Duros na Queda

Presentes de Natal


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James Sírius Potter

Pisquei duas vezes pra ter certeza que estava no meu quarto, tinha chegado o Natal e eu nem se quer tinha dormido com ninguém, de alguma forma me sentia orgulhoso por isso. Levantei-me da cama e desci as escadas, de calça moletom mesmo, não estava preocupado com ninguém. Não avistei nada no Salão Comunal, apenas a sala grande enfeitada de vermelho e dourado. Ouvi um barulho e olhei pra trás, descendo pelas escadas do dormitório feminino, surgiu Domi. Ela me olhou e depois desviou o olhar.

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– Bom dia, Domi! – Soltei hesitante, não sabia se ela iria responder, não estávamos bem esses dias, e essas devem ter sido as primeiras palavras depois de nossa “discussão” na sala de poções.

– Bom, Sirius! – Respondeu-me com um sorriso amargo, mesmo assim, ela continuava linda. Sacudi a cabeça pra que esse pensamento fosse expulso imediatamente de minha cabeça.

– Recebeu alguma carta ou presente? – Perguntei me aproximando. Domi arqueou a sobrancelha, como se dissesse: “Você não fala comigo á meses e agora resolve me cumprimentar?”. Engoli em seco pensando seriamente no que poderia estar passando em sua cabeça. – E quanto ao amigo secreto?

– Bem eu recebi uma carta, segundo ela, meus pais vão passar o Natal na Toca, em vez de ficarem viajando por ai, vai ser melhor assim. Quanto ao amigo secreto, eu peguei um papel caso eu ficasse na Toca esse ano. – Sorri, afinal minha amiga secreta era ela. E eu já tinha comprado um belo presente. Eu sei ser romântico quando quero.

– Bom! – Falei dando um sorriso amarelo, subi as escadas e fiz minha higiene matinal. Depois disso arrumei minhas malas e parti para o trem. Ficamos todos em uma cabine, exceto Lysander, Fred II, Scorpius e Rose. Os quatro me evitavam e eu sabia o motivo. Eu tinha sido um grande idiota com todo mundo. As pessoas conversavam animadas sobre o Natal na Toca, essa era com certeza a melhor época, a comida deliciosa da vovó, os presentes, a família unida, meu pai. Ah eu adoro o Natal! Avistei alguém que tirou completamente meu bom humor. David Jones estava sendo marcado por mim há algum tempo, o garoto falso que praticamente humilhou minha irmã nem sabia que tinha sido incluído na minha lista negra. Saí da cabine e o impedi de ir a sua cabine da Sonserina. Odeio essas cobras nojentas!

– E ai Jay Jay! – Deu um sorriso amarelo e falso.

– Olá Jones e pra você é Potter, não lhe dei essa intimidade. Ah, adivinha quem te deu intimidade? Minha irmã, e o que foi que você fez com ela? Ainda lembra disso Jones? Porque eu me lembro e muito. – Ele engoliu em seco. O peguei pela gola da camisa e o encostei a parede. Os dois garotos da Sonserina que estavam com eles ficaram alarmados. – Você sabe o ódio que tenho guardado pelos Jones, desde que seu irmão fez aquilo com o meu... – A cara de David parecia mostrar horror, ótimo ele estar com medo! – O engraçado é que você me disse que era diferente de seu irmão medroso... – Fingi dar um murro nele, mas não prossegui só observando o resultado do seu medo. – Acho que você é diferente dele sim, ele tem mais controle sobre a bexiga. – Falei observando a calça do Jones completamente molhada. O soltei e ele saiu correndo, o pessoal do trem começou a rir, e esse com certeza foi o assunto da viagem até a estação. Entrei na cabine e meus amigos riam, até Domi fazia o mesmo. Lily deu um beijo em minha bochecha e depois saiu pra comprar doces com o Scamander, de certa forma eu gostava dela com o Lorcan, ele era legal e eu sabia que se ele fosse tentar alguma coisa com minha irmã, ele ia ser tão lento que já estaríamos todos casados. Ri com o pensamento. Chegamos finalmente á estação. Fomos recebidos por nosso avô e nossa avó Molly, os cumprimentamos e eles nos levaram a Toca. Ao chegar lá avistei minha mãe e minha tia Hermione conversando na cozinha, as abracei e as duas me lançaram sorrisos amigáveis. Encontrei meu pai e Tio Rony sentados de frente à lareira, Tio Rony comia um bolinho e meu pai observava o quadro do meu avô James e de sua mulher Lily Evans. Lily me mandou um sorriso e Harry se virou vindo me abraçar.

