~Pov Hermione

—Eu comecei a olhar alguns arquivos, mas até agora não encontrei nada. –Disse Harry quando voltei à cozinha. –Quem quer que tenha sido o responsável por isso cuidou bem para que tudo ficasse em ordem nos registros.

—Vamos chamar os outros aurores, alguém deve saber algo sobre o que aconteceu.

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—Obrigada, vocês não sabem o quanto isso significa pra mim.

—E como vai a... relação com o Malfoy? –Harry perguntou meio sem jeito, o que fez Gina lhe dar um tapa no braço. Rony desviou o olhar pra mim esperando pela minha resposta. –Quero dizer, como ele está com o fato de você e Rony estarem juntos?

—Ele não demonstra perto do Scorp, mas sei que está com raiva. –O som da campainha tocando me fez suspirar aliviada, era uma boa desculpa para sair dali. –Scorpius Hyperion pare de descer as escadas correndo ou vai levar um tombo feio. –Mandei ao vê-lo indo em direção a porta.

E dessa vez ele não estava errado, Draco realmente estava lá. Em suas mãos havia um grande embrulho, que com certeza era uma vassoura nova e provavelmente mais rápida, o que deixaria Scorp feliz e eu preocupada.

—PAI! –Gritou feliz, pulando nos braços dele. –Eu estava esperando você.

—Vim trazer sua vassoura.

—Obrigado! –Ele sorriu. –Podemos experimentar?

—Hoje não, já está tarde. –Draco disse olhando pra mim. –Boa noite Hermione.

—Melhor entrar ou com certeza terá uma foto no jornal de amanhã junto com um monte de fofocas. –Falei me referindo aos jornalistas ali fora.

O loiro balançou a cabeça fazendo o que eu disse, ainda com o pequeno nos braços. Fechei a porta e ao me virar vi que Rony, Gina e Harry vieram até a sala. Colocando Scorp no chão ele se aproximou da ruiva e abraçou apertado, deixando todos um tanto confusos.

—Fiquei feliz por saber que está bem. –Ela disse.

—É bom ver você também.

—Precisamos conversar Malfoy. –Harry interrompeu e eles se separaram.

—Claro. –Draco disse e Scorp pegou sua mão parecendo preocupado, acho que por que sabia que eles não se davam bem no passado.

—Posso ficar tio Harry?

—Pode sim. –Respondeu, deixando o garoto feliz e aliviado. Voltamos para a cozinha e todos se sentaram, enquanto eu pegava algumas cervejas amanteigadas. –Tenho que admitir, encontrar o culpado por tudo o que houve está sendo mais difícil do que imaginei que seria, mas ainda sim convocarei todos os aurores para uma reunião, enquanto isso Rony está cuidando dos arquivos.

—Muito obrigado.

—Vejo que já deu um jeito de dizer ao mundo que está vivo. –O ruivo empurrou o jornal diante dele, que sorriu divertido.

—Devo admitir que Rita Skeeter não era a melhor das opções, mas era a única que eu tinha. Não é comum que alguém dado como morto ligue dizendo que quer dar uma entrevista.

—Se lembra de Azkaban? –Gina perguntou e ele soltou o ar se levantando e indo até a janela. Scorp veio até mim e eu o peguei, colocando-o sentado no meu colo.

—Se importam? –Ele disse olhando para mim e Rony, tirando um cigarro. O ruivo negou e ele o acendeu, olhando para fora. –É meio difícil não lembrar ruiva.

—Scorp...? –Comecei, mas ele me interrompeu.

—Já sei, já sei, vou pro meu quarto. –Revirou os olhos descendo do meu colo. –Por que dizem que sou grande pra umas coisas se não posso nem ouvir o que conversam? –Resmungou enquanto saía, fazendo com que eu e Draco revirássemos os olhos.

—Se lembra de algo diferente? –Rony falou.

—O que quer dizer?

—Eu não sei, visitas, qualquer coisa.

—Eu disse que não queria vistas enquanto estivesse lá.

—Então você não teve contato com ninguém?

