~Pov Hermione

Após passar o dia todo com Draco, eu e Scorp voltamos pra casa, e assim que entramos encontramos Rony na sala bebendo. Eu sabia que brigaríamos de novo, mas não me importei. Ele estava errado, não eu.

—Boa noite. –O pequeno disse baixo enquanto fazia o caminho até o seu quarto, mas quando ouviu que Rony havia falado algo ele voltou.

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—O que é isso?

—A vassoura antiga do meu pai. –O ruivo revirou os olhos e ignorando Scorp subiu.

—Já está dando presentes? Que excelente pai não é? –Ele ironizou e eu soltei o ar.

—Não me aborreça Ronald, por favor!

—Como foi o passeio?

—Foi ótimo, e como está vendo nós dois estamos bem, então da próxima vez eu sugiro que poupe seus aurores.

—Eu chamei o Harry porque me preocupo com você! Ele também acha perigoso!

—Que jeito estranho de se preocupar, falando do Goyle.

—Eu estava com raiva!

—E por isso precisa me lembrar do que houve?!

—Me desculpa okay?! Eu sou um imbecil quando estou irritado, você sabe disso, mas eu te amo!

—Precisa confiar em mim Ronald!

—Eu confio, menos quando o assunto é o Malfoy! Eu sei que ainda sente algo por ele!

—Seis anos se passaram desde que Draco foi preso, as coisas mudaram!

—Só porque mudaram não significa que você não sente mais!

—Por acaso está se ouvindo?! Rony, eu amei o Draco por muito, muito tempo, mas nós não temos nada e nem teremos porque eu estou com você agora, é isso o que importa! -Ele se aproximou de mim e acariciou meu rosto, mas quando veio me beijar eu desviei o rosto magoada.

—Me desculpa. É que você é tudo o que eu tenho, eu só estou com medo de te perder mais uma vez!

—Se falar no Goyle de novo acabou, eu pego as minhas coisas e as de Scorp e vou embora na mesma hora.

—Tudo bem. –Ele me deu um selinho. –Eu prometo não tocar no assunto. –Balancei a cabeça. –Vou pedir desculpas ao Scorpius amanhã, ele já deve estar dormindo.

~Pov Draco

Após minha primeira reunião com todos da empresa nós decidimos fazer um baile para comemorar a minha volta – que havia assustado a todos naquele escritório.

Skeeter não mudou o que eu disse à ela naquela entrevista, assim como também não emitiu o que eu falei sobre Hermione. Como esperado ela mencionou Scorpius, mas apenas para contar que eu me neguei a responder qualquer coisa sobre ele.

A batida na porta me tirou de meus devaneios e ao abrir a porta me deparei com Pansy, Blás e um garoto moreno idêntico a ele quando era menor. Eu os cumprimentei e nós seguimos para a cozinha, a criança não parecia entender bem o que estava acontecendo.

—Então você é o Hunter? –Perguntei a ele, que me olhou parecendo confuso.

—Sou.

—Se parece muito com o seu pai. –Blás sorriu orgulhoso. –Tem quantos anos?

—Vamos querido, não precisa ter vergonha. –Pansy sorriu amavelmente quando ele a olhou. Então ele mostrou quatro dedos pra mim, me fazendo sorrir.

—Ele é o papai do Scorp? –Perguntou à mãe.

—Sim, pode me chamar de tio Draco. –Respondi por ela.

—Por que sumiu tio Draco? –Eu olhei em seus olhos, pequenos e inocentes, mas não consegui responder. Como eu explicaria tudo isso a uma criança de quatro anos?

—Hunter agora não é uma boa hora para essa pergunta. Por que não vai assistir TV?

—Eu posso? –Ele me perguntou e eu balancei a cabeça assentindo, ligando-a com a varinha.

—Desculpe por isso, ele realmente não fez por mal, só... –Ela começou quando Hunter saiu.

—Não tem problema. –Murmurei enquanto nos sentávamos na cozinha. –Se fosse insuportável ele seria você Blás.

—A minha cara não é? –O moreno disse rindo e eu concordei.

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—Sua mãe me disse que vai assumir a empresa. –Ela falou e eu balancei a cabeça.

—Vou, e faremos um baile pra comemorar a minha volta.

—O que achou do Scorp? Hermione me disse que vocês que finalmente foram apresentados como deveriam.

—Ele é incrível! Nós fomos a Hogsmeade, conversamos, até voamos um pouco! É lógico que a mãe dele não gostou muito da ideia, mas acabou deixando. Eu estava pensando em levá-lo para jogar Quadribol algum dia, vamos?

—Sim, vai ser ótimo!

