How We Operate

"Would've I stayed up with you all night,

(Teria eu ficado acordado com você a noite inteira,

Had I known How to save a life?

(se soubesse como salvar uma vida?)"

Niall POV

Trinta minutos excruciantes sentados naquela sala aguardando pacientemente por uma decisão final. Iríamos entrar em turnê em menos de dois meses e estávamos tentando, desesperadamente, arrastar as meninas conosco.

Já tínhamos planos para quase todas. Só faltavam Cassie e Cat. Mas como arranjar uma tarefa para uma estudante de arquitetura para que ela entrasse em nosso ônibus? Para que precisaríamos de uma arquiteta? Ao menos que...

“Ela poderia desenhar o palco novo... E ter certeza de que as estruturas estão boas.” Disse concluindo minha linha de pensamento em voz alta. Seis pares de olhos se voltaram para mim.

“Por que vocês precisariam de um palco novo?” nosso empresário perguntou como se aquilo fosse a coisa mais idiota do planeta.

“Porque somos a One Direction. Nosso palco tem que ser maneiro.” Louis respondeu imitando seu tom de voz.

“Acho que uma renovada no palco não seria tão ruim. Mas ainda assim... trazer seis meninas com vocês... Não acho que estariam 100% concentrados no trabalho caso isso acontecesse.” Simon, a voz da razão, decidiu falar.

“E se prometêssemos que nada iria atrapalhar os shows?” Liam perguntou esperançoso, com certeza pensando nas matérias que Katy poderia fazer para transformar a banda em algo ainda maior.

“Isso é algo muito raro e difícil de conseguir Liam.” Ele argumentou

“Mas pense: Katy e Mandy podem aumentar nossa popularidade, Rina e Florence seriam nossas fotógrafas oficiais, Cassie desenharia o palco...” Zayn tentava ajudar o argumento de Liam, fazendo Harry bufar em frustração.

“Por que vocês sempre esquecem a Cat?”

“Sua namorada até agora não tem uma tarefa na lista Harry.”

Sinceramente não entendia como nosso empresário conseguia ser tão irritante as vezes. Harry fechou a cara, perdido em pensamentos. Até que Louis resolveu abrir a boca.

“E se ela fizesse sei lá, algumas participações especiais? Ou fosse nossa ‘médica’ caso acontecesse alguma emergência?”

“Participações especiais? Louis, ela gosta de atuar e não cantar.” Zayn disse rindo.

“Que tipo de emergência Louis? Pretende se machucar no ônibus por um acaso?”

“Que isso Simon, você sabe que acidentes acontecem. Não queremos que a turnê pare por um simples acidente que poderia ser tratado na hora por uma estudante de medicina.” Harry falou segurando o riso.

“Vocês tem certeza que querem isso?” ele perguntou olhando para nosso empresário, que por uma fração de segundos tive vontade de socar.

“Pra quê duas fotografas mesmo?” ele respondeu, ignorando o fato de Simon ter feito uma pergunta para nós, e não para ele.

Agora ele estava pedindo para morrer.

“Uma das amigas precisa de referências boas. Você não ouviu Niall falar?” Simon disse irritado.

Tio Simon eu te amo. Okay, isso soou gay, mas nem me importo. Era muito provável que Rina fosse viajar conosco. Ia ser a maior loucura.

“Paul, Paul, Paul... você sempre foi tão legal... Não pode deixar essa passar não? Por favorzinho?” falei fazendo minha cara mais adorável. Ela era tão poderosa que conseguia fazer Rina me dar seus chocolates sem ao menos reclamar. Pois é. Sou o máximo.

“Seu eu te falar que elas podem ir você para de fazer essa cara de cachorro perdido Horan?”

“Mas é claro.”

“Simon, você concorda com isso?” ele perguntou mais uma vez. Pude perceber que todos ali já estavam ficando impacientes. Se os meninos estavam assim, tentem imaginar como Rina não deveria estar do lado de fora da sala. Ela era a única que sabia do plano, ninguém mandou os outros irem dormir mais cedo. Com exceção do Liam claro.

Simon colocou uma mão em seu queixo enquanto ponderava a ideia, levando seu tempo para chegar a uma conclusão. Senti os outros quatro, assim como eu, segurarem a respiração quando Simon abriu a boca para falar.

“Contanto que elas não tirem vocês do foco principal, não vejo problema algum.” Antes mesmo que pudéssemos festejar ele continuou “Porém, vocês vão ter que resolver os problemas que algumas terão com a faculdade. Paul e o resto da equipe cuidarão do contrato com a Sugarscape.”

Certo. A ênfase no ‘vocês’ certamente indicava que teríamos um grande problema, e pela cara que Liam estava fazendo, ele pensava o mesmo. Afinal, como faríamos com que elas pegassem umas férias? Sem ao menos terem começado o curso direito?

Simon levantou-se da cadeira acenando com a cabeça e despedida. Seu trabalho ali já estava concluído. Paul suspirou.

“Vocês têm cada ideia.” Ele disse

“Ah, mas bem que você gosta Paul. Não adianta fingir.”

“Algumas ideias sim Louis. Olha, Simon falou para vocês cuidarem do assunto sozinhos, o que honestamente acho que não vai funcionar, então, contem comigo meninos.”

“Niall... Por que não chama a Rina agora?” Zayn perguntou enquanto pegava seu celular, certamente mandando uma mensagem para Mandy.

