E de repente...

Capítulo vinte e nove


Rony e Blásio seguraram Hermione que queria aparatar para a França de qualquer jeito, falavam com complacência, mas nada do que diziam faziam-na se acalmar. Era a sua vó, sua única família, queria vê-la e certificar-se de que tudo ficaria bem.

Harry a abraçou, e deixou que a garota o apertasse. Compreendia tudo o que se passava no âmago da amiga, todo o medo e frustração, mas não podia deixa-la simplesmente sair e aparatar. Ainda estava abalada física e mentalmente por causa de Nott.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Hermione chorava.

— Rony, vá ao Ministério. Precisamos de uma chave de portal! — O ruivo assentiu e saiu. — Blásio, veja com Draco se Hermione precisa de alguma poção.

Blás virou-se e seguiu para o escritório, onde Draco entrara para — muito — provavelmente conversar com Theodore.

— Vamos pegar suas roupas. — Empurrou-a gentilmente para as escadas, deixando-a guia-lo para o quarto.

Hermione sentou-se na cama, derrotada, cansada. Limpou as lágrimas delicadamente, tentando controlar o tremor das mãos. Harry tocou-lhe o ombro.

— Vá tomar um banho, vou separar suas roupas. Mas preciso que me mostre onde estão! — Hermione levantou-se e mostrou o roupeiro alto, separando uma muda de roupas para trocar-se.

Dirigiu-se ao banheiro e sobressaltou-se com sua imagem refletida no espelho. Estava pálida, as olheiras arroxeadas destacavam-se assim como a escoriação na bochecha. Despiu-se, deixando o blusão de Theo que usara durante todo esse tempo, cair sobre o chão frio. Não suportaria sequer sentir o perfume do rapaz, a recente descoberta lhe deixava nauseada.

A sensação de limpeza lhe consumiu, a roupa limpa tocou sua pele com suavidade e desejou poder deitar-se sob um grosso cobertor e adormecer. Seus ombros caíram pesados, mas voltaram ao lugar quando Harry bateu na porta.

— Está pronta?

Em resposta, abriu a porta e saiu.

— Não precisa ir comigo, Harry.

— Deixamos você sozinha por sete anos, não deixaria que desaparecesse de novo. — Ofereceu a mão para Hermione, enquanto carregava a mala com outra.

No andar de baixo Rony os esperava com uma pequena mala, as inicias indicavam que era de Harry.

— Vou ficar com Gina, sei que ela vai querer companhia! — Rony disse, esperando a compreensão de Harry. — Precisamos de alguém no Ministério, vou cuidar de tudo.

Harry assentiu.

— Quero que tome um gole dessa poção sempre que se sentir nervosa demais. Certo? — Draco aproximou-se, e entregou-lhe o frasco. — Vou assim que puder.

A chave de portal estava sobre a lareira, uma colher prateada, simples. Definitivamente o primeiro objeto que encontraram. O objeto começou a brilhar gradativamente e Harry aproximou-se de Hermione e depois de uma contagem rápida, tocaram juntos no objeto.

...o...

Hermione entrou correndo pelo hospital, pessoas paravam para observá-los enquanto Harry corria atrás, desculpando-se pelo incomodo. Na recepção precisou falar pela amiga, que mal conseguia pronunciar seu nome, e até mesmo recusar o calmante que um enfermeiro ofereceu.

— Eu estou bem, só quero a minha avó! — Hermione rebateu, cobrindo o rosto com as mãos.

Harry consolou-a. Não haviam autorizado sua entrada, Marie estava realmente ferida e seu estado não era nada bom.

— Vai ficar tudo bem, você vai ver! — Harry abraçou-a lateralmente, afagando seu ombro carinhosamente.

Depois de horas sentados naquele silêncio perturbador, um médico alto se aproximou, segurava uma prancheta de metal enquanto ajeitava o estetoscópio com a outra mão.

— Senhorita Granger? — Hermione levantou o rosto e assentiu. — Consegui dez minutos para você.