—Não, ninguém além de aurores, mas ainda sim só um deles falou comigo.

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—Espera, um auror? Você o conhece? –Harry disse.

—Foi o que ele me disse, por quê? Ele mentiu? Por que está falando como se algo estivesse muito errado?

—Não me lembro de mandar nenhum deles para falar com você.

—Que ótimo. –Draco ironizou. –Nesse caso sinto em dizer que não o conheço e muito menos me lembro dele direito.

—E lá se vai nossa única pista. –Rony falou fazendo o loiro revirar os olhos tragando mais uma vez.

—Foram seis dementadores naquele dia. Quando ele me mandou sair eu nem conseguia me manter de pé.

—Seis dementadores?! –Falei indignada. –Como ainda tem sua sanidade depois disso?

—Como assim “te mandou sair”?

—Ele disse algo sobre eu ter que trocar de cela. –Draco respondeu jogando o cigarro pela janela e se aproximando de mim. Do bolso ele tirou um pedaço de pergaminho velho e amassado, colocando na minha frente. –Ler é uma boa forma de exercitar a mente, sabe disso melhor do que eu. Eu não queria sair de lá como minha tia Bella então levei isto comigo, acho que eu não merecia esquecer o motivo de ter um pouco da minha alma sugada todos os dias por seis anos e muito menos das pessoas importantes não é?

O abri delicadamente com medo de que rasgasse e o li atentamente.

“Meu nome é Draco Black Malfoy. Estou aqui por matar, torturar e obrigar vários bruxos a fazerem o mesmo. Me tornei um Comensal da Morte quando fiz 16 anos para substituir meu pai, caso contrário Voldemort mataria minha mãe.

As coisas mudaram quando a guerra começou, uma delas foram minhas atitudes. Aprendi a me importar mais com as pessoas e percebi que alguns de meus antigos julgamentos estavam errados, mas isso não muda o fato de que são poucas as pessoas que realmente valem a pena. Minha mãe é uma delas, mas meu pai? Ainda tenho minhas dúvidas se faria algo para salvá-lo.

Pansy Parkinson é a garota mais legal e interessante que um dia tive a sorte de conhecer. Blásio Zabini sempre foi o amigo responsável a quem eu procurava quando precisava de ajuda, ele nunca me deixou na mão. Theodore Nott é aquele que entende as atitudes que tomo por mais idiotas que sejam, sei que ele faria o mesmo na maioria das vezes. E Hermione Granger... Ela é a sabe-tudo irritante a quem eu devo desculpas.”

Ao acabar senti meus olhos marejarem. Respirei fundo e me levantei, precisava sair de lá antes que minhas lágrimas começassem a cair na frente de todos. Murmurei qualquer desculpa para sair e fui até a varanda, me sentando nos degraus enquanto fazia algum feitiço para impedir que os jornalistas se aproximassem ou sequer me vissem.

—Não teria te deixado ler se soubesse que essa seria sua reação. –A voz dele atrás de mim me assustou, fazendo-me secar as lágrimas rapidamente enquanto ele se aproximava para sentar-se ao meu lado.

—Se arrepende de nós?

—O quê?

—Você me odeia, não é? Então, se arrepende?

—Não deveria perguntar o que não quer saber Hermione. –Draco disse acendendo mais um cigarro, me deixando irritada. Ele sabia que eu detestava cigarros. Peguei aquilo de sua mão e o joguei longe, cruzando os braços em seguida.

—Acho que já passou da hora de agirmos como adultos e conversar.

—Sobre? –Ele arqueou as sobrancelhas.

—Rony, Scorpius, Azkaban, você, tudo!

—Por que acha que temos que conversar sobre mim?

—Porque você é a pessoa mais complicada que eu conheço! Pode pelo menos tentar me entender para ficarmos bem? Nós temos um filho Draco, fingir que não se importa comigo não vai fazê-lo pensar que não está com raiva.

—Ficarmos bem? –O loiro soltou um riso de desgosto. –Ainda acredita que isso pode acontecer depois de tudo?

—Por que tem sempre que ser tão infantil?! –Gritei me levantando.