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– Como foi à viagem? – Perguntou me abraçando mais forte ainda.

– Foi boa pai, estava com saudades. – Falei e ele sorriu de canto.

– JAMES! Melhor ir se arrumar querido, daqui a pouco todos chegam. – Gritou minha mãe e meu pai fez sinal pra que eu fosse fazer o que ela mandou. Afinal já era de noite e eu queria ver a chegada de todos. Desci já pronto, tinha colocado uma calça jeans e uma camisa social preta e outra camisa por baixo. Já estava com meu presente em mãos e a outra parte dele também. Por isso a camisa social. Os primeiros a chegar foram Nevill e Hannah e seus filhos, depois Luna e Rolf Scamander também com seus filhos. Todos começaram a conversar na sala enorme da Toca. Sentei-me junto de meu tio George.

– Então... Lucy, onde está seu namorado? – Perguntou Percy deixando Lucy mais vermelha que um tomate. Ri de canto, avistei Louis do outro lado da sala, mantendo certa distância de Percy como fez desde que chegou de Hogwarts.

– Pai, a gente bem que podia ter passado o Natal fora daqui. – Ouvi Louis sussurrar pra seu pai. Ri com isso, meu primo parecia que ia explodir de tão nervoso. Alice II conversava com meu pai e Gina, enquanto Alvo conversava com Luna e Nevill, chegava a ser engraçado. Teddy e Victoire brigavam na escada e Molly II e Hugo riam com a discussão deles. Aposto que daqui a pouco eles dariam uma saída e se resolveriam como sempre. Lily conversava com Lorcan e Rolf, os dois pareciam se entender. Domi se sentou do meu lado e tentei não parecer nervoso. Não sei por que eu ficava nervoso perto dela! Por fim chegaram Draco e Astoria e Scorpius, eles foram recebidos por Rony e Hermione. Rony e Draco não eram os melhore amigos, mas em época de Natal eles até davam uma trégua quanto às provocações. Domi se levantou ao meu lado e foi conversar com Frank II que estava no canto da sala. Me subiu uma raiva, olhei pra Roxy sentada na escada, ela parecia do mesmo jeito que eu. Eu não gosto de ver os dois perto um do outro, mas não podia sair reclamando com Frank II, eu não queria perdê-lo, afinal ele parecia o único fiel a mim, depois do acampamento.

– Que tal se começarmos o amigo secreto? – Perguntei me levantando involuntariamente. Só não queria que os dois ficassem conversando por mais tempo.

– Eu concordo. – Disse Roxy vendo que todos me olhavam de maneira estranha.

– Tudo bem então, vamos começar! – Disse tio George animado, todos se sentaram e começaram pelos adultos. O primeiro presente foi de Nevill para Luna, era uma semente que trazia paz pra onde ela fosse plantada. Nevill curtia essas paradas e eu não tinha nada contra. Luna adorou o presente e o abraçou. Mesmo que os dois fossem ex-marido e ex-mulher, eles se davam super bem. Foi à vez de Luna dizer a todos que seu amigo secreto era meu pai. Ela deu pra ele a ultima edição do Pasquim e também óculos pra ver Zonzóbulos, era o melhor modelo já feito até agora.

– Obrigado Luna, eu realmente queria ter tido um desses quando alguém acertou meu nariz há um tempo no trem. – Disse meu pai abraçando Luna e olhando pra Draco que ficou vermelho, mas disfarçou, nós rimos. – Minha amiga secreta, é uma das mulheres mais importantes na minha vida. Gina querida venha até aqui. – Meu pai olhou também para minha irmã Lily e para o quadro da minha avó. Minha mãe foi até o meio da sala e ele abriu o presente para que pudéssemos ver. – Esse é um colar do infinito, simboliza meu amor infinito por você. – Disse colocando o colar prata com o símbolo do infinito no pescoço de minha mãe, os dois coraram e Gina o abraçou forte. Ainda bem que ela não o beijou, isso seria nojento! Harry se sentou e Gina anunciou que seu amigo secreto era George. Ele abriu o presente e viu dois bastões de madeira maciça na caixa azul prateada. Uma lágrima escorreu por seus olhos. Ele sabia que aquele presente não era apenas pra ele. Era também para meu tio Fred que havia falecido, os dois eram batedores no time de Quadribol.

