Encontro Surpresa

A segunda proposta: Casa-se comigo?


Sango e Kagome haviam, com certeza, passado dias planejando aquele jantar. Haviam pensado nos mínimos detalhes, tudo estava lindo! Vários arranjos com flores ver­melhas decoravam a mesa, os pratos preparados com requinte, e o bolo... Parecia um bolo de noivado! De verdade!

E todos vestidos com tanta elegância...

A festa não ficou devendo nada à comemoração de um noivado de verdade. O namorado de Kagome, Inu-Yasha, estava lá, Kohako trouxera sua nova namorada, e junto a Sango, Miroku, e a mãe de Sesshoumaru, que se entrosara muito bem ao grupo, faziam uma festa muito animada!

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Sesshoumaru e Rin nem eram tão solicitados, o que não deixava de ser bastante conveniente.

Rin queria poder aproveitar toda aquela alegria, mas tinha di­ficuldades em se concentrar na conversa. Fazia um grande esforço para sorrir nos momentos certos, mas com Sesshoumaru ao seu lado era difícil manter a atenção. Só podia se lembrar do beijo que haviam trocado pouco antes.

— Então, é isso — disse Sango, enquanto Rin a ajudava a levar os pratos para a cozinha, depois da refeição principal.

— O que quer dizer?

— Você se apaixonou por Sesshoumaru.

Rin colocou os pratos cuidadosamente na pia, procurando con­trolar-se apesar do susto que a amiga lhe causara.

— Por que está dizendo isso?

— Porque é óbvio. Duvido que tenha prestado atenção em alguém mais na sala.

— Desculpe-me — Rin murmurou. — Estou muito grata a você e a Kagome pelo trabalho que tiveram, mas...

— Mas Sesshoumaru é a única pessoa que lhe parece real? — Sango sorriu. — Eu sei o que é isso.

— Está bem, estou um pouco atraída por ele — disse Rin, com uma sombra de desconfiança.

— Um pouco? - Rin desistiu.

— Muito.

— E ele? Quer dizer, vejo que ele está fazendo um grande esforço para se manter conosco, mas parece estar se esforçando também para não olhar para você, o que há? Ele me parece enamorado tam­bém... mas eu não consigo entender.

— Eu não acho que esteja — ela disse com tristeza. — Ele é apenas um bom ator. Eu não disse a ele como me sinto de verdade, e nem vou dizer. Estamos tendo momentos agradáveis, mas isso não vai durar. Tão logo a mãe dele parta, vou conseguir um novo emprego e vai ser o fim. E apenas um relacionamento temporário.

Sango olhou para Rin com preocupação.

— E isso vai ser suficiente para você?

Rin olhou para ela sem poder esconder sua tristeza.

— Vou me acostumar com isso.

A conversa com Sango teve seus efeitos. Era verdade que Sango a conhecia melhor que ninguém, mas se os seus sentimentos por Sesshoumaru estavam tão óbvios, ela precisava ser mais cuidadosa.

Foi ainda mais difícil quando a mãe de Sesshoumaru viajou para visitar seus ami­gos. Rin ficou alarmada ao perceber o quanto era gostoso quando estavam só os três na casa. Eram como uma família. Muitas vezes Rin se forçava a lembrar que não estaria sempre ali para conversar com Risa, cantar baixinho enquanto arrumava a cozinha ou acon­chegar-se a Sesshoumaru na cama.

Com a partida da mãe dele, eles poderiam ter parado de fingir, mas Risa continuou a tratá-la da mesma forma, e quando Rin e Sesshoumaru discutiram a questão na cama, na noite em que a mãe dele se fora, deci­diram que seria difícil voltar à velha divisão de quartos tempora­riamente, enquanto ela estivesse fora.

— Você sabe como minha mãe é — disse Sesshoumaru. — Eu não colocaria minhas mãos no fogo de que não voltaria aqui sem avisar apenas para nos pegar no flagra.

— Podemos continuar como estamos então — disse Rin, tentan­do parecer casual, como se realmente não se importasse de dormir aqui ou ali.

— Talvez seja melhor — Sesshoumaru concordou com uma voz também indiferente. Mas em seguida fez com que Rin rolasse sobre ele e começou a beijar seu pescoço. E o coração dela ficou acelerado de alívio e felicidade.

Melhor aproveitar ao máximo o tempo que lhe restava, ela decidiu. Haveria muito tempo para ser fria quando a mãe dele se fosse para o Canadá e já não houvesse razão para dividir a vida com Sesshoumaru, nenhuma desculpa para se virar para ele à noite e enlaçá-lo pelo pescoço. Suas memórias seguiriam com ela e a confortariam no fu­turo, quando seu emprego ali houvesse terminado.

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Com a ausência de sua mãe, Sesshoumaru aproveitou para se dedicar mais ao escritório, e, com Risa na escola, Rin decidiu fazer uma nova arrumação na casa toda.

Já que estava sendo paga para cuidar da casa, deveria cuidar de seu serviço.

Começou pelo andar superior, primeiro o banheiro e depois todos os quartos. Entusiasmada, levantou as camas, limpou os cantos, espanou, lustrou e baniu a desordem que tanto irritava Sesshoumaru.

