E se Fosse Verdade

Capítulo 32


Eu costumava exagerar no drama. Mais quando eu me sentei ao lado da Nice para assistir minha próxima aula. Coisas assustadoras passaram pela minha cabeça. Mas exatamente três coisas estavam me assustando.

Primeiro: eu estava NA-MO-RAN-DO. Tava pra acreditar? Tudo bem isso é normal. Mas porque eu não conseguia começar um namoro de forma normal como todo mundo. Porque primeiro eu tinha que me meter em encrencas para depois começar a namorar? Aquilo definitivamente não podia ser normal.

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Segundo: O Meu namorado era o MAX. O Max cara. Isso não fazia sentindo algum quando você esta tentando esquecer o melhor amigo dele. Nessa eu viajei legal. O Max era um fofo mais isso nunca daria certo.

Terceiro: Pela primeira vez eu tinha escutado um conselho da Nice, e isso provavelmente não era um bom sinal. Resumindo eu tinha me ferrado legal.

Quando o sinal tocou para o intervalo, eu pensei em ficar trancada dentro da sala de aula, eu decididamente não queria encontrar o Michel, eu não havia me preparado psicologicamente para aquilo. Mas a Nice não conseguia me entender. Eu acho que ela nunca me entendeu.

—Para com isso, e anda logo Iza. —Ela era convincente quando queria.

—Vamos. —Eu concordei caminhando até a porta, mas congelei no mesmo instante. O que ele estava fazendo ai?

—Oi. —Ele disse sorridente se aproximando de mim. —Vamos dar uma volta?—O Max perguntou me abraçando pela cintura. Aquilo chamou atenção de algumas pessoas, isso realmente era um problema para mim.

O que ele pensava que estava fazendo? Ele não podia fazer aquilo. O Michel fazia isso... Estava vendo do que eu estava falando sobre esquecer o Michel.

—Esta tudo bem?—O Max perguntou quando eu não respondi.

—Claro. — eu concordei com a cabeça. Então o Max me puxou pela cintura e prendeu seus lábios nos meus em um beijo.

—Estava morrendo de vontade de poder fazer isso. —Ele disse carinhosamente. O Max às vezes não ajudava.

Saímos para o refeitório. Nessa hora a Nice já tinha desaparecido por completo. Cara, aquela nem parecia a Nice que eu conhecia.

Entramos no refeitório de mão dada. Porque às vezes eu tinha a sensação de que todo mundo estava olhando para nós. O Povinho da treva.

—Vai querer comer alguma coisa?—O Max perguntou quando nos sentamos em uma das mesas vazias. Eu estava pensando sobre isso quando ele viu alguém entrando no refeitório. Então o Max levantou a mão e acenou alegremente fazendo um sinal com a mão para que a pessoa se aproximasse.

Eu virei minha cabeça para acompanhá-lo e não, não e não. O Max não podia fazer isso. Porque ele tinha que fazer aquilo, O Michel era ultima pessoa que eu queria por perto naquele momento. Porque o Max tinha que fazer isso? Eu senti vontade de arrancar a cabeça do Max.

O Michel olhou para nossa direção seus olhos pousaram diretamente em mim, então ele se virou e saiu do refeitório simplesmente. Eu cheguei a suspirar aliviada, o Michel parecia dividir o mesmo sentimento que o meu, uma pena que o Max não estava feliz com essa idéia.

—O que deu nele? —O Max perguntou enquanto assistia o Michel sair do refeitório.

—E eu que sei. —Eu dei de ombros, feliz demais para fazer qualquer outra coisa. Feliz ou aliviada?

—Isso não esta certo. —O Max disse se levantando e balançando a cabeça pesaroso.

—Aonde você vai?—Eu perguntei apavorada. O Max não estava pensando em ir falar com o Michel? Ele não ia fazer isso.

—Falar com ele. —Ele retrucou como se fosse obvio. Cadê o rapaz fofo que eu conhecia?

—Não, você não vai. —Cara ele não podia esquecer o Michel, que importância tinha se ele surtava de vez enquanto.

—O Michel nunca vez isso, ele é meu amigo e eu quero saber o que esta acontecendo. —O Max disse determinado. Porque o Michel sempre estava no meu caminho?

Eu respirei fundo. Tudo estava muito confuso. O Michel não tinha porque reagir assim, e o Max também não precisava fazer tanta questão de ter o Michel por perto. Que droga.

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—Você sabe o que esta acontecendo?—O Max perguntou acusadoramente para mim. Ótimo, três horas de namoro e já tenho a primeira acusação. Isso nunca daria certo.

