a morder. Curiosamente, Kéfera fez a mesma pose.

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– Interessante - comentou ela - Não me diga que...você luta kung-fu no estilo tigre?

– Então será uma luta entre um tigre...e uma filhotinha de tigre...que desperdício! - zombou ele, partindo para cima de Kéfera, mas a mocinha conseguiu se desviar no último instante.

– Olha só, já estou sentindo o reflexo do treino - disse ela - Eu diria que seu ataque é bem rápido. Não conseguiria me esquivar se me atacasse alguns dias atrás.

Shandiàn não entendeu muito bem. Kéfera sorria de empolgação. Frederique, que ainda estava ali, caída por conta da paralisia dos ataques de Shandiàn que não tinham passado, ficou mais espantada ainda.

"Ela está rápida, bem rápida", pensou Frederique. "Ela ficou apenas dois dias fora, como isso é possível? Ela deve ter aderido a algum programa de treinamento além da minha imaginação!"

De fato, foi o que aconteceu. Os treinos no espaço restrito de Ningjing tiveram resultados impressionantes. Mas, apesar de sua velocidade, Kéfera sabia que a luta não seria fácil.

– Então você é rapidinha, heim? - disse Shandiàn - Admirável. Mas vai só ficar fugindo o tempo todo?

"Ele tem razão", pensou Kéfera, mordendo os lábios, mas mantendo sua pose de luta sempre em guarda. "Preciso encontrar uma abertura para atingi-lo, mas..."

Enquanto Kéfera pensava, Shandiàn levantou sua mão direita. Seu ataque de trovão à distância estava prestes a ser lançado.

– Senhorita! Cuidado! - gritou Frederique. Kéfera conseguiu saltar para trás instantes antes do raio atingir o ponto onde estava. Aquela foi por pouco.

– Tsc. Desse jeito terei que calar a boca da empregadinha - provocou o invasor - Não vale lutar com ajuda.

– N-Não vou deixar que toque em um fio de cabelo dela! - disse a loirinha, ofegante - Eu sou sua adversária! Lute comigo! Você já enfrentou a Frederique hoje, não?

– Já vi que você tem um certo código de honra e...ei! - do nada, Shandiàn começou a ficar mais incomodado, ou talvez constrangido seja a palavra certa.

– O que foi? Não vem me atacar?

– C-Como tem coragem de lutar assim? - reclamou o inimigo.

– Assim como? - Kéfera não estava entendendo nada.

– Err...senhorita - Frederique parece ter entendido a situação - O seu..roupão.

– O que tem o meu roupão?

– Quando saltou, ele caiu um pouco...seu seio está aparecendo.

Kéfera ficou vermelha.

– Aaaaaai! Por que não me avisou antes, Frederique? - gritou a garota, tratando de levantar o roupão na mesma hora - Eu tô pelada por baixo...no meio da confusão, acabei vindo pra cá no meio do banho.

– Como? Sua atrevida - reclamou Shandiàn, também constrangido - Deveria se dar o mínimo de respeito em uma luta!

– Ei, eu não tenho culpa se você resolve atacar a minha casa bem no meio do meu banho!

– Não é desculpa! Não vou conseguir lutar direito desse jeito!

– Por que não? Concentre-se apenas na luta, seu pervertido!

– Não me chame de pervertido! Você que é uma sem-vergonha por descer aqui só usando um roupão, sem nada por baixo!

– É pervertido, sim! Frederique! Aaaah...que nojo, dá pra ver uma coisa crescendo no meio das suas pernas!

– Por favor, não me envolva nisso - respondeu a governanta, desviando o olhar dos dois, tentando ao máximo manter a classe mesmo naquela situação.

Shandiàn fica ainda mais envergonhado.

– Cale-se! Você tá vendo coisas! Deve ser a sua mente de safada!

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– Eu não sou safada, você que é! Seu tarado..além de ladrão, é tarado! Sai daqui!

– Nunca..não sem antes pegar o pingente que pertence ao meu clã!

– Não vou te dar pingente nenhum! - retrucou Kéfera - Se você quer tanto ele, vai ter que passar por mim!

"Tsc. Mulheres são irritantes por isso. Por que ela tem que estar desse jeito? Por que não podia ser um homem que eu pudesse lutar sem nenhuma distração? O jeito é...". Shandiàn olha para o interior da mansão. "Claro. O pingente deve estar dentro da casa. Ao invés de lutar, é melhor invadir logo. Quando tiver o pingente em mãos, posso sair daqui sem maiores constrangimentos"

– E então? Vai vir ou não? - Kéfera já estava ficando impaciente. Queria lutar mais com aquele cara, que parecia ser bem forte, mas as circunstâncias da luta pareciam distraí-lo.

– Não preciso lutar com uma exibicionista como você.

– Quem é exibicionista? - reclamou a garota.

– Hah! - Shandián lançou mais um raio, mas Kéfera se desviou rapidamente. No entanto, o objetivo do raio era distraí-la e não atingi-la.

– O quê?

– Senhorita...ele está correndo para o interior da casa!- avisou Frederique.