—O Weasley falou com você ontem?

—Não, ele acha que eu sou “perigoso”. –Revirei os olhos.

—E o cabeça de cenoura continua sendo o mesmo idiota de sempre... –Blás murmurou e eu concordei com a cabeça.

—E você e a Mione? –Pan perguntou e eu revirei os olhos.

—Acabou.

—Ainda está com raiva dela por se casar?

—Ela só queria se livrar de mim pra ficar com ele, queria que eu a recebesse com um abraço?

—Por favor, pare de pensar assim! Hermione sempre amou você!

—É vocês ficam repetindo isso, mas não sabem de que quando fui até o trabalho dela a encontrei aos beijos com o Weasley dizendo o quanto o amava.

—Mas e o que disse a Skeeter?

—Pan, por favor, não insista. Por enquanto vou seguir com os negócios sem me importar com mais nada, apenas com o meu filho.

—Você é um idiota por desistir depois de tudo o que passaram. –Disse Blás e eu revirei os olhos.

Eles passaram a tarde toda aqui falando sobre Scorpius, Hunter, o baile, tudo. Quando a noite caiu e o pequeno começou a cochilar no sofá resolveram que já estava na hora de ir embora.

As palavras de Blásio ainda ficavam se repetindo em minha cabeça. Eu não era idiota por desistir, eu nunca desisti dela nem mesmo quando estava em Azkaban. Hermione desistiu.

Flashback on

Eu estava sentado na cozinha comendo quando Goyle chegou e se sentou diante de mim. Olhar pra ele me fazia lembrar do estado em que encontrei Hermione naquele quarto, e com isso eu só sentia mais vontade de matá-lo.

Nessas ultimas semanas eu cada vez a via menos, ela só ficava trancada no quarto evitando não só ele, mas a mim também. Quando resolvia sair para comer algo ela não falava comigo, e se cruzava com ele em algum corredor entrava em pânico. Eu precisava tirá-la daqui.

Pansy veio até aqui após eu muito insistir. Se Hermione não queria falar comigo talvez falasse com ela. Estavam trancadas há horas, o que estava me preocupando. Sobre o que estavam conversando afinal?

—Eu odeio você seu maldito desgraçado! –Foi tudo o que eu ouvi antes de ver Hermione se aproximar de Goyle começando a bater nele, que inutilmente tentava segurar seus braços.

—O que é isso sangue-ruim?! Está querendo morrer?! –Ao ver que ele tentava pegar sua varinha fui até lá a segurando e tirando-a de cima dele.

—É melhor guardar isso, se a machucar de novo eu mato você. –Avisei.

Ela continuava se debatendo e chorando. Eu olhei para Pan procurando respostas, mas ela apenas balançou a cabeça e soltou um longo suspiro.

—Eu esperava mais de você Goyle. –Ela disse.

—Eu odeio você! –A morena repetiu parando de se debater aos poucos, mas ainda sim as lágrimas não paravam.

Quando ela se acalmou e eu a soltei ela olhou em meus olhos pela primeira vez desde o que aconteceu. Ali eu vi tanta dor, ódio, completamente diferente de quando estávamos em Hogwarts.

—Enlouqueceu Granger?! Resolveu se revoltar agora?! –Goyle gritou.

—Você é um monstro!

—Eu estou perdendo a paciência com você! Diga logo o que está acontecendo!

—Ela está grávida seu imbecil. –Pansy respondeu séria. Ouvir aquilo foi o suficiente para que Hermione voltasse a se desesperar.

—O quê?! Granger... É mentira não é? –Ele perguntou olhando-a preocupado. Eu ainda estava em choque.

—Eu pareço estar mentindo?! Isso é culpa sua! –Ele a pegou pelo braço, puxando-a pra perto e olhando em seus olhos. Eu já tinha minha varinha preparada para se ele fizesse algo. Vendo que ela não mentia, ele a jogou pra mim e saiu da casa.

Notando suas penas trêmulas e o esforço que ela fazia para ficar de pé eu a peguei no colo, levando-a para o meu quarto e colocando-a delicadamente em minha cama. Hermione não disse nada, apenas ficou lá chorando até que pegasse no sono. Desci as escadas novamente indo até Pansy, encontrando-a ainda na cozinha pensativa.

—Por favor, me diga que é mentira. –Pedi, mas ela não respondeu. –Pan já está sendo difícil o suficiente, se ela estiver mesmo grávida...

—Gosta dela Draco? –Eu franzi o cenho estranhando e a pergunta repentina.

—Por que está perguntando isso?

—Porque é o que parece que sente.

—Pansy eu não tenho tempo pra isso, apenas diga que tem alguma possibilidade de tudo isso estar errado.