– Obrigado, Gina! – Tio George guardou o presente, enxugou a lágrima que havia caído e voltou a sua animação rotineira. – Percy, irmão, você é meu amigo secreto. – Falou entregando o presente com um sorriso maroto. Tio Percy abriu o mesmo e uma bomba de tinta explodiu em sua cara. Começamos a rir, nós sabíamos que tio George adorava as pegadinhas. Depois do ataque de risos, Percy mesmo sujo de tinta entregou o presente de Angelina, a esposa de George. Era um livro de feitiços defensores, depois que fez isso, ele subiu para tomar um banho. Angelina deu uma pulseira da sorte para Audrey, a esposa de Percy, a mesma adorou o presente e presenteou Hannah com um vestido que muda de cor. Hannah presenteou Astoria com dois ingressos pra Ópera bruxa, a mesma vibrou de animação e Draco também.

– Querido, esse é meu presente pra você. – Disse Astoria tirando do embrulho, um pomo de ouro. – Eu sei que você foi apanhador quando era mais novo e que mesmo que não tenha pegado o pomo no jogo, você o tem agora. Feliz Natal! – Draco se levantou e agradeceu a mulher, lhe dando um abraço.

– Bom, meu amigo secreto é Rony Weasley. – Todos suspiraram hesitantes, os dois não eram tão chegados, esperávamos um Avada dentro da caixa, (to exagerando), mas Rony abriu desconfiado e avistou um tabuleiro de xadrez de bruxo. – Eu sei que você gosta e que já deve ter muitos em sua casa, mas esse é da ultima edição e vem com bruxos famosos. – Disse apontando para a peça de xadrez de Dumbledore, que estava como rei no tabuleiro. Os dois apertaram as mãos. Rony anunciou que sua amiga secreta era tia Hermione e o mesmo lhe deu uma coleção de Contos de Beedle O Bardo, ela adorou, pois devorava livros com os olhos, assim como Rose. Hermione deu para Rolf, uma coleção de CDs trouxas que o mesmo adorou, e Rolf presenteou tio Gui com um visco, e o mesmo prometeu plantá-lo depois. Gui deu para Fleur uma caixa de Chocolate e flores, a mesma adorou, pois gosta de coisas românticas, mesmo depois reclamando que chocolate a deixaria gorda. Fleur anunciou que sua amiga secreta era minha avó Molly, todos voltaram com os suspiros hesitantes, pois as duas também não era tão chegadas. Minha avó achava Fleur muito fresca e depois que Fleur mostrou a todos que seu presente para ela era uma maquiagem, minha avó estreitou os olhos e sorriu falsamente. Nós rimos, menos Fleur que não entendeu. Minha avó deu para meu avô um patinho de borracha, fiquei meio sem entender o valor daquilo, mas pelo jeito que meu avô olhou alegre para o presente, parecia que ele tinha gostado. Meu avô deu a Luna um par de sapatos all star, mas o mesmo era enfeitiçado e tinha rastreador para que Luna não os perdesse.

– Agora o amigo secreto de vocês. – Disse minha mãe e Lorcan se levantou.

– Eu quero começar. – Disse parecendo nervoso. – Lily é pra você. – Ele presenteou minha irmã com uma pequena caixa, a mesma abriu e avistou um lírio dentro de uma caixinha de vidro. – Essa caixa serve como aquário pra esse lírio, tem tudo que ele precisa pra sobreviver, eu mesmo que enfeiticei. – Disse esperando a resposta para seu presente. Todos olharam pra Lily que tinha um brilho no olhar que eu nunca tinha visto antes. Ela correu até Lorcan e o abraçou. Olhei para o retrato de Lily Evans na parede, ela estava com a cabeça encostada no ombro de James, e tinha o mesmo brilho no olhar que Lily tinha em seus olhos. Lembrei-me de que meu avô sempre chamava Lily Evans de lírio. Meu pai olhou pra mim como se também soubesse a resposta, ele acenou com a cabeça e percebi que ele tinha notado a mesma coisa que eu. Lorcan era a pessoa perfeita pra minha irmãzinha. Lorcan se sentou e foi à vez de Lily anunciar sua amiga secreta que foi Alice II, ela recebeu uma pulseira com pedrinhas brilhantes. Alice II adorou o presente e Lily se sentou.

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– Bom... Meu amigo secreto é meu namorado Alvo... – Anunciou Alice II e Alvo se pôs de pé no meio da sala. – Isso é um presente especial pra o nosso namoro. – Ela abriu a caixa e lá continha anéis de compromisso, na verdade era meu irmão que deveria dar isso de presente á ela, mas Alice II era tão diferente que nem dei bola pra isso. Os dois colocaram o anel e nunca tinha visto meu irmão tão apaixonado. Alvo anunciou que sua amiga secreta era a Roxy, e ele deu á ela, um vestido vermelho que a mesma adorou.