– Ei, volte e me enfrente como um homem! - reclamou ela - Não me diga que vai fugir por causa de uma besteira dessas!

"Minha missão é recuperar o pingente", pensou ele. "Não preciso passar por uma pouca vergonha dessas!"

– Vou atrás dele - disse Kéfera, mas Frederique a impediu na mesma hora.

– Mas...ele vai acabar achando o cofre - reclamou a loira.

– Antes..vá até a garagem - disse ela - Creio que há algumas luvas de borracha lá.

– Luvas? Luvas de borracha não combinam em nada com esse roupão.

– Esqueça as roupas! A borracha é um isolante. Deve ajudar a evitar os ataques elétricos dele pelo menos um pouco.

– Hmm...entendi. Sim. Essa deve ser a melhor forma de atacá-lo.

– Mas precisa tomar cuidado - continuou Frederique - Se ele te atingir em outra parte do corpo, pode acabar com os membros paralisados como os meus.

– É um poder muito estranho...

– No fundo, é apenas eletricidade. Uma eletricidade que ele controla. Use as luvas e certamente terá alguma vantagem. Agora vá!

– Sim! - disse a loirinha, confiante. No entanto, o seu roupão acabou se desamarrando na cintura com toda a movimentação.

– Talvez...a senhorita devesse pegar alguma roupa do varal, não?

– Ai, que vergonha.

Enquanto isso, Shandiàn descobriu que o pingente poderia estar no cofre da família após ameaçar alguns empregados.

– Cofre no último andar, é? - disse ele, para a última empregada que ameaçou - Obrigado. Era o que eu precisava!

E enquanto Shandiàn subia correndo pela casa, Kéfera chegou perto de uma das pobres empregadas da casa, ainda assustada com o ameaçador invasor.

– Você tá bem? - perguntou a loirinha. Ela estava usando luvas e conseguiu colocar uma camiseta verde larga e uma calcinha que pegou rapidamente no varal.

– S-Senhorita Kéfera? Que roupas são essas?

– Peguei as primeiras coisas que vi no varal - disse ela - Mas por acaso um chinês estranho apareceu por aqui?

– S-sim. Foi até o cofre da família. Estou com muito medo. Nunca fomos assaltados assim e..

– Deixe que eu cuido dele. Por favor, vá para casa e descanse. Pode tirar o dia de folga por hoje. Depois eu conto para o papai tudo que aconteceu.

– O quê? Mas e se ele estiver armado.

– Não, ele não precisa de armas. Ele tem coisa muito pior. Um pingente mágico!

E foi tudo que Kéfera disse antes de sair correndo em direção ao invasor.

– Não sou paga o bastante para isso - reclamou a pobre empregada.

Enquanto isso, Shandiàn finalmente alcançou o último andar, mais especificamente no quarto dos pais de Kéfera, onde o cofre estava escondido atrás de um quadro, conforme ele fora informado pela empregada.

– Um cofre atrás do quadro da parede...esses ricaços não resistem a um clichê - disse ele. Assim que retirou o quadro, obviamente viu uma trava eletrônica altamente complicada. Continha uma leitora de digitais e uma leitora de retinas. Biometria avançada. Claro que a família de Kéfera era rica o bastante para garantir a segurança de suas posses.

– Parado aí! - disse Kéfera, alcançando finalmente o ladrão - Não vou deixar que bagunce o quarto dos meus pais!

– Hã? Ah! Continua indecente! - reclamou ele, apontando para as pernas da garota.

– Cale a boca! Não estou usando calça, mas pelo menos meu peito não vai ficar mais pulando pra fora!

– Seja como for, é inútil. Sei que o pingente está aí dentro. Sua empregada não disse, mas pela sua cara, é certeza que está. Mesmo que esse cofre só abra com biometria, posso usar meu ki e forçar a entrada.

– Não se eu puder impedir - disse a garota - Agora você não precisa mais ficar com vergonha. Pode me enfrentar....se não fizer isso, te atacarei na hora que tentar arrombar o cofre. Terá que me enfrentar de qualquer jeito.

– Tsc. Pivete - reclamou Shandiàn - Está bem. Você ainda é uma garota safada, mas agora tenho menos distrações.

– Cale-se! Estou pronta para o que você tiver.

– Heh! Quero só ver..

Shandiàn avançou, mas dessa vez Kéfera conseguiu bloquear seu ataque com as duas mãos. Sim, as luvas funcionaram.

– O quê? Luvas de borracha? - disse Shandiàn impressionado.

– Só agora percebeu que estou usando luvas? Isso só mostra que você é mesmo um pervertido! Só ficou olhando para as minhas pernas esse tempo todo, não é?

– Ora, sua..

– Acho que agora...podemos finalmente ter uma luta mais limpa - disse Kéfera, disposta a continuar a batalha. O quarto dos pais dela nunca vivenciaram tanta emoção (sim, seu malicioso, os pais dela ainda são um casal e sempre fazem aquilo que você está pensando naquele quarto, mas não é disso que se está falando).E agora? Qual será o fim dessa luta?