Ao chegar ao quarto dele, Rin ficou constrangida ao perceber o quanto sua presença afetara a ordem ali. Podia-se identificar clara­mente qual o seu lado e qual o de Sesshoumaru. Do seu lado, no criado-mudo mal cabiam suas caixinhas, perfumes, o conjunto de pintar as unhas, bijuterias, cotonetes, presilhas... Ah, e o pente e a escova. Ali estava a escova. Fazia dias que a procurava!

Rin limpou e guardou tudo, lustrando a cômoda com muito cui­dado antes de chegar ao lado dele. Arrumar seu criado-mudo não levaria muito tempo. Além do pequeno abajur de leitura e do rádio-relógio, havia apenas uma pilha de moedas retiradas do bolso que ele esvaziara na noite anterior.

Dificilmente poderia considerar aquilo como desorganização, mas estava disposta a não deixar nem um grampo fora do lugar. Incerta sobre o que fazer com elas, Rin abriu a pequena gaveta e estava prestes a colocar ali as moedas, quando parou. Um porta-retratos estava guardado, virado de costas.

Rin o retirou com cuidado, sabendo que era uma foto de Sara.

Era óbvio que Sesshoumaru mantinha uma fotografia dela perto de sua cama. A primeira imagem que ele veria ao acordar, e a última antes de adormecer. O coração de Rin ficou apertado ao pensar no quanto ele ainda amava e sentia a falta de Sara.

Segurando a foto nas mãos, ela sentou-se no canto da cama. Ele devia tê-la guardado quando decidiram que dividiriam o quarto, incapaz de suportar o pensamento de ver o rosto de Sara quando outra mulher ocupava o lugar que deveria ser dela.

O contraste deveria ser forte demais.

Rin olhou com atenção para a esposa de Sesshoumaru. Ela havia sido muito bonita, com seus grandes olhos e seu sorriso suave. Como Sesshoumaru poderia colocar alguém em seu lugar algum dia?

Mordendo o lábio, ela se inclinou para colocar a foto de volta na gaveta, e viu uma carta que caíra no chão. Devia tê-la deixado cair quando puxara a fotografia. Pegou-a, sem querer lê-la, mas não pôde deixar de bater os olhos nas palavras sempre a amarei, escritas com a caligrafia inconfundível de Sesshoumaru. Para sempre.

Rin se levantou, colocou a carta por debaixo da fotografia e fe­chou a gaveta.

Era tempo de aceitar a realidade. Sesshoumaru nunca a amaria como ela o amava. Não havia sentido em esperar isso, fingindo e enterrando seu rosto na areia para não enxergar a realidade. Claro que tinha dito a si mesma que Sesshoumaru ainda amava Sara, mas não havia sentido isso com tanta intensidade até aquele instante. Sesshoumaru era um homem de poucas palavras e não diria o que não sentia.

Rin estava muito quieta aquela noite, e quando Sesshoumaru lhe per­guntou qual era o problema ela apenas sorriu e balançou a cabeça.

— Não é nada. Estou apenas um pouco cansada.

E quando foram para a cama, ela se aninhou a ele, incapaz de imaginar como lhe diria adeus, mas sabendo que teria de fazê-lo.

Logo a mãe de Sesshoumaru voltou do que ela chamou de \"turismo\" três dias depois, e imediatamente notou a mudança em Rin.

— O que há? — ela perguntou na primeira oportunidade em que ficaram sozinhas. — Vocês dois discutiram?

— Claro que não — disse Rin.

— Sei que Sesshoumaru não é uma pessoa fácil de se lidar — ela disse, claramente sem acreditar na resposta de Rin. — Mas você parece saber lidar com ele e com Risa também. Você não imagina como faz bem a eles — ela continuou. — Eu não me conformaria jamais se algo desse errado entre vocês dois.

Pois teria que se conformar sim, Rin pensou com tristeza.

— Olha é verdade, está tudo bem — ela mentiu.

Os três foram ao aeroporto para vê-la partir. Rin estava muito triste. Não apenas porque a partida dela significava que não teria mais desculpas para continuar com Sesshoumaru e Risa, mas porque se afeiçoara de verdade à mãe de Sesshoumaru. Ela podia ser dura em alguns momentos, mas seu afeto e seu entusiasmo eram verdadeiros. Mes­mo assim ficou surpresa ao ver a emoção nos olhos dela quando se despediram.

Abraçaram-se com força, e ela agradeceu-lhe por tudo o que vinha fazendo. E depois se voltou ao filho.

— Não a perca nunca — disse enquanto o beijava. — Ela é a mulher de que você precisa.

Risa foi a última de quem se despediu.

— Cuide de seu pai para que ele não faça nenhuma besteira — disse. — Prometam que vão me telefonar assim que decidirem a data do casamento. — Foram as palavras que ela dissera antes de entregar sua passagem.

— Não sei como vou dizer a ela que não haverá casamento algum — suspirou Sesshoumaru quando eles voltaram ao carro com aquele senti­mento de tristeza que sempre acompanha as despedidas. — Ela nunca vai me perdoar.

