Annelise desceu até o saguão - um cômodo quadrado, com as paredes pintadas de azul e no teto, uma pintura de nuvens - onde ela entrou pela maior porta, que dava para o refeitório. Todas as crianças já estavam comendo. Ela se dirigiu até a mesa onde estava Jake, Anabeth, Paul e Gracy, uma menina branca de cabelos negros espessos, e se sentou.
O cardápio de hoje era leite, torrada e maça.
Quando ela acabou de tomar o café da manhã, já eram dez e meia. Um pouco nervosa e um pouco contente, Annelise e Jake se direcionaram para o saguão de entrada. Jake mal conseguia se conter de tanta felicidade. Durante alguns minutos, que mais pareceram horas, eles esperaram, Annelise perdida em pensamentos e Jake pulando de alegria.
Uma figura, que em outro segundo não estava ali, surgiu na frente deles. Simplesmente se materializou no ar. Essa figura apontou algo que parecia um graveto para as porta e depois disse algo parecido com "Abaffiato". Da ponta de seu graveto saiu um jorro de luz roxa. Annelise boquiabriu-se. Jake recuou.
_ Desculpem-me pelos meus modos. Estou com o horário apertado esses dias. - disse um homem de estatura média, cabelos negros cacheados até os ombros dos olhos castanhos como terra. - Sou Rodolfo Lufpump, diretor substituto de Hogwarts.
_ Desculpe, mas, como é que o senhor apareceu aqui? - perguntou Annelise.
_ AH, sim. Eu acabei de desaparatar aqui. Vocês vão poder fazer isso um dia. Mas, vejamos você - ele olhou para Annelise - é Annelise Waldorf? - ela assentiu com a cabeça. - E você - disse ele, agora virado para Jake, cuja expressão era de espanto - é Jake Johns?
_ Sim, senhor.
_ Hogwarts é uma escola de magia e bruxaria. Eu sou um bruxo, assim como vocês dois e todos os outros alunos de Hogwarts. - disse ele, calmamente, como se estivesse lendo uma história de ninar. - Suponho que vocês já receberam suas listas de material. Posso acompanha-los durante as compras, a não ser, é claro, que vocês não queiram ir. - dito isto, ele fez um olhar penetrante que ia de Jake para Annelise. Os dois assentiram com a cabeça. Por mais que quisesse, Annelise não conseguia produzir som algum, além de sua respiração.
_ Mas senhor, nós não temos dinheiro, como é que vamos comprar nossos materiais? - perguntou Jake.
_ Não se preocupe com isso, meu jovem, o Gringotes pode emprestar dinheiro para alunos em situações como essas. Bom, vão juntar seus pertences enquanto converso com a coordenadora sobre isso. Vocês ficarão na escola durante o ano inteiro, e só voltarão nas férias de verão e, se quiserem, no Natal.
Ele foi, cautelosamente, até a porta, que dava para o escritório de Dona Marta e bateu suavemente três vezes. Annelise e Jake se entreolharam, espantados, e seguiram para juntar seus pertences.
O quarto estava vazio quando Annelise chegou. No entanto, agora sua cama estava arrumara. Ela pegou seu malão marrom com suas iniciais gravadas em dourado, e colocou dentro suas roupas, presentes, sapatos, livros e a carta de Hogwarts. Apesar de poucas coisas, o malão estava pesado quando ela o carregou até o saguão onde estivera à alguns minutos. Jake já estava lá, com o seu malão a seu lado.
Jake sorriu. Segundos depois, o velho Rodolfo estava de volta, rindo com Dona Marta ao seu lado. Depois ele fez um gesto indicando que era para os dois o seguirem.
Rodolfo, Annelise e Jake saíram do orfanato (Annelise suspirou, afinal, não voltaria ali tão cedo) e seguiram pela rua principal até à esquina, onde viraram a primeira a direita e entraram em uma rua movimentada. Passaram por livrarias, lojas de musica, cinemas e lanchonetes. Até que pararam, para a infelicidade de Annelise, em um muro preto com uma placa escrito O Caldeirão Furado. Parecia demasiado antigo, pois parecia estar caindo aos pedaços.
Eles entraram. Por dentro era exatamente o que se podia esperar de um lugar com um muro daqueles; as mesas redondas empoeiradas, teias de aranhas nas paredes, um balcão cor de vinho muito chamativo em relação ao resto do ambiente, e uma escada nos fundos ao lado de um buraco na parede.
Annelise e Jake seguiram o subdiretor, que ia conduzindo-os para cada vez mais longe da entrada. Passaram pelo buraco na parede e se depararam com um muro de tijolos. Rodolfo tirou sua varinha e tocou três vezes em três tijolos do meio, e, naquele lugar, foi se abrindo um vão, e de repente, estava ali, bem à frente, uma longa rua cheia de pessoas usando capas longas, olhando para as vitrines onde continham vassouras, roupas, varinhas, animais, e outros objetos que Annelise nunca vira na vida.

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