E Se A Dama Se Apaixona Pelo Vagabundo?

Capítulo 47 - A máscara caiu


Hermione acordou na manhã seguinte, mas continuou de olhos fechados. Sentia que estava abraçada a Ronald e não queria que esse momento terminasse nunca. Mas logo o sol começou a iluminar o quarto e ela sabia que teria que levantar e que Ronald tinha que ir embora antes que alguém procurasse por Hermione.

Então ela abriu os olhos e viu que Ronald também já estava acordado. Ele sorriu para ela.

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- Bom dia. – ele disse, acariciando o cabelo de Hermione.

- Não queria que tivesse amanhecido. – respondeu ela, desanimada.

- Eu sei. Eu também não queria. – concordou Ronald. – Mas agora eu tenho que ir embora, não vamos abusar da sorte, né. – Ronald se levantou e começou a se vestir.

- Ah, não. Fica aqui. Você pode ficar escondido no closet. – disse Hermione ainda na cama.

Ronald riu.

- Eu tenho que trabalhar e você tem que ir na escola. – disse Ronald.

- Trabalhar? Onde você está trabalhando? – perguntou Hermione.

- Eu voltei a trabalhar na oficina. Graças a Deus meu antigo patrão me aceitou de volta. – explicou Ronald.

- Mas por quê? Você vai voltar a trabalhar na Fábrica! Eu e o Harry estamos tentando provar a sua inocência. Eu sei que está demorando, mas a gente vai conseguir! – disse Hermione. Ela também se levantou e vestiu o roupão.

- Não adianta, Hermione. Vocês não vão conseguir nada. Além disso, eu não posso ficar parado, tenho que trabalhar. – disse Ronald desanimado.

- Acredita em mim, eu vou abrir os olhos do meu pai! Está tudo dando certo, o nojento do Cormac nem mora mais aqui! – disse Hermione.

- Eu acredito em você. – garantiu Ronald. – Mas, por favor, não se mete em confusão com o seu pai por causa disso.

- É ele que está arrumando confusão comigo. – disse Hermione.

- Agora eu tenho que ir. – disse Ronald, dando um beijo em sua boca.

Hermione foi até a sacada para ver se não tinha ninguém e depois chamou Ronald. Sem que ninguém visse, ele entrou no carro de Harry e ficou escondido lá dentro. Ele já tinha combinado com o irmão de Hermione que ele o levaria para casa antes de sair para o trabalho.

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Apesar da noite ter sido maravilhosa e do fato de Cormac ter se mudado, Hermione estava muito desanimada aquela manhã na escola.

Ronald também estava desanimado, Hermione sabia disso, mesmo que ele tentasse disfarçar. Tinha sido um golpe muito duro para ele ser acusado de roubo e ter sido despedido da Fábrica logo depois de ter recebido essa grande oportunidade. Sem contar a humilhação que ele deve ter passado na frente de todos, na frente do pai de Hermione. Não era justo ele ter passado por mau caráter sendo uma pessoa tão maravilhosa. Mas o pior de tudo era que ele parecia ter desistido. Tinha voltado a trabalhar na oficina como mecânico e não via como iria provar que era inocente.

Mas Hermione não tinha desistido. Ela sabia que Cormac tinha feito aquilo e estava decidida a provar isso de um jeito ou de outro.

Foi por isso que na hora da saída da escola, quando o motorista foi busca-la, ela pediu que ele a levasse a empresa do pai. Cormac estava de folga do trabalho para ajeitar as coisas da mudança, o que queria dizer que a sala dele na empresa estaria vazia. Era a oportunidade perfeita para Hermione procurar pelas fitas de segurança.

O carro chegou à fábrica e parou no estacionamento.

- Pode ir embora. – disse Hermione para o motorista. – Eu não sei quanto tempo vou demorar.

Ela saiu do carro e foi direto para a entrada.

- Boa tarde, Senhorita Hermione! – disse o porteiro. – Faz tempo que você não aparece por aqui! Eu vou ligar para ver se seu pai está na sala dele.

- Não! – disse Hermione depressa. – Não precisa ligar não, eu não vim falar com ele. Onde é a sala do Cormac mesmo?

- É a sala 26 no segundo andar, mas o Cormac não está aqui hoje, senhorita. – respondeu o porteiro.

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- Ah, que pena. – disse Hermione. – Mas eu vou entrar assim mesmo, vou dar um “oi” pros meus irmãos...

Hermione entrou de uma vez antes que fizessem mais perguntas. Ela pegou o elevador e saiu no segundo andar.

A sala de Cormac era no final de um corredor. Como ela já imaginava, a porta estava trancada.

- Droga! – xingou Hermione baixinho, tentando pensar em como faria para entrar na sala agora.

- A Senhorita deseja alguma coisa? – perguntou uma faxineira que ia saindo da sala ao lado.

- Oi. Por acaso você tem a chave dessa sala? – perguntou Hermione.

- Eu ia limpar esta sala agora mesmo. – disse a mulher. – Mas o que a Senhorita deseja? – a empregada olhou para Hermione desconfiada.

- Ah, eu só vim pegar... uns papéis que o Cormac me pediu.- disse Hermione. – Você pode abrir pra mim?

- Desculpa, mas isso é proibido. – respondeu a moça.

- Mas eu sou a filha do dono! – disse Hermione desesperada, sem saber o que dizer para a mulher abrir a porta para ela.

- Ah! Claro, me desculpa! – disse a empregada, pegando um chaveiro cheio de chaves e abrindo a porta para ela. – Eu volto para limpar depois.

- Isso, muito obrigada. – disse Hermione, observando a mulher ir embora antes de entrar na sala.