— Talvez você não precise dizer a ela — disse Risa, arrastando os pés ao lado dele.

— O que quer dizer com isso?

— Casem-se.

Sesshoumaru parou no meio do caminho.

— Risa, a única razão pela qual eu e Rin fizemos tudo isso, foi porque você não queria que ela lhe arranjasse uma madrasta.

— Não quero uma madrasta. Mas Rin... Eu não me importaria se fosse Rin — disse Risa.

Houve um momento de silêncio enquanto os três se moviam pelo hall movimentado do aeroporto. Rin não ousava olhar para Sesshoumaru, mas podia sentir o quanto ele estava tenso. Tinha que fazer alguma coisa para suavizar a situação.

— Risa, poderemos nos visitar e conversar no telefone. Não pre­tendo desaparecer do mapa! — Rin explicou, esforçando-se por pa­recer que brincava. — Você logo cansaria de minhas exigências. — Tentou até mesmo forçar um sorriso.

Mas Risa não pareceu animar-se.

— Não me cansaria não.

— Eu sou muito chata. Mandaria você dormir às oito horas da noite e a proibiria de assistir à televisão durante a semana. Não gostaria disso, não é?

— Não — Risa admitiu. — Mas seria melhor do que se você fosse embora.

— Está bem, Risa. Chega — disse Sesshoumaru em tom severo. — Rin nós fez um favor, mas ela tem a vida dela para cuidar agora.

— Mas...

— Não quero ouvir mais nada a esse respeito — ele disse rispidamente, dando a conversa por encerrada, dirigindo-se ao estacio­namento, e deixando Rin e Risa em silêncio a segui-lo.

Foi um longo e tenso retorno para casa. Sesshoumaru se fechou em seu escritório quando chegaram, dizendo a Rin que precisava traba­lhar. Risa também se fechou em seu quarto com Raito.

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Rin não sabia bem o que fazer. Pensou em continuar a vida normalmente, o que quer que \"naturalmente\" significasse.

Pelo menos, poderia poupar a Sesshoumaru uma conversa constrangedora, pensou, e, sem fazer nenhum alarde tirou suas coisas do quarto dele e levou-as de volta ao quarto que ocupara antes da chegada da mãe dele. Arrumou sua cama e trocou também a roupa de cama do quarto de Sesshoumaru.

Agora, eles poderiam fingir que nada havia acontecido.

Sesshoumaru não percebeu a mudança até tarde, depois de dar boa-noite a Risa, que ainda estava calada e tristonha. Quando viu a mudança, ele desceu a escada e encontrou Rin enxugando as últimas louças, esforçando-se por não pensar no que faria a seguir.

— Você tirou suas coisas do quarto? — Sesshoumaru perguntou abrup­tamente.

— Sim... Eu... Eu pensei que seria mais fácil desse jeito.

— Mais fácil? — ele perguntou como se não entendesse a palavra.

— Combinamos que dormiríamos juntos apenas enquanto sua mãe estivesse por aqui - Rin lembrou-o.

— Eu sei que combinamos, mas... — Sesshoumaru hesitou, parecendo pensar melhor no que estava prestes a dizer. — Sim, você está certa, claro. Não há mais razão para continuarmos agora que ela já foi embora.

— Não — Rin disse desanimada.

Seguiu-se um silêncio desconfortável, porque nenhum dos dois conseguia dizer mais nada.

— Foi um acordo temporário — disse Rin, para reafirmar que ela entendera tudo e não faria nenhuma cena.

— Sim.

Mais uma terrível pausa.

Rin tirou o avental que estava usando e abriu um sorriso doce.

— E melhor eu ir ao quarto, preciso pensar no que vou fazer agora — disse, pendurando o avental no gancho.

Qualquer coisa para se afastar logo de Sesshoumaru e resistir ao impulso de se jogar nos braços dele e implorar-lhe que a deixasse ficar.

— Você sabe o que quer fazer?

— “Ficar com você e Risa.”

— Não — Rin disse ao invés disso. — Mas tenho certeza de que vou encontrar alguma coisa. Sempre posso procurar a agência.

Sesshoumaru deu uma volta pela cozinha.

— Acho que você não consideraria a hipótese de ficar aqui, não é? — ele perguntou subitamente, como se as palavras se forçassem a serem ditas, mesmo contra a vontade dele.

O coração de Rin apertou-se no peito, e ela engoliu em seco antes de responder.

— Achei que você e Risa pretendiam se arranjar sozinhos depois que eu fosse embora.

— Essa era a idéia, era o que Risa queria. Mas vai ser muito difícil. Kaede não deve mesmo voltar e... Bem, a verdade é que eu estive pensando no que minha mãe disse — ele falou rapidamente. — Risa precisa da companhia de uma mulher nessa casa, e ela gosta de você. Ela me implorou que pedisse a você que ficasse. — Ele parou. — Você pode pensar nisso?

Rin esfregou suas mãos para ocultar o tremor.

— Eu não sei — ela disse hesitante. — Acho que não quero ser empregada para sempre.

— Mas eu estava pensando em você como esposa — disse Sesshoumaru. Rin levantou a cabeça para olhar para ele, sem poder acreditar no que ouvia.