Copiando seu gesto, pedi para que ela entrasse na sala sem cerimônia, afinal, agora ela trabalhava para nós. Quase oficialmente.

Rina entrou na sala ajeitando seus cabelos, como se tentasse ser ainda mais linda.

“Oi.” Ela falou timidamente estendendo a mão em direção à Paul “Serena Valentine. Prazer em conhecê-lo.”

“Paul. Mas isso você já sabia.”

“Claro que sim... Então... fui chamada para...?”

“Você ta contratada amor.” Falei indo em sua direção, dando um abraço digno de quebrá-la ao meio.

“Sério? Ai meu Deus! Imagine só até contar para as meninas!”

Estávamos todos tão animados que nem percebemos a ausência de Harry ali, algo que era um pouco estranho. Louis estava com uma cara não muito alegre, mas também não demonstrava sinal de descontentamento.

“Cadê o Hazza?” Liam perguntou o que todos deveriam estar pensando.

Louis se levantou do sofá onde estava anteriormente, respondendo nossa pergunta sem demora.

“Cat ligou para ele. Alguma coisa deu errado no hospital... Ela parecia desesperada no telefone.”

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Cat POV

Assim que avistei sua jaqueta preta levantei do banco que ocupava em um salto. Tudo estava dando errado, não poderia fazer com que o resto do meu dia fosse por água abaixo.

Sequei as poucas lágrimas que ainda teimavam em se formar antes que ele me alcançasse. Segurando minha bolsa com força andei até ele, não conseguindo resistir ao impulso de me jogar em seus braços.

“O que aconteceu Kitty?” ele falou baixo, fazendo com que minha vontade de chorar voltasse novamente.

Engoli o choro e o fitei por um instante, finalmente respondendo sua pergunta.

“Fui banida do hospital por três semanas.”

Ele me encarou por um momento, sorrindo durante alguns segundos até voltar a sua expressão inicial. “Eles podem fazer isso?”

“Tecnicamente só se eu machucasse algum paciente, quero dizer, minhas aulas mal começaram, era de se esperar que ninguém pudesse fazer tal coisa, mas eu juro que não tive escolha e...”

“Cat... Cat... CAT!” ele gritou para que ganhasse minha atenção novamente, rindo abertamente ao continuar “Amor, você não tá fazendo sentido algum.”

“Foi exatamente assim: Nós entramos no hospital e fomos em direção ao hall de entrada, fomos apresentados ao Cirurgião Chefe do St. George’s e seguimos para as visitas. Foi aí que as coisas começaram a desandar... Uma das enfermeiras disse que o médico queria que ficasse de olho em uma de suas pacientes... A que iríamos assistir a cirurgia mais tarde... Aparentemente ela havia me reconhecido quando visitamos seu quarto pela primeira vez.”

Flashback ON

“Caterina Valentine?” uma enfermeira se aproximava cautelosamente do grupo em que estava.

“Eu mesma.”

“O Dr. Müller gostaria de vê-la. Por favor me siga.”

“Hum, claro.”

Segui a mulher pelo corredor gelado até chegarmos em uma porta já vista antes. Quarto 1450. Ela abriu a porta para que passasse, avisando o médico que já estava ali.

“Ah sim, Valentine certo?” ele falou esperando uma confirmação. Acenei com a cabeça. Que tipo de médico pede para chamar uma aluna e quando ela entra ainda pergunta se é ela mesma. Meu... Você pediu pra me chamarem.

“Gostaria que você ficasse de olho na Lucy por mim.”

“Tipo uma babá?” perguntei irritada. Não era pra isso que serviam as enfermeiras? Para olharem os pacientes de vez em quando? (A/N: nada contra enfermeiras, minha prima é uma KKK)

“Exatamente!” ele respondeu saindo do quarto o mais rápido possível.

Idiota. Como uma pessoa dessas se forma em medicina? Profissãozinha irritante essa hein.

Flashback OFF

“Então foi só isso?” Harry perguntou ainda sorrindo. “Um médico pediu para você ficar de olho na paciente dele?”

“Não foi só isso, o irresponsável nem mesmo fala o que ela tinha de errado. Então conversamos um pouco sobre a cirurgia, perguntei se ela tinha alguma dúvida, e então tudo começou a desmoronar.”

“O que aconteceu?”

“Ela começou a ter problemas para respirar. Até que parou de vez.”

“Mas você não matou ela.”

“Mas eu fiz um procedimento cirúrgico de emergência sem supervisão, e principalmente... sem permissão.”

“Mas você salvou a vida dela?”

“Tecnicamente sim. Quero dizer... ela voltou a respirar.”

Foi então que a coisa mais engraçada aconteceu.

“Acho que você tem que voltar a praticar anatomia comigo.”

“Seu idiota. Eu aqui toda triste e você me vem com insinuações...”

“E você não resiste né?” ele falou chegando mais perto. Perigosamente perto.

“Harry...”

“Cat...”

Meu nome foi a última coisa falada antes que ficássemos ocupados com outra coisa. Os pacientes e visitantes ali perto certamente não apreciaram a vista de um casal se beijando bem na porta de um hospital. Ainda mais com algumas pessoas tirando fotos.

Azar o deles. Eu salvei uma vida e fui punida por isso. Que se dane o resto do mundo.