— Obrigada! — Quase saltou para fora da cadeira.

— Ah, precisa entrar sozinha. — Comunicou assim que Harry se levantou. — E não se preocupe, ela está sedada, apenas dormindo.

Hermione passou pelo corredor em passos apressados, porém, firmes e ansiosos. Quando entrou no quarto precisou conter as lágrimas, caminhou vacilante até sua avó que estava ligada em tantos aparelhos quanto era possível. Segurou sua mãe enrugada e pálida e deixou-se perder algumas lágrimas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Oi, eu voltei. — Sussurrou ao sentar-se ao lado da cama. — Sei que não é a melhor situação, mas voltei para casa.

Os aparelhos apitavam incansavelmente.

— Me sinto a pior neta de todas. Não lhe mandei nenhuma carta em todo esse tempo que estive fora, tampouco liguei. — Enxugou as bochechas. — Você estava certa, como sempre, não é!? Eu senti tanta falta de Londres, dos meus amigos. Mudei de cargo no Ministério, agora estou trabalhando com estratégias de ataque.

Hermione sorriu.

— Acredita que consegui até mesmo um namorado? Ele se chama Theodore Nott, e é maravilhoso. Nunca pensei que encontraria alguém. Mas para ser sincera, acho que não estamos tão bem, menti para ele e fiz uma coisa estúpida, nossa última conversa foi conturbada e...

— Senhorita Granger? — O médico entrou e notou que o momento não era propício. — Mais cinco minutos e nada mais.

Hermione voltou-se para a avó e continuou o monólogo.

— Bem, nós brigamos e eu não sei o que pensar sobre isso. — Apertou cuidadosamente sua mão conectada ao soro. — Você gostaria dele, e espero que quando acordar eu possa lhe apresenta-lo, mesmo que continuemos assim. Agora eu preciso ir, e você precisa descansar. Volto em breve!

Beijou-lhe a testa carinhosamente no mesmo instante em que o médico entrou no quarto.

— Faremos de tudo, senhorita Granger. — Hermione assentiu.

No momento em que cruzava a porta os aparelhos apitaram mais altos e continuamente, o sobressalto do médico a fez virar-se, enfermeiros empurraram-na para fora enquanto faziam de tudo para reanimar a sua avó.

— Afasta! — Sibilou o médico, que colou o desfibrilador ao corpo de Marie. — Vamos!

Um enfermeiro segurava Hermione que observava tudo pela porta ainda aberta, não se moveu nem mesmo com o aperto do rapaz, seus braços ficariam vermelhos, disso tinha certeza, mas não conseguia sequer respirar.

— Hora da morte? — Perguntou o médico, já buscando com o olhar o relógio pendurado na parede.

Não havia percebido, piscou, e agora Harry a segurava pelos ombros. Mantendo-a de pé. Abraçou-o com tanta força que quase rasgou a camisa com suas unhas, chorou no ombro do amigo por minutos, que mais se pareceram com horas ou dias. Se soltasse Harry, não suportaria.

Não lembrava-se de muito mais, estava agora sob efeito de um sedativo e apenas observava as casas passando pela janela do táxi. Harry cuidara de tudo, assinara tudo o que o Hospital pediu e em seguida, chamara um táxi para leva-los para casa. Estavam sacolejando pelas ruas, Harry ao seu lado permanecia em silêncio, observando-a de soslaio.

Quando o automóvel parou pediu ajuda ao amigo, seus pés não obedeciam aos comandos, provavelmente a dose do sedativo fora maior do que o necessário. Entrou em casa e sentiu-se bem, mesmo sabendo que não seria recebida pela avó, sorriu brevemente, aquele lugar era aconchegante e familiar. Sentira tanta falta.

— Eu vou subir, Harry. — Disse. — Pode ficar no quarto da esquerda, deixarei a porta aberta!

O rapaz assentiu e assim que não via mais Hermione, passou as mãos pelo rosto.