—Você gosta. –Arregalou os olhos e eu soltei o ar cansado do interrogatório. –Oh meu Merlin você gosta! Draco, Você-Sabe-Quem vai matá-lo quando souber!

—Cala a boca. –Mandei. –Está ouvindo o que eu estou falando?

—Estou. –Ela revirou os olhos. –Fizemos todos os testes possíveis e todos deram positivo. Droga... –Pan murmurou levando a mão até a marca. –Não importa quanto tempo passe, nunca vou me acostumar com essa forma de nos chamar. Sinto muito, tenho que ir.

Balancei a cabeça assentindo e ela saiu, me deixando sozinho. Subi as escadas novamente voltando ao meu quarto e encontrando Hermione sentada na cama, estava muito mais calma.

—Como se sente? –Perguntei aproximando-me devagar e me sentando diante dela.

—Se eu pedisse para me matar você o faria?

—É uma pergunta idiota.

—Apenas responda.

—Sabe que não. –Ela suspirou.

—Nem se fossemos os mesmos de Hogwarts? Se nos odiássemos daquela forma?

—Eu não consegui matar Dumbledore nem para salvar a minha mãe, acha que eu a mataria só porque a odiava?

—Voldemort ameaçou a sua mãe? –Ela perguntou e eu desviei o olhar, não deveria ter tocado no assunto.

—A questão não é essa. Olha pra mim. –Pedi e ela obedeceu. –Vou tirá-la daqui, eu prometo.

—Isso não vai mudar o que aconteceu Draco, só vai causar problemas pra você.

—Desde quando se importa com problemas de comensais como eu? –Arqueei as sobrancelhas com um sorriso divertido nos lábios.

—O fato de ter a Marca Negra não o torna um Comensal. –Hermione murmurou e eu a olhei sem entender. –Pode ter seus defeitos, mas ainda sim é uma boa pessoa.

—Acha mesmo? –Ainda não estava acreditando no que ela dizia.

—Acho.

—E como pode dizer isso sem saber o que eu fiz?

—Fez coisas horríveis, eu sei, mas tenho certeza de que não queria nada disso.

—Como sabe?

—Percebi que não é como eles.

Eu sorri, me lembrando de como ela ficou quando usei aquelas palavras no primeiro dia dela aqui. Levei uma das mãos ao seu rosto devagar, e quando a toquei ela estremeceu, quase recuando. Aproximei-me devagar para lhe dar tempo de sair se assim quisesse, mas ela não desviou, então eu a beijei.

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Ficamos com os lábios encostados por alguns segundos, eu não a forçaria a fazer nada, e se ela não quisesse tudo bem que me afastasse. Devagar ela levou uma das mãos até a minha nuca, só então me aproximei mais, tornando aquele beijo mais intenso.

Quando nossos lábios se separaram eu fiquei com a minha testa encostada a sua, sentindo sua respiração tocando a minha pele. Abri os olhos para ver os dela, mas quando ambos se encontraram os vi brilhantes pelas lágrimas.

—O que vou fazer com essa criança? Draco, eu estou sozinha e não sei se vou conseguir olhá-lo sem me lembrar!

—Vou te ajudar com isso, não se preocupe.

—Por que Goyle disse que estava punindo-o também? Fez algo errado?

—Ele e Pansy acham que eu ofendi o Lorde das Trevas da pior forma possível.

—Acham? Não é verdade?

—Eu não sei.

—O que eles pensam que fez afinal?

—Eles acham que eu me apaixonei por uma sangue-ruim. –Ela me olhou sem acreditar no que acabara de ouvir. Eu não sabia se era verdade, mas naquele momento daria qualquer coisa para saber o que se passava na cabeça dela.

Flashback off

Não era muito diferente do que eu vinha sentindo nos últimos dias. Hermione sempre fora um mistério que eu simplesmente não conseguia desvendar. Queria saber o que ela pensou quando me viu, mas ela nunca me contaria, pelo menos eu acho que não.

Eu não queria amá-la de novo, sabia que só me daria mais dor de cabeça. Se soubesse que acabaria assim eu teria feito totalmente diferente, nunca teria me permitido me aproximar dela. Ou talvez eu fizesse tudo da mesma forma. Se fosse diferente eu não teria Scorpius, ele era o único que importava naquele momento.

Eu atravessaria um deserto e um oceano
Para me afastar da dor de sua tempestade
Mas persiga a luz central
Estive correndo de sua sombra
Para que eu possa me curar e estar lá
...
Oh, relâmpago que atinge duas vezes
E queima como gelo
Eu gostaria de não te amar
(Mas eu amo)