— Como esposa?

— Não sei como dizer isso. — Sesshoumaru levantou as mãos para o alto com um suspiro. — Estou tentando lhe pedir que se case comigo.

Rin chegou a abrir a boca, mas fechou-a de novo.

— Mas... Por quê? — conseguiu perguntar por fim.

— Porque parece sensato — ele disse. — Resolveria o problema de ter alguém que tomasse conta do cachorro.

— E verdade, essa é uma boa razão.

— Falando sério — ele continuou. — Risa gosta de você. Ela nem podia pensar na idéia de ter uma madrasta, mas você... Você é di­ferente. Eu acho que ela ficaria feliz se você continuasse aqui como empregada, mas se sentiria muito mais segura sabendo que você ficaria para sempre com ela.

Rin olhou para ele, os olhos cor de chocolate, brilhantes.

— E você, como se sentiria?

— Eu ficaria feliz também—disse Sesshoumaru, olhando dentro dos olhos dela. — Temos nos dado bem nestas últimas semanas, não?

— Sim — ela disse tristemente. — Temos nos dado bem.

— Assim você não terá que procurar um emprego temporário. Claro que poderá trabalhar se quiser, mas sempre disse que não se interessava por ter uma carreira... Pode não ser muito romântico — ele continuou —, mas há razões piores para um casamento do que a busca por conforto e segurança.

Verdade, pensou Rin. Mas ela sempre sonhara se casar por ra­zões mais nobres. Mordeu seu lábio e andou para o fundo da cozinha, como se houvesse esquecido de pendurar os panos de prato.

— E quanto a Sara? — ela perguntou. Sesshoumaru hesitou.

— Eu acho que ela entenderia. Ela iria querer o melhor para Risa, e é isso que quero também.

Então ele nem mesmo fingiria que se casara com ela por amor,pensou Rin, à beira das lágrimas. Talvez fosse melhor daquele jeito. Ela não acreditaria se ele dissesse que a queria por razões menos práticas.

Era engraçado, ela pensou com o coração dolorido. Uma pessoa pode sonhar a respeito de alguma coisa, mas quando ela se torna realidade nunca é como imaginou.

Poucos minutos antes, tudo o que desejava era que Sesshoumaru a pedisse em casamento. E fora o que ele fizera. Mas agora ela queria que ele lhe desse seu coração também. E sabia que ele sempre pertenceria a Sara.

— Posso pensar sobre isso? — perguntou a Sesshoumaru, surpresa com sua própria calma.

— Claro.

Sesshoumaru parecia desconcertado com o autocontrole dela. Devia ter acha­do que ela agarraria a chance com unhas e dentes, Rin pensou.

— Não quero que se obrigue a uma coisa com a qual não se sinta bem depois — ele disse.

Rin olhou para ele. A única coisa que a faria sentir-se melhor naquele momento era ele falar que queria que ela ficasse, não por sua filha, mas por ele mesmo.

Mas seriam muitos sonhos a se tornar realidade em um dia só. Era pedir muito.

Ela sorriu sem conseguir esconder sua tristeza.

— Vou me deitar. Foi um longo dia.

Sesshoumaru observou-a enquanto ela se dirigia para a porta.

— Rin! — ele chamou, e ela se voltou.

— Sim?

— Eu...

O que quer que Sesshoumaru fosse dizer, mudou de idéia.

— Nada.

— Casar-se com ele por causa de Risa? — Kagome encarou Rin pelo outro lado da mesa.

As três amigas estavam sentadas em seu bar favorito, convidadas por Rin, que avisou que se tratava de uma conferência urgente.

— Você não está considerando seriamente esta proposta, está Rin? Está? — ela acrescentou antes de se jogar na cadeira e ba­lançar a cabeça. — Oh, você está!

— Bem, eu tenho pensado muito sobre isso — Rin disse em tom de desafio.

Pensava todos os minutos. Não pudera pensar em mais nada desde a proposta de Sesshoumaru.

— Sei que não é o tipo de casamento que sonhamos ter, mas nem todos podem viver um romance perfeito como Sango. E eu não seria a primeira mulher a assumir um compromisso que não fosse total­mente por amor — ela disse em tom defensivo. — Há outras coisas que também fazem a vida caminhar.

— O que, por exemplo?

— Respeito... Poder dar amor e segurança a uma garotinha...

— Você não está se casando com Risa — Sango explicou com seriedade. — Claro que o compromisso é um dos pontos fundamen­tais para o casamento, mas há outros pontos... especialmente para uma pessoa romântica como você. Sei que vai precisar do amor de Sesshoumaru para ser feliz.

— Você vai mudar de idéia agora? Sempre quis me empurrar para Sesshoumaru a qualquer custo — disse Rin, irritada com as amigas.

— Pensamos que seria bom se ficassem juntos, mas apenas se Sesshoumaru colocasse um ponto final na ligação com Sara. Claro que ele não quer esquecê-la, mas tem que caminhar para a frente. Sesshoumaru deve desejá-la pelo que você é, não pela comodidade que pode dar a ele. — Sango se inclinou na direção dela quase irritada. — Você não pode viver pensando que é a segunda pessoa no coração dele.