– Meu amigo secreto é meu irmãozinho Fred. – O mesmo abriu o presente.

– Roxy, isso é um cupom de desconto pra loja Weasley. – Começamos a rir da cara do Fred II. Como ele era um Weasley ele já tinha desconto na loja.

– Eu sei disso! Foi mais pra te zoar. – Disse Roxy batendo a palma da mão dela com a de Tio George, nós rimos mais ainda.

– Tá, toma aqui meu amor! – Disse Fred II dando o presente a Lysander, a mesma abriu e era uma calçinha, nós rimos tanto com isso que chegava a cair lágrimas dos meus olhos.

– Depois de receber o melhor presente de Natal... – Disse Lysander sendo irônica e olhando seriamente pra Fred II. – O meu presente vai pra meu irmãozinho, Frank II. – Os dois não eram irmãos de verdade, mas pra eles era como se fossem. Frank II ganhou uma planta que muda de cor de acordo com suas emoções. O mesmo deu a Rose um livro de Herbologia, que Rose adorou, ela e Hermione ficaram combinando depois de trocar os livros que tinham ganhado. Rose deu para Lucy, brincos enfeitiçados com uma espécie de poção do conhecimento.

– Meu amigo secreto é o Louis. – Disse Lucy, Louis foi para o meio da sala, nervoso que até dava pena. Percy o encarava como se perguntasse por que ele estava assim, Percy não sabia sobre o namoro dos dois até... Louis abrir o presente e encontrar um coração de pelúcia com o nome de Lucy no mesmo.

– Garoto! Vamos conversar lá fora, agora! – Disse Percy.

– Gente, esse é da Victoire. – Disse Louis deixando o presente no sofá antes que Percy o levasse para o jardim, ele estava completamente ferrado!

– Pai você não vai ajudar seu filho? – Perguntou Victoire.

– Eu não! – Gui deu de ombros e nós rimos.

– AAAHH! – Victoire surtou quando abriu o presente e viu que era um kit de produtos de beleza. Depois que se recuperou, ela anunciou que seu amigo secreto era o Teddy. O mesmo abriu o presente e deu de cara com uma cesta de bolinhos.

– Mais bolinhos? – Perguntou decepcionado por saber que eram feitos por Victoire.

– São de uma loja, já que reclama que os meus são terríveis. – Victoire deu língua pra ele, e Teddy se animou comendo um bolinho.

– E isso? O que significa? – Perguntou estendendo um par de sapatinhos amarelos de bebê dentro da cesta, fiquei voando nessa. As mulheres da casa tiveram um ataque e começaram a gritar feito loucas, menos minha tia Hermione.

– Isso Teddy! É a forma trouxa de se dizer que você vai ser papai. – Disse meu avô.

– O QUE? É SÉRIO ISSO? VAMOS MESMO TER UM BEBÊ? - Teddy gritou e Victoire assentiu sorrindo bobo. - Meu amor, obrigado, eu te amo demais! – Teddy correu de encontro a Victoire e eu sabia que os dois iam se agarrar mais cedo ou mais tarde.

– Mas já? – Perguntou Gui de boca aberta. – Ela tá tão nova e... – Tentou, mas olhou a expressão severa de Fleur. – Eu vou ver como o Louis tá se saindo. – Disse indo aos jardins com um bico enorme no rosto, nós rimos disso e comemoramos por Victoire e Teddy. Teddy deu para Scorpius uma capa da ultima coleção de Quadribol da Sonserina, o mesmo adorou e o agradeceu.

– Bom, o meu presente vai para o Hugo. – Disse Scorpius, Hugo o abriu e saiu correndo animado depois de ver que era um bracelete de melhor monitor de Hogwarts dado por Minerva, ele adorava estar no comando. – Relaxa gente, Minerva deu isso pra todos os monitores, mas o Hugo não precisa saber disso. – Disse Scorpius depois que Hugo saiu. Minutos depois ele voltou emocionado. Ai Hugo!

– Meu presente vai pra minha namorada. – Disse Hugo entregando seu presente á Molly II, todas as mulheres soltaram um “OWN”, até pelo menos verem que o presente da Molly II eram orelhas extensíveis. – Se lembra disso, jujubinha? – Perguntou e encarei Fred II, Frank II e Scorpius. Nós rimos lembrando de como tínhamos ajudado Hugo a conquistar Molly II, e por um minuto parecia que todos tínhamos voltado ao normal de novo, até Fred II e Scorpius se tocarem que estávamos brigados e desviarem os olhares de mim.