—Não. —Eu disse irritada. —Pra mim o Michel que se exploda.

Iza. —O Max passou a mãos pelos cabelos desajeitadamente. —Iza você e o Michel realmente não tiveram nada né? Quer dizer nada sério mesmo.

Eu não acreditava que o Max realmente estava fazendo aquela pergunta.

Insegurança. Era isso. Naquele momento eu senti que aquele namoro nunca daria certo. O Max sempre desconfiaria de mim e do Michel. Outra enorme burrada que eu tinha feito. Novidade.

—Não, não tivemos. —Eu respondi sem saber se aquela era a resposta verdadeira. —Ele gosta da Thifany, lembra?—Eu perguntei usando as palavras dele.

—E você?

Aquilo novamente?

—Eu estou com você. —Será que isso era o suficiente.

—Eu quero colocar as coisas no lugar, se tem algo pra ser falado vai ser agora. —O Max estava determinado a descobrir o que quer que tenha acontecido com o Michel.

—Claro. —Eu concordei soltando a mão dele, não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso.

—Você vem comigo. —Isso não era uma pergunta e sim uma ordem.

—Pra que?—Eu perguntei realmente irritada. O que o Max tinha na cabeça? Minhocas. Porque não havia motivos no mundo que me levasse a querer ver o Michel.

—Eu não quero que o nosso namoro seja uma farsa, precisamos acertar algumas coisas. —Ele disse pensativo. —Eu sei que você gosta dele e tudo mais... —Alguma coisa na meu rosto fez ele para de falar.

Meu Deus o Max estava com paranóia. Só podia ser isso.

—Eu não quero escolher entre você e ele.

–Quem disse que precisa. — Tá bom que eu não suportava o Michel, mas o Max já estava fazendo drama demais.

Serio eu estava começando acreditar que o Max tinha algum tipo de transtorno. Tudo bem, que eu não queria ver o Michel nunca mais na minha frente, mas ele não precisava exagerar.

O Max parecia saber exatamente aonde encontrar o Michel, porque assim que nos aproximamos do ginásio eu vi o Michel conversando com alguns garotos. Cadê a loira oxigenada que não estava pendurada nele? Isso sim era estranho.

—Precisamos conversar. —O Max disse sem olhar em volta. Os garotos olharam entre si dando espaço, enquanto o Michel encarava o Max de volta. Até parecia que a qualquer momento um ia socar o outro.

—Fala. —O Michel disse secamente.

O Max olhou em volta então os quatro garotos saíram. Será que eu não podia ir com eles? Aff aquilo era desnecessário.

—O que esta acontecendo?—O Max foi direto.

—Nada que eu saiba, ou que alguém me contou. —O Michel disse ironicamente.

—E por causa do meu namoro com a Iza?—O Max perguntou me abraçando.Como se quisesse garantir que eu não iria fugir.

—Ah vocês estão namorando? —O Michel não abandonava o tão irônico.

—Você sempre disse que não gostava dela, que era tudo por causa da Thifany.

—E é. —O Michel disse e pela primeira vez seus olhos pousaram em mim, eu desviei meu olhar para o chão. — Eu só esperava que o meu melhor amigo fosse me contar que estava namorando minha ex-namorada.

O que? O Michel não tinha dito aquilo. Por Deus o que estava acontecendo ali?

—Não deu tempo cara à gente começou a namorar...

—Ah qual é Michel?Ta reclamando por quê?—Eu interrompi apavorada, antes que o Max contasse que não fazia nenhum dia que estávamos juntos, aquilo seria o meu fim. —Primeiro você não é a mãe do Max, segundo eu nem fui sua namorada de verdade, e terceiro eu duvido muito que você conte tudo para o Max.

—E pode ser. —O Michel olhou de um modo esquisito para mim. E eu fiquei imaginando se ele teria coragem de contar o que aconteceu conosco no quarto dele. —Agora eu preciso ir a Thifany esta me esperando. —Ele disse se virando.

— Michel. —O Max o chamou. — Você tem certeza que não tem nenhum problema mesmo?—Eu senti que aquelas palavras significavam muito mais coisas do que eu poderia entender.

—Claro. —O Michel disse concordando com a cabeça. —Eu já te disse sem problemas, eu gosto da Thifany. —Então ele se virou e foi embora. Aquelas palavras ficaram martelando na minha cabeça.

O Max se voltou e olhou para mim sorrindo.

—Desculpa por isso. —Ele disse me abraçando. —Mas eu queria ter certeza que vocês dois...

—Deixa isso pra lá. —eu disse beijando ele, não querendo relembrar aquela conversa.