Rin tinha passado a noite anterior acordada, sentindo a falta de Sesshoumaru ao seu lado, e vislumbrando os dias, semanas e anos em que ele não estaria com ela. Se casasse-se com ele, pelo menos teria sua presença ao lado dela. Poderiam ter filhos, e isso os aproximaria.

— Você merece mais, Rin — disse Sango, como se pudesse ler seus pensamentos.

Sango e Kagome fizeram o melhor que puderam para evitar que ela cometesse aquele erro, mas quanto mais Rin pensava, mais achava que se casar com Sesshoumaru era a melhor opção.

O casamento deles não seria perfeito, mas pelo menos poderia vê-lo e tocá-lo. E Risa estaria lá também. Eles poderiam compor uma família.

Kagome insistia em dizer que ela conheceria alguém mais interes­sante, mas ela só queria Sesshoumaru. Pensar na vida sem ele, sem nada para fazer a não ser sentir sua falta, parecia desesperador.

Sesshoumaru estava esperando por ela quando chegou em casa.

— Estive pensando no que disse a noite passada — Rin começou quando o viu colocando água na chaleira para o chá.

Ele se voltou para ela, os olhos escuros muito atentos.

— E?

— E... — Rin abriu a boca para dizer que aceitava se casar com ele, mas subitamente percebeu que não poderia e se calou.

Não poderia viver com ele sem lhe dizer que o amava. Já fora difícil o suficiente até aquele momento. Como poderia passar seus anos sem nunca poder ser completamente honesta sobre o modo como se sentia?

—Eu ia dizer que sim—ela contou honestamente. — Mas percebi que não seria justo para nenhum de nós. — Devagar Rin tirou o anel que Sesshoumaru havia lhe dado e colocou-o sobre a mesa. — Achei que poderia aceitar por todas as razões sensatas que você enumerou. Eu disse a mim que eram razões suficientes para um casamento, mesmo sem amor. Mas vejo agora que não são. Estivemos perto de cometer uma enorme besteira, Sesshoumaru — ela disse, encontrando os olhos dele com tristeza. — E melhor eu ir embora.

Sesshoumaru parecia mais desolado do que ela jamais o vira, mas não tentou persuadi-la.

— Risa vai ficar muito desapontada. - Foi tudo o que ele disse.

Risa ficou mais do que desapontada. Ficou em prantos quando Rin lhe disse que estava partindo.

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— Mas você disse que ficaria para sempre — ela reclamou. — Você prometeu!

O rosto de Sesshoumaru estava pálido.

— Risa, o combinado era que Rin ficaria enquanto minha mãe esti­vesse aqui, e você sabia que era tudo um teatro. Você sabia que estávamos apenas fingindo.

— Eu não estava fingindo. Rin não devia ter prometido se não era para valer. — Risa caiu em lágrimas, e saiu correndo da sala.

Rin também estava chorando.

— Devo ir atrás dela e tentar lhe explicar?

— Não, deixe-a. Ela vai voltar — ele disse, passando a mão pelo rosto. — Só espero que ela não torne a vida da nova empregada um inferno. Ela é bem capaz disso.

Contrariando as expectativas do pai, quando a agência mandou uma nova funcionária dias depois, Risa fez de tudo para ser legal com ela, e punir Rin, ignorando-a completamente. Megan era aus­traliana, simpática e competente, e tinha um sorriso bonito e aberto. Rin tentou ficar feliz porque achava que ela faria um bom trabalho, mas seu coração doía enquanto pegava sua mala.

Sesshoumaru havia dito que a levaria de volta para casa. Perguntou a Risa se viria junto, mas ela balançou a cabeça em um gesto nega­tivo, e disse que preferiria ficar com Megan. No último minuto, po­rém, correu até o carro quando Rin estava prestes a entrar e deu-lhe um abraço bem apertado.

— Adeus — ela disse, chorando em sua voz de criança. E então, sem olhar para Rin, correu para dentro novamente.

A garganta de Rin estava tão apertada que ela não podia falar, e as lágrimas rolavam por seu rosto quando ela entrou no carro.

— Ela vai sentir sua falta, sim — Sesshoumaru disse, desculpando-se pela filha. — Só está fazendo isso porque está triste.

— Eu sei. Vou sentir falta dela também.

— Talvez você possa vir nos ver de vez em quando — ele sugeriu. — Pode vir checar se estamos cuidando direito do vira-lata.

— Talvez — conseguiu dizer simplesmente.

Se falasse mais alguma coisa, ela própria voltaria correndo para dentro de casa. Sentia como se estivesse carregando um peso enorme sobre seus ombros.

Por quê? Por que tinha escolhido partir? Poderia ter ficado e continuado a viver com eles.

Mesmo em dúvida, Rin deixou que Sesshoumaru a levasse de volta à sua vida de antes. Ele fez questão de levar a mala até seu quarto, en­quanto Rin continuava paralisada no hall da escada. Sempre gos­tara daquela casa, mas Kagome não estava e a casa parecia fria e solitária. Assim como seria sua vida dali por diante.