Hermione deu uma olhada em todos os lugares, sem saber por onde começar. Abriu todas as gavetas, portas, em todos os armário e estantes. Olhou até no meio de livros, dentro de caixas, vasculhou todas as pilhas de papeis e documentos, um por um e nada.

Até que chegou a última gaveta da escrivaninha, que estava trancada.

- Só pode ser essa daqui. – disse Hermione baixinho para si mesma.

Então ela começou a procurar alguma chave, mas não achou nenhuma. Abriu sua bolsa e pegou um grampo de cabelo e tentou enfia-lo no buraco da fechadura, mexendo de um lado para o outro, sem ter a mínima noção do que estava fazendo, até o grampo se partir no meio.

- Ai, porcaria! Essa droga só funciona em filmes mesmo. – xingou Hermione.

- Fazendo bagunça na minha sala, Hermione?

Hermione levantou a cabeça e olhou por cima na escrivaninha e quase teve um acesso quando viu Cormac parado bem na sua frente com a cara nem um pouco amigável.

Hermione ficou em pé, branca como um papel, seu coração batendo tão forte que fazia o corpo todo tremer. Abriu a boca, mas não disse nada, não conseguiu pensar em uma única desculpa para dar.

- Eu sabia que você ia aparecer por aqui. – disse Cormac. Sua expressão dava medo em Hermione. Ele não estava com sua cara prepotente de sempre. Ele estava sério como nunca Hermione o tinha visto. Seus olhos mostravam o ódio que ele estava sentindo.

- E como você soube que eu estava aqui? – perguntou Hermione nervosa.

- Eu avisei o porteiro que você poderia aparecer e disse para ele me ligar quando isso acontecesse. – respondeu Cormac. – Agora, o que eu quero saber é o que você está fazendo aqui?

- Na-nada! – disse Hermione gaguejando.

- Nada é? Então fazer seu pai me enxotar da sua casa não foi o bastante, não é mesmo, Hermione? Agora você vai me perseguir aqui também? Você quer que eu seja chutado da empresa também? É isso? – disse Cormac. A cada palavra seu tom ficava mais perigoso. Hermione percebeu o quanto ele estava descontrolado e pela primeira vez ficou com medo de estar sozinha com ele. Mas então ela lembrou porque estava ali, para provar a inocência de Ronald, e Cormac não a afugentaria assim tão fácil.

- Não se faça de vítima, Cormac. Meu pai não te mandou embora de casa a toa! E eu não estou armando nada pra te tirar da empresa, isso é você que faz. Você fez isso com o Ronald. – disse Hermione, reunindo coragem.

- Ronald Ronald Ronald! – disse Cormac descontrolado. – Será que você só sabe falar nesse imbecil?

Cormac deu um murro na mesa e Hermione levou um susto, mas não se mexeu.

- É, o Ronald sim! Pode confessar, Cormac, não tem ninguém aqui. Foi você que colocou o dinheiro na mochila dele, não foi? – disse Hermione.

Cormac riu.

- Você acha que eu sou idiota? – disse Cormac, dando a volta na mesa e ficando bem na frente de Hermione. – Mas você não pode comigo, Hermione. Você é muito criança. Uma criancinha burra e mimada! Sempre se achando a melhor de todas, sempre me infernizando a vida, correndo atrás de mim! Eu nunca suportei você, com esse seu jeitinho meloso, se achando a princesinha do papai, mas no fim nem filha dele você é! É uma bastarda que nem a mãe aguenta e eu tive que aguentar.

- Cala boca. – disse Hermione com a voz fraca. Seus olhos estavam embaçados de lágrimas.

- Não, eu não vou calar a boca! – continuou Cormac. – Eu aguentei a sua chatice minha vida inteira e agora você vai escutar, porque eu aguentei tudo e não serviu de nada! Porque você me tirou daquela casa, eu fui humilhado pelo seu pai, pelos idiotas dos seus irmãos! Mas eu cansei de abaixar a cabeça pra vocês e fingir que as esmolas que eu recebo são a melhor coisa do mundo! Eu fiz meu trabalho direitinho, fui um filho perfeito, o filho que a burra da sua mãe sempre sonhou e pra que? Pra acabar sendo expulso de casa porque a filhinha mimadinha arrumou um namorado mecânico pobre e cansou de mim? E depois seu pai enfiou ele aqui na Fábrica, tratando ele como se fosse importante! Mas eu não ia deixar esse imbecil roubar o meu lugar!

- Eu sabia que tinha sido você, foi tudo culpa sua! – disse Hermione chorando e gritando ao mesmo tempo. – Agora que você confessou, eu vou contar tudo pro meu pai!

- E você acha que o seu pai vai acreditar, sua burra? Seu pai posa de santo, mas é tão preconceituoso como todo mundo nessa sua família nojenta! Bastou o dinheiro aparecer na mochila do seu namoradinho que ele já acreditou que ele era o ladrão. E você sabe por quê? Porque ele é pobre!

- Isso não é verdade! Seu invejoso, recalcado! – xingou Hermione.

- Pode me chamar do que você quiser, mas dessa vez os seus chiliques não vão adiantar, porque seu namoro com o mecânico já era. ! – Cormac estava vermelho de ódio e enquanto falava ia para cima de Hermione feito um louco. – Seu pai nunca vai acreditar que ele é inocente! Ele nunca vai acreditar que fui eu que armei tudo.

- O que é que você disse, Cormac? – a voz do Sr. Granger veio da porta da sala.

Cormac e Hermione olharam para ele surpresos. Ele estava parado ali, olhando para Cormac indignado.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.