Hoje acordei indisposta pra tudo. Tinha duas provas no dia, e não tinha pique pra mais nenhuma delas, nem mesmo pra levantar da cama.

Mas levantei, e fui pra escola.

Passou-se as duas primeiras aulas, e chegou a primeira prova do dia, de português.

Já sabia que não iria muito bem, não tinha estudado muito pra ela, mas sabia um pouco da matéria. Mas assim que recebi a prova, e que comecei a ler, na hora soube que não ia me dar bem mesmo.

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Consegui fazer a prova, apesar de receber uma ajudinha em duas questões. E cheguei na ultima. “Faça um breve relato de sua infância”.

Não soube bem o que escrever no começo, mas logo algo entrou em minha cabeça, e comecei a escrever. Aquilo mais parecia um desabafo, do que um relato de infância. Mas de algum jeito, senti a necessidade de escrever cada palavra daquelas 21 linhas.

“Na minha infância, vivi muito na rua, tinha alguns pouco amigos, mas mal sabia eu, que naquela época, eram muitos. Já posso ver a diferença de antigamente e hoje em dia. Antigamente, esses poucos amigos, me faziam rir, ficamos na rua, brincávamos, nos divertíamos, saíamos juntos. Era uma amizade construtiva. Eles nunca me colocaram pra baixo por motivo nenhum, sempre nos ajudávamos, nos colocávamos pra cima. E hoje, posso dizer com firmeza, que sinto falta dessa época. Hoje, ainda me sinto muito inseguro com minhas amizades, por mais que muitas estejam sempre ali pra me ajudar, eu me sento sozinha, mas antes nunca passei por isso. São pequenos detalhes que fazem toda a diferença, e eu já sabia, que quanto mais gente eu conhecia, mais gente podia sair dela.

Além de amizades, antigamente eu me sentia mais próxima da minha família, mais amada, mais compreendida. E hoje em dia, me sinto completamente deslocada, me sinto julgado, e não amada. No momento, eu só queria voltar em uma época que minhas dúvidas não eram constantes, ou em grandes quantidades.”

No mesmo momento em que entreguei aquela prova, com o meu relato, eu já soube que não ia dar certo, era íntimo demais. Mas a necessidade de falar aquelas coisas, foi muito grande, foi maior que eu.

Preferi ignorar, e seguir em frente.

Passou-se o recreio, e as aulas, e chegou na última aula do dia, e a última prova. Química.

Estava muito preocupada com ela, não estava muito confiante, não gostava do professor, e não entendia direito a matéria, mas fui na fé.

Logo o professor começou a montar os grupos, já que a prova seria em grupo.

Assim que vi, que havia caído com a Lívia e a Julia, já soube que provavelmente não iria muito bem nessa prova. Éramos uma pior que a outra.

–Nossa Senhora, olha esse grupo, estamos fundidas cara.

Concordo com a Julia, mas ao olhar pra prova, percebo que o que havia caído, era o pouco de coisa que eu sabia da matéria. Suspirei de alívio, e começamos a fazer a prova.

–Aqui tem, 3 elementos químico, com 6 quantidades de átomos.

Ia falando pra tentar ensinar elas, mas sabia que elas não estavam entendendo nada.

No final, acabei fazendo a prova basicamente sozinha, com uma pequena mãozinha da Julia, e uma dica salvadora do professor, e naquele momento. Me senti orgulhosa de mim mesmo, por ter concluído a prova, e tendo a certeza de ter acertado pelo menos 2 exercícios.

Sai da sala sorrindo, aquela felicidade estava incrível.

Só sabia no momento, que eu gostaria de mais sensações assim. De vitoria, de orgulho.

Não é sempre que me sinto assim, feliz comigo mesma.

Ultimamente só ando sentindo desgosto de mim mesmo, estou sendo julgado pelos meus tios, minha mãe não me protege deles, meu pai está longe, minha amiga tá distante. So ando me sentindo mais solitária do nunca, me sinto deslocada, sem nenhum encaixe no mundo, na minha vida.

Não sei se um dia irá melhorar, mas nesse momento, sei que não irá melhorar tão facilmente, já que a solidão, anda me consumindo, me colocando cada vez mais em um poço fundo, e escuro, que sei que se chegar no fundo dele, a subida, não será nenhum pouco fácil.

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