— Obrigada — Rin disse quando ele desceu a escada. — Sua voz estava dura e aguda, mas era o único jeito de falar sem chorar.

Sesshoumaru parecia estar tão perto dela naquele pequeno hall, que Rin teve que se mover, dirigindo-se para a porta da frente.

— Eu preciso ir — ele disse, mas não se moveu.

— Eu sei — Rin disse. — Risa está esperando por você.

Quando Sesshoumaru passou por ela, na porta, Rin olhou para ele avi­damente, como se quisesse guardar em sua memória aquele rosto sério e aquela boca macia. Ela poderia nunca mais vê-lo de novo, pensou em pânico.

— Obrigado por tudo, Rin — ele disse formalmente e, em um impulso, inclinou-se para beijar o rosto dela.

Foi um toque leve, rápido, mas Rin foi obrigada a fechar os olhos com força. Instintivamente as mãos dela se ergueram para o peito dele, para ajeitar-lhe a camisa.

— Adeus — ela sussurrou, enquanto também o beijava.

Eles se olharam por um longo e desesperado momento, e então ela deixou que suas mãos caíssem.

Sesshoumaru se voltou, sem dizer mais nada, e então caminhou em direção ao carro. Abriu a porta e, com um último olhar para Rin, partiu, deixando-a desolada e sozinha na porta.

Nos dias que se seguiram, Rin emagreceu os quilos que havia adquirido, mas estava muito infeliz para apreciar o fato de suas roupas voltarem a lhe servir. Tinha voltado à agência, mas ainda não haviam lhe conseguido nenhum emprego, o que era lamentável. Dinheiro não era problema naquele período, depois do generoso che­que que Sesshoumaru lhe deixara, mas, sem trabalhar, ela tinha tempo de­mais para pensar.

Tempo demais para lembrar. Tempo demais para sentir a dor pela falta de Sesshoumaru e da vida que tinha jogado fora.

— Você fez a coisa certa — Kagome tentou assegurar-lhe. — Sei que é difícil, mas é melhor que Sesshoumaru possa lidar com os sentimentos dele por Sara primeiro. E ele precisa fazer isso sozinho. Precisa decidir que já é tempo de aceitar a morte dela e tocar a vida para frente. Só depois disso, poderá pensar no que sente por você.

— Eu não acho que ele sinta algo — Rin disse magoada.

— Nesse caso, foi melhor mesmo que não se casasse com ele. Rin sabia que Kagome tinha razão. Todos os motivos pelos quais não seria um boa idéia se casar com Sesshoumaru circulavam pela sua mente, mas nenhum deles diminuía sua vontade de voltar para a casa dele, e poder ver Sesshoumaru tirando a gravata ao chegar do traba­lho e entrar na cozinha. Risa estaria sentada fazendo sua lição de casa, e Raito latiria, mais inconveniente do que nunca.

Essa imagem era tão vivida em sua mente e a saudade que sentia tão grande que Rin debruçou-se em seus braços e começou a chorar compulsivamente. Do outro lado da mesa, o gato a observava com desdém. Ele já aprendera que o som do choro significava que os humanos não iriam pensar em alimentá-lo tão cedo.

Rin nunca imaginara chorar tanto. Antes pensava que logo me­lhoraria, mas passados cinco dias não havia sinal de que suas lá­grimas secariam. Como poderia conseguir um emprego daquele jei­to? Qual era a vantagem em ficar magra se parecia estar morrendo de fraqueza?

Kagome passou os braços por seus ombros.

— Oh, Rin. — Ela suspirou. — O que vai fazer de sua vida?

— Eu não sei! — Rin choramingou. — Eu não sei o que fazer!

— Pedi a Sango que viesse ficar um pouco conosco — Kagome con­tou. — Você sabe como ela é eficiente nas crises... Ah, deve ser ela! — Kagome exclamou ao ouvir a campainha.

Rin nem se importou em erguer a cabeça. Amava Sango do fundo de seu coração, mas não havia nada que a amiga pudesse fazer. Sesshoumaru era a única pessoa que poderia fazê-la sentir-se melhor.

— Rin?

Não era Sango.

Rin sentiu-se congelar. Sua cabeça ainda estava caída sobre seus braços, e seus cabelos estavam espalhados pela mesa. Parecia a voz de Sesshoumaru. Ela devia estar imaginando coisas.

— Rin! — ele chamou no tom irritado que lhe era tão caracte­rístico.

Bem devagar, ela começou a erguer a cabeça. Sesshoumaru estava parado ali, olhando-a com uma expressão de ansiedade. Ela olhou para ele, sem poder acreditar que era real, que estava ali.

Mas definitivamente era ele.

Mas ele não estava com a expressão que ela fantasiava ao lem­brar-se dele. Em sua imaginação, sempre via um sorriso que lhe iluminava todo o rosto enquanto ele a tomava nos braços.

Na vida real Sesshoumaru não estava sorrindo, e sua expressão era de franca irritação.

— Você não me ouviu?

— Ouvi, mas achei que não era você — Rin disse sem conseguir se explicar.

Ele a olhou com um ar muito preocupado.

— Você está bem?