—Não sei se percebeu a situação em que estamos, mas estou sendo realista. Ou você acha que tem algum jeito de concertar isso?

—Eu achei que você estava morto!

—E por isso não pensou duas vezes antes de cair nos braços de outro não é?! –Draco se levantou também, me olhando com ódio.

—Sabe qual o seu problema?! Você é egoísta! Eu tentei entendê-lo quando me trancou naquele quarto, mesmo com raiva, eu tentei Draco! Mas você não pode fazer o mesmo por mim, não é?! Se acha que eu não sofri por pensar que você morreu está enganado, foram os piores dias da minha vida! –Eu suspirei passando a mão pelos cabelos. –Pensei que iria querer que eu fosse feliz mesmo que com Rony, mas pelo visto prefere que eu morra sofrendo a que eu encontre maneiras de superar.

—Tem razão Hermione... –Eu levantei os olhos encarando os seus. –Eu sou egoísta.

Ele me deu as costas, mas antes de ir lançou um olhar ao andar de cima, abaixou a cabeça e aparatou. Desejando que eu estivesse errada olhei para lá também, infelizmente Scorpius estava lá observando tudo, mas assim que me viu ele saiu da janela.

~Pov Draco

Aparatei na casa da minha mãe, sabia que ela estaria acordada por mais tarde que fosse. A encontrei sentada na sala tomando uma xícara de chá enquanto lia ao Profeta Diário.

—Boa noite mãe. –Falei beijando-lhe o rosto.

—Eu conheço esse olhar. –Ela disse dando toda a atenção a mim, enquanto eu me sentava na poltrona diante dela. –O que aconteceu?

—Briguei com a “senhora Weasley”, nenhuma novidade. –Contei, fazendo questão de dizer o sobrenome com nojo.

—Está insistindo em odiá-la por achar que vai ser mais fácil do que simplesmente encarar os fatos.

—Se o que tínhamos foi real como ela pode estar bem? Porque eu não estou nem um pouco.

—Ela também não está, deveria tentar olhar as coisas de outro modo.

—Que modo?

—Pense Draco, ela estava sozinha no mundo com essa criança, estava péssima sem você, mas enquanto todos a apontavam dizendo o que ela devia ou não fazer, criticando-a por ter amado o seu filho antes mesmo dele nascer em vez de simplesmente sentir vergonha e mandá-lo para o mundo trouxa, Hermione escolheu ficar com ele. Não deveria tratá-la como se ela estivesse errada ou como se fosse uma dessas garotas com quem eu tenho certeza de que está saindo.

Sem saber o que dizer eu apenas suspirei irritado por ela estar certa como sempre. Hermione poderia ter desistido, mas mesmo assim cuidou de Scorpius da melhor forma possível mesmo depois de tantos julgamentos. Me levantei indo até as bebidas e pegando uma bem forte, enquanto isso minha mãe voltou sua atenção ao jornal.

—Eu só queria esquecer o que sinto por ela.

—Deixar a raiva por vê-la com um homem que sempre odiou tomar conta não tornará tudo mais fácil.

—E o que acha que eu devo fazer? Aguentar calado? –Perguntei bebendo e arqueando as sobrancelhas.

—Se quiser continuar insistindo com Hermione mesmo depois do casamento tudo bem, mas sabe que será difícil.

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—E se eu não quiser?

—Sabe que nenhuma mulher com quem está se envolvendo será como ela.

—Ótimo. –Ela revirou os olhos suspirando cansada. –Mandarei uma carta ao Dexter dizendo que quero o baile da empresa o mais rápido possível.

—E onde pretende fazer esse baile?

Foi quando uma coruja entrou pela janela da sala, deixando uma carta cair diante de mim. O brasão de Hogwarts no envelope me fez sorrir, e o que Minerva dizia na carta ainda mais. Era tudo o que eu precisava.

—Hogwarts me parece uma excelente opção.

Às vezes começo a me perguntar
Era só uma mentira?
Se o que tínhamos foi real
Como você pode estar bem?
Porque eu não estou nem um pouco bem