– Lorcan esse presente é seu! – Disse Molly II entregando a caixinha para Lorcan. Ele a abriu e era um livro sobre relacionamentos trouxas, todos rimos, pois o loiro é muito lerdo pra dar algum passo em algum relacionamento. – Agora só falta... Domi vem pra cá. – Domi foi para o meio da sala.

– James, você é meu amigo secreto. – Disse e todos suspiraram hesitantes porque sabiam que estávamos afastados um do outro. Levantei-me e fui até o meio da sala. Ela abriu a caixinha e um pomo de ouro em forma de colar, estava lá. – Olha eu sei que é importante pra você essas coisas, principalmente Quadribol, então... Ele também serve como relógio... – Ela o abriu e continha um relógio dentro. – Pra que você nunca se atrase pra brilhar em um jogo. – Meu coração disparou, era como se só tivéssemos nós naquela sala, mesmo eu tendo consciência de que todos nos olhavam, desviei meu olhar do dela e encontrei o olhar do meu pai, ele tinha um sorriso confortável no rosto.

– Obrigado! Esse é o seu presente. – Falei tirando a caixinha do meu bolso. – É um colar, representa parte do seu coração, a outra parte você vai encontrar em algum lugar por ai, apenas precisa procurar direito e quando finalmente encontrar, a pessoa que estará usando-o irá completar seu coração. – Que bom que a outra parte do colar que estava comigo, permanecia escondido pela camisa social.

– Obrigada James. – Disse dando um beijo em minha bochecha. Nos fitamos e por Merlin, eu não queria ter que parar de encará-la, de poder ver como seus olhos cor de mel eram perfeitos.

– Bom o jantar tá na mesa! – Disse minha avó Molly, e todos praticamente sumiram da sala, apenas meu pai e minha mãe ficaram.

– James, eu plantei uma árvore perto das redondezas, porque não mostra a Dominique? É importante que vejam. – Disse meu pai e assenti. Nos dirigimos então ao Jardim da Toca. Estava frio e Domi como estava de vestido parecia tremer com a neve.

– Toma! Pra aquecê-la. – Falei tirando minha camisa social, por sorte estava com outra por baixo, ela não veria o colar.

– Obrigada! – Disse aceitando, apenas a abracei de leve, a cobrindo com minha camisa. – Onde está a árvore que seu pai falou? – Perguntou e olhei para os lados, não havia nenhuma árvore, olhei pra cima e vi um visco, encarei Domi e ela tinha o mesmo olhar que eu. – Conhece a tradição, não é? – Perguntou e me lembrei da história que tio George nos contava quando éramos pequenos. A história dizia que se um visco aparecer sob um casal, então os dois tinham que se beijar, ou então nasceriam furúnculos na cara de ambos, por mais que soubéssemos que era uma historia mentirosa, nós a tínhamos como lembrança de nossa infância e seguíamos a rixa.

– Conheço! – Falei me aproximando dela. Nossos lábios quase se colavam. Domi colocou as mãos por volta da minha nuca, eu segurei sua cintura. Pude sentir o cheiro de margaridas exalando de seu corpo. Meus lábios tocaram os seus levemente, quase como um selinho, mas ai eu pensei direito. – Não posso fazer isso, desculpe! – Falei me distanciando, ela parecia perdida e de certa forma eu também estava. – Acho que vou ter que ficar com a cara cheia de furúnculos. – Disse esboçando um sorriso de canto, ela sorriu de volta e eu sabia que o que iríamos fazer era o certo, mas agora não era o momento, não até eu resolver tudo isso, me desculpar com meus amigos, sair desse acordo idiota sobre a rixa entre os dois grupos e principalmente admitir pra mim mesmo, que o que eu sentia por ela, era uma coisa nova, uma coisa que eu nunca tinha sentido por nenhuma outra garota. Mas até eu descobrir como esse sentimento se chamava eu precisava de tempo, e tempo era o que nós dois queríamos agora.

– Vamos voltar, tem uma bela ceia nos esperando. – Falou e corremos até a Toca apostando uma corrida. Como quando éramos pequenos, essa foi uma das poucas lembranças que se associaram a minha infância, nós dois correndo pelo Jardim, já que eu não a via muito. O que era uma pena.