— Pareço estar bem? — ela perguntou rispidamente.

— Você está horrível.

— Sinto muito, mas nunca consegui chorar graciosamente. — Rin inspirou algumas vezes e limpou o nariz com o lenço.

Era estranho. Parte dela estava realmente brava com Sesshoumaru por chegar daquela forma e surpreendê-la, mas outra parte não tinha vergonha alguma e estava apenas feliz por vê-lo novamente.

Era como se todos os seus sentidos houvessem subitamente des­pertado de um longo sono e estivessem à espera do que viria.

Sesshoumaru puxou uma cadeira ao lado dela e sentou-se.

— Por que está chorando?

— O que acha? — Rin perguntou de uma forma quase mal-edu­cada.

— Por causa de Kouga?

— Kouga?

Fazia tanto tempo que não se lembrava da existência dele, que demorou algum tempo até que soubesse do que estava falando.

— Não, claro que não. — Ela tentou limpar novamente seus olhos. — Por que eu estaria chorando por ele?

— Você me disse que o amou — concluiu Sesshoumaru. — Pensei que quando disse que não podia casar comigo sem amor, estava pensan­do nele. Eu achei que estivesse pensando em voltar para ele...

Ele estava tão longe da verdade que Rin não sabia se soluçava ou se sorria. Balançou a cabeça.

— Não, eu não estava chorando por causa de Seb.

— Então, por quê? - Rin não respondeu.

— O que está fazendo aqui, Sesshoumaru? — perguntou ao invés disso.

— Queria ver você — ele disse simplesmente. Limpando novamente o nariz, ela inspirou profundamente.

— Não me diga que Megan não trabalha direito. Ela pareceu uma ótima pessoa.

— Ela é legal, mas parece estar um pouco entediada conosco. Acho que gostaria de um lugar mais animado para trabalhar.

— Ela está entediada? — Rin repetiu, achando difícil de crer.

— Não temos sido uma boa companhia para Megan — Sesshoumaru disse sem meias-palavras. — Estamos horríveis. — Ele fez uma pausa.

— Sentimos muito sua falta.

Rin interrompeu seu movimento de limpar as lágrimas do rosto.

— Você sente?

— Risa chora antes de dormir, o cachorro está largado pelos can­tos, e eu... — Sesshoumaru balançou a cabeça em desalento. — Sinto mais sua falta que todos eles.

O coração de Rin começou a bater forte.

— É mesmo? — ela perguntou secamente.

— Mesmo — ele disse, virando a cadeira para se pôr diante dela.

— Você lembra que minha mãe preveniu Risa de que não me deixasse fazer nenhuma besteira? Bem, eu fiz uma besteira enorme. Eu não consegui dizer-lhe como realmente me sinto em relação a você.

— Por que não? — Rin perguntou, sentindo que seu coração saltava dentro do peito.

— Julguei-me muito velho e com um passado muito pesado para você. Você sempre gostou de pessoas mais divertidas. Nunca pensei que pudesse se interessar por alguém como eu. Eu imaginava que Kouga era o tipo de homem de que gostava... jovem e animado.

Rin limpou os olhos e o nariz.

— Eu não conseguia suportar a idéia de deixá-la partir... — ele continuou. — Então quis fazer com que tudo ficasse parecido com um emprego, e aquilo foi realmente estúpido, como minha querida mãe acabou me fazendo ver. — Sesshoumaru terminou com uma careta.

— Sua mãe sabe que não estávamos realmente noivos?

— Agora sabe. Risa telefonou para ela e disse que eu fizera uma besteira, como ela previra. Claro que em seguida ela exigiu que eu contasse toda a história, querendo saber como eu havia jogado fora a melhor chance de felicidade que tive nos últimos anos. Eu disse que a pedi em casamento e que você tinha recusado, mas ela não acreditou. Não demorou nada para que ela me arrancasse toda a verdade. Elamal podia acreditar na confusão que eu tinha feito. \"Para um homem inteligente\", ela disse, \"Você foi muito burro!\"

Rin deu um sorriso entre lágrimas. Ela podia praticamente ou­vir a entonação da mãe dizendo aquilo.

— Ela me disse que eu deveria dizer a você tudo que não tive coragem de dizer antes. — Sesshoumaru olhou para as mãos, e então olhou diretamente nos olhos de Rin, que ainda estavam vermelhos e úmi­dos com as lágrimas, mas com um brilho de esperança. — Posso lhe dizer agora, ou você vai se sentir muito mal?

Rin engoliu em seco.

— Não, eu quero ouvir tudo.

— Eu não disse a você o quanto a amo — ele começou. — Eu não disse como a casa está vazia, como minha vida fica vazia sem você. — Segurando as mãos dela entre as suas, Sesshoumaru apertou-as com força. — Eu posso levar Risa para a escola, posso passear com o cachorro, fazer alguma coisa para comer e manter a casa limpa. Posso lidar com tudo isso, mas não posso me virar sem você. Eu quero acordar e encontrá-la a meu lado. Eu quero voltar para casa e encontrar você lá. — Ele fez uma pausa. — Eu nunca lhe disse o quanto preciso de você, Rin — ele disse em uma voz baixa e rouca.

O gato escolheu aquele momento para se levantar e espreguiçar, e então se sentou injuriado por não provocar a reação usual.

Um brilho forte parecia irradiar de Rin, e se espalhava por tudo. Seus dedos brincavam com os dele.

— E quanto a Sara? — ela perguntou, como já fizera antes.

— Eu amei Sara — ele disse com muita tranqüilidade. — Nada vai mudar isso, mas sinto que recuperei minha vida. Nunca pensei que me apaixonaria de novo — ele disse a Rin. — Pensei que já tinha tido minha chance de amor e que nunca mais seria feliz. E então você entrou na minha vida e virou-a de cabeça para baixo.

Os dedos dela apertaram a mão dele.

— Você não é a substituição de Sara — ele disse. — Eu nunca quis alguém que fosse. É de você que eu preciso.

Os olhos dourados mostravam-se afetuosos e sérios enquanto olha­vam para Rin.

— Se eu tivesse lhe dito tudo isso quando a pedi em casamento, faria alguma diferença?

— Sim — Rin disse.

— E se eu lhe pedir de novo, agora...? - Os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Eu diria que sim — ela prometeu. E não houve mais palavras.

Sesshoumaru colocou-a em seu colo e beijou-a com tanta avidez que ela pensou que ia explodir de tanta felicidade.

Eles teriam ficado ali por horas se o gato não os interrompesse, cansado de ser ignorado e tocasse com a patinha o braço de Sesshoumaru.

Puxando o braço para trás, Sesshoumaru observou-o desconfiado.

— Por que ele fez isso?

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— Ele quer sua atenção — Rin disse com simplicidade. — Não quer machucá-lo.

— Bem, ele precisa entender que tenho coisas mais importantes para fazer nesse momento — disse Sesshoumaru, apertando Rin em seus braços, apenas afrouxando um pouco quando algo lhe veio à mente.

— Você não vai levá-lo, vai? — ele perguntou em tom de dúvida.

— Receio que sim — disse Rin. — Não posso pedir a Kagome que fique com ele para sempre. E a culpa é toda sua. Poderia ter facili­tado as coisas se tivesse me deixado levá-lo antes. Raito já estaria acostumado com ele.

Sesshoumaru olhou para baixo, fingindo-se deprimido.

— Minha casa vai se tornar o lar dos vira-latas da cidade. — Ele já sorria beijando-lhe o rosto e o pescoço.

— Não vai se importar, não é? — ela perguntou, enlaçando-o.

— Não se você estiver entre eles.

Seus lábios se encontraram para um longo e suave beijo.

— Sua mãe ficará feliz agora. — Ela suspirou alegremente quando se afastaram, e Rin apoiou a cabeça em seu ombro.

— Não se alegre. Não vamos contentá-la ainda. Espere para ver! — Sesshoumaru exclamou com um sorriso maroto. — Basta lhe dar a notícia de que estamos casados para que ela comece a exigir um irmão para Risa.

Rin sorriu e beijou-o novamente.

— Não me importo em tratar desse assunto.

— Tudo para contentar minha mãe?

— Não! Qualquer coisa para contentar você, meu amor.

FIM

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NOTAS FINAIS:

Estarei postando no meu Live Journal a capa original do livro e algumas especificações.

Agradeço a todas as leitoras que tiveram a paciência de esperar minhas atualizações e também a todas que leram e deixaram reviews.

Deixo um carinho especial para aquelas que seguiram até o fim e esperaram, confiantes que eu postaria até o fim.

Eu jamais posto qualquer fic se não a tiver terminado em respeito às leitoras e leitores.

Atualizo assim que posso e os períodos que fico sem postar são por falta de tempo, pois trabalho e tenho uma vida social um pouco complicada.

-x-

Uma médica brilhante...

- O embrião o qual a senhora clonou as células esta evoluindo... no útero artificial neste momento... como a senhora foi responsável pela pesquisa, não seria justo a senhora não ver esse momento!!! E os médicos mandaram chamá-la com urgência!

Uma cientista brilhante...

- Esta célula parece ter a idade de apenas 100 anos, e as danificações foram feitas apenas pelo tempo que ficou sem se expor ao oxigênio, ou seja, parece ter sido guardado a vácuo. Acho que não existiu ser como este há cem anos atrás... tenho certeza de que, pelo que vi, e comparei, que o dono desse material é bastante parecido com um ser humano, ele tinha muitas semelhanças com a célula humana.

E a clonagem de um Inu-youkai poderoso, poderia trazer muitos problemas e a despertar um amor que transcendeu eras...

- Você esta bem? – ela parou, olhando-o, um pouco assustada. E ele voltou seus olhos para o rosto dela novamente, e seus lábios moveram-se em silêncio. – Quer ajuda?...

- Rin... – ele pronunciou em tom baixo.

- Hã? – Rin sentiu o coração palpitar, como ele sabia seu nome.

- Rin... tire essa maldição...

Reencontro

- Eu acho... que eu não sou essa pessoa que procura...

- Rin... – ele olhou incerto. – Seu cheiro não mudou nem um pouco, nem sua aparência...